Hogwarts: uma outra história escrita por LC_Pena


Capítulo 45
Capítulo 45. Nem divertido, muito menos conveniente, apenas inevitável


Notas iniciais do capítulo

Ai, ai, estou ficando mole... Uma overdose de James Potter nesse capítulo.



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Capítulo 45. Nem divertido, muito menos conveniente, apenas inevitável

Haardy e Dolman, o que os dois tem em comum?

— Ambos vieram de uma boa e tradicional família.

— Ambos foram monitores.

— Ambos capitães de suas respectivas Casas.

— Ambos são tão desonestos que nos dá nojo de fazer parte da mesma escola que eles!

Mas os dois nem sequer são os protagonistas do nosso conto de terror. Bradbury, pessoal, aquele que infernizou a sua vida desde a primeira aula de poções, este sim está por trás de um dos mais vergonhosos escândalos que essa escola já viu!

Mas vamos começar do início, para que até o mínimo denominador comum entenda:

Dois jogadores ambiciosos, Haardy e Dolman, foram convidados pelo então professor de Poções e recém-admitido no cargo de diretor da Sonserina, Bradbury, a fazer parte de um esquema muito lucrativo: vender poções para melhorar o desempenho dos jogadores em campo.

Obviamente o professor já estava indo razoavelmente bem sozinho - vendendo resultados de NIEMS em sua disciplina e fornecendo poções para aqueles que precisavam encontrar tempo e energia extras em suas rotinas - mas chamar os dois alunos, igualmente ambiciosos e espertos para ajudar, lhe renderia uns bons dividendos.

E o que deu errado para que o império caísse desse jeito, iconoclastas?

Ah, meus caros, material humano é muito mais difícil de gerir do que simples ingredientes e as duas crias diabólicas – recém contratadas - acabaram com a paz do papai: ambos desejaram a mesma coisa.

Tanto Dolman quanto Haardy colocaram na cabeça que eram bons o suficiente para virarem jogadores profissionais - coitados, quem iludiu? -  e quando Haardy se tornou capitão da Corvinal, os grandes amigos ouviram uma proposta irrecusável de Alexander Baharov, ex-artilheiro da Sonserina e atual recordista júnior da liga: um dos dois poderia ser o próximo a entrar para o time reserva dos Appleby e trilhar o mesmo caminho que ele!

Talvez o jogador bem-sucedido não soubesse - ou talvez sim, a essa altura não estamos mais colocando a mão no fogo por ninguém - mas estava iniciando aí uma disputa entre dois dos mais sem escrúpulos alunos de Hogwarts.

Disputa essa que - já sabemos - Haardy saiu vencedor, fazendo com que Dolman, outrora esperto o suficiente para não levantar suspeitas sobre o esquema, obrigasse o seu time a beber uma das poções mais óbvias para o doping - uma que ainda por cima levava um ingrediente raro e altamente ilegal, diga-se de passagem - o que acabou de vez com qualquer chance do batedor se defender.

E conseguir uma vaga no Appleby Arrows, claro.

O que Martin Haardy fez para conseguir esse resultado não sabemos, ficando claro agora apenas que algo foi feito, pela forma como todo o episódio da partida de ontem se desenrolou.

E que fique registrado que tudo que está sendo relatado aqui consta nos relatórios oficiais do auror Lupin e/ou no relato oral dos jogadores bêbados na festa da vitória da Sonserina ontem à noite. Sim, nós lemos os relatórios oficiais e sim, estávamos na festa.

Estamos em todos os lugares de Hogwarts, se conformem.

E não, não tinha bebidas alcoólicas na comemoração, quem disse isso?

Voltando para a história, depois de 12 horas de jogo e um intervalo de 2 horas, o time da Sonserina levou a melhor e conseguiu o direito de estar na final, tudo muito bem, tudo muito bom, até o mesmo Haardy - que acusou Dolman na temporada passada de doping, não mudou nem o método, o muito preguiçoso - pedir a investigação no time comandado por Fábregas.

Ora, chamem os sonserinos do que quiserem, menos de idiotas! Eles nunca cometeriam o mesmo erro duas vezes e com certeza Fábregas, apesar de sua imensa lista de detenções e contravenções, aparenta - porque, de novo, não colocaremos a mão no fogo por mais ninguém - ter muito mais caráter em um dedo mindinho do que Dolman em todo o corpo.

Então lá estava a Sonserina novamente, em frente ao auror Lupin, aguardando para ser jogada no inferno das acusações e olhares de julgamento dos carrascos de Hogwarts, -sim, senhores e senhoritas, esses seríamos nós - mas não foi isso o que aconteceu.

Porque dessa vez a sorte estava do lado das serpentes: Haardy se atrapalhou, possivelmente pelo cansaço, - mas não apostamos nisso, cada um que crie sua própria teoria, já temos a nossa favorita - na hora da armação e acabou ministrando a poção incriminadora para sua própria equipe!

Que reviravolta do destino, caros colegas!

Como se não bastasse, o capitão da Corvinal, quando confrontado pelos antigos companheiros e subordinados de Dolman - digamos que as viúvas do batedor – resolveu falar tudo sobre Bradbury, como ele o aliciou, as atividades prévias do diretor de Casa, os nomes dos outros envolvidos e acreditem, confessou até que presenciou o professor usar em alguns alunos o feitiço “Obliviate”!

As vítimas que sabemos até agora:

Daniel Streck

Romeo Habermas

Cesc Fábregas

E Paul Dolman!

Sim, Dolman, que não soube dizer como havia conseguido a poção ilegal da temporada passada, mas que mesmo assim assumiu toda a culpa, isentando o seu time das punições mais severas.

E o amado, cof, cof, professor de poções? O que foi feito dele?

Mostrando que os dois capitães não passavam de marionetes em suas hábeis mãos e que ele sempre foi o grande vilão da história, Bradbury escapou bem debaixo do nariz de todos, aparatando em terrenos escolares, simplesmente porque Haardy – que foi pego no ato ao fazer isso, perdendo a monitoria no processo – desbloqueou a aparatação para o homem, no início do ano letivo.

O tipo de coisa que vocês saberiam se já estivéssemos ativos na época, só para deixar claro.

Mas para terminar esse Ocaso mais comprido que a própria história do que aconteceu ontem, deixamos vocês com essa reflexão, sem mais autoelogios, nós prometemos:

Até o momento são 32 membros da comunidade de Hogwarts envolvidos no esquema, a maioria já formada e atuante na sociedade bruxa - que escândalo! Mas ainda não se pode divulgar os nomes, só depois das devidas investigações, vai que Haardy colocou uma inimizade na lista só para ferrar com a vida da criatura?- alunos de TODAS as Casas e Bradbury - foragido até o fim dessa edição - pasmem, era da Grifinória em seus tempos de escola. Então, qual a moral da história, crianças?

Sim, isso mesmo:

Olhem lá para quem vão apontar seus dedinhos gorduchos e venenosos, coleguinhas, afinal, nunca se sabe de quem pode ser a mão suja de poção.

Ass.: Os Iconoclastas.

Tô olhando para as minhas mãos vazias e limpas, onde antes esteve o pergaminho do Ocaso, há meia hora. Okay, não foi “há meia hora”, mas faz um bom tempo e só estou fazendo isso porque estou tentando lembrar as exatas palavras que estavam aqui.

— Esse feitiço de desaparecimento é uma merda! Eu tava só meio acordado quando li o Ocaso e agora não posso ler de novo!— Falei para um Tony que já estava completamente fardado, faltando apenas a gravata. — Hey, aonde você vai? Nós temos o dia livre por causa do jogo!

— Não, meu caro, o dia livre foi ontem, quinta-feira.— Eu olhei para ele, confuso, e o filho da mãe só fez as sobrancelhas dançarem em diversão. — Trate logo de levantar dessa cama, ninguém tem culpa que você é um preguiçoso sem noção de tempo!

— Preguiçoso? Eu fiquei doente pra dar a vitória para você, seu ingrato!— Ele me olhou desdenhoso, não sei porquê, tudo o que eu disse é verdade, minha garganta resolveu fechar de vez no dia seguinte do jogo.

— Você não fez nada mais do que sua obrigação! Quem nos deu a vitória mesmo foi Potter, ent...

—EI, EI, espera um minutinho aí! Do que diabos você está falando?— Tony parou a fala no meio do caminho e depois me olhou com a pior cara de desprezo do arsenal dele.

— A sua burrice é impressionante.— Eu o olhei fodidamente ofendido. Que absurdo, eu estava tendo uma overdose de memórias, fatos e tudo mais - fora a garganta inflamada - sou uma vítima, pô! Não sou obrigado a acompanhar o raciocínio tortuoso dele! — A sua sorte foi que eu disse que você o encontraria antes das aulas. Ele marcou no viaduto.

— O que? Encontrar quem? Com Potter?— Ele fez que sim com a cabeça e eu coloquei as mãos no rosto, em horror absoluto! Pela cinta liga de Morgana, eu saio do ar por um dia e Tony ferra com a minha vida completamente! — Por que você faria uma coisa dessas? Nós somos melhores amigos!

— Porque você é o nosso capitão e tem que agradecer a ele pelo favor! Merlin sabe que de outra maneira estaríamos limpando a nossa cela de Azkaban com as nossas escovas de dentes!— Eu o olhei ainda decepcionado, quero dizer, Tony e essa mania de fazer as merdas antes e me avisar depois. — Não me olhe assim, ele não vai te morder!

— Pelo que eu devo agradecê-lo exatamente? Nem temos certeza se foi Potter mesmo quem trocou a poção de Haardy.— Zabini me olhou sem dar muito crédito as minhas palavras, mas eu estou sendo sincero, não sabemos se foi ou não Potter que fez qualquer coisa! — Pode ter sido Streck!

— Cesc, por favor...

— Por que não? Ele parecia muito certo quando me pediu para falar com Lupin sobre o teste da Corvinal!

— Se você quiser se enganar, fique à vontade, mas Potter vai estar lá te esperando no viaduto e se você não for, ele vai vir atrás de você eventualmente.— Tony deu de ombros, como se não tivesse sido ele o responsável por toda essa situação ridícula. — Para o bem ou para o mal, os Potter só fazem o querem.

— Seu pai teria vergonha de você, se ainda estivesse vivo!— Ele me olhou sem entender. – Seu pai verdadeiro, Voldemort.

O desgraçado riu, muito satisfeito consigo mesmo. Tem dias que dá vontade de trucidar Tony e seus planos estúpidos!

***

James Potter definitivamente era um cara estranho.

Ele havia escolhido esse ponto de encontro escroto, que não era conveniente de maneira alguma: nem perto de lugar nenhum, nem isolado o suficiente para ser considerado secreto e muito menos era confortável de qualquer ângulo analisável.

Não, o viaduto parecia ter a única função de favorecer a sua ruivice, com o nascer tardio do Sol iluminando os fios bagunçados num tom vermelho alaranjado. Só esperava que esse mesmo Sol me fizesse parecer menos adoentado, porque não é nem justo isso, eu que sou naturalmente incrível, ser desfavorecido!

Ele me recepcionou com um bom humor igualmente inconveniente.

— Você está fazendo umas caretas esquisitas.— O grifinório deu um sorrisinho de lado, como se estivesse assistindo um vídeo de gatinho no Facebook muito fofo, ao vivo. Eu fiz minha melhor cara de "nem comece, não estou em um bom dia". — É quase como se pudéssemos ter um vislumbre do que você está pensando.

— Você não faz ideia do que eu estou pensando. — Falei no meu melhor tom sibilado. Estou pensando em te atirar desse viaduto apenas com a calçola de McGonnagal como paraquedas, seu trasgo!

— Você está pensando em uma punição metade cruel, metade engraçada pra mim. Acertei?— Opa, como ele sabe? Ele riu, provavelmente da minha cara de surpresa. – Que sua vida nunca dependa da sua capacidade de mentir, Fábregas!

E mais risos sem motivo aparente. James Potter não faz nem ideia, mentir é quase tão fácil quanto respirar pra mim, mas vamos mantê-lo acreditando que eu sou a criatura mais transparente do mundo!

— Ok, Potter, não vim aqui pra te entreter, vim por esclarecimentos.— Ele me olhou com um cenho franzido, ainda sorrindo. Cara, essa seria a hora perfeita para uma sobrancelha levantada, fico frustrado por ele, sério.

— Zabini deu a entender que você veio por agradecimentos.— Eu revirei os olhos. — Pra mim, no caso.

Não vou revirar os olhos de novo com essa fala desnecessária, porque com Potter é capaz deles saírem rolando das órbitas de tantas vezes que foram revirados.

— Então realmente foi você que trocou as poções de Haar...

— Ei, ei, ei! Quem falou qualquer coisa sobre isso?— Ele fingiu um falso alarme e sei que é falso porque ele ainda tem aquele brilho de diversão no olhar. — Eu, inocentemente, posso ou não ter, veja bem, não estou dizendo nem que sim, nem que não, tentado favorecer meu amigo corvinal, enviando o pastelão de rins com cara de mais apetitoso pra ele!

— Isso foi um sim?

— Claro! Achei que você apreciaria ter um pouco da sua enrolação voltada pra você.— Palhaço, resolvi ignorar, porque isso ainda não esclarecia todas as minhas dúvidas.

— Como fez?— Ele deu de ombros, modestamente e eu não acreditei nem por um segundo nisso.

— Foi meio que acidentalmente, para ser totalmente honesto.— Olhei pra ele cético e o cara de pau apenas colocou as palmas para cima, como se não pudesse dizer nada mais do que a realidade. — É um talento que eu tenho, na verdade, estar nos lugares onde eu sou necessário!

Viram? Agora sim Potter está soando como o convencido de sempre.

— Você pode simplesmente contar o que aconteceu sem os comentários do diretor do filme, por favor? — Ele me olhou divertido e eu sabia que eu o odiaria ainda mais assim que ele abrisse a boca de novo.

— E qual seria a graça disso?— Odeio estar certo. Mas ao menos Potter se recostou na murada do viaduto, achando um ângulo ainda mais favorecedor para seus cabelos ruivos. Quero dizer, ficou horrível... – Então você havia saído da cozinha batendo os pezinhos, dando o seu ataque de pelancas típico...

— Não distorça a história!

— Não me interrompa!— Potter fechou os olhos, como se realmente precisasse disso para relembrar os fatos. A posição com o rosto para cima, apreciando o Sol de olhos fechados, deixou o pomo de Adão dele em evidência. Desviei o olhar, porque não sou obrigado a ficar me torturando com essas visões antes do café da manhã. — Ah, sim...

"Você havia saído da cozinha e por coincidência Haardy entrou quase que na mesma hora. Acho até que vocês se bateram lá fora, sei lá, continuando, Martin me perguntou o que eu fazia ali e eu disse a mesma coisa que falei para você, que estava sendo prestativo e poupando vocês dois do trabalho de conseguir comida para o time. Deviam estar famintos, eu sei que eu estava!

De qualquer forma, nós batemos um papo rápido sobre a partida, eu dei algumas dicas de movimentos na chuva pra ele, tudo muito normal, até que Martin se lembrou que tinha um recado para mim: Teddy, meu primo Teddy, você lembra dele, né? Afilhado de meu pai, o auror Edward Lupin, enfim, ele queria falar comigo porque..."

— Epa, epa, epa! Por que diabos Lupin estava aqui em Hogwarts pra início de conversa?

— Você vai ficar mesmo me interrompendo?— Ele havia aberto os olhos e me encarava emburrado.

— Só quando eu achar pertinente!

— Tá aí uma coisa que você não é nunca...

— Potter! Ok, dá pra voltar pra história?— Ele me lançou um daqueles sorrisinhos irritantes dele e sacou um pacote de chocoballs do bolso. Ignorarei as idiotices dele somente enquanto ele tiver chocoballs para me dar, que fique bem claro. Falei de boca cheia, depois de jogar uns seis na boca, estou com fome, não me julguem. — Prossiga.

— Então... Onde eu estava? Ah, sim, Teddy!

"Teddy ainda não tinha fechado o caso de Dolman e apesar de ter outros casos, ele é - ou era - obrigado a ficar de sobreaviso nos dias de jogo de Hogwarts. Teddy está se especializando em Poções na Ordem, então estão enviando ele para todo tipo de caso que envolva isso. Teve uma vez que ele foi mandado em um caso onde uma garota acusava a irmã de ter comido o pên..."

— Potter, foco, pelo amor de Merlin!

"Sim, sim, Teddy! Então... Por decisão unânime - tomada numa reunião com a diretora McGonnagal, os diretores das Casas e todos os monitores - decidiu-se que sempre ficaria um auror de sobreaviso no Quartel em dias de jogo, enquanto não descobrissem quem era o fornecedor de Dolman, claro.

Não, não me olhe assim, não foi Teddy que me contou isso, foi uma amiga minha que era monitora na época, mas ela se mudou pra Salem, não pode testemunhar a meu favor agora, enfim... Respondendo sua pergunta, no dia do jogo, Teddy estava assistindo tudo das tribunas desde, sei lá, a décima hora.

Se eu não me engano, ele era obrigado a vir para Hogwarts em caso de intervalo na partida, porque todas as equipes entram limpas no vestiário, na porta tem um feitiço anti-doping, você sabe, mas no intervalo eles podiam usar algum truque, como de fato aconteceu.

Voltando para o momento da cozinha, eu saí pra falar com meu primo, mas lembrei de uma promessa que fiz a um certo sonserino ingrato... Calado, toma mais chocoball. Fiquei na porta da Lufa-lufa esperando Haardy, debaixo da Capa. Quando ele saiu, eu voltei para cozinha, só por desencargo de consciência, você sabe, ainda achava que você estava exagerando nas suas suspeitas, mas quando eu retornei para a cozinha..."

Então houve uma reunião para decidir como seriam os jogos dali pra frente... E quem estava presente como monitor da Corvinal na época? Martin Haardy, é claro! Isso explica porque ele sabia exatamente o que fazer!

Inclusive acho que o fato de Dussel não ter conseguido pegar o pomo depois de 12 malditas horas, – nunca vou esquecer o fato de que fiquei em cima de uma vassoura, de baixo de chuva por tanto tempo – teve dedo desse verme descascado!

Convenientemente ele ficou na cozinha sozinho e... James havia parado de falar e eu fui obrigado a olhar para ele.

— O quê, Potter? O que havia na cozinha?

— Nada.

— Como nada?— Se fosse Tony falando, era nessa hora que eu daria um murro nele. – Essa história toda para um "nada"?

— Não foi um nada, "nada"! Só um nada do tipo "estava tudo do jeito que deveria estar", sabe?

— Eu estou confuso...

— Eu sei, minha cara serpente, mas é nesse cenário aparentemente inocente que entra minha incrível genialidade!

— Ah, meu Merlin...— Ele interrompeu meu lamento, muito animado para ser saudável a essa hora da manhã.

"Eu estava invisível por baixo da capa, tentando ver se realmente havia algo digno de nota, mas estava tudo calmo, os elfos finalizando os últimos detalhes do café da manhã do Salão e aquelas bandejas enormes de comida para os times sendo montadas.

Tudo muito normal, mas a coisa toda era: haviam duas plaquinhas que não estavam ali antes de eu sair, o que, para olhos ordinários era completamente banal, certo? Quero dizer, os elfos poderiam ter achado válido colocar placas de identificação na frente de cada bandeja, só pra saberem pra onde mandar... Tudo perfeitamente aceitável.

E como as bandejas continham exatamente os mesmos pratos, eu pensei cá com meus botões, porque não trocar as plaquinhas? Não era como se alguém tivesse colocado poções incriminadoras em uma das montanhas de comida, não é?"

Eu ri do falso tom inocente dele e ele sorriu, feliz por esse quase reconhecimento pelo seu bom trabalho.

— Então foi mesmo sem querer no fim das contas?— Ele me olhou falsamente ofendido.

— Não foi totalmente sem querer! Eu troquei conscientemente as placas de lugar!

— Mas você não sabia que...

— Eu sabia.— Ele me olhou sério pela primeira vez desde que chegamos no viaduto. – Não me pergunte como, talvez tenha sido meu conhecimento de poções agindo inconscientemente, mas no momento em que eu vi aquelas placas, eu soube que precisava trocá-las. Chame de intuição, sexto sentido ou de...

— Obrigado.— Ele congelou a expressão no meio da fala, como se não pudesse acreditar no que estava ouvindo. Eu não teria acreditado se tivesse ouvido de fora. – Em nome de todo o time da Sonserina, Potter, muito obrigado.

— Não fiz pelo time da Sonserina.— Ele falou num tom de voz baixo, que se não fosse pelo vento jogando sua voz e cheiro característicos, - entre o cítrico e o apimentado - eu não teria escutado.

— Bem, mas estou agradecendo por... — James Potter estava olhando para os pés agora, como se não estivesse lá muito interessado em ouvir isso da minha boca, então mudei o discurso. – Obrigado, Potter. Por mim, só por mim.

Ele sorriu.

E eu revirei os olhos.

As coisas com James parecem ser - nunca divertidas ou convenientes - apenas inevitáveis.


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Notas finais do capítulo

Espero que agora tudo esteja esclarecido, se não, é só perguntar nos comentários, como sempre.

Bjuxxx