Heart of Fire escrita por Nightshade


Capítulo 3
And Now I'm Lost In Paradise


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!



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– Eu tenho absoluta certeza do que eu sonhei, Megan! – gritei sussurrando para minha amiga, pelo celular.

Depois de meu estranho sonho, eu decidi que precisava conversar com alguém para ter certeza de que não estava enlouquecendo. A primeira pessoa em quem pensei foi meu pai, mas devido a ele estar agindo meio estranho desde que aquele homem... Lothar saiu daqui, resolvi ligar para Megan, que era minha amiga mais próxima. Achei que ela seria mais sensível ao meu problema, mas estava enganada.

Eu sei que você tem certeza, Alexa! – a voz de Megan estava um pouco exasperada do outro lado da linha – Vou te dizer o que esse seu sonho maluco significa: a jovem ruiva significa que você deve pintar o cabelo, como eu já havia dito; a cidade destruída demostra a sua vida amorosa; a garota de cabelos castanhos e o cara de olhos sérios eu não sei... mas o casal de jovens se beijando com roupas medievais representam ao mesmo tempo a sua necessidade de um homem em sua vida e a sua obsessão por coisas medievais!

O tom que ela colocou nas palavras evitou que eu ficasse com muita raiva dela. Era engraçado o modo como ela dizia as coisas para mim. Porém, aquele não era o momento certo para fazer esses tipos de piadinhas comigo; eu já estava uma pilha de nervos com um visitante inesperado, o meu pai agindo estranho e os meus sonhos malucos.

– Megan! Esse não é o momento certo para isso! – continuava sussurrando de modo esganiçado e me pus a andar de um lado para o outro no quarto – Eu não estou brincando, você me conhece! Esse homem... Lothar, estava conversando com meu pai e disse que havia conhecido minha mãe. E depois disso meu pai agiu meio estranho...

Olha, Alexa, talvez você possa investigar isso... quero dizer, pergunte ao seu pai...

– Eu perguntava ao meu pai sobre minha mãe quando tinha sete anos e o que ele me respondia? Nada! – respirei fundo – Acho que se eu perguntar ele provavelmente vai dizer que é tudo impressão minha... talvez se eu sair por aí...

E aí o quê? Acha que vai conseguir suas respostas na rua com algum vizinho? – ela me repreendeu – Se é que há algo a se descobrir, não é? Mas, por favor, pergunte para o seu pai... não saia por aí tentando desvendar algo que possa ser apenas a sua imaginação...

Engoli minha indignação.

– Talvez você tenha razão. – falei calmamente – Vou falar com meu pai.

Faz isso – a voz dela estava mais relaxada; quase me arrependi por estar mentindo – E me mantenha informada; quero saber dos segredos obscuros de sua família!

– Pode deixar. Tchau.

Desliguei, respirando fundo. Ainda eram quatro da tarde, talvez pudesse sair para caminhar antes do jantar...

Voltei a vestir minhas botas e pus meu gorro. Olhei pela janela para ver como estava a rua; não estava nevando. Fiquei um tempo com meu olhar perdido pelo bosque que ficava ali perto. Algo pareceu se mover por ali, mas talvez fosse só o vento.

Desci as escadas apressadamente, fazendo barulhos desnecessários com o salto de minha bota batendo na madeira escura. Estava colocando meu casaco e o cachecol quando meu pai apareceu.

– Vai aonde? – ele perguntou.

– Vou dar uma volta antes do jantar. – respondi simplesmente.

– Não demore muito. Já vai começar a escurecer. – papai me olhou como se quisesse me dizer mais alguma coisa, mas se virou e foi para a cozinha.

Abri a porta de casa e sai.

O vento estava mais frio, chicoteando meu rosto, mas não me importei. Gostava de senti-lo, me fazia bem e me deixava calma. A grama do bosque parecia ser feita de cristal, com a fina camada de neve por cima. Não consegui evitar de sorrir; era lindo.

“Alexandra”

Tirei o sorriso do rosto e virei para trás; ninguém. Eu poderia jurar que alguém havia me chamado.

“Alexandra”

“Alexandra Elayles”

Agora eu estava assustada. Ninguém estava me chamando. Era como se eu ouvisse essa voz em minha cabeça. Mas, meu sobrenome não era Elayles...

“Alexandra...”

A voz era melodiosa e firme. Feminina, eu acho.

“Venha...”

“Venha...”

– Venha... – senti minha mente se esvaziar.

“Venha...”

– Eu vou... – senti meu corpo dormente, me senti como em um sonho.

Me pus a correr para dentro do bosque.

Pare isso é loucura!, gritei internamente para mim mesma, mas não parei. Permaneci correndo sem destino. Mas por alguma razão não tropecei ou fui arranhada pelos galhos das árvores... havia um caminho aberto, feito de pedras claras sobre o qual eu estava correndo.

No fim do caminho havia um lago cristalino; um lago que não estava congelado devido ao inverno... não desacelerei.

Pare!, Continuava gritando para mim mesma. Não parei.

Corri até me lançar no lago, mas não me molhei. O mundo ao meu redor pareceu girar 360º e 360 vezes mais rápido e então eu já não estava mais dentro do lago e sim de pé no meio de uma bela floresta com um lago as minhas costas, árvores altas e folhas amareladas...

Caí de joelhos no chão, tonta e enjoada. Sentia como se fosse vomitar... Eu não sabia o que havia acontecido, mas não estava mais em casa.

O clima ali era mais quente. Me deitei no chão esperando a tontura passar e o terror se apossou de mim. Aonde eu estava? Como iria voltar para casa? Eu queria meu pai...

Respirei fundo tentando não chorar; não ia adiantar de nada eu arrancar meus cabelos. Se o lago me levou até ali, o lago poderia me levar de volta para casa, não é mesmo?

Me arrastei com ansiedade até o lago e joguei meus braços nele. Apenas senti o fundo terroso e o frescor da água molhando meu casaco de lã. Respirei fundo mais uma vez; aquilo não podia estar acontecendo comigo.

Subitamente, ouvi sons de metais colidindo. Se havia barulhos, com certeza havia pessoas... ou bandidos, animais selvagens, psicopatas, assassinos...

Ignorei a parte pessimista de minha mente e me pus a andar silenciosamente na direção dos sons. As árvores me protegeriam das vistas indesejáveis. Ou pelo menos nisso eu preferia acreditar...

Precisei me controlar para não soltar nenhuma exclamação de surpresa.

O que era isso afinal? O universo do Senhor dos Anéis??

Havia três homens lutando à ESPADA! Dois contra um, se bem percebi. Dois com cotas de malha e lã cinzenta. Exatamente, vestimenta medieval. Trinquei meus dentes. O terceiro, que lutava sozinho, estava de costas para mim, de modo que não vi seu rosto, mas usava peças de couro e uma capa de peles. Parecia saber usar bem sua espada. Não demorou para que atingisse um bem no coração. Mas o... cavaleiro solitário, vamos chama-lo assim, foi atingido no ombro pelo homem que havia levado a espada no coração. Não sei o que havia na espada, mas o cavaleiro gritou alto. O homem pareceu morrer.

Achei que o segundo homem fosse matar o cavaleiro, mas ele apenas montou em uma cavalo.

– Aproveite os últimos momentos de sua vida, rapaz. – disse com escarnio e foi embora.

O rapaz estava de joelhos agora; parecia em agonia. Gemia um pouco cada vez que mexia o braço. Parecia tentar se deitar no chão, e realmente se deitou ficando imóvel.

Fiquei com pena. Sai lentamente de trás das árvores e caminhei até ele.

Não! Deixe de ser idiota, Alexandra, ele pode ser um assassino! Um mercenário ou sei lá! , minha mente gritava.

Mas quando me inclinei por cima do rapaz os olhos dele se abriram e eu soube que ele nunca poderia ser um assassino. Aqueles olhos que eu não consegui definir a cor eram tão doces e acalentadores que não poderiam ser de uma pessoa má. Ele era realmente um rapaz, quinze anos ou dezesseis no máximo, com a pele alva e os cabelos castanhos descendo em ondas bem suaves até um pouco acima dos ombros. Senti meu rosto enrubescer conforme ele permanecia me olhando nos olhos.

– Eu vou ajudar você. – falei suavemente.

– Você é... – a voz dele estava rouca – Você é um anjo?


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem!!!!



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