Running With You escrita por SweetMeri


Capítulo 9
First day




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AMERICA POV

Então passamos a tarde inteira rindo de piadas que só nós entendíamos, andando e parando, revezando quem "dirigia o cavalo", longe de nos preocuparmos com horários e tarefas. Já estávamos longe do palácio, sem nos preocuparmos se vinham atrás de nós ou não. Tínhamos saído do palácio no começo da manhã, e já era fim de tarde, talvez umas 5 horas. O dia passara voando! O mais legal de tudo, era que a cada curva que virávamos sem motivo algum( já que não estávamos indo para nenhum lugar específico), encontrávamos lugares tão simples que chegavam a ser INCRÍVEIS. Vales de girassóis ou montanhas verdes com grama fofa. Uma paisagem aberta e inabitada. Como disse, tão simples que chegavam a ser perfeitas.
Agora eu estava dirigindo. Estávamos em silêncio, um pouco cansados pelo dia exaustivo. Senti dedos atrás da minha orelha, descendo para o pescoço e braço.
– Maxon, NÃO! - Comecei a me contorcer, tentando manter a calma.
– Qual o problema, minha querida? - Ele continuava a provocar, debochando.
– Não...MAXON EU VOU...AH...EU...você vai...AH! - Eu estava quase passando mal de tanto que ria. Droga, eu nunca devia ter deixado ele saber dos meus pontos sensíveis de cócegas.
Parei o animal rapidamente, e desci correndo, enquanto ele descia e prendia o cavalo na sombra de uma árvore, em seguida correndo atrás de mim.
Ele havia me contado que tinha cuidado das feridas antes de fugir, que estava acostumado e que a dor já havia passado. Me senti um pouco melhor sabendo disso, mas vi que ele ainda se movia com dificuldade, e deixei que me pegasse.
Caímos no chão, ele não parava de fazer cócegas. Ah, nossa, eu estava quase morrendo de rir. Comecei a jogar folhas em cima de seu cabelo, mas ele não se importou, ainda me fazendo cócegas e jogando algumas folhas em mim. Nos sentíamos tão...livres pra fazer de tudo, sem nos esconder. Estávamos adorando.
Mas a brincadeira acabou, assim que meu estômago roncou e nos tocamos da realidade. Ele, principalmente. Ainda éramos humanos. Não tínhamos trazido água ou comida. Ele pareceu se culpar por isso, e sua expressão ficou preocupada e ao mesmo tempo tensa, com raiva de si.
– Você...tem que comer. - Ele disse.
– Você também. - Ele continuou a desviar o olhar, preocupado.
– Não se preocupe, eu vou achar...alguma coisa.
– Sem problemas. - O clima estava muito estranho entre nós, como se não nos conhecêssemos mais.
Ele começou a fuçar em volta, nervoso. Fiquei com raiva.
– É FOME! Não...não haja como se tivesse culpa. Não tem. Maxon... é fome.
– America, eu sei! Eu...ouvi o que você disse. Entendi, você...não quer nada. Não precisa de muito pra viver. Mas...concordar que você ficasse, foi um erro. Eu não...sabia que me sentiria tão horrível vendo você passar fome. Eu não quero ver isso. Não quero que SINTA isso.
Era como se Aspen estivesse falando. Eu não queria isso. A última coisa que eu queria, era compará-los. Maxon não podia agir assim.
– Maxon!!! Você está acostumado a dar tudo aos outros, porque tem tudo. Não me dê nada! Eu não estou "passando fome", eu ESTOU com fome, assim como eu sentia no palácio e em casa. TODO MUNDO TÊM FOME. Não se culpe por cada detalhe. Por mais que queira assumir a culpa, VOCÊ NÃO É CULPADO. Eu decidi estar aqui e já deixei bem claro. Não quero discutir de novo!
– ESSE É O PROBLEMA! Se eu não tivesse fugido, você não viria atrás! Não tinha que decidir estar comigo se eu tivesse ficado...
– NÃO SE CULPE!!! Você teve que fugir da situação...
– NÃO! Eu tinha que ter ENFRENTADO de frente, como você. Eu tinha que...Eu sou um covarde...
– Não.
– Eu sou sim!
– NÃO!!!
– Estamos parecendo duas crianças!
– Por favor, não vamos discutir de novo. Vamos achar comida e tudo vai ficar bem. Só não...olha pra mim assim.
– Assim como?
– Esse olhar de...pena. Não gosto de pena. Não gosto. - Estava cansada.
– Mas quando começou aquela guerrinha, não pareceu detestar as penas... - Ele tinha duas opções: continuar o assunto achando que eu sou a "rainha do mundo" e mereço o planeta inteiro, ou fazer uma piada do problema e nos deixar no mesmo nível, como dois ser humanos normais que precisam comer. Ele escolheu o humor, ainda bem. Ri.
– Está querendo me desafiar?!
– Se você acha que... - Ouvimos o cavalo ruminar e olhamos em sua direção. Ele estava tentando alcançar maçãs. MAÇÃS!
Corremos e começamos a pegar as maçãs da macieira, que não havíamos reparado. Podíamos ter evitado uma briga. Maxon passou as primeiras para mim, com pressa, como se eu fosse morrer de fome. Eu podia contestar, o que iria acabar em MAIS brigas. Decidi ficar quieta e comer.
– É, acho que o cavalo é mais competente do que nós... - Ele disse irônico. Aquele clima leve estava de volta. UFA!
– Pois é.
Sentamos na beira da estrada, enquanto o sol se punha e o horizonte nos encarava, limpo e alaranjado. Uma brisa morna de fim de tarde bateu em meu rosto, trazendo memórias do meu primeiro dia na Seleção. Fechei meus olhos, apreciando o momento. Eu não estava em um palácio, com comidas chiques ou móveis de luxo. Aquilo tudo era bom, claro, mas...um simples fim de tarde em uma estrada, sem muita comida, e ao lado de Maxon, já era algo perfeito, talvez até melhor que o palácio. Simples assim.
Ao abrir meus olhos, reparei que Maxon me encarava, com um sorriso no rosto.
– Que foi?!
– Nada. Você fica linda no fim de tarde. Só que não dava pra ver muito bem dentro daquele lugar.
– Que nada. Sem vestido e maquiagem? Não sou párea para aquelas garotas. - Brinquei.
– É sim. Claro que é. Você não precisa de vestidos pra ser bonita. Você já é perfeita assim.
Não vou mentir. Senti uma vontade incontrolável, muito forte mesmo de perguntar se ele pensava assim de Kriss também, mas me contive. Ele havia fugido COMIGO. Eu era importante para ele. Não haviam motivos pra brigar, certo?
Fomos nos aproximando, aos poucos. Estávamos tão perto. Quase nos beijando. Quase...até que o cavalo ruminou, de novo. ÓTIMO. Nos separamos.
– Acho melhor entramos no mato e achar um lugar pra dormir. - Ele disse, desapontado.
Ah, dessa vez eu queria beijá-lo também. Então... por que não fiz isso? Por que nos separamos? Por causa de um cavalo?! NÃO.
Me levantei. Ele estava um pouco mais à frente. Corri e dei um leve puxãozinho em seu braço. Ele virou confuso, e eu o beijei. Foi um beijo terno, calmo, rápido, como se tivéssemos mais tempo para isso. Realmente tínhamos. Ele sorriu no final do beijo.
– Tá rindo de que?!
– É que... Você não...não me beija muitas vezes.
– Nos beijamos, mais cedo!
– Mas fui eu que comecei.
– Bom, eu não sabia que tinha um placar. Agora fui eu que comecei. - Ele riu, e segurou minhas mãos.
– Eu sei. Agora está comigo... - Ele me olhou, desafiando.


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