Heart of Fire escrita por Nightshade


Capítulo 2
In The Darkness Of My Dreaming


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Era o último dia de aula antes das férias de inverno e eu havia saído correndo pelos corredores da escola ainda guardando meu caderno na mochila. Finalmente as aulas iriam parar!

Mas não era só isso que me deixava eufórica; meu aniversário de dezesseis anos era no dia seguinte. Eu sempre adorava aproveitar o dia do meu aniversário com meu pai. Fazíamos diversas coisas divertidas desde que eu era pequena. Meu pai era meu melhor amigo.

Resolvi seguir meu caminho a pé até em casa naquele dia, embora fosse realmente uma boa caminhada. O chão estava um pouco escorregadio, devido a leve neve que havia caído na noite anterior; ainda não era o suficiente para fazer um boneco, mas talvez para uma guerra de bolas de neve fosse. Sorri lembrando de quando era mais nova, aos oito, nove anos e costumava brincar na neve.

Quando cheguei em casa, a principio achei que meu pai tivesse saído, mas depois comecei a ouvir vozes abafadas, vindo do escritório onde meu pai costumava corrigir provas. Muito provavelmente ele falava com alguém, ou por telefone ou pessoalmente, de qualquer forma fiz o mínimo de barulho possível quando tirei meu casaco e meu cachecol e os coloquei perto da porta. Pensei em deixar minha mochila ali também, mas decidi larga-la em meu quarto mesmo.

Fiz meu caminho para a escada que levava ao meu quarto, mas dei meia parada quando passei em frente a porta de madeira do escritório de meu pai. Não sabia por que havia isso.

– ... há muito tempo, e talvez... – era a voz de meu pai, embora com um tom de algo que não reconheci.

– ... entendo que... mas você já tinha o conhecimento de quem... pode estar correndo perigo... – uma voz desconhecida retrucou. Eu realmente achava que eu nunca havia ouvido aquela voz na minha vida, mas... de certa forma ela me era familiar. Como se eu não me lembrasse, talvez.

– ... não posso deixar que... minha única... não quero que nada aconteça... não posso... – a voz de meu parecia angustiada. Isso me preocupou; dei mais um passo em direção à porta.

– ... não está em suas mãos, você... – a outra voz se tornou levemente impaciente, mas ainda preservava seu tom educado - ... aos décimo sexto verão de sua vida e...

“Décimo sexto verão de sua vida?”, pensei. Que tipo de pessoa falava desse jeito? Era exatamente o tipo de expressão que eu leria em um de meus livros favoritos de fantasia épica, ao bom estilo Senhor do Anéis ou Game of Thrones.

Perdida nesses pensamentos, mal notei que as vozes haviam morrido atrás da porta de madeira, então meu pai e o visitante iriam sair dali em uns... cinco segundos.

Não querendo ser pega com o ouvido praticamente colado na madeira, corri para o fim do corredor, assim meu pai pensaria que eu havia chegado em casa naquele momento.

Meu pai saiu primeiro e atrás dele veio um homem alto e robusto, mais alto que meu pai, com os cabelos longos até a altura dos ombros, negros com algumas mechas grisalhas; usava um longo sobretudo negro por cima de sua roupa. Ele me pareceria uma pessoa normal, se não fosse o ar que exalava... poderia ser loucura, mas ele tinha uma elegância tão natural e aura de autoridade tão forte que me parecia alguém da realeza.

Ambos estacaram no lugar quando me viram; meu pai com uma expressão de surpresa e o homem desconhecido com uma expressão saudosa.

– Alexandra, eu não sabia que já tinha chegado. – foram as palavras de meu pai, John, para mim. Ele devia estar muito perturbado por conta da conversa, pois sempre me chamava de Alexa.

– Cheguei agora. – menti, e em seguida lancei um olhar indagador ao homem que agora estava parado ao lado de meu pai.

– Este é Lothar, um... amigo. – papai nos apresentou, embora houvesse hesitado quanto a ultima palavra.

Lothar era um nome realmente estranho, mas eu tinha educação suficiente para não comentar isso ao alcance dos ouvidos do home, então apenas sorri de forma simpática.

– Prazer em conhece-lo, senhor. – ergui minha mão para cumprimenta-lo.

Ele se aproximou de mim e pegou minha mão, mas ao invés de aperta-la, a levou aos lábios e beijou meus dedos levemente. Exatamente, ele beijou minha mão como os cavaleiros fazem naqueles filmes medievais.

– É um prazer conhece-la, pequena senhorita. – ele sorriu, os olhos cinzentos nunca deixando meu rosto – Eu conheci sua mãe... você é um pouco parecida com ela.

Isso foi algo que me surpreendeu.

– Conheceu minha mãe? – me vi perguntando tolamente.

Lothar deu um sorriso triste.

– Em tempos passados, criança. – ele apertou gentilmente minha mão – Preciso ir agora. – ele acariciou meu cabelo com ternura – Feliz aniversário adiantado, Alexandra.

E então saiu pela porta. Foi assim. Me deixando para trás tentando entender como ele poderia saber que meu aniversário era no dia seguinte.

Olhei para meu pai e me surpreendi com ele me olhando também. Sem dizer uma palavra, papai se aproximou e me abraçou, beijando minha testa.

– Vá descansar um pouco antes do jantar. – disse me soltando – Teremos pizza.

Deixei meus pés me levarem até meu quarto, e quando me dei conta já estava enfiada debaixo das cobertas quentinhas de minha cama.

Eu não estava particularmente cansada, mas estava me sentindo tão confortável e aquecida que não pude evitar que meus olhos pesassem, se forçando a fecharem. E eu adormeci.

Foi estranho, como se algo estivesse me chamando a inconsciência. E meus sonhos mais estranhos ainda.

Na verdade, era como se eu sonhasse com vultos; algumas coisas eu conseguia ver, outras não.

Em meu sonho vi uma jovem de cabelos cor de fogo e olhos violeta dançando em um jardim, rindo como se nada mais importasse naquele momento. Depois vi ruínas do que parecia ser uma cidade. Depois vi um campo coberto de gelo e um cavaleiro solitário o percorrendo.

Depois vi uma garota, que aparentava minha idade, de cabelos castanhos e sorridentes olhos dourados, que parecia dizer algo a um rapaz de olhos sérios e longos cabelos negros.

Depois vi duas pessoas, um rapaz e uma garota juntos em um jardim de flores prateadas. Não consegui ver suas feições, mas ambos se vestiam como se na idade medieval. Pareciam estar felizes e se beijaram.

Por último vi fogo, mas o fogo parecia tomar forma, até se transformar em mim.

Acordei em sobressalto.


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Notas finais do capítulo

Comentem!!!!



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