Domingo. Meu descanso do trabalho. Eu precisava aproveitar o dia e o tempo de folga para tentar descobrir mais sobre meus poderes.

E lá estava eu, procurando tudo o que era relacionado com viagem no tempo em meu computador.

O problema é que eu não conseguia encontrar nada parecido com o que tinha acontecido comigo. Existiam diversos relatos de supostos viajantes do tempo mas nada igual a mim.

"Porque eu?" "Porque comigo?" "O que significa tudo isso?"

Eram perguntas que eu fazia para mim mesmo o tempo todo.

E que aparentemente não teriam nenhuma resposta.

Eu me cansei de procurar, e antes que percebesse já era 19h00 da noite e minha barriga estava roncando, então decidi ir para o restaurante no fim da rua para jantar, até porque sou uma negação na cozinha.

Indo em direção ao restaurante me deparei com algo surpreendente, mas precisamente alguém.

A ruiva que não tirava os olhos de mim, estava andando na mesma rua que eu.

"Será que ela mora perto do meu apartamento?"

Eu pensei.

Decidi ir então falar com ela, mas antes que percebesse outra pessoa que passava na rua ao lado da ruiva a agarrou e entrou em um beco.

Eu então corri naquela direção pensando o pior, eu já pensava em usar meus poderes para ajudar outra pessoa. Mas isso seria possível? Quando cheguei lá vi o cara apontando uma arma para a mulher totalmente assutada, ele dizia:

— Ei, você é bem gostosa não é? Porque não tira a roupa?

— Não!

Eu então disse assustando o bandido e assustado de receber um tiro:

— Deixa ela em paz cara!

— O que? Tá maluco cara? Quer morrer?

Ele apontou a arma e atirou, e me acertou um tiro no ombro.

Eu tinha acabado de receber outro tiro, aquela dor e queimação inesquecíveis voltaram. Eu então desejei voltar no tempo, e com um piscar de olhos, estava andando na rua alguns momentos antes do acontecido.

Então eu gritei para a ruiva a qual ainda não sabia o nome:

— Ei! Você ai! Espera!

E corri em sua direção com tudo que tinha.

— Desculpa, quem é você mesmo?

Ela perguntou.

E eu suspirando bastante respondi:

— Eu sou... Ah... Só dá um tempinho... Ufa... Eu sou do jornal!

— Ah é! Você é aquele cara que foi todo mal arrumado para o trabalho ontem não é? Acho que é Ian...

— Aí! Eu só tive um dia difícil, foi só isso.

Enquanto conversavamos o bandido passava na rua, e ao vê-lo eu agarrei a mão da ruiva, e disse:

— Corre!

— Espera, o que?

Começamos a correr na direção contraria do meliante, e sem entender nada a ruiva, não parava de me questionar:

— O que você tá fazendo seu maluco? Me solta!

— Venha para meu apartamento agora, eu te explico depois!

— Você tá brincando? Olha se quer me chamar para sair, essa não é a melhor maneira!

— Quer parar de falar um pouco? Tá vendo aquele cara na rua? Ele vai te assaltar se não sairmos daqui agora!

— O que? "Ele" vai me assaltar? Tem certeza que esse não é você?

— Droga, será que da pra me ouvir?

Chegamos no apartamento, e entramos correndo.

Ao chegarmos ela soltou minha mão na primeira oportunidade que teve, e reclamando muito disse:

— O que você quer comigo? Seu maluco? Como assim aquele cara ia me assaltar? Como você sabe disso?

— Ei... Ei... Uma pergunta de cada vez, eu posso tentar te explicar mas você jamais entenderia.

— Tenta.

— Tá legal, eu sou capaz de voltar no tempo.

— O que?!

— Eu disse. Vai em frente pode rir. Mas se você tivesse ficado um minuto a mais naquela rua, eu não sei o que poderia ter acontecido.

— Ei. Eu nunca disse que não acredito em você.

— Como é?

— E se eu te dizesse que sou capaz de prever o futuro?

— O que foi que você disse? Tá brincando né?

Eu tinha acabado de usar meus poderes para ajudar alguém, mas isso não foi nem de longe o mais surpreendente. Eu finalmente tinha achado alguém com poderes iguais aos meus.

Eu estava a um passo de descobrir tudo, mas será que ela de fato sabia de alguma coisa?

Isso só o tempo vai dizer.