Tenebris escrita por Maju


Capítulo 9
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Hey, boa tarde, bom dia ou boa noite! Desculpem a demora, mesmo. Como falei para alguns nas respostas dos comentários estavamos em semana de provas finais e não conseguimos postar e nem respondê-los rapidamente. MAS AGORA É FÉRIAS, MEU POVO! E podem esperar que os capítulos serão mais frequentes (assim eu espero, vamos orar)
Quem está achando que vai descobrir o que aconteceu com o Draco e a Hermione nesse capítulo... não vai. Vamos explicar, a partir de agora teremos dois tempos: O Presente, que serão os capítulos que contarão o que está acontecendo no presente enquanto Hermione e Draco estão surfando no passado. E o Passado que serão os capítulos dos dois na viagem do tempo. E eles virão intercalados.
Boa Leitura!



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Harry Potter

No fim do jogo, peões e reis voltam para a mesma caixa - Provérbio Italiano

O cheiro de mofo ardia nas narinas de Harry, as risadas insanas cortando o lugar mal iluminado faziam-no querer bater a cabeça na parede.

– A primeira vez é asquerosa, calouros, não se preocupem. A gente se acostuma com o tempo, vira sua segunda casa – riu-se o auror que os vinha acompanhado, Jack Hilson.

– Ah, claro, quem vem para o jantar? Uns assassinos e aquelas coisas – debochou Rony.

Que Azkaban não seria nada amigável Harry sabia, imaginara a prisão algumas vezes, mas nem em suas suposições mais sombrias chegaram à realidade de como era. As paredes de mármore cinza chumbo esfriavam o local, assim como o chão. A cada dois metros uma tocha prendia-se a parede, as chamas tremeluziam fantasmagóricas, iluminando as portas de cor preta opaca com uma pequena janela gradeada cada. Harry podia estar enganado, mas para ele, os corredores pareciam labirintos. Se precisasse sair sozinho de lá, com certeza estaria perdido.

Estavam passando pelo corredor das celas, Azkaban era organizada, havia apenas um prisioneiro para cada cela, colocadas uma ao lado da outra. Havia outros corredores como aquele, dividiam-se conforme a gravidade do crime.

Alguns presos gritavam, rindo e insultando seus visitantes, forçando as grades. Outros já não tinham forças para aquilo, o olhar apagado e imóvel parecia pertencer a um corpo sem alma. E é claro, havia os guardas, dementadores. Harry Potter havia visto muita coisa, mas os seres encapuzados ainda lhe davam calafrios.

– A prisão estava quieta, essa semana... bum! Alguns prisioneiros começaram a badernar, quer dizer, rir ou ter felicidade nesse lugar é algo difícil, não? Ex-Comensais definhando, secos por causa dos dementadores... passaram a ter um fio de felicidade – contou Hilson.

– Disseram alguma coisa? – perguntou Harry encarando as portas, os “guardas” se postavam ao lado delas num intervalo de duas em duas.

– Não. Mas ninguém perguntou também – respondeu Kingsley duramente.

– Quem vamos investigar?

– Nenhum desse tipo – ele apontou para um homem que se pendurava nos buracos do ferro como uma criança, um dementador o parou, sugando-o. Ele caiu batendo a cabeça no chão – Dementes.

Eles caminharam por mais um tempo em meio às celas, qualquer movimento dos presos e os dementadores faziam seu trabalho. Então pararam em uma das portas, Kingsley aproximou a boca da janela.

– Malafaias Bolson – chamou o Ministro – Precisamos ter uma conversinha.

Um sujeito de barba negra já pontilhada de fios brancos colocou o rosto a vista, mostrando dentes amarelados num sorriso. Harry vagamente se lembrava dele, talvez estivesse na Batalha em Hogwarts.

– Ora, a que devo a honra, Ministro? – seus olhos pararam no rosto de Rony e então foram para Harry, o sorriso alargou-se mais – Vejo que recrutou mais alguns aurores. Famosos ainda! Como vão seus dias de glória, Harry Potter?

– Quero que responda algumas perguntas – prosseguiu ignorando – E é melhor respondê-las direito, Bolson, posso tornar esse inferno pior ainda para você.

– Sou um livro aberto.

– O que anda acontecendo por aqui? Na última semana... o tumulto, causado por seus ex- companheiros.

– Não havia uma menina? Hermione Granger, a sangue ruim – Malafaias não pareceu nem ter prestado atenção a inquisidora voz do Ministro da Magia, focara-se no menino com um raio na testa – Abandonaram?

– Não – Harry aproximou-se, impaciente – E nunca mais a chame dessa maneira. Só fale o que nos interessa e deixamos você fora disso– apontou a varinha para perto de seu queixo, encarando o outro. O sorriso se fechou e depois tornou a se abrir.

– Pode ser só felicidade ou só quiseram chamar atenção, os dias são bem entediantes.

– Presos aqui? Com Voldemort morto? Felicidade vindas de onde? – Hilson segurou uma das barras da grade.

– Sonhos, meu amigo – Malafaias respondeu sério com o olhar compenetrado em Kingsley, porém abriu o mesmo sorriso ordinário, Harry conseguiu captar um tanto de ironia, como quando Duda sorria ao primo ter sido castigado em seu lugar, acabando com qualquer possibilidade de achar que dizia a verdade. – Tão alarmados... não estariam se precipitando?

– Eu sei que sabe de algo. Seu amado Lord está morto e você ficará preso aqui pelo resto dessa sua miserável vida, coopere.

– Acha mesmo que com a morte de Voldemort o mal acaba? Que o mundo bruxo será o seu conto de fadas? Pois vou contar a vocês uma coisa, os nossos ideias não se apagaram, bruxos e bruxas que acreditam na hegemonia do sangue puro estão por aí, estamos aqui! Houve Voldemort e antes dele, Grindelwald. Vocês derrubam o rei, mas os peões continuam de pé.

As palavras do prisioneiro deixaram os quatro homens estupefatos.

– Bem, enquanto houver alguém que faça o mal, estaremos atrás dela. As pessoas evoluem, Bolson, e espero mesmo que a próxima geração de aurores não tenha que se preocupar com idiotas como você – Kingsley disse – Depois desse maldito discurso, algumas pessoas afirmaram terem visto movimentos suspeitos na Travessa do Tranco. Quem é que está por trás disso?

– Como posso saber?

– Que tal um palpite?

– Eu acho que estão conversando com a pessoa errada. Se suspeitam tanto dos Comensais não deveriam estar questionando Lucio Malfoy?

Harry considerou a ideia, Lucio foi braço direito de Voldemort e sua mulher acabara de ser encontrada morta. Tudo podia estar ligado a ele. Rony não pareceu ter ficado feliz com a ideia, ao se remexer do lado do amigo.

Kingsley e Hilson se entreolharam, em talvez uma conversa mental.

– Vou descobrir o que está havendo, Malafaias, e seu eu souber que está envolvido... os dementadores terão o prazer em te dar um beijo de boa noite.

Assim, se afastaram da porta.

– Tudo que se abandona é encontrado, Harry Potter! – gritou ele quando já viravam no próximo corredor, assustando a todos. Rony lançou-lhe um olhar desentendido, mas o moreno só deu de ombros com as palavras zumbindo em seus ouvidos.

Parte de seus pensamentos o levavam a Sirius, olhar de perto o lugar que seu padrinho ficara aprisionado injustamente era cruciante. Em parte, tentando encontrar algo bom naquilo, só pode enxergar como Sirius foi forte, Harry sempre teria orgulho dele.

Subiram um lance interminável de escadas, os garotos, para não demonstrar inexperiência, tentaram ao máximo não parecer que estavam tão fadigados. As paredes se estreitavam em uma curva.

– Pode ser que Malafaias esteja certo, não é? Quer dizer, a morte da Sra. Malfoy... não pode ser apenas coincidência.

– Veremos, Harry – Mas o menino pode sentir que o Ministro tinha a mesma impressão.

No corredor que entraram, não houve arruaça. Azkaban era um buraco sombrio e depressivo, mas onde estavam mostrou-se a pior parte daquela fortaleza. Harry já tinha sido sugado por um dementador, sabia como era a sensação de infelicidade. Havia profunda tristeza, havia solidão e havia morte no corredor onde se encontrava Lucio Malfoy.

A cela dele era uma das últimas, os quatro homens caminharam pesadamente até ela. Hilson retirou das vestes a varinha e com um movimento rápido abriu a porta.

Lucio encontrava-se sentado em um banco de pedra preso a parede com as pernas dobradas até a altura do queixo. Ele cutucava com a unha uma saliência na parede, espremeu-se contra o mármore quando ouviu o som da porta sendo aberta e relutante olhou para os visitantes, Harry notou um pequeno traço de alívio que logo se desfez, talvez estivesse esperando que fossem os dementadores.

– Lucio Malfoy – chamou o Ministro – levante-se.

O loiro esticou as pernas magricelas e se pôs de pé, os ossos em seu rosto eram sobressalentes, tendo dois buracos como bochechas. O cabelo tinha ficado mais ralo em sua cabeça. O Todo Poderoso Malfoy, o nobre e temeroso homem, se tornara um trapo. Harry rapidamente olhou para Rony em seu lado e mesmo ele, que tinha sido pisado e diminuído por Lucio, parecia estar detestando aquela visão.

O Potter esperou receber algum olhar desaprovador, mas não houve e nem para Rony.

– Ministro – disse ele – É sobre...

– Eu não vi falar sobre o assassinato de sua esposa, Malfoy. Mas pode ser que estejam ligados... Tenho algumas questões com você... Houve arruaça em algumas celas, gente da sua laia, de repente e sem nenhum motivo cabível.

O homem encarava-os sem dizer nada, um tique no dedo anelar e o do meio os fazia tremer.

– Se nos ajudar, talvez possamos descobrir quem matou sua mulher – pronunciou-se Harry, finalmente participando.

– Você – acusou o loiro num tom igualzinho ao do filho – O que é que está querendo? No julgamento...

– Ela me salvou. É isso. O que importa é descobrir quem é o assassino e o que é que está havendo.

– Nada aconteceu comigo, nenhuma visão ou alguém que tenha entrado aqui – Lucio respondeu – Talvez estivesse dormindo ou sendo torturado por uma daquelas coisas, mas não ouvi nada.

– Lucio...

– O que eu ganharia mentido para vocês?! Preso aqui como um rato, Narcisa morta e um filho condenado! – vociferou cuspindo as palavras com os olhos arregalados.

– E se estiver querendo vingança, hein, Malfoy? Se for você quem está causando tudo isso? – Rony jogou a pergunta com a pele vermelha.

Lucio aproximou com as mãos erguidas para atacar, brandindo a plenos pulmões como um animal. Um dementador passou por cima do grupo se colocando entre eles. A cela ficou mais fria e Harry ouviu o grito de sua mãe.

Lucio fora sugado, a pele empalideceu e os olhos cinzas ficaram opacos, ele caiu no chão de joelhos.

– A sorte foi lançada! – balançou a cabeça gritando, porém seu tom de voz era outro – Tic tac, tic tac – os olhos piscavam simultaneamente – Alguns relógios estão retrocedendo!

Harry ficou estático em seu lugar, vidrado. Mais dementadores passaram por ele flutuando ao redor do homem. O grito de Lily estourou em seus ouvidos nítido o bastante para procurá-la ao redor do cômodo, o urro do Lord das Trevas no momento em que tinha matado o Eleito misturava-se, os sons da Guerra foram a única coisa que ele podia ouvir.

Então foi puxado para fora da cela e o baque da porta se fechando encerrou as vozes.

– O que foi aquilo? – Rony bradou, suor frio escorria por sua testa.

– A insanidade chegando. Lavagem cerebral é o que acontece com que fica muito tempo em Azkaban.

– Menos Sirius – o moreno frisou fazendo questão de excluir seu padrinho de qualquer semelhança com aqueles que habitavam aquelas celas.

– Ele tinha algo a se agarrar – Kingsley segurou um ombro do menino – Isso já foi demais para vocês, fiz uma exigência exacerbada ao pedir que viessem aqui.

Saíram do corredor, desceram mais escadas e ziguezaguearam até o lado de fora da Fortaleza, em silêncio. Harry observou a imensidão azul que os cercava, ondas se quebravam violentamente no encosta da ilha. Um pequeno barco de madeira se prendia a uma estaca presa ao chão.

– Não acho que Lucio seja suspeito, como ele poderia fazer qualquer coisa? Se quem matou Narcisa Malfoy e quem está causando movimentação estranha for a mesma pessoa, certamente não quer que Lucio saiba, por isso ele não ouviu nada – Harry argumentou virando-se para os três homens.

– Bem... e agora? – questionou Rony.

– Vocês vão voltar para Hogwarts e enquanto procuramos mais pistas, mandarei um grupo de aurores a Travessa do Tranco amanhã.

– Ministro, nós...

– Não temos nada com que trabalhar, senhores. Em Hogwarts podem descobrir algo, e ficar de olho em Draco Malfoy.

A contra gosto os dois concordaram, o Ministro balançou a cabeça e Hilson deu um risinho.

– Boa viagem de volta.

Certamente não estavam felizes com seu meio de transporte teleportador. Subiram no barco, Rony se agarrou as bordas fechando os olhos e Harry deu uma última olhada para a prisão.

Os rostos de Hilson e Kingsley tornaram-se um borrão quando o barco começou a se movimentar, provavelmente cortando a barreira do som.

No outro segundo, estavam no lago e Hogwarts. Rony pulou do barco, vomitando em seguida. Harry cambaleou se apoiando no amigo.

– Nunca mais... – o ruivo tossiu – Vamos entrar nessa coisa.

Ele não riu, entreolhou-se com Rony tomando conta do que havia acontecido. E ambos chegaram à mesma conclusão:

– Precisamos da Hermione.

Não havia como contestar, eles estariam mortos no primeiro ano na escola se não fosse por ela.

Entraram no castelo por uma passagem secreta que dava direto ao saguão principal, as aulas já haviam terminado, mas não era tarde, o jantar ainda não tinha sido servido. Foram até o Salão Comunal, mal olharam para eles, os grifinórios estavam absortos em seus livros, entretanto Hermione não estava lá.

A coloração verde no rosto de Rony não era nada amigável, antes que pudesse dizer qualquer coisa correu para o dormitório dos meninos.

Gina saiu do dormitório das meninas, andou até o namorado com a testa franzida.

– Onde você estava?

– Assuntos pessoais.

Ela arqueou as sobrancelhas puxando-o pelo braço até passarem para fora.

– Harry Potter, vai me contar o que está havendo?

– Eu gostaria de negar – ela espremeu os lábios, irritada, e ele deu-se por vencido – Tem algo acontecendo em Azkaban, okay? E junto com o assassinato de Narcisa... Bem, estamos tentando encontrar pistas.

Ele a calou por um momento, Gina segurou sua mão.

– Viu a Hermione?

– Não... não a vejo faz algum tempo. Deve estar estudando para os N.I.E.M’s na biblioteca, vou procurá-la – ela enrugou o nariz em expressão de nojo – Pode ir ver se meu irmão está bem, sabe, se ele não emporcalhou o banheiro masculino todo?

Harry riu e beijou sua testa pipocada de sardas antes de Gina sair pelo corredor.

Hermione não estava na biblioteca e em sala de aula alguma, a ruiva até imaginou se a amiga não estaria com algum garoto, mas se repreendeu, Hermione não era do tipo que se agarrava com alguém na escola. Começou a ficar preocupada. Olhou os banheiros do andar de cima e só faltava o... não queria nem lembrar dele e de como fora tola em seu primeiro ano escolar. Além do mais o que Hermione faria ali?

Mesmo assim, entrou no banheiro da Murta que Geme.

– Hermione! – chamou, analisando os boxes abertos, o último tinha a porta pendendo nas dobradiças.

Um movimento na entrada chamou sua atenção, a grifinória virou-se para ver quem era.

– Draco? Você me assustou.


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Notas finais do capítulo

(Se você foi espertinho e pulou as notas iniciais sugiro que leia, pois elas são importantes)
Espero tê-los deixados cheios de dúvidas, principalmente com essa última frase hehehe Podem perguntar, se ficaram confusos em relação a essa intercalação de capítulos e tal, mas spoiler eu não posso dar u-u
MAS esse capítulo tem um easter egg! Quem descobrir ganha algo, talvez um spoiler do próximo capítulo, vamos decidir. Alguém arrisca?
69 comentários! Que legal! Estamos muito felizes! Mesmo que demore, pessoal, nos iremos respondê-los com muito amor e carinho, não deixem de comentar (ouviram fantasmas?)
Vamos as perguntas?
1- Como você conheceu o mundo das fanfics?
2- Lembra-se da primeira fanfic de Harry Potter que leu? Qual foi?
3- Tenebris está tomando um rumo que você está gostando? Se pudesse decidir algo para acontecer o que você pediria ou diria?
E é isso, pessoal! Espero que vocês curtam as férias e logo nos veremos! No próximo veremos o que aconteceu com nosso casal.
Beijos.