Ele havia se convertido em um ser humano completo.

Minha surpresa foi inegável e transbordou para minha reação em forma de um som intranscritivel. ---- Wou!

Ele me olha tão incrédulo quanto eu e ficamos em pleno silencio mortal por alguns segundos.

Ele se olhava tanto quanto eu.

Possuía profundos e singelos olhos castanhos em um tom de folha seca ou mel endurecido, a pele morena clara em um tom de "não vejo o sol" parecia macia como a de um neném recém nascido. Mas com unhas longas e grossas.

–--- Olha o lado bom... Você não vira pedra.

–--- E não tenho progressão astral. ---- ele pontua por fim, nos encaramos por três exatos segundos e rimos como dois idiotas.

Estava feliz por ele; desta forma ele poderia viver uma vida normal sem ser perturbado por sua aparência. Cogito ate mesmo deixa-lo fugir e seguir seu destino, mas ele logo recolhe os talismãs e por alguns segundos fica a fita-los com um semblante apático.

–--- Belo traseiro. ---- não resisto em soltar mais um comentário maldoso ao ver a abertura que havia ficado em seu traje em um local muito... indiscreto.

–--- Era só o que faltava. ---- ele exclama furioso procurando um meio de se cobrir e eu logo recolho seu costumeiro casaco o entregando junto de sua faixa vermelha. ---- Obrigado.

–--- Não prefere por tudo de volta? ---- comento em forma de teste, ele passa com louvor ao dar de ombros e por os talismãs dentro da mochila que havia trazido a poção. ---- O que você acha de um passeio pela cidade? ---- sorrio e ele me corresponde em mesmo tom.

oOoOoOoOoOo

Com isso fomos para vários lugares que eu julgava divertido e ele próprio poderia julgar e usufruir: comemos em um restaurante descente, depois o levei para ver um filme no cinema pela primeira vez na sua vida, brincamos em um parque de diversão coisa que logo se tornou enfadonha assim como o parque aquático entre outras coisas que para nós não preenchia. Em poucas horas mostrei como era o mundo dos humanos.

Mas por fim fomos fazer um teste em um local.

A seção 13.

Voltamos ao lugar afim de descobrir se alguém no prédio poderia o reconhecer de algum modo; passando pela segurança completamente imperceptíveis (mesmo a conversar em tom alto). O mostrei todas as alas que ele nunca pode ver, assim como ele me mostrava constantemente seu mundo.

Entretanto uma coisa não saia da minha cabeça.

O que estava ocorrendo dentro da agencia?

Poque todos pareciam me tratar de um modo estranho e diferente?

O que planejavam com Drago afinal?

Para conseguir descobrir tudo isso eu não poderia ficar seguindo exatamente tudo o que me mandavam (e desde quando eu fiz isso?). Aproveitei de minhas credenciais para poder ter acessoa as áreas mas... Haviam muitas delas que eu não possuía acesso, nem mesmo o Capitão Black (sim eu tinha a senha dele) e então minha pequena "pulga atras da orelha" se converte em um "pé atras".

Mas eu tinha meu modo de fazer as coisas.

Invadir locais a onde eu não deveria estar era minha especialidade desde... Sei la quantos anos. O fato é que consigo descobrir a "bendita" da senha e entrar a onde precisava copiando arquivos "suspeitos" e muito assustadores a onde provava que as pesquisas usando os talismãs estavam sendo usadas na fabricação de armas.

–--- Quem é este Jade? ---- ele surge como um espectro sombrio e eu me gelo toda, fechando todos os arquivos em uma velocidade sem tamanho.

–--- É o Drago... Dragomir! Ele é novo e estou mostrando o prédio. ---- respondo com a velocidade de um bala e ele fica a me encarar com desconfiança. ---- O que foi Val? Não tem ninguém aqui mais suspeito que você.

Ele não retruca ou responde. Apesar de perspicaz, era de fazer vista grosa com assuntos que não fossem diretamente pertinentes a ele. Um egoísta completo, mas desta vês eu agradeci por isso.

Valmont tinha possuído mais que uma fortuna no passado e por conta de sua boa percepção em negócios pagava pena auxiliando nestes assuntos. Claro sempre com muita vigílias; mais como um conselheiro, tipo vizir.

Respiro fundo e vamos ate a ala cientifica.

Tínhamos muita coisa para debater.

Lá eles estudavam teorias de como funcionavam os demônios suas magias entre outras coisas (Que eu não fazia a mínima questão de me meter, não tinha interesse algum. Na real!) enquanto eu retomava minhas "pesquisas" em um computador qualquer do saguão; haviam tantas coisas ali: armaduras, armas de fogo, modos de se infiltrar e ate de controlar as pessoas. Era ensurdecedor. A agencia tinha enlouquecido?
Envio tudo o que podia para o e-mail do tio Jackie, se tinha alguém em que eu podia confiar e contar era ele.

Com isso volto a dar atenção a Drago.

Tinha de fingir estar seguindo o conograma, e assima de tudo fingir desobedecer de outra forma.

Os dose talismãs eram a maior atração, e claro que Drago se sentiu bem desconfortável com tudo aquilo. Não por menos já que tratavam sua raça com total desprezo e desrespeito.

Era mais que nítido sua repulsa ate que...

O Ikazuki se pronuncia; e eles começam um debate de como seria a conjunção de tudo, desde a projeção astral ate a formação dos talismãs e seus poderes distintos. Parece um assunto legal, mas não foi! Foi uma coisa nerde e muito maçante a onde Drago retratava a forma aspectral como uma energia diferente usando a energia sinaptica como exemplo.

Se fato eu estava aprendendo muita coisa sobre Drago. E uma dela era que ele era um grande nerde de carteirinha.

–-- Você esta errado novato, a projeção astral não passa de historia e estes talismãs não provam isso. Minha teoria é perfeita e ela é apoiada em experimentos como a indução do estado quase-morte (EQM) por medicações anestésicas como a quetamina, pela indução de hipóxia cerebral, estimulação elétrica do giro angular direito do cérebro e outros cenários de alteração neurofisiológica e cognitiva, como suportados por experimentos. ---- admito que não entendia bulhufas deste assunto. Como disse era muito calculo variantes, energias sináptica, cinética... Etc. Blerg

O abandono ali a debater alegremente com seu novos amigos nerdes e me vou. Ainda tinha que resolver o caso de ele dormir na minha casa. Afinal ele estava com “todas” as mas intenções que alguém poderia ter.

–--- A onde Drago esta? ---- todos me pegavam desprevenida? Estava mesmo no mundo da lua hoje.

–--- Sob controle estudando. Qual o problema Chow? ...Finm? ---- só estava faltando um membro do trio, mas eles evitavam andar todos juntos para evitar maus olhares. Afinal eles eram os Enforces. Pode dizer o que quiser, enfretamos todo tipo de coisa e eles sempre estavam no meio. Seja demônio, one, feiticeiro tinha que ser os três. O que eles tinham? Pacto?

–--- Soube que o garoto vai ficar na sua casa. E que você terminou com o Paco. ---- ele comenta sem mais delongas já insinuado tudo o que tinha para insinuar. ---- Isso não foi idéia sua foi?

Queria ir embora. Não tinha que responder nada a estes dois, mas não iria engolir este sapo.

–--- O que você acha que eu vou fazer Chow? Que estou afim de um dragão cuspidor de fogo e planejei algum tipo de cantinho do amor? Me poupe das suas fantasias seu pervertido escroto!

Agora sim eu podia sair andando.

O dia tinha sido longo, mas prometia estar longe de acabar.

Posso ver claramente quando os Enforces são levados de volta a suas devidas celas, a conversar me encarar e voltar a conversar; rindo como se estivessem debatendo sobre mim ou algo do gênero.

Não gosto nada daquilo.

Então resolvo ir em direção as celas do esquadrão especial; que ficava em um prédio diferente dentro da ala gigantesca da seção 13. era engraçado como esta área era vigiada... Para mulheres.

Desde o pequeno problema que tivemos com as “vigias” que deveriam guardar Valmont e Hank Foo, a entrada do gênero feminino neste perímetro era estritamente restrito. A não ser para mim! Que os conhecia anos e não iria... Você entendeu bem qual foi o problema “populacional” que tivemos.

Em fim...

–--- Oi. Ocupado? ---- paro em frente a sua sela e ele me encara com o mesmo ar superior que sempre sofreu para manter. ---- Quer fazer um acordo comigo?

–--- O que tem em mente? ---- sinto que tenho sua atenção e sigo com minhas idéias enquanto ele ouve em silencio, respondendo com um breve aceno de cabeça. ---- Inteligente mocinha. Já pensou em se tornar advogada? Iria faturar milhões com esta mente.

–--- Não obrigada. Não estou atrás de dinheiro Val. Só de me divertir.

Ele me encara com um semblante que não posso descrever, mas logo sigo meu caminho afinal havia abandonado “minha nova responsabilidade” a debater com os especialistas. Mas quando volto a surpresa me faz rir.

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–*-Tohru*-

Sempre gostei muito da Jade.

Assim como todos os outros.

Na verdade, eles se tornaram minha família.

Por conta disso, mesmo depois de me casar e ter meus próprios filhos continuei trabalhando na loja do tio como seu aprendiz.

A Jade sempre foi uma garota muito inteligente e independente e sempre conseguiu se virar sozinha e o soube muito bem tudo que estava fazendo.

A não ser quando se tratava de demônios. Ai ai.