Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 69
Capítulo 69. Mudança de planos


Notas iniciais do capítulo

Atrasada de novo, mas foi porque travei em uma cena, só faltava ela para entregar, desde a semana passada.

Não consegui consertar os travessões, porque estou tendo que postar do celular.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635649/chapter/69

Capítulo 69.  Mudança de planos

—Não se atreva! - Tirei o lençol do rosto e encarei a cara deslavada de Longbotton prestes a cometer o crime mais atroz que a sociedade já viu, novamente.

—Como você sabia o que eu ia fazer?

—Porque a desgraça é tão grande quando você toca esse maldito violão que até mesmo as partículas de poeira se agitam em desespero! - Ele me encarou divertido, sentado em sua cama sem camisa, dedilhando aquela coisa amaldiçoada e nefasta. - Puta que pariu, Longbotton, são cinco horas da manhã! Você ia tocar essa porra cinco horas da manhã?!?!

—Ia tocar em um crescendo para você, para que tivesse um despertar tranquilo... O seu despertador é muito assustador. - Taquei meu despertador na cabeça dele e o filho da mãe desviou dele sem nem tirar os olhos do violão. - Viu? Você é muito estressado, se meu plano tivesse dado certo, você...

—Vai se foder. - Bati a porta do quarto na cara dele e mesmo assim ainda pude ouvi-lo rindo cinicamente.

Se eu achava a cara dele irritante, não imaginava que a personalidade era ainda pior! Isso explica porque Louise se apaixonou, o garoto é um maldito pirracento de primeira linha. Quando não estava sendo falsamente simpático, mas me dando rasteiras pelas costas, ele estava fazendo isso.

Já tinha perdido as contas de quantas vezes eu tinha tropeçado no case do violão dele, que ele jura que vai encontrar um lugar para colocar – minha sugestão usual é no rabo dele ou no do treinador Potter – ou de quantas vezes ele tocou uma música motivadora para mim ou me disse respostas erradas para meus exercícios das aulas ou... Ou... OU:

"Só estou fazendo umas modificações nas suas jogadas, coisa boba, você nem vai notar"

Claro que eu não vou notar esse moleque estúpido riscando metade do que eu escrevo e rabiscando suas baboseiras no MEU caderno! Olha, juro que já estourei meu limite de paciência com ele e ninguém vai salvá-lo quando eu resolver enfiar a mão na cara gótica suave dele!

Entrei no ex-banheiro dos monitores – que era a única coisa boa que tínhamos ganhado nessa história de dormitório novo - só para dar de cara com Tony, Connor e Lia conversando animadamente dentro d'água.

—Mas o que diabos está acontecendo aqui?

Tony estava sentado na borda da banheira gigante com apenas os pés dentro d'água, enquanto Ginns boiava tranquilamente em direção às torneiras de jato colorido e Lia me encarava só com os olhos amostra.

—Decidimos treinar bem cedo, porque os aparelhos ficam vazios e agora estamos tomando banho. - Tony me explicou sorridente e eu franzi o cenho para ele, desde quando essa criatura gosta de acordar cedo em pleno sábado? - Escuta só, Lia estava me explicando sobre esse livro que ela ganhou sobre interpretação de sonhos, conta pra ele, Lia!

Eu revirei os olhos e a morena se apoiou na borda, me olhando como se o que o que ela fosse falar fosse digno de nota. Ela sorriu pra mim e depois olhou para um Tony realmente empolgado.

— O livro nos ajuda a interpretar o verdadeiro significado dos sonhos. – Ela me olhou sorridente e eu a encarei cético, como sempre. – A propósito, bom dia, capitão.

— Se você está dizendo... Colocarei na categoria “conhecimentos inúteis do mundo”, junto com a leitura no pó de café.

Sim, eu ignorei o bom dia cínico dela de propósito.

— É leitura na borra de café, que se chama cafeomancia, para a sua informação. – Eu me lembrava disso, mas deixei a tonta pensar que tinha me ensinado algo novo. – Vai me dizer que as coisas que eu te disse não se concretizaram?

—Como pode ver, minha criança, nenhuma mudança enorme aconteceu na minha vida, ainda tenho que olhar para sua cara, não tenho? De mais a mais, o seu público-alvo é gente desocupada como Tony, com muito dinheiro e pouco juízo, não eu. 

— Infelizmente apenas uma das duas coisas que você disse sobre mim é verdade... – Ele se lamentou, então provavelmente estou errado na parte do muito dinheiro. Me pergunto onde esse trasgo gastou a mesada dessa vez.

— Deixe de chatice a essa hora da manhã, capitão, ninguém gosta de gente rabugenta.

— Isso explica seu fã clube, Lia, você sendo esse doce de garota...

—Enfim, continuando e ignorando os descrentes, meu amiguinho aqui sonhou que estava em uma festa em uma clareira distante e de repente todos sumiam, a música parava de tocar e... O professor Binns o dava um baita susto, surgindo de trás de um olmo velho e quebrantado.

—Eu acordei depois disso, porque o professor Binns pode sim ser um fantasma muito assustador! - Tony assentiu enfaticamente e eu olhei para a cara de Lia, que parecia estar levando a sério essa besteira.

—E o que essa merda significa? Que Tony precisa estudar mais para o teste de História da Magia? Porque assustador mesmo será o boletim dele...

Ginns havia parado de boiar e agora estava assistindo a nossa discursão com uma expressão divertida. Lia se aproximou da borda e se colocou ao lado do meu amigo idiota, apoiando uma mão em seu joelho.

—Sonhar com fantasmas dando susto significa que você passará por dificuldades em breve. - Tony arregalou os olhos e eu apenas continuei a me despir para entrar na água cujo vapor era bastante atraente. - Precisa ser forte, garoto.

—Nossa! - Ele ficou sem palavras por um momento e eu quase perco sua próxima pérola no mergulho que eu dei, jogando água na cara de Ginns. - Acho que eu prefiro a leitura da borra de café, isso de sonho é muito macabro.

—O café te diria o mesmo, querido, o método não muda o destino.

—Será que é melhor cancelar nosso encontro duplo hoje, cara? - Ginns falou, também subitamente sério com as idiotices de adivinhação de Lia. Espera um minuto aí...

—Que história de encontro é essa, Tony? Você não ia me ajudar lá com os catarrentos na aula de como montar em uma vassoura? - O garoto saiu do seu devaneio para me encarar com um sorriso amarelo.

—Eu ainda vou, mas talvez eu chegue um pouquinho de nada atrasado. - Ah esse miserável que não pode ver um rabo de saia! Deixe Rose Weasley ficar sabendo disso!

—Vê, Lia, isso é um desgraçado que troca os amigos por uma vadia de orelhas esquisitas... - Ginns riu da minha indignação com a traição de Tony e eu resolvi esclarecer os pontos. - A vadia de orelhas esquisitas é você, idiota.

—Hey!

—Deixa de ciúmes, estarei de volta a tempo de ver a primeira queda de cara de um dos seus aprendizes, pode anotar. - Fiz um gesto obsceno para ele, que chutou água na minha direção. - Nhon, que fofinho, espera aí que eu vou te dar um abraço.

Ele desceu na água, trocando de lugar com Lia, cujo corpo nem pude apreciar direito em um biquíni minúsculo, já que o que Tony chamava de abraço era na verdade um afogamento em parceria com um corvinal idiota. Infelizmente eu engoli bastante água com gosto de pétalas de rosas.

O café da manhã dos campeões!

Ao menos foi bom para saber que não eram todas as águas do mundo que me faziam ter um ridículo ataque de pânico. Como eu havia dito a Segundo, em uma piscina aquecida teria vencido ele com uma mão nas costas.

Depois de ter arrancado a roupa de baixo dos dois inimigos na batalha aquática épica com um feitiço não-verbal - fazendo Sienna, que acabara de entrar com Maggie no banheiro, rir da cena de Tony e Connor tapando as partes com toalhinhas rosas mínimas que sempre ficam  próximas a banheira - me dirigi ao meu mais importante evento do dia: minha aula inaugural de Quadribol.

Estava fazendo um dia bonito de outono na Escócia, daqueles que se você respirasse fundo o suficiente, sentiria o frio da manhã queimar os pulmões, mas que ao mesmo tempo o sol aquecia a pele satisfatoriamente.

Perto do lago soprando uma neblina matutina bem característica, estava um grupo relativamente grande de alunos de todos as faixas etárias. Me surpreendi com a adesão ao meu programa ainda não patenteado de ensino de Quadribol para jovens energúmenos.

—Mas o que é isso aqui? Essas aulas são só para sonserinos, você eu sei que é da Corvinal e você e você e, mas que bosta, a maioria de vocês nem é da Sonserina!

—Bom dia, Cesc, tudo bem com você? - Encarei Lily com os braços cruzados e ela me sorriu com a cara mais cínica do mundo. Por isso que estou evitando gastar meus bom dias em Hogwarts. - Eu meio que comentei por alto em uma aula que iria participar desse grupo e as coisas tomaram essa proporção assombrosa, que coisa, não?

Que coisa, não? Não sabia que a caçula dos Potter tinha esse bocão todo, mas isso explicava porque havia tantos secundaristas no grupo, só não explicava os mais velhos.

—Vocês dois não são secundaristas, como ficaram sabendo disso aqui? - Uma dupla que eu estava quase certo que era do quinto ano da Lufa-lufa deu de ombros depois de se entreolharem.

—As notícias voam, cara! - Eu franzi o cenho para o tom informal de um deles, que imediatamente consertou a postura. - Quero dizer, capitão. As notícias voam, capitão.

—Ok, ouçam todos! - O grupo com umas quinze, dezesseis pessoas, que já estava calado, formou um quase círculo ao meu redor. - Eu quero dois grupos: um que entende alguma coisa de Quadribol e o outro que não entende "mas acha que pode chegar a entender um dia".

Imitei uma garotinha animada na última frase e qual não foi a minha surpresa ao ver que os lufanos foram para o lado dos inexperientes e todos os sonserinos foram para o lado de quem sabia o que estava fazendo. Apontei para as duas garotinhas que estavam cada uma em um extremo do grupo, Lily muito perto de Marco Habermas para ser saudável e Lena quase se enfiando no lago.

—Vocês duas passem para lá agora. - A ruivinha me olhou indignada, mas a boneca aprendiz de Anabelle me olhou meio que aliviada. Fui ainda mais enfático do que antes. - Agora, Potter, ou vou jogar você no lago sem suas boias de braço.

—Isso é um absurdo, Cesc, você sabe muito bem que eu...

Ela não completou  a frase porque eu realmente  a atirei no lago com um aceno de varinha, só que na parte rasa da borda, porque ainda não cheguei a esse nível de loucura. Assim que vi um emaranhado avermelhado de cabelos emergir na água, virei para frente para encarar o restante do grupo.

— Mais alguém afim de questionar meus métodos? – Marco sorriu satisfeito ao ver que os alunos mais velhos das outras casas pareciam intimidados e os mais novos nem respiravam direito. -Bom.

***

No fim das contas a aula foi proveitosa, o grupo que disse que sabia algo de Quadribol realmente não era de todo ruim – o que significa que já posso explorar jogadas em equipe com eles e separar por posição – mas no grupo ruim de doer estava Lena, então eu estava tendo que ter uma conversa séria sobre humildade com Lily.

— Vou jogar você no lago quantas vezes for preciso até você aprender a controlar esse seu ego Potteresco!

— Até parece que você não fica por aí exalando arrogância a torto e a direito! Até onde eu sei, o nome disso é hipocrisia. – Parei a garotinha ruiva pelos ombros e a encarei sério. – Eu jogo bem, não devia estar com os fracassados iniciantes!

— Nem você, muito menos eu somos melhores do que ninguém, se não está disposta a ouvir o que eu tenho para te dizer, se acha que já sabe tudo, nem precisa ir no próximo encontro, Lily.

Ela me olhou magoada e fez biquinho, mas hoje eu estava irredutível, porque Lily tinha passado a maior parte do treino se exibindo para uma Lena que ainda tinha um pouco de dificuldade em se equilibrar na vassoura, sendo que ela já estava apta para os exercícios com objetos em uma das mãos.

Eu sabia que Lily já estava mais avançada, só a coloquei no grupo dos mais inexperientes porque tem algumas técnicas de voo que eu vou abordar com mais ênfase nele e mesmo com toda a sua habilidade genética para o esporte, Pottinha ainda é uma garota magricela de doze anos que precisa aprender a usar sua estrutura pequena a seu favor!

— Eu quero ouvir o que você tem a dizer, eu só... – Ela desviou o olhar para o chão, aumentando ainda mais a expressão emburrada. – Não é justo que ela queira a mesma coisa que eu, ela sabe o quanto eu quero ser apanhadora, essa foi a primeira coisa que eu disse para ela quando nos conhecemos!

— Entendo tudo isso, mas não justifica você ficar atazanando ela! Lena quer tentar a vaga de apanhadora próximo ano, assim como você e isso é tudo. Pode parecer que tem mais, mas não tem, agora as duas compartilham um sonho, só!

— O sonho de uma exclui o da outra, então... Isso faz da gente inimigas!

Eu respirei fundo, porque Lily era competitiva demais e eu não tenho paciência para isso.

— Talvez faça mesmo, Pottinha, mas eu acho que tinham muitas outras coisas que faziam vocês duas serem amigas, pena que uma só colocou tudo a perder...

— A culpa é dela, Lena que não deu valor a nossa amizade! – Ela resmungou e eu resolvi deixar por isso mesmo, porque Lily sabe ser teimosa feito uma porta.

— Então tá, unicórnio, mas não quero que repita esse comportamento na aula, estamos entendidos? – Ela deu de ombros desdenhosamente, então a segurei pelo queixo Potter naturalmente atrevido. – Estamos. Entendidos?

— Sim, capitão. – Ela falou em um tom de afronta, mas depois sorriu. – Estou começando a treinar o tom de Lia para quando eu for da equipe e tiver que te responder.

Ah Lily, não queira imitar o tom de Lia, você não faz ideia de quantas coisas ruins tem por trás desse tom... Ela saiu quase dando saltinhos, espevitada como sempre e eu torci sinceramente para que ela e Lena fizessem as pazes logo, as duas cobrinhas se mereciam, na minha humilde opinião.

— Pensei que a pirralha da minha prima não fosse embora nunca! – Segundo chegou sorrateiro, me assustando grandemente, esse filho de uma lesma muquenta! – Vem comigo, tenho uma jogada que eu preciso te mostrar.

— Por que não pode falar sobre isso na reunião, como uma pessoa normal? 

— Porque nossa reunião foi há séculos e é muito perigoso ter uma por agora!

Ah, ele estava se referindo a algo para o Ocaso! Bem, nem todo mundo pega os sinais super sutis como você, trambiqueiro, mas óbvio que eu não disse nada disso, apenas o segui pelo caminho tortuoso que ele estava fazendo.

— Você tem a minha atenção, garoto.

— Bem, uma breve história sobre a construção de Hogwarts...

— Sério, cara?

— Me deixe contar!

“ Os fundadores eram bruxos extraordinários, todos quatro excelentes feiticeiros também, o que propiciou que a construção de Hogwarts se desse em um tempo relativamente curto e sem imprevistos, como esperado por toda a comunidade bruxa da época.

Haviam escolhido bem o terreno, uma área permeada de magia antiga e cercada por uma densa floresta habitada por criaturas míticas de um lado e banhadas por um lago misterioso e perigoso a frente, duas barreiras naturais poderosas, que os bruxos juraram proteger como se fizessem parte da escola... E assim foi”

— Que bonito e poético, alguém fez o dever de história, mas eu não entendi ainda porque diabos você está falando disso!

— Calma, que eu já estou chegando lá!

“Os fundadores tinham muitas coisas para fazer, acordos para firmar, professores para contratar, feitiços para aplicar, então resolveram que o melhor para a escola era seguir os desenhos naturais da área acidentada que escolheram: projetaram Hogwarts para seguir as curvas e recortes do terreno, como uma forma orgânica que respeita o solo sagrado em que foi construída.

E é sobre isso que vamos falar hoje. Nunca se perguntou porque existem tantos armários de vassouras nessa escola? Dá quase para guardar todas as vassouras da comunidade bruxa britânica por aqui!”

— Então os armários de vassouras não foram feitos para guardar vassouras? – Resolvi dar um crédito ao garoto, que realmente parecia ter um propósito com essa conversa despropositada.

— Nope!

— E qual é a função deles então?

— Bem, ninguém ia querer ver seus filhos estudando em salas com algumas paredes tortas por causa de um terreno acidentado, não é mesmo?

— Na verdade Uagadou é exatamente assim, só que com um acabamento elaborado e intricado nas paredes mais assimétricas.

Fred me olhou impaciente, como se eu devesse tomar todas as baboseiras que ele fala como verdades absolutas! Ele esteve lá e viu que uma das salas de aula era uma caverna alagada, pelo amor de Circe!

— Mas os britânicos são quadrados e gostam de suas salas de aula quadradas, podemos prosseguir com isso? -  Fiz que sim com a cabeça, então ele voltou ao seu monólogo.

“ As salas tinham que ser simétricas e o exterior também não podia ter um acabamento grosseiro - na concepção dos fundadores e da sociedade britânica da época, Cesc , fique quieto – então o que eles fizeram? Eles criaram vãos entre as paredes, principalmente entre as externas e o piso de alguns andares que estão fixados diretamente no nível do solo, para ajeitar superficialmente as coisas.”

— E isso nos é relevante porquê... – Fiz o gesto para que ele continuasse a explicação, mas ele fez mais: sacou um pergaminho do bolso interno das vestes.

— Bem, de acordo com meus estudos feitos ao longo da semana... – O pergaminho se tratava de uma elaborada jogada de Quadribol centrada no goleiro da equipe. Os pequenos bonequinhos voavam em direção ao aro oposto em uma formação em linha diagonal positiva, que escondia o goleiro dos olhos da defesa adversária, o fazendo a arma secreta da estratégia.

— Você errou o pergaminho, apesar desse ser um impressionante quadro de jogadas, foi você quem fez? O desenho está muito bom...

— Eu não errei nada, meu caro. – Ele me passou o pergaminho para que eu notasse melhor o acabamento dos jogadores e eu fiquei realmente impressionado com a riqueza de detalhes, até as capas pareciam estar flutuando. – Veja bem, o goleiro é o cara.

Fred deu um toque com a varinha no artilheiro da ponta inferior da jogada em linha e dois no superior, finalizando o movimento em minha mão com uma pressão em cima do dito goleiro, que brilhou em um vermelho suave, se transformando no ponto de partida do surgimento de outras figuras.

Uou! Era um mapa.

Olhei para ele, porque não estava reconhecendo bem de onde era o mapa, até Segundo começar a correr, girar e aproximar as figuras de paredes em 3D, como se o pergaminho fosse um celular touch-screen e sua varinha fosse o dedo.

— É Hogwarts! 

— Claro que é Hogwarts, seu mané, do que estivemos falando todo esse tempo? – Ignorei o tom rude dele para poder apreciar a riqueza de detalhes. A figura ampliada mostrava exatamente a porta com as paredes e tapeçarias ao redor que estávamos em frente. 

—Ok, isso é incrível. – Olhei para ele impressionado, mas ele não parecia convencido como o resto da família, pelo contrário, esperou meu deslumbramento passar para voltar a falar.

— Tive acesso ao Mapa do Maroto aos doze anos e devido ao aspecto ilegal da coisa e porque aquele pergaminho é muito velho, decidi que faria o meu próprio Mapa.

— Ambicioso...  – Fred se interrompeu com a boca aberta de novo, apenas para me olhar seriamente.

— Trata-se apenas de uma recordação futura da escola, inclusive está inacabada, várias áreas eu nunca parei para desenhar com detalhes e com os NOM’s ano passado...

— Não se preocupe com isso, posso tirar fotos das áreas que você ainda não fez e o restante do pessoal também, então...

— Não trouxe você aqui para te mostrar esse mapa estúpido, quero que você veja além dele! – Ok, para um inventor, Weasley era um péssimo visionário, não há nada de estúpido nesse pergaminho em minhas mãos! – Estamos em frente à um depósito de quinquilharias, mas não qualquer depósito, olhe aqui... Bem, na verdade, acho melhor nós entrarmos.

Fred forçou a fechadura com um alohomora simples, mas não me impressionou nada com a visão de seu depósito. Como tudo em Hogwarts que não era usado, esse lugar era empoeirado, entulhado e possivelmente lar de uma criatura horrenda, tipo um Longinides bottonis!

Mais conhecido como o tocador de viola emo.

— Não estou impressionado.

— Azar o seu. Aqui, chega perto. – Ele se apoiou na parede esquerda, inclinando o corpo por cima de uma carteira quebrada que parecia ser da época que a mãe da Murta-que-geme, gemia. – Vê? Esse é um dos vãos de correção que eu disse. Percebe como o piso é inclinado e a sala afunilada.

— Precisaria ser um tonto para não perceber! – O lugar era grande, mas parecia fazer parte de uma daquelas viagens drogadas de Alice no País das maravilhas. Começava larga e alta e depois terminava em uma coisinha mínima e apertada.

— Essa parede aqui dá para o banheiro masculino perto da armadura de um braço só. Aquela de lá é o fundo do laboratório de eletrodomésticos das aulas de Ensino Trouxa, o teto é uma das salas que foram montadas para ser um local de descanso para a imprensa americana e abaixo está, possivelmente, um dos muitos armários de ingredientes do clube de Alquimia.

— Temos um clube de Alquimia?

— Temos colegas que acham que estão fazendo algo próximo a Alquimia... Mas sério, Fábregas, isso foi tudo que você ouviu?

— Infelizmente ouvir não é opcional, mas escutar, por outro lado... Sabe o que eu escutei? A voz da minha consciência me dizendo “Que perda de tempo.”. – Fred apoiou a mão no rosto, como se tivesse pedindo paciência para um ser divino. Era provável até que o almoço já tivesse sido servido, dado o tempo que ele demorou para se acalmar e não tentar quebrar a minha cara.

— Eu vou meter a mão nas suas fuças! – Eu sorri para isso, porque ele aparentemente não se acalmou o suficiente. Weasley deu uma volta ao redor do próprio corpo, abrangendo o ambiente com os braços estendidos. – Não percebe? Esse lugar é perfeito para a sede do Ocaso!

Apertei os olhos na direção dele e depois dei uma analisada geral na sala torta iluminada parcamente pelas tochas velhas.

— Nós parecemos tão desesperados assim para você? – Ele soltou um sonoro e exasperado “Argh”, mas eu continuei com meus questionamentos. – Você está vendo escrito na minha testa: ácaro, aranha ou traça? Porque é esse o tipo de coisa que faz reuniões secretas num muquifo mequetrefe desses!

— Por Morgana, Fábregas, você não vê as possibilidades? – Ele puxou o pergaminho da minha mão, manuseando ele habilmente. – Aqui, vê? Esse lugar seria perfeito, porque não é usado e nos oferecia cinco entradas diferentes, em cantos distantes do Castelo! É a coisa mais perfeita que eu já vi na vida!

O menino parecia realmente desesperado com a minha falta de visão, o que é irônico, já que o acusei mentalmente de não ser visionário há alguns minutos. Interrompi sua explicação repetida sobre vãos e posição estratégica do depósito, para lhe mostrar o óbvio.

— Tá vendo isso aqui? Parede sólida, Segundo! Onde você vê entradas, eu vejo toneladas de pedras velhas, esse é o problema!

— Ah. – O simples som de entendimento dele deu lugar a um sorriso macabro de quem tinha acabado de lembrar de um detalhe possivelmente horrível em um plano comprovadamente sem pé nem cabeça.

— Eu não quero nem ouvir...

— Veja bem, Cesc...

***

Você já teve a sensação que sua cabeça vai explodir com tanta informação inútil, baboseira e suposições de um garoto frenético, que adora gestos grandiosos e pausas dramáticas? Juro que se eu ouvir mais um “Veja bem...” desse grifinorio amaldiçoado, aquele depósito empoeirado vai virar a tumba dele!

Já havíamos deixado a futura sede do Ocaso, segundo, bem, Segundo, e o meu azar é tanto que o garoto estava voltando para o dormitório assim como eu. Que saudades da época que a Grifinória ficava lá na casa do cacete e a Sonserina nas inacessíveis Masmorras...

— E então a gente pode fazer umas moedas, que quando...

— Cale. A. Boca. – Ele calou, mas parecia estar fazendo um esforço sobre-humano para não continuar falando feito uma vitrola quebrada.

— Mas...

— Não. – Ele respirou fundo, com um dedo levantado. – Eu não vou ouvir mais nada até que você já tenha essa sua maluquice mais clara em mente.

Segundo tinha passado por uma história comprida de portais de Uagadou, misturado com feitiço de confundimento e até mesmo uma loucura de roubar o Mapa oficial da sala do treinador Potter “apenas” para apagar o depósito dele, só para justificar sua escolha de sede.

Não seria nem um pouco estranho um monte de aluno transitando pelo nada no outro mapa...

Uma coisa eu tenho que admitir, o cérebro de Fred Weasley II funciona em uma velocidade assombrosa, porque para cada problema que eu lhe jogava na cara, ele vinha com três opções distintas de solução, pena que uma era mais maluca do que a outra.

— Está tudo bem claro na minha mente, eu só preciso que você acompanhe meu raciocínio...

— Só?

— Veja bem...

Eu teria dado um urro que acordaria até os mortos e arrancaria meus cabelos, mas nem precisei interromper Fred novamente, porque Ginns surgiu no final do corredor, parecendo que estava sendo perseguido pela morte em pessoa.

— Fábregas, finalmente eu te encontrei! -  O garoto falou tudo em um fôlego só é depois apoiou as duas mãos no joelho,  dando uma pausa para agir como aquele garoto gordinho da Corvinal que sempre passa mal nas escadas de Astronomia. – Zabini sofreu um acidente.

Eu abri a boca para perguntar que tipo de acidente, mas quando ele levantou o rosto, eu fiquei mudo, porque aquela não era uma boa expressão.

— É grave? O treinador já sabe? – Weasley perguntou sem perda de tempo, pelo que fui grato. Eu estava estranhamente anestesiado nesse momento, tentando entender o que estava acontecendo. Eu tinha visto Tony bem há apenas algumas horas atrás!

— Sim e não. Eu iria avisar a ele também, estava indo para as Masmorras, mas...

— Então vai logo falar com o treinador! Zabini está na Enfermaria, não é? A gente pode achar o caminho sozinhos! – Fred abriu caminho para o garoto mais velho passar, mas ele não parecia muito disposto a seguir as instruções.

— Fale você com Potter, antes preciso esclarecer algumas coisas com o capitão. – Abençoado seja o cérebro rápido de Weasley, que o fez acenar afirmativamente e sair em busca do tio idiota. – O que estamos esperando aqui? Vamos!

Me pus em marcha e me forcei a ser um pouco menos retardado, porque esse é o tipo de coisa que ninguém espera de um capitão.

— O quão grave foi, Ginns? O que aconteceu realmente? – Continuamos seguindo pelo caminho que todo jogador conhece como a palma da mão, o que era bom, porque não tínhamos que prestar muita atenção nele.

— É exatamente sobre isso que tenho que falar. Olha, vai parecer que eu fiz de propósito para tomar a vaga de Tony ou algo assim, mas eu juro que não foi!

— Seja. Claro. – O garoto engoliu em seco.

— Vai soar invenção minha...

— Eu sou bastante crédulo quando quero. – Ele me olhou com suspeita, tentando perceber se eu estava ou não mentindo. 

— Tony caiu de uma das escadas mágicas da grande Escadaria. – Parei para olhar o rosto dele e ele parou também para tomar fôlego antes de continuar. – Eu não sei explicar direito, mas num segundo ele estava pisando no degrau para subi-la e no outro ele caía no vão, como se ela nunca estivesse estado lá, mas estava, juro!

Ele acrescentou o final com bastante ênfase, como se precisasse deixar claro que o que quer que tenha acontecido foi algo completamente fora do normal.

— Escadas não desaparecem.

— Eu sei! Mas eu juro, cara... – Ele sacudiu a cabeça meio atordoado. – Ela estava lá e depois... Não estava mais. Como se tivesse sumido por magia das trevas!

Por magia das trevas?

Ele me olhou estranho, provavelmente por conta da minha expressão de horror. O corvinal fez menção de perguntar se eu estava bem, mas eu fiz que não precisava, com um gesto vago.

— Tudo bem, eu acredito em você. Só... Só não comente nada disso por aí, ok? -  Ele me olhou pronto para argumentar, mas eu fui mais rápido. – Tony apenas caiu da escada e ninguém vai te acusar de nada, se você não se acusar de nada, ok?

— Mas...

— Connor, nosso jogo é em alguns dias, ninguém precisa achar que temos um batedor louco ou pior... Uma escola que não é segura.

O corvinal me olhou sério, parecendo assustado.

— Mas e se a escola realmente não estiver segura?

Olhei para o lado, porque não podia admitir em voz alta a verdade: Hogwarts não era segura, mas isso não é nenhuma novidade, o problema é que eu trouxe esse perigo novo para cá. Eu trouxe esse mal para cá!

— A escola está bem, nós estamos bem. – Ele me olhou pouco convencido. – Apenas não alimente os boatos, ok?

— Ok.

***

No fim das contas fui forçado a esperar por notícias do lado de fora, Pomfrey e Bodernave resumindo tudo a um: ele vai ficar bem, nos deixem trabalhar! Dispensei o resto do time e da Sonserina do corredor, ficando apenas eu e Scorpius por lá, com uma promessa de que daríamos notícias à eles assim que soubéssemos. 

Se por um lado a espera era cruel, por outro as coisas pareciam estar bem, porque Tony não foi transferido para o St. Mungus, tão pouco seus pais foram chamados para ir vê-lo, logo não poderia ser caso de vida ou morte.

Quase na hora do jantar finalmente a gente pôde ver Tony. Ele estava dormindo, com poucos hematomas visíveis, mas uma imensa tala imobilizando sua perna esquerda. Respirei aliviado, ossos quebrados não são nada no mundo bruxo.

— Ele vai ficar bem, não vai? -  Bodernave sorriu tranquila pra gente, nossas desavenças anteriores momentaneamente esquecidas.

— Vocês jogadores têm muita sorte de ainda contar com Madame Pomfrey... Às vezes parece que ela faz milagres! – Eu não tenho dúvidas disso, a velha era boa em seu trabalho, tanto que voltou para substituir a senhora Longbotton quando essa precisou sair de licença-maternidade e nunca mais voltou.

Mais um Frank ou Sarah Longbotton no mundo, eca, Merlin nos ajude, porque essa criança pavorosa já deve estar com uns cinco anos agora e logo mais estará aqui!

— Tenho uma pergunta igualmente importante. –Scorp havia assumido seu tom prático, então o olhamos curiosos. -  Quando ele vai ficar bem?

Olhei feio para ele, porque estava óbvio que ele queria saber mais por conta do jogo contra Ilvermorny que se aproximava, do que pelo bem estar do nosso amigo. Que ser humano horrível esse loiro é, hein?

— Ossos são fáceis de remendar, o problema é que a lesão dele foi feia... Sabe o Nick Quase-sem-cabeça? -  Claro que sabíamos, então acenamos que sim. – A perna dele ficou pendurada que nem a cabeça dele!

— Credo!

— Que horror! – Ela riu da nossa cara, mas acho que percebeu que realmente a imagem da perna de um amigo pendurada por um mero fiapo de pele não era lá algo divertido para dois adolescentes, porque se empertigou, novamente séria.

—Respondendo a sua pergunta, senhor Malfoy, em menos de uma semana ele vai poder estar de volta às vassouras, embora a reconstituição completa dos tecidos moles possa demorar mais do que isso... Acho.

Ela bateu o dedo pensativamente no queixo, me fazendo voltar a ficar com um pé atrás.

Essa mulher é louca.

— Ok, então preciso checar umas coisas...

Mais louca do que ela, só Scorp, que saiu correndo, sem nem me dar tempo de perguntar o que diabos ele queria dizer com isso. Olhei ao redor e só tinha eu e um adormecido Tony na cama.

— Puta que pariu, todo mundo é louco nessa bosta?

***

Depois de aceitar o gesto nobre de Lia, que havia mandado um elfo entregar meu jantar na enfermaria, fiquei lá de bobeira, tentando evitar pensar na causa de todos os meus problemas, porque tenho certeza que se eu pensar muito,  o demônio vai aparecer! 

E eu não estou pronto para ele ainda.

Tony ao menos estava bem melhor, quero dizer, ele parecia bastante dopado na cama e inclusive estava pálido, coitado, mas nem por isso menos chato. Bodernave havia dado mais um monte de poções para ele e agora esse doido estava consciente.

Ou quase.

— Cadê Exxxcorpioooon? – Ele estava prolongando as notas como se estivesse bêbado e eu olhei acusadoramente para a curandeira Bodernave, que apenas sorriu tranquila.

— Esta reação é perfeitamente aceitável e esperada para pacientes que precisam restaurar ossos e partes moles.

— Tem certeza que a senhora não errou a mão nas poções de novo e o envenenou que nem fez comigo? – A expressão dela agora era ofendida.

— Fique sabendo que o seu caso foi algo fora de série e só aconteceu porque você estava com sua magia descontrolada. – Ela me olhou aborrecida, mas logo desanuviou a expressão.- Falando nisso, como vai a magia, querido?

— Minha magia está no controle, não tem porque se preocupar. – Dei um tapa na mão de Tony, que ainda tentava pegar minha gravata bobamente. Ao menos eu já tinha acabado de comer, porque ele tinha tentado enfiar a mão na minha comida antes.

— Ah, querido, mas esse é justo o problema, você que tem que estar no controle, não sua magia. – Olhei para o teto e respirei fundo.

— Quero acreditar que a senhora está brincando, porque a outra opção é... – Scorp chegou correndo com um livro na mão, evitando assim que eu dissesse umas verdades para a enfermeira, que foi embora sem nem olhar para trás. 

Melhor mesmo, sua louca!

— Exxxcorpioooon!!!

— Nossa, ele tá um lixo, ainda bem que eu despistei Weasley e Louise que estavam vindo pra cá. – Ele ajeitou o livro sem um pingo de bom senso na perna imobilizada de Tony, que nem sequer notou de tão drogado que estava.

— Onde você estava?

— Dessa vez vocês não podem me chamar de nerd, eu não gravei as regras, por isso mesmo tive que ir pegar o manual do campeonato pra conferi-las.  - Ele continuou folheando o livreto, entretido e não fazendo o menor sentido.

— Não é assim que as coisas funcionam, Scorp, você é quase um corvi... Para, Tony! – O idiota estava tentando lamber minha gravata e eu fui obrigado a socar o ombro de um doente, graças a Madame Veneno que atende aqui. – O que diz o manual, de toda forma, sua lombriga insensível?

— Deveríamos ser especialistas nessa parte, porque as outras escolas acham que somos viciados em poções que...

— Foca, garoto! – Bati uma palma na frente do rosto dele e Tony deu risada sozinho, se ajeitando melhor na cama.

— Ah sim, aqui está: “Qualquer jogador que tenha feito uso de poções, antídotos, essências, elixes e tônicos na semana anterior a partida, está automaticamente fora da mesma.”

— Então estamos bem, Bodernave disse que ele estaria de volta à vassoura ainda essa semana e o jogo é só no próximo final de semana e...

— Mas o exame antidoping é na quarta-feira! – Scorp fez uma careta, como se não gostasse de ser portador de más notícias, mas na verdade ele gosta, todos sabem. – E a poção para dor é enquanto ele sentir e a outra...

— Ainda bem que Tony não está consciente para ouvir isso. – O interrompi antes que ele continuasse com seu festival de mau agouro. Fechei os olhos, passando a mão pelo cabelo, tentando aliviar a dor de cabeça de mais problemas para resolver. Não queria ter que pensar em mais essa implicação...

— Sim, eu estou ouvindo. – Tony sentou ereto, fazendo uma careta engraçada e assustando a mim e a Scorp no processo. – E tudo que eu preciso pra resolver o assunto é de duzentos e trinta e sete sanguessugas, uma garrafa de quatro litros e um separador de...

Ele apagou, ainda sentado e eu e Scorp nos entreolhamos. A curandeira Bodernave escolheu esse momento para voltar de sua sala do terror, trazendo um frasquinho suspeito na mão.

— Olha só o que encontrei, um tônico pra melhorar o seu domínio sobre a magia! – Ela estendeu a mão para me entregar, mas no meio do caminho percebeu a situação de Tony, parou e empurrou ele de volta na cama com um dedo na testa dele. – Perfeitamente normal isso. Aqui, pegue o tônico, querido.

— A senhora é obviamente um perigo ambulante. – Ela sorriu ainda mais e sacodiu o frasco nojento em minha direção. O peguei, a contragosto. – Vou jogar isso aqui em uma planta qualquer e ela vai morrer, você sabe.

A curandeira deu de ombros e voltou para seu escritório e é por isso que sempre digo: estudar em Hogwarts pode ser considerado um risco a saúde.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Estive aqui pensando cá com meus botões, eu descumpro tanto os meus prazos, q é melhor apenas dizer q vai ter um capítulo por semana, podendo ser de domingo a quarta. Enfim...

Bjuxxx



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hogwarts: uma outra história" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.