–Seria uma honra...Mas eu vou ter de recusar a proposta – Abaixei minha cabeça e fui em direção a porta sendo parado pelo braço do corredor que apertou o meu ombro com força.

–Como assim você esta recusando? –Sua cara de perplexo era de certa forma engraçada, mas sua mão machucava o meu ombro e não ousei rir dele. – Essa chance única apareceu para você, à chance de largar a sua vidinha de Commom e se tornar algo maior e você recusa!

–Eu tenho os meus motivos para tal.- Tentei tirar o seu braço dos meus ombros, mas a cada segundo ele apertava mais. – Agora eu preciso ir.

–Fale qual o seu motivo, dinheiro? Eu cubro a merreca que você ganhar! Prestigio? Seu rosto e nome serão conhecidos por todo NEK. Diga!!! – Ele me puxou colocando a outra mão sobre meu outro ombro apertando ambos.

–Esta me machucando! –Empurrei ele fazendo cair sentado na cama. – Mesmo sendo um Top você não pode comprar tudo.

Não esperei nem um minuto, sai do quarto e segui pelo corredor enquanto os reportes entravam no quarto, porém logo escutei a frase: ‘’Aquele é o homem que salvou o Glass!’’. Nem olhei para trás para saber o que estava acontecendo, uma multidão de jornalistas e fotógrafos vinham atrás de mim, uma ótima maneira de me atrasar e me forçar a aceitar a proposta, porém eu não era tão burro, quando cheguei vi vários repórteres na entrada do hospital e sabia que não podia sair por ali.

Corri pelos corredores tentando despista-los, mas isso parecia ser algo impossível de se fazer, não era possível eles me acharem a todo momento mesmo quando eu sumia de suas vistas, devia ter algo errado com eles para serem tão bons perseguidores. Mesmo correndo muitas vezes eu tinha de ter cuidado afinal estava em um hospital e havia nele muitos pacientes além de muitos equipamentos médicos perigosos, eu subia e descia os andares tentando fugir deles mas os malditos pareciam se multiplicar como bactérias por todos os andares.

Em certo momento cheguei em um beco sem saída, na verdade me encontrava em uma bifurcação tripla onde as três direções não tinham saída alguma e não faria diferença nenhuma ir por qualquer uma delas, eu tinha, no entanto que ganhar pelo menos mais alguns segundos de liberdade assim corri pelo corredor há minha direita ate metade dele quando fui misteriosamente puxado para dentro de uma porta. Dentro do lugar que a porta dava estava mais escuro que o corredor então demorei para me acostumar, quando tentei dizer algo uma mão apareceu e tampou a minha boca segurando-a com força.

Assustado eu dei uma cotovelada para trás fazendo a pessoa que me segurava me soltar e me virei dando um chute giratório na barriga da pessoa derrubando-a no chão, quando meus olhos se acostumaram eu percebi que quem havia me segurado era aquela garota do dia anterior que falou ser filha do dono do hospital, eu olhei para ela e em minha volta vi que a sala era bem grande muito bem cuidada, depois lembrei que tinha machucado ela então eu me ajoelhei ao seu lado e tentei ajuda-la a se levantar, no mesmo momento levei um soco dela no rosto, ate que a princesinha tinha um soco bem forte.

–Seu idiota! – Ela disse enquanto colocava as mãos nas costelas se levantando. – Só estava te ajudando seu babaca!

–Desculpa, eu pensei que podia ser alguém tentando fazer mal a mim. – Ajudei ela a levantar e quando ela levantou a blusa eu vi que ficaria roxo aquilo, mas de certa forma eu tinha razão, uma mão que te puxa para um armário e tampa a sua boca é algo para se preocupar.

–Eu que sou a Top e é você que esta sendo perseguido por pessoas más? –Ela deu uma risada baixa, pois sabia que os fotógrafos ainda deviam estar rondando os corredores. –Não vai me agradecer por ter te salvado?

–Sim, tem muita gente atrás de mim e não são só os repórteres. –Olhei para o seu rosto com outra duvida, porque a garota que falou comigo daquela forma na noite anterior teria me ajudado a fugir sendo que para ela deveria ser bem melhor me ver sofrer? –Por que me ajudou? Responda isso e eu agradeço.

–Não preciso de motivos para ajudar uma pessoa, simplesmente te vi com problemas e te ajudei. –Ela revirou os olhos olhando para os cantos da sala, depois fez a sua cara de brava. –Isso tudo é ingratidão?

–Fale a verdade, o que quer comigo? –Eu andei e sentei em uma das poltronas existentes no escritório, era difícil notar o que era devido aos diversos livros e outras coisas existentes na sala, mas pela quantidade de papelada existente na mesa dava para ter uma ideia. – Ontem você me tratou daquela forma e hoje vem me salvar só porque é uma ‘’alma bondosa’’? Fale a verdade garota, sou um Commom e não um idiota.

–Esta bem, eu falo. – Ela andou e ficou em pé do meu lado, seus olhos azuis foram de encontro aos meus enquanto ela passava as mãos em seus cabelos vermelhos jogando-os para trás. –É que....bem.....na verdade....quer saber eu pensei em casa mais no que você disse e acabei percebendo que era verdade, a verdade que ninguém nunca falou comigo, ai eu queria meio que te encontrar de novo para te pedir desculpas.

Fiquei meio triste com aquilo, o olhar da garota parecia deprimente e triste, não queria ter causado isso há ela, mesmo que muitas coisas que eu tenha dito seja verdade ela ainda era uma pessoa e ver as pessoas assim me entristecia muito, no fim eu também só tinha dito coisas ruins sobre ela e os Tops, porque eu tinha e ser tão mole com as pessoas? Levantei-me e abracei-a, por ser bem mais alto eu rosto reclinado cabia em meu peito enquanto eu passava as mãos pelo seus cabelos.

–Nem tudo que eu disse é verdade, você me ajudou aqui agora, é uma pessoa boa. –Tentei achar as palavras para anima-la um pouco, ou no mínimo tira-la daquele estado deprimente. –Não fique triste com o que eu disse, você é muito bonita, uma ótima pessoa, só que foi criada da forma errada.

–Pare! Você já disse o que pensa dos Tops e eu sou uma, você não pode mudar isso. –Senti minhas roupas começarem a ficar molhadas, ao abaixar a cabeça vi que ela chorava.

–Tudo bem, eu penso aquilo mesmo dos Tops, mas você é diferente, me mostrou isso agora me salvando dos jornalistas e tudo mais. – Separei-a do meu corpo e enxuguei as suas lágrimas – Agora se recomponha e seja uma Top diferente.

–É verdade o que você esta dizendo sobre mim? – Ela pareceu menos triste e com um pouco de esperança no olhar.

–Sim, pode confiar, sou extremamente sincero e você já deve ter percebido isso. Se estou dizendo é porque é verdade. – Ela sorriu para mim e me deu um beijo rápido logo em seguida, nem deu tempo de tentar corresponder o beijo de tamanha velocidade, após dá-lo ela sai da sala correndo.

O que tinha sido aquilo? Ainda estava pensando porque ela tinha me beijado, ainda mais ali naquele momento, se fosse uma brincadeira de mal gosto dela para depois me zoar eu retiraria tudo o que falei dela, ela seria pior que uma duas caras, seria uma vadia qualquer que acha legal abusar da boa vontade dos outros. Tirando isso da minha cabeça eu fiquei na sala pensando na proposta de Glass, seria ótimo ser seu mecânico, mas muitas coisa implicavam com isso e eu não tinha como saber se daria certo ou não, ate que pensei que estava pensando de mais, era a hora de agir e não de pensar.

Sai daquela sala e fui para o quarto do piloto para ver se o mesmo ainda estava lá, talvez tivesse a sorte dele estar ainda lá ou o azar de já ter partido, mas isso não me importava porque se ele não estivesse a minha vida só voltaria ao normal o que não era ruim, os repórteres e jornalistas ao me verem vieram atrás de mim porém não respondi nenhuma pergunta deles apenas segui em linha reta ate o quarto do paciente que era o ultimo daquele corredor, quando cheguei eu entrei no quarto e fechei a porta desativando a parede de espelho de forma que não pudessem nos ver.

–Finalmente decidiu aceitar a minha oferta. – Glass ainda estava lá e tinha um sorriso de vitória em seu rosto, como todo Top tinha quando conseguia as coisas que todos achavam impossíveis de se conseguir.

–Na verdade eu não aceitei a sua oferta, eu vim te propor a minha oferta. – Seu sorriso mudou para uma cara emburrada e furiosa, aquele homem deixaria qualquer um com medo com o seu olhar fuzilante.

–Como assim? Você não esta na posição de me propor nada! –Ele serrou os punhos e socou a parede de vidro sem nem reclamar da dor.

–Agora escute, eu aceito ser seu mecânico e tudo mais se eu puder levar o meu irmão comigo. Ele só me acompanharia, moraria comigo e essas coisas. – Olhei para ele e seu olhar de touro bravo continuava igual. –O que acha?

–Você esta doido? Você não pode exigir nada, sabe o que esta perdendo!?

–Na verdade nada, se você não aceitar eu volto para minha vida normal que eu acho boa. Na verdade se recusar você que vai estar perdendo um dos melhores mecânicos que poderia arranjar. – Eu sabia o meu valor e sabia que ele também conhecia o quanto eu valia.

–Tudo bem! – Ele desfez o seu rosto furioso e se sentou na cama. – Vou pedir para minha secretaria te passar os papeis e tudo mais, amanha eu quero você e o seu irmão na porta desse hospital as nove com tudo pronto, malas e tudo mais que precisarem. Bem, vou precisar que sai e converse com os jornalistas junto comigo para falar sobre o meu salvamento e sobre o seu contrato.

Como ele pediu eu o fiz, saímos e fomos falar com os jornalistas, na verdade foi somente ele que falou com eles enquanto eu tirava as fotos e acenava com a cabeça ou falava um ‘’Isso mesmo’’ as vezes para não parecer que eu era mudo. Quando tudo aquilo acabou eu fui casa dar a boa noticia para Tyler e ligar para meus amigos contando a novidade, quem sabe poderíamos sair essa noite para comemorar de verdade uma coisa boa, ao chegar em casa olhei para aquele lugar e pensei que sentiria um pouco de saudades de tudo isso, todo o meu passado e a minha historia, subia as escadas e quando cheguei em casa vi Tyler caído no chão todo roxo e machucado com vários ferimentos que sangravam.

–O que aconteceu com você Tyler? – Tentei coloca-lo no sofá, mas o mesmo era não coube então eu tive de leva-lo para sua cama, ele era um pouco pesado mas nada que eu não aguentasse.

–Eu fui tentar avisar para os caras que chamaram a policia ontem para não se meterem comigo e acabamos brigando, eu vim andando com as minhas ultimas forças ate aqui em casa. – Ele tossiu um pouco e saiu um pouco de sangue da sua boca.

–Falei que não era para você fazer nada. - Fui à cozinha e peguei gelo, uma bacia com água quente, panos e outros aparatos para ajudar na hora de cuidar do imbecil do meu irmão. –Agora não grita porque isso vai doer um pouco.

Com a água quente no pano eu passei sobre seus ferimentos para limpar a crosta de sangue e de qualquer outro bicho que estivesse no machucado, quando ele estava limpo só sobrando os buracos deixados pelos ferimentos eu peguei água oxigenada e coloquei sobre os mesmos em seguida segurei Ty com força na cama, os machucados começaram a espumar o que indicava que as bactérias ali estavam sendo mortas além de mostrar que meu irmão estava sentindo muita dor. Estava com tanta pena dele, mas infelizmente não podia fazer nada, quando ele parou de se debater e a limpeza feita pela água oxigenada tinha terminado eu apliquei com cuidado sobre os ferimentos uma pomada para acelerar a recuperação, depois com algodão é esparadrapo fiz os curativos nele.

Só fui me lembrar do que tinha de contar para ele quando o mesmo já estava dormindo, não ia acordar ele para falar aquilo então eu decidi por mim mesmo arrumar as suas coisas e as suas malas, fiquei com medo de que ele não agradasse da minha decisão, mas seria o melhor para mim e para ele de toda forma. Quando o mesmo acordou faltava pouco para as dez horas da noite, fiquei tão preocupado com ele que tinha ate esquecido de ligar para Aysha e Thomas, enquanto Ty se recompunha em seu quarto tentando se levantar eu fui fazer o jantar e ligar para os meus amigos.

O comunicador de Thomas só dava ocupado, sei lá com quem ele falava a essa hora da noite, mas devia ser muito importante, Aysha atendeu de primeira a minha ligação e não acreditou quando eu contei, ela me desejou boa sorte e desligou. Quando a sopa de mandioca com frango desfiado ficou pronta Tyler apareceu se arrastando na cozinha segurando nas paredes, imediatamente fui ao seu socorro ajudando-o a se sentar na mesa, quando o fez e começou a comer eu achei que estava na hora de contar a decisão tomada para ele, porém meu pequeno irmão foi mais rápido e acabou por perguntar.

–Por que arrumou minhas roupas em uma mala? –Ele estava muito fofo com aquela cara de cachorro machucado, me lembrava ate de quando era pequenininho e ralava o joelho e depois vinha ate mim chorando.

–Estava precisando conversar com você sobre isso. – Dei uma pausa na fala enquanto enchia uma colher de sopa e comia. –Eu recebi uma oferta de emprego única e aceitei ela, amanha mesmo nós nos mudamos daqui, a casa ainda será nossa, só não moraremos mais aqui.

–Como assim nos mudar? Que emprego é esse? – Ele se agitou de mais provavelmente abrindo um dos ferimentos pela sua reação seguida da fala.

–Acalme-se se não vai reabrir seus ferimentos. –Tomei mais uma colherada de sopa e voltei a falar. – O homem que eu salvei era o corredor de Maytior Glass Kiutt conhecido como GT, quando fui visita-lo hoje ele me ofereceu o emprego de mecânico da equipe dele já que o anterior os traiu faltando muito pouco tempo para o inicio do grande torneio e eu aceitei.

–Isso é fantástico! – Ele se levantou da mesa e nem pareceu estar sentindo dor alguma.

–Não esta bravo comigo? –Estranhei a reação dele que não era a que eu esperava.

–De forma alguma, essa é a chance de mudarmos as nossas vidas!

–Ele correu ate o outro lado da mesa e me abraçou.

–Bem, que bom que esta feliz, preciso então que esteja com tudo seu pronto ate amanha, temos que estar no hospital as nove da manhã. – No mesmo momento ele tomou o resto da sopa correndo e foi arrumar o que faltava, não achei que ele ficaria tão animado com isso.

Diferente do meu irmão eu consegui apreciar a minha comida demorando para termina-la, acho que por ser a ultima vez que comeria naquele lugar eu queria apreciar e ter uma lembrança ou me lembrar das vezes que havia comido ali afinal mudar de casa nunca é algo fácil. Quando acabei de lavar as panelas eu guardei tudo e lacrei em caixas que eu deixaria na própria casa, porém guardadas para que nada ocorressem com elas, em seguida fui para o meu quarto onde guardei todas as minhas roupas e as minhas coisas, ao acabar percebi que Tyler já estava dormindo e que o relógio marcava meia noite em ponto.

Desci ate a garagem, ou a minha oficina como gostava de chamar e guardei todos os equipamentos existentes lá além das minhas ferramentas básicas que eu teria de levar comigo, assim ao acabar subi para ter meu merecido sono e ao ver que já eram mais de duas da manha nem me dei ao trabalho de ir escovar os dentes, apenas me joguei na minha cama e dormi como um bebê no colo da mãe, minha cama nunca pareceu tão gostosa para mim, parecia que aquele colchão velho tinha a forma do meu corpo se encaixando e relaxando ele da melhor forma.

Quando acordei assustado o relógio marcava exatas oito e meia, corri e chamei Tyler que também correu para se arrumar enquanto eu fiz o mesmo enquanto juntava as coisas para levar para moto, no fim faltava dez minutos para as nove quando liguei a moto e dei partida acelerando o máximo que podia para chegar lá na hora, ate cheguei a recorrer ao meu recurso mais valioso sendo a ativação do upgrade feito nela aumentando assim a velocidade e com a ajuda dos atalhos consegui chegar no prazo.

–Você deve ser o Holden certo? – Uma moça vestida com roupas justas e de cor arroxeada perto de um carro preto falou quando eu cheguei, seus cabelos eram brancos e ela mexia em seu Hand Pad olhando para mim e para ele ao mesmo tempo.

–Sou eu mesmo, e a senhora seria? –A moto já estava estacionada então eu sai dela e segui ate a moça.

–Sou a secretaria e empresaria do Sr. Glass, ele me pediu para te buscar e ao seu irmão. – Ela olhou para moto e com um gesto da sua mão apontou para ela, em seguida dois homens que eu ainda não tinha visto pegaram as nossas coisas e colocaram no carro. –A moto também é sua?

–É sim, mas eu posso ir seguindo o carro guiando ela caso queira

–Não, preciso conversar com você durante o trajeto, mas caso seja necessário um dos meus funcionários pode leva-la ate sua nova residência. – Ela sugeriu estendendo a mão na direção dos dois homens que carregavam as malas.

–Não precisa, meu irmão pode leva-la. –Fui ate Tyler e entreguei a chave da moto para ele. – Olha aqui Tyler, eu vou precisar ir dentro do carro e você vai precisar ir nós seguindo levando a moto.

–Esse dia só esta melhorando, valeu mano! – Ele no mesmo momento pegou a chave e ligou a moto, eu fui para o carro e entrei nele ficando ao lado da secretaria que ainda não havia revelado seu nome.

–Sr. Holden, aqui estão os contratos que você deve assinar, peço que o senhor leia com cuidado todo ele. – Ela me entregou varias folhas presas em um caderno então eu comecei a ler enquanto discutia com ela.

–Tenho algumas duvidas senhora.....

–Kamita, mas sou chamada mais comumente de K ou Ká. – Ela continuava olhando para frente, será que todos os Tops agiam assim como robôs ou desalmados que não olham nem na alma dos outros.

–Tudo bem, K, qual a minha carga horária de trabalho? –Já estava na metade do pequeno caderno quando perguntei.

–Você trabalhara durante todas as corridas além de ter de participar em todas as festas, o horário restante fica sob responsabilidade do senhor. – Ela ainda mantinha os olhos vidrados na frente.

–De acordo com o contrato meu salário variara dependendo da classificação do Glass, como isso funciona. –Olhei para ela e a mesma continuou imóvel.

–Isso é um incentivo feito pela maioria dos empresários, como sabe a classificação é de 12 lugares, seu salário normal é contado do sétimo lugar, dali para baixo seu salário diminuirá e dali para cima ele dobrara sendo que se chegar em primeiro seu salário dobrara e se ele chegar em ultimo o mesmo será cortado pela metade. – Isso era meio injusto pois dependia muito das qualidades do corredor e não do mecânico, mas sabia que o GT era o melhor corredor da liga.

–Tudo certo então, onde eu assassino? –Finalmente ela olhou para mim e apontou para três paginas as quais logo tinham a minha assinatura.

Durante o resto do percurso a secretaria não falou nenhuma palavra, quando chegamos há um grande hotel os dois homens tiraram as malas e as levaram para dentro enquanto meu irmão estacionou a moto na vaga referente ao nosso quarto, sem demora subimos para o mesmo e lá fomos deixados para aproveitar aquele dia magnifico! Meu apartamento era enorme tendo quase que dez vezes o tamanho da nossa antiga casa, a sala de estar era quase do tamanho da casa na verdade, os quartos era gigantes com camas que caberiam ate cinco pessoas confortavelmente, banheiros enormes com banheiras de hidromassagem. A cozinha então nem se fala, um fogão bem melhor com um forno quase que profissional e uma geladeira cheia de condimentos, Tyler foi correndo pegar o maior quarto e nem me importei com tal porque qualquer um dos quartos me agradaria.

Arrumei as minhas coisas no nosso novo lar enquanto meu irmão se divertia descobrindo novas coisas sobre o prédio e o nosso apartamento, por enquanto ele estava fascinado com as cinco piscinas saindo do fascínio pela academia e pelas outras atividades de lazer, o bom que pelo que estava escrito no contrato o hotel e a nossa hospedagem eram bancados tendo acesso a tudo que quiséssemos do prédio. Quando acabamos eu fiz o nosso almoço bem reforçado já que não tivemos tempo de comer nada com a correria da manha, quando acabei deitamos e dormimos ate que a campainha tocou sendo isso às cinco da tarde, eu abri e percebi que era o Sr. Glass.

–Entre Sr. Glass. – Ele fez e se sentou no sofá, eu o segui e me sentei ao seu lado esperando que ele respondesse o motivo da visita. –A que devo a honra da sua presença?

–Vim te buscar para te mostrar onde você irá trabalhar. E não precisa me chamar de Sr. Glass, só Glass mesmo. – Ele disse enquanto olhava para o seu relógio, infelizmente para atrapalhar a socialização entre nos dois, Tyler resolveu aparecer na sala só de cueca, devia ter acabado de acordar e do jeito sonso que era nem devia ter percebi que havia visita na casa.

–Quem é esse? –Ele espreguiçou-se e o Sr. Glass virou para trás vendo ele, uma vergonha bateu forte em mim, mas se bem que ele estava em casa e podia se vestir do jeito que quisesse lembrando que a reputação dele que iria cair com o meu patrão e não a minha.

–Presumo que esse seja seu irmão Holden, qual o seu nome mesmo? Tyrion? Taylor? Tyler! Isso mesmo, seu irmão mais novo Tyler. – Os olhos do senhor Glass fixaram-se no meu irmão, ele estaria interessado nele a fins profissionais ou seria aquele tipo que aprecia homens? Não iria saber a reposta de toda forma, então tratei de apresenta-los.

–Glass esse é o meu irmão mais novo Tyler, e Tyler esse e o meu patrão Glass. – Disse enquanto gesticulava um para o outro, depois olhei para Tyler que ainda parecia não ter percebido as vestimentas que usava. –Tyler se não se importar pode ir colocar uma roupa? Não temos de ficar visualizando o seu corpo quase desnudo.

–Qual o problema? Estou em casa mesmo. – Ele passou as mãos sobre os seus cabelos e depois as colocou na cintura como se quisesse mesmo exibir o seu corpo.

–Fique calmo Holden, já fui um garoto como ele, e como o mesmo disse ele esta em casa. –Glass abriu um sorriso para Tyler que correspondeu provavelmente sem pensar no que eu estava pensando. – Agora vamos Holden para eu te mostrar onde vai trabalhar?

–Tudo bem. – Olhei para Tyler que se aproximava. – Vou sair e já volto, vê se não destrói a casa no primeiro dia esta bem?

Ele assentiu com a cabeça e eu sai com Glass que pegou o elevador e levou nós ate o ultimo andar usando uma chave de acesso especial, esta qual ele me entregou uma copia quando a porta se abriu. Ao sairmos do elevador vi todo um andar do prédio ocupado por uma gigantesca oficina com no mínimo cinco motos visíveis de inicio mais milhares de peças espalhadas pelas paredes além de outras maquinas que nem em sonho eu pensaria em ter na minha pequena e humilde oficina.

–Bem, vou te explicar algumas coisas que eu acho que você já deve saber. –Ele foi andando ate uma das motos e se sentou apoiando nela. – De inicio, Maytior é uma corrida de motos pelas pistas criadas pelos programadores, essas pistas tem vários níveis de dificuldades com desafios únicos, assim cada corredor deve ultrapassar essas pistas e chegar na final tendo de enfrentar em algumas pistas ate criaturas ou robôs enquanto corre. Para que tenha que desmontar todo o prepara de uma pista para montar outro novo na mesma moto temos aqui varias motos para que sejam já classificadas pela pista e depois caso corra na mesma pista só atualizar a moto.

–No caso posso trabalhar diferentes coisas em diferentes motos para as diferentes pistas sem ter de me preocupar em desmontar. –Sorri enquanto tocava nas peças ali sonhando com as coisas fantásticas que faria.

–Isso mesmo, agora o seu desafio. –Ele olhou com receio para mim. – Você tem três dias para adaptar uma dessas motos para a próxima corrida que será na manha daqui quatro dias, você sabe o que tem de fazer e aqui também teremos algumas informações da pista, as mesmas informações liberadas para todos os mecânicos e corredores. Bem, sei que é um prazo pequeno mas....

–Eu consigo! –Virei para ele e estiquei a minha mão. – Se prepare para correr na melhor moto que você já viu!

Ele sorriu e apertou a minha mão com força, no mesmo momento ele foi ate o elevador e desceu me deixando sozinho para pensar, sem duvida era um grande trabalho que eu sabia ser muito difícil ate mesmo para mim, tinha de conseguir pensar nas alterações necessárias a serem feitas para passar cada um dos obstáculos das pistas além de ter de fazer isso tudo em três dias enquanto os outros mecânicos tiveram quem sabe, meses para fazer isso. Porém eu confiava em mim mesmo e sabia que eu tinha o conhecimento e potencial para fazer aconteceu e de fazer uma moto excelente para Glass correr.