Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 10
Under the stars




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MAXON POV

O céu estava de um vermelho âmbar, com um arroxeado e um azul tulipa. A temperatura estava caindo, mas ainda podia sentir uma brisa morna em meu rosto. As folhas voavam levemente para cima da pequena estrada, enquanto eu e America andávamos um pouco mais para dentro da floresta, que cercava o campo. Estávamos em silêncio, apreciando aquele momento, até ouvirmos um barulhinho de água. Mais à frente, havia um riachinho, bem pequeno, mas sua água parecia límpida e fresca.
– Vamos...ficar aqui. - Ela disse, apontando para um cantinho acolhedor, abaixo de uma árvore grande, ao lado do pequeno riacho.
– Tudo bem. Eu vou trazer o cavalo mais pra perto, já volto. - Ela concordou.
A noite estava realmente muito agradável, e o céu começava a estrelar. Peguei as rédeas do animal e o levei perto de onde estávamos, mas mantendo certa distância. Peguei uma manta que estava debaixo da cela, e a carreguei comigo.
Nossa, nunca imaginei que fugiria de cavalo, levando uma linda donzela em meus braços, como nos contos infantis. Só que no meu caso a nossa vida não seria "feliz para sempre", nós ainda não tínhamos um lugar para ficar e eu ainda me preocupava com America, mas ao mesmo tempo sentia que eu estava muito melhor ao seu lado. Ela mantinha a minha mente ocupada, e só de olhar em seus olhos eu podia esquecer por alguns segundos, minutos ou horas o que ocorrera no palácio. Aquilo foi demais pra mim, e eu achava que fugindo eu teria paz, mas eu acho que perderia a cabeça todo esse tempo sozinho, e acabaria me rendendo. Foi então que America entrou na história. Ela fazia com que cada parte de mim quisesse cada vez mais me afastar daquele lugar. Foi então que percebi: ela seria uma das principais razões para eu querer voltar ao palácio, haviam outras, mas ela era uma das que mais se destacava. Agora que ela escolhera ficar do meu lado, era muito mais fácil me desprender de lá.
Ainda andando e observando as estrelas, vi que ela estava em frente a um monte de madeira, tentando, talvez...acender uma fogueira. Era engraçado vê-la forçando um galho no outro, tentando fazer atrito. Ela soltava uns gemidos de raiva e apertava os galhos com mais força. Era óbvio que nunca havia feito isso, conclui, segurando o riso.
– O que aconteceu com o seu cavalheirismo? Vai ficar ai parado?!
– Desculpe, mas...você não deve ter feito isso muitas vezes.
– Não, nunca fugi num cavalo e dormi numa floresta com o príncipe de Illéa.
– Pra tudo tem uma primeira vez. - Ela riu.
Me aproximei, deixei a colcha no chão e me agachei, pegando os pedacinhos de madeira e fazendo o atrito perto das folhas, como uma vez um de meus instrutores de ciências havia me ensinado, quando garoto.
Após acender, abri a colcha e nos sentamos, olhando para o fogo alaranjado. Agora já estava ficando bem frio, o que me deu a impressão de que estávamos um pouco longe de Angeles, onde o frio não existia.
– Você roubou. - Ela disse, quebrando o silêncio.
– Eu?
– É. À tarde, eu que te beijei. E a noite fui eu de novo, o que me da 2 pontos de vantagem.
– Não senhorita. Com todo o respeito, se eu não tivesse chegado mais perto, não teria me beijado. O crédito é todo meu.
– Ah! Então é assim? Vamos ver...
– Com certeza, minha querida. - Ela me olhou, maliciosa.
– Agora já chega.
Ela pulou em cima de mim e começou a tentar fazer cócegas, mas ela não sabia com exatidão os pontos certos. Fingi uma cara séria.
– Ah, eu sempre soube que príncipes são chatos.
Rimos e após mais um tempo voltamos a olhar para o fogo. Percebi que ela estava tremendo um pouco, então arranquei minha jaqueta/farda e coloquei em volta da jaqueta que ela também estava usando. Percebi que também pertencia ao soldado Leger, que me ajudara. Ela notou e tentou se explicar.
– Eu...eu implorei que ele me ajudasse. Ele não teve culpa, eu disse que...
– Tudo bem, tudo bem. Não me arrependo que esteja aqui. Gosto de sua companhia. - Ela sorriu, mas logo em seguida reparou nas grandes feridas expostas, como se só houvessem surgido agora. Hesitante, ela começou a perguntar:
– O que...o que aconteceu enquanto eu dormia? - Me olhou preocupada.
– Não foi sua culpa. Você...só estava dormindo, não sabia que isso me aconteceria. - Ela se aliviou um pouco, mas ainda me olhou com um pouco de culpa. Continuei. - Eu voltei ao meu quarto e...meu pai estava lá, me esperando. Discutimos e deixamos que todas as verdades escapassem, mas ele não estava muito afim de conversar. Você já sabe o resto. - Me olhou com mais culpa ainda. - Não foi sua culpa. Você não sabia. Eu além do mais eu já estou bem, juro.
– Eu...eu posso? - Disse, apontando para as feridas. Assenti com a cabeça.
Ela se levantou e começou a olhar cada ponto, cautelosa. Me senti...sujo. Não queria mostrar essas marcas a ela, então peguei sua mão, de leve. Ela entendeu e voltou a sentar-se, me olhando com algumas lágrimas.
– Muito obrigada, Maxon, sério. Se você não tivesse me defendido naquela tarde...não teria apanhado tanto assim. Me desculpe.
– America, se você não tivesse me defendido antes, eu apanharia de qualquer jeito. Você foi muito corajosa, como eu nunca fui. Você o enfrentou e me deu motivos para enfrentá-lo também, se não tivéssemos brigado com meu pai, jamais estaríamos aqui. Apesar de termos comido uma maçã, estarmos sujos, dormindo em uma floresta e em cima de uma manta de cavalo, ainda é um momento muito preciso, porque a sua presença torna tudo mais especial.
– Eu não queria estar em mais lugar nenhum agora. A sua presença também é muito especial pra mim, Maxon, e sempre serei grata pelo que fez.
Ela apoiou a cabeça em meu ombro, enquanto eu entrelaçava nossas mãos.
Após alguns segundos, nos deitamos e começamos a olhar as estrelas.
– São lindas. - Ela disse lentamente, sonolenta. - Eu queria poder pegá-las e guardá-las em um pote, pra lembrar desse momento, e de quando...as observamos no palácio.
– Escolhe uma, eu subo e pego pra você.
– É sério.
– Eu sei.
– Ah, não sou boa com escolhas. - Disse, sarcástica.
– Eu sei. - Ela me deu um leve tapinha no braço.
– Escolhe você, a estrela mais bonita.
Me virei e a encarei.
– Estou olhando pra ela agora.
Ela me deu um leve sorriso, e logo depois adormeceu, serenamente, enquanto eu continuava a olhar.
America conseguia ser a garota mais interessante que eu conhecera, porque me mantinha fascinado e encantado até quando dormia.


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