Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 60
Capítulo 60. Lar doce lar.


Notas iniciais do capítulo

Consegui postar, espero que gostem da volta à Hogwarts!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/635649/chapter/60

Capítulo 60. Lar doce lar. 

 – Por favor,  diga que você não foi o responsável pelo caos em Uagadou. - E foi assim, com essas palavras, que fui recepcionado por meus amigos. 

 – Não tive nada a ver com o caos de Uagadou. - Falei, aparentando sinceridade. Tony e Scorp se entreolharam e deram de ombros, ao menos agora eles podem negar qualquer coisa sem culpa alguma.  – Como foram de resto de férias? Como está Vega?  

Falei essa última parte porque Scorp estava com a boca aberta para responder a primeira questão. Ele fechou a boca e entrou no trem com passos duros.  

Quanta maturidade.  

 – Você não tem noção do quanto ela é fofa, sério, dá vontade de roubar pra mim.  

 – Mas não era você que não queria crianças ou qualquer uma dessas prisões auto impostas?- Tony me olhou com sua melhor expressão convencida.  

— Queria como irmã, por isso mesmo, a responsabilidade seria dos meus pais, eu apenas ficaria com a parte divertida.  

— Você não faz ideia do que é ser irmão, não é? - Ele aumentou o sorriso.  

— Adoto Louise, se você não quiser mais...  

— Acho que Weasley não gostaria muito disso.  

Tony fechou a cara. Ele achou mesmo que eu deixaria passar o fato de que ele continua "se sacrificando pelo bem maior"? Se tem uma coisa que eu não deixo passar é uma indiscrição. 

— Por que não ficou na África? Acho que eles teriam feito um melhor uso do seu senso de humor incrível... 

Abracei ele pelo ombro e ele riu, até parece que não sentiu minha falta! Fomos cumprimentando alguns colegas pelos corredores do trem, procurando a nossa cabine de sempre e ainda estava terminando de ameaç... Falar com Starky, quando abri a porta. 

Mas vejam só o que o gato trouxe! 

— Não estou vendo você ser arrastado pelos cabelos... - Disse no meu melhor tom cínico e o ridículo apenas fechou os óculos pequenos que estava usando, me encarando com sua melhor cara profissional. 

— Fui arrastado, metaforicamente falando. 

Enrique Dussel deu o seu melhor sorriso de poeta decadente, segurando um pergaminho com cara de oficial apoiado no colo. Era engraçado ver ele trabalhando - ou fingindo, já que nunca na vida ele tinha precisado de óculos, tenho certeza que é só para aumentar a cara de responsável, mas devo dizer que a barba por fazer e o cabelo meio preso não estavam ajudando em nada - quero só ver como ele vai se comportar agora. 

O que nos leva a uma pergunta importante. 

— Por que está vindo no trem com a gente? -  Nem vou me dar ao trabalho de perguntar porque nessa cabine específica, tenho certeza que ele tem uma resposta engraçadinha pra isso. 

— Por que ele vai precisar refazer alguns NIEMS como aluno especial. - Tony levantou as mãos em defesa ainda rindo, ante a cara feia de Enrique. – Assim nos contou Hector, não foi, Scorp? 

— Ah sim, não dá para fingir aquela cara de regozijo, então deve ser verdade. 

Sentei do lado dele, o que o fez franzir o cenho. Tá, ele deve ter feito essa cara porque eu estava olhando para ele com minha melhor expressão de “se ferrou e eu não tenho nem pena”. 

— Pois fiquem... - Rebeca entrou e já ia fazer o show dela, mas eu a puxei para meu colo, pedindo silêncio. – Fiquem vocês sabendo que eu estou a trabalho, essa coisa do NIEMS é só um contratempo... 

— Ai gente, pela primeira vez o Ocaso mentiu, ainda podemos pedir um ingresso para Dussel! -  Rebeca jogou o cabelo charmosamente para Enrique, ignorando, assim como eu, o olhar feio de Scorp do outro lado do cômodo. – Querido, preciso de um ingresso para dar de presente a minha irmã, o aniversário dela é em um par de meses e eu meio que gastei todo o dinheiro do presente, então... 

— É pra Jessica? - Dussel sorriu, dando atenção para o flerte da monstra. 

— É para Marissa... - Ele fez cara de quem não lembrava, então ela completou. –  A mais velha, que se mudou para a França com o noivo, então tem que ser um ingresso do jogo da Beauxbatons. 

— Consigo só pra ela, o noivo vai ter que ficar em casa. - Que podre! Pelo tom dele, já dá até para imaginar que a pobre garota vai receber também uma credencial para o camarote vip. Tão estúpido esse garoto... E isso era exatamente o que eu ia dizer a ele, mas Lily também entrou sem ser convidada, abrindo a porta com um barulho seco. 

— Oi, gente, depois falo com vocês direito, agora preciso de azaracões para lançarmos nos primeiranistas, rápido, rápido! -  Ela falou tudo em um fôlego só, como se fosse algo realmente importante. 

— Tranca no banheiro quando eles forem trocar o uniforme. - Rebeca disse, solicita. 

— Eu prefiro ver o rostinho deles sofrendo... - Scorp falou e todos concordaram. – Dependura um deles para o lado de fora do trem! 

Um clássico! 

— Eu prefiro a sutileza, faz um feitiço de desilusão na bagagem deles, isso nunca falha em causar pânico. - Acrescentei e Lily parecia estar tomando nota mental de tudo. 

— Quando eles estiverem entretidos com o guarda-caças, sabota um dos barcos. - Olha a contribuição do único adulto, senhoras e senhores! 

— Ai que malvado! - Rebeca disse, dando um tapinha coquete na perna de Dussel e eu aproveitei sua inclinação, para jogá-la no colo de Scorp. Ela fez cara feia pra mim, mas o loiro gostou. 

— Ei, de você eu não aceito sugestões! Ele me colou na lareira da sala de estudo 3 e disse que das duas uma, ou eu descolaria depois de três horas ou me defumariam quando ligassem a lareira! 

Todos olhamos para Dussel acusatoriamente, porque esse é o tipo de coisa que não se faz com os da nossa casa. Ele deu de ombros, indefensável. Acho que por isso Lily é tão obcecada com pegar a vaga de apanhadora. 

— Eu sabia que ninguém iria ligar a lareira naquele dia, então foram as três horas... -  Lily fez uma cara feia e um gesto obsceno pra ele, que apenas sorriu sem humor. – Não é como se ela tivesse ficado traumatizada ou tivesse adquirido algum respeito pelos mais velhos... 

— Olha, não vou ficar perdendo meu tempo com você, aquelas crianças não vão se azarar sozinhas! Obrigada, pessoal. 

Lily saiu no mesmo passo que entrou, fechando a porta com o mesmo som seco. 

— Isso aconteceu com ela já sob minha proteção? - Perguntei para qualquer um, mas Enrique respondeu.  

— Foi no primeiro dia de aula..  

— Então, não. - Fiz o gesto universal da lavagem de mãos, concluindo o assunto. 

— Conta pra gente como foi em Uagadou, Cesc, ouvi dizer que eles também sofreram um apagão de magia, como Hogwarts! - Rebeca, essa sim uma boa amiga, falou com curiosidade e sem um pingo de malícia. 

Aprendam, Tony e Scorp. 

— Uagadou só tem gente metida,  mal-educada e sem humildade,  por isso... - A moça dos doces passou e Tony se levantou pra fazer nossas compras de sempre. 

— O quê? É isso mesmo, mulher? Você trouxe resto pra gente? Cadê aquelas coisinhas odiosas que parecem pés de duende? 

— Pés de duendes crocantes? Acabaram. - Ela se referia a uma bala horrível, que Tony detesta. 

— Não volte sem o carrinho completo. - Ele bateu a porta na cara da pobre mulher. – O  que estava dizendo, Cesc? 

— Que em Uagadou todo mundo é simpático, maravilhoso e simples. 

*** 

— Tá se sentindo o rei da África, né? - Já estávamos sentados na mesa, esperando o tradicional discurso de abertura e a seleção dos primeiranistas. 

— A África é um continente, seu burro! 

— Eu sei disso, tá vendo isso aqui? Eu sou afrodescendente, significa dizer que eu sei disso mais do que você. - Tony está sendo tão invejoso e sem sentido... 

— Vamos recapitular: seu pai? Britânico! Seu avô? Britânico! Seu bisavô? Bri... 

— Italiano, que saiu de lá porque estavam perseguindo negros na época, ou seja... 

— Não importa, meu querido, pois sua descendência africana é tão longínqua quanto a veela dos Malfoy! -  O loiro parou o que quer que estivesse conversando ao pé do ouvido com a monstra, só pra me olhar indignado. 

— Tem que me colocar no meio, né? Isso não passa de um boato... 

— Bem fundado, já que vocês vieram da França, onde fica a maior concentraç... 

— Obrigado, Rebeca, ninguém se importa. - Scorp a cortou e recebeu um olhar igualzinho ao que Sharam deu a John depois dele dizer que não gostava muito de escrever cartas. 

— Viu o que você fez? Está causando intriga no relacionamento dos outros! - Tony disse, me dando um peteleco na orelha. Idiota. 

— Humm... Eles já são um casal? - Falei olhando para os pombinhos, massageando a orelha e tentando acertar um murro num escorregadio Zabini. 

— São sim, bonitinhos que dói! - Tony disse rindo, segurando minha mão de dar murros. –  Beija ela pra Cesc ver como você aprendeu direitinho com o mestre. 

— Andaram treinando beijos na minha ausência, L.P.’s? Na minha época não tinha nada disso! -  Eu ri e Rebeca revirou os olhos. 

— Que palhaçada... -  Ela foi se sentar com as amigas e Scorp aproveitou o espaço vago pra me puxar pelas vestes. 

— Será que ele quer treinar também, Tony? - O dito cujo entrou na brincadeira, ajudando o loiro a me segurar. Pararam apenas porque o diretor Brenam subiu no púlpito e pediu silêncio. 

— Boa noite a todos, levantem-se, por favor, para dar as boas-vindas aos seus mais novos colegas. - O homem fez um gesto amplo e a porta do Grande Salão se abriu majestosamente. A professora Goodwin conduzia os aluninhos e... Espera, eles já estão com as gravatas das Casas? 

Não fui o único a notar isso, porque a medida que ao primeiranistas seguiam para a frente de todos, o burburinho só aumentava. O diretor estava bem indiferente a isso, porque foi falando ao nomes dos alunos e suas respectivas casas e os alunos foram se distribuindo pelas mesas, um ou outro se batendo, confusos. 

— Mas que diab... 

— Akira Hataya, Sonserina. - Olhei o gurizinho de olhos meio puxados, bem parecidos com os de Aidan, nem sabia que ele tinha um irmão! Pelo bem do meu amigo lufano, que estava tentando ficar na ponta dos pés pra ver seu irmão, acenei para o garoto novato. 

Ele abriu um sorriso idêntico ao do irmão, então fiz questão de colocá-lo entre eu e Tony, que segurou o garoto pelos ombros, simpaticamente. Aidan sorriu, aliviado. Já sei, já sei, mais um ano como babá, vou colocar no currículo... 

Quando acabaram os nomes e os alunos confusos, o diretor fez um gesto para que nos sentássemos e assim fizemos. 

— Modificamos um pouco o protocolo, porque, antes do nosso fabuloso banquete de voltas às aulas, temos alguns compromissos importantes a cumprir. Então, tendo dito isso, passo a palavra ao professor Potter, novo diretor da Sonserina e professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. 

Oi? 

Todos olhamos para a professora Savage, que mantinha sua expressão serena ao lado de Edward Lupin, seu pupilo. Reaja, mulher, Potter está roubando seu trabalho! Dussel estava do lado do jovem auror e me mandou uma piscada arrogante direto da mesa dos professores. 

Convencido. 

O senhor Harry Potter tomou o lugar do diretor no centro das atenções e, mesmo a gente avisando várias vezes no Ocaso, deu na mesma, a comoção e a fanboyzice foram gerais. 

— Boa noite a todos. - Ninguém respondeu, só ficaram batendo palmas e assobiando, como se estivessem lidando com um rock star, com exceção dos alunos da Sonserina, que ainda tinham algum senso de ridículo. - Obrigado, garotos, pela recepção calorosa, sabem... Hogwarts foi o primeiro lugar que eu chamei de lar, então é um grande prazer estar de volta. 

As pessoas foram se acalmando, voltando a se sentar - na Sonserina estávamos todos sentados, porque temos algo que se chama dignidade -  e o grande Harry Potter deu uma olhada saudosa para todo o ambiente, que devia trazer muitas lembranças para ele. 

Céus, haviam atropelado a seleção dos pestinhas para Harry Potter ficar divagando? 

— Sendo o meu primeiro lar, nada mais certo do que retornar a ele quando chamado de volta, não? O bom filho a casa torna. - Procurei os Potter da Grifinória e tanto Albus quanto James pareciam estar prestando atenção no discurso do pai. – Mas antes de mais nada, gostaria de agradecer a professora Selena Savage por ter assumido a cadeira de Poções nesse ano letivo, cedendo assim a de DCAT para mim, Merlin sabe que essa matéria seria um desafio além das minhas competências. 

— Tá explicado. - Tony sussurrou e eu e Scorp fizemos que sim com a cabeça. 

— Não posso me prolongar muito, porque, em 7 minutos terei que passar a palavra adiante, mas gostaria de dizer que será um grande prazer fazer parte do corpo docente de Hogwarts esse ano e que estou ansioso para começar a conhecer a Sonserina, minha nova morada. 

“Embora seja uma casa com a qual tive alguns contratempos no meu tempo de estudante - fui um grifinório do início ao fim - tenho muito carinho por ela e acima de tudo, muito respeito. Grandes bruxos já passaram pela Sonserina e toda e qualquer má fama individual não pode deixar de ser interpretada assim, como sendo do indivíduo. 

Ao citar a Sonserina sempre lembram-se do terrível Lorde das Trevas e seus seguidores, como se esses representassem o todo da Casa, mas se esquecem das figuras notáveis que se opuseram a ele de algum modo ou que sequer fizeram parte desse triste capítulo. 

Toda vez que me falam dessa mancha no passado da ilustre morada verde e prata, eu penso sempre, na verdade, naquele que deu, talvez, a maior contribuição ao mal na Primeira Guerra contra Voldemort: Peter Pettigrew. 

Era grifinório, era um dos melhores e mais confiáveis amigos do meu pai e era corajoso além do limite. Corajoso sim, porque é preciso coragem e sangue frio para trair os amigos dessa maneira vil. Alguns chamam de covardia o que ele fez, mas é um salto no escuro, um colocar de prioridades na frente do medo, que me parece muito com a coragem prezada por Godric Griffindor. 

E por que eu estou dizendo tudo isso? Bem, quero apenas que fique bem claro para todos que características são diferentes de defeitos. A coragem, bem como a lealdade, a inteligência e a ambição são características, desprovidas de bem e mal. A magia também é assim, então... Quem decide o caminho a seguir, no fim do dia, é você.” 

— Agora que já temos isso em mente e porque meu tempo realmente acabou, agradeço a atenção de todos e chamo aqui o senhor Dussel, para falar um pouco do evento que tomará lugar na escola esse ano. - Batemos palmas sinceras, inclusive na Sonserina, porque gostamos de adulação, claro. Enrique se encaminhou para o púlpito, igualmente feliz com o discurso bajulador de Harry Potter. 

O ex-apanhador começou a falar a respeito do campeonato, mesmo a gente já sabendo de quase tudo, por causa dele mesmo, que é um grande fofoqueiro. Ele apresentou o senhor Potter como técnico e depois discorreu um pouco sobre as regras do tão esperado torneio: 

Serão duas chaves com quatro times, depois as semifinais e por último as finais, totalizando quinze jogos, doze só na primeira fase que vai de outubro a dezembro.  

Sorri para isso, esses meses seriam bem agitados por aqui. Dussel continuou explicando aquelas questões de mando de campo - os primeiros dois sorteados de cada chave teriam dois mandos de campo e os dois últimos apenas um - e ele anunciou que os nomes dos jogadores das seleções seriam informados ao fim do sorteio que começaria agora. 

— O símbolo de cada uma das escolas será depositado na urna mágica, conferida e protegida por todas as instituições previamente. - No momento que o céu enfeitiçado de Hogwarts deu lugar a um céu de fim de tarde longínquo, com uma névoa fininha que materializava um palco bem na nossa frente, toda a escola suspirou encantada. 

Uma a uma, as pequenas bolinhas foram colocadas na urna pelo assistente da chefe do evento, Luiza Legajo, em Castelobruxo, Brasil. A urna localizada no centro do palco - e no centro do nosso Salão - adquiriu uma cor azulada e Enrique continuou sua narração. 

— Será sorteada agora a primeira chave, lembrando que os dois primeiros de cada uma terão o mando de campo extra.  

A imagem das pessoas reunidas atrás da caixa, foi cortada para um close no céu claro, sem nuvens, onde um símbolo apareceu. Os gritos animados vindos de lá poderiam ser ouvidos, mesmo que o áudio não estivesse sendo transmitido, eu acho. 

— A primeira escola sorteada foi Castelobruxo. - Enrique informou e eu sussurrei para Tony “o roubo já começa daí”. Aidan Jr. nos olhou de baixo, no seu lugar entre a gente. É bom que ele vá aprendendo que nunca é cedo de mais pra se começar uma intriga. 

— Ah, esse símbolo eu conheço! 

— Uagadou é a segunda escola da chave um e a última do grupo a ter o mando de campo a mais. - Mais um símbolo no céu e todos aqui mudos, sem saber qual era a escola da vez, só sabíamos que não era Hogwarts. 

— Ilvermorny, senhoras e senhores, a terceira da chave.- Por fim, apareceu o símbolo que todos estávamos esperando e o Salão Comunal irrompeu em palmas e gritos, porque era o brasão de Hogwarts brilhando no céu de fim de tarde do Brasil! 

— E para fechar a primeira chave, Hogwarts! 

Depois veio a segunda chave que foi Mahoutokoro, Salem, Durmstrang e Beauxbatons, mas aí pouco importava, não teremos que nos preocupar com eles até março, que é quando ocorre as semifinais. 

Quando o símbolo de Beauxbatons se despediu dos céus brasileiros, apareceu uma tabela de jogos no lugar, informando as datas e quais escolas jogariam com quem primeiro e não dá pra acreditar em qual e contra quem será o primeiro jogo. 

— Uagadou e Hogwarts em Uganda, Cesc... Que delícia. - Sorri pra Tony, meio preocupado. Taí um adversário que eu não queria pegar logo na estreia. 

*** 

— Eu só estou dizendo que eles podem estar desajustados, porque reúnem gente no continente todo e eles não estão conseguindo se falar! 

— Eu ouvi o que você disse, Tony, mas desajustados por desajustados pelo menos eles não se odeiam... Muito. - Falei em dúvida, porque não pude ver a dinâmica do campeonato interno da África. Eles bem que podem ter uma rivalidade tão ferrenha quanto a nossa! 

— Eu já disse que só vou pela beleza dos jogadores... - Rebeca comentou desnecessariamente, recebendo um olhar feio de todos nós. 

— Se não for para ajudar, nem abra a boca. - Scorp disse sem humor e a garota deu de ombros, divertida. – Dependendo da equipe, nós vamos estar tão desajustados quanto eles. 

Ninguém pôde contra argumentar isso.  

Estávamos aguardando com ansiedade o anúncio da seleção de Hogwarts a base de sobremesa - tenho certeza que ficarei com dor de estômago mais tarde - mas passado os protocolos, todos os professores pareciam bem tranquilões. 

Harry Potter estava sendo altamente tietado e Enrique estava conversando todo empolgadinho com Edward Lupin, mas sem exceções, ninguém estava nem aí para a aflição causada pela sua demora da divulgação da seleção. 

Isso até o diretor chamar atenção de todos com sua cara de bunda. Scorp parou de cutucar Rebeca nas costelas para ela admitir alguma coisa e Tony largou a sua quinta fatia de torta pela metade, estafado. 

— Bem, não ocuparemos mais vossa noite, nosso último compromisso é o anúncio da seleção oficial de Hogwarts. - Eita, é agora! Olhei para Tony, empolgado. Ai meu coração... – Mas antes, gostaria de deixar claro alguns pontos: primeiro, levaremos duas equipes completas para cada jogo e segundo, a escalação oficial de cada partida será anunciada no dia anterior. Fiquemos com os nomes, senhor Potter, por favor. 

Ai que palhaçada, olha a necessidade do outro de aparecer, Potter poderia ter dito isso sem problemas, mas não, Brenam tinha que falar. 

— Não vou me prolongar, comecemos pelos goleiros: Fred Weasley II e Scorpius Malfoy. 

Olhamos surpresos para Scorp, mas se for parar para pensar, não tinha porquê ficar, quero dizer, quem mais seria se os outros dois goleiros do campeonato passado não estavam mais disponíveis? Olivander e Hoult já se formaram. 

O loiro foi se juntar ao Weasley muambeiro lá na frente e Harry Potter cumprimentou a ambos. Ele voltou o olhar para a lista e a escola toda calou a boca de novo. 

— Nossos seis artilheiros são Frank Longbotton, Sienna Boe... Boettcher? – A loira levantou, sussurrando a suposta pronúncia certa, mas né, ninguém se importa. – Lexa Prutt, Maggie Duran, Lia Thiollent e Romeo Habermas. 

Ah não! 

Quero dizer, legal que foram dois artilheiros nossos, mas Romeo passou me dando um tapa na cabeça e eu desejei muito que ele se machucasse no caminho até Harry Potter, porque Heidi é bem mais fácil de lidar. 

Fora que, sonserino ou não, eu sou muito mais Alice Corpman da Lufa-lufa do que Habermas, mas fazer o quê? Não fui eu quem montou a seleção mesmo...  

—Nossos batedores serão Antony Zabini, Francesc  Fábregas, Connor Ginns e Theodor O’Brien.  

ISSO! 

Bem, isso sim que é hegemonia, nossa dupla de batedores foi escalada e talvez a ordem da chamada não tenha nada a ver, mas fomos os primeiros e não tinha como ser diferente, somos os campeões. 

— E por fim, nossos apanhadores. Por conta de uma transferência inesperada e uma expulsão, um dos nossos apanhadores será um aluno em situação especial: Enrique Dussel e James Potter. 

Dussel saiu da mesa dos professores, sem parecer nem um pouco surpreso e James Potter veio do lado contrário, sem parecer muito feliz. Olha, eu tenho que dizer, mais um lufano que fará falta, Spark teria sido a melhor escolha, mas pelo visto ele foi para a trapaceira Salem mesmo. 

Assim que James e Enrique se colocaram lado a lado, o quase ruivo não resistiu a uma provocação ridícula. Não seria ele, se não fosse ridículo. 

— Bem, tem coisas que o dinheiro compra com uma facilidade... - Dussel nem se deu ao trabalho de responder a James e sua ironia misturada com inveja, mas Tony fez as honras da casa. 

— Cala a boca, Potter, você só está aqui porque literalmente não tinha mais ninguém para colocar na vaga. - Tony falou tudo entre dentes, porque estávamos nos preparando para a foto oficial e o sorriso de todos estava mais falso que um sicle dourado. 

— Senhoras e senhores, a seleção oficial de Hogwarts! - No momento em que Harry Potter disse isso, a gravata de todos os jogadores mudou para uma cor cinza chumbo com o brasão de Hogwarts e o flash disparou, deixando todo mundo cego. 

Essa foto deve estar maravilhosa, que nem essa seleção! 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Boa notícia, pessoal, consegui dar uma adiantada boa por aqui e no domingo tb haverá atualização! Eba! Mereço ou não mereço mais comentários? E sim, amei os vários que recebi, inclusive de gente que comentou pela primeira vez (adorei conhecer vocês) e responderei todos antes de postar o próximo, não se preocupem.

Bjuxxx