Uncursed escrita por Kikonsam


Capítulo 20
Prova das trevas.


Notas iniciais do capítulo

Atenção aqui, quem acompanha a história!

A história entrará em um hiato de dez dias sem capítulos, retornando com uma nova fase, uma nova história e tudo mais, sendo essa a que concluirá a fic. Se passará na Floresta Encantada, com a Emma já com 28 anos e tudo mais... Agradeço á todos que leram até aqui, espero que gostem desse capítulo!



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Pocahontas não dormira a noite toda. Pensara que de fato tenha dormido e tenha tido um pesadelo em que realizou seu sonho de matar Rumplestiltskin com sua adaga na qual ela nem sabia do poder, e apenas achou-a perto do caldeirão na varanda do castelo. Mas não, tudo fora real. Depois de matar Rumplestiltskin, teve que olhar par o rosto choroso de Bela e os olhares assustados e chocados de todos que estavam ali. Não sabia o que fazer, e correu para um quarto qualquer no castelo antes da menina Emma vir conversar com ela explicando o que havia acontecido. Pocahontas agora é a Senhora das Trevas, e sabe do poder da adaga de controlar qualquer Senhor das Trevas. Sabe de tudo, por isso deixou a adaga com seu nome encrustado nos cuidados de Branca de Neve e Príncipe Encantado, para que não machuque ninguém. Apesar de todos estarem chocados, eles de alguma forma gostaram de Pocahontas pelo que ela fez, e isso a confortava um pouco. A única coisa que queria agora era dormir, mas por mais que revirasse naquela cama confortável na qual estava muito desacostumada, ela não sentia sono algum. Não sentiu sono ainda mais pelo fato de uma voz bem conhecida chegar aos seus ouvidos:

– Não tente dormir, querida. Não irá funcionar.

Com um pulo, Pocahontas olhou ao redor e viu a figura conhecida de Rumplestiltskin em sua frente. Não acreditou no que vira.

– Você... – falou ela, aproximando-se lentamente dele. – Você deveria estar morto!

– E estou, querida. – fala Rumplestiltskin, mostrando seu sorriso podre para Pocahontas. – Acontece que este não sou eu. Este é você.

– Eu? – pergunta Pocahontas, sem entender nada.

– Exato. – fala Rumplestiltskin. – Entenda, eu sou só um ser em sua mente ajudando a guia-la pelas trevas, saber controlar isso que você tem dentro de si, e causar sofrimento para todos.

– Eu não quero isso. – fala Pocahontas. – Só quero minha aldeia de volta. Quero minha família de volta, isso é tudo que importa.

– Nenhuma magia pode devolver os mortos, querida. – fala Rumplestiltskin, com seu sorriso podre no rosto. – Nem o Gênio, nem a Fada Azul e nem a Senhora das Trevas tem esse poder. Mas, a magia pode matar os já vivos. E esta é uma das coisas que um Senhor das Trevas faz. Podendo causar sofrimento para atingir seus objetivos. Um Senhor das Trevas só pensa em si próprio o tempo todo.

– Eu não penso somente em mim própria o tempo todo! – fala Pocahontas, confrontando Rumplestiltskin.

– Claro que pensa. Todos nós temos potencial para as trevas, queridinha. – fala Rumplestiltskin, sorrindo para Pocahontas. – Isso se prova pelo fato de você ter tirado um pedaço de sua família somente para ter seu homem.

– Não venha jogar isso na minha cara, seu ser imundo! – fala Pocahontas, se aproximando com agressividade da voz em sua cabeça. – Eu fiz o que fiz em prol do meu povo. E eu não a matei, só...

– A fez sofrer. – fala Rumplestiltskin, sorrindo com ironia para Pocahontas.

– Não foi isso que eu quis dizer! – fala Pocahontas, indignada.

– Claro que foi, queridinha. – fala Rumplestiltskin, aproximando-se dela e dando voltas ao redor de seu corpo parado. – Afinal, eu não sou Rumplestiltskin, sou você.

Pocahontas olha ao redor para dar uma resposta á Rumplestiltskin, mas ele simplesmente some de vista. Ela não o vê em lugar algum. Parecia um sonho, mas sabia que aquilo era bem real. Mais real do que qualquer coisa que ela já tenha passado. Sentia isso em si própria, e queria fazê-lo parar. Pocahontas tinha que fazer alguma coisa. Não podia simplesmente se entregar ás trevas como qualquer um faria. Tinha que fazer o melhor, em memória á John Smith, ao seu pai, á sua aldeia. Podia fazer a coisa certa. Só tinha que sair dali.

Pocahontas vai em direção á porta pintada de branco de seu quarto e a abre, vendo o imenso corredor. Acaba por ver que não há ninguém ali, e sai andando. Anda, desce escadas, sempre olhando para ver se havia algum guarda apenas esperando para que ela aparecesse. Mas não apareceu. Não apareceu até ela chegar ao portão principal.

– Desejo sair, por favor. – fala Pocahontas para o guarda que passa a noite guardando o portão.

– Desculpe-me, senhorita. – fala o guarda. – Mas por ordens do rei e da rainha ninguém pode sair durante a madrugada.

– Bem... Agora temos um problema. – fala a voz de Rumplestiltskin ao seu ouvido, e Pocahontas apenas a ignora, ainda olhando para o guarda.

– Por favor, se me deixar sair... – fala Pocahontas.

– Desculpe-me, ordens do rei. – insiste o guarda.

– Vamos, Pocahontas. – fala a voz de Rumplestiltskin ao seu ouvido.

– Por favor... – implora Pocahontas ao guarda, com lágrimas caindo de seus olhos. Só queria sair dali logo para se livrar do que quer que a estivesse controlando.

– Desculpe... – insiste o guarda.

– Só abra! – grita Pocahontas, e num golpe o guarda é levantado pelo pescoço, flutuando no ar como se estivesse sendo estrangulado.

Pocahontas olha ao redor, tentando achar quem quer que tenha feito aquilo, e vê a imagem de Rumplestiltskin com a mão levantada, erguendo o homem.

– Pare! – fala Pocahontas.

– Mas eu não estou fazendo nada, queridinha. – fala Rumplestiltskin, olhando para a mão de Pocahontas. – Você está.

Pocahontas olha para sua mão e a vê levantada levemente, levantando o guarda. Ela força para a mão voltar ao seu lugar, e o guarda cai no chão, assustado, correndo para longe da índia.

– Gostou? – perguntou Rumplestiltskin.

– De quê? – pergunta Pocahontas.

– Da sua primeira prova das trevas. – fala Rumplestiltskin, sorrindo para a índia.

Pocahontas para um pouco, vendo aquela imagem que somente existe em sua cabeça, e resolve ignorá-la, por mais que seja muito perturbadora. Ela simplesmente empurra as portas do castelo, dando entrada á parte externa, ainda coberta por muros.

– Aonde pensa que está indo? – pergunta Rumplestiltskin.

– Concertar isso. – fala Pocahontas, procurando sua pequena passagem secreta na qual achou para o Reino Anti-Central. E a acha, empurrando um pequeno tijolo de madeira, abrindo um pequeno túnel suficiente para ela poder escorregar em direção ás masmorras do castelo e seu túnel que dá ao Reino Anti-Central.

Pocahontas escorrega nisso, e dá nas masmorras, continuando á procurar a passagem para o Reino Anti-Central na qual ela usou para poder chegar lá em primeiro lugar, logo após ter matado Shere Khan e decidido por vingança contra Rumplestiltskin. E o acha. Ali, aberto, do mesmo jeito, a passagem. Ela passa pelo túnel, andando lentamente, e sente seu corpo virar, e de repente se vê saindo de uma caverna do Reino Anti-Central, bem perto do castelo de Rumplestiltskin, rodeado por árvores de folhas roxas.

Pocahontas passa pelas árvores perturbadoras, que conhece bem, indo até o grande portão do castelo abandonado, podendo abri-lo e entrar. Sabia que o que estava fazendo não era a melhor decisão possível. Mas sabia que era a coisa certa á se fazer.

Pocahontas adentra ainda mais no castelo recém-abandonado, vazio como uma caverna. E passa pelos corredores no qual ela tentou adentrar por décadas, finalmente conseguindo passar por eles, sabendo todos os caminhos até o local onde ela poderia finalmente achar a paz e poder fazer a coisa certa em memória á todos.

Não demora muito antes que ela consiga ouvir passos e gritos por seu nome ecoando pelo enorme castelo. Eram todos os heróis. O guarda os avisara. Não, Pocahontas não podia se deixar abater. Correu até o local onde queria chegar desde o início. E o acha. Vê as gaiolas penduradas sob um precipício protegido por um campo de força azul, e depois desse campo de força, uma confusão de cores e formas como nunca havia visto antes. Mas já havia ouvido falar. A dimensão Fantasia.

– Pocahontas, pare. – ela ouve a voz esbaforida de Branca de Neve ás suas costas, e por algum motivo, mesmo não querendo, ela para. Olha para trás e vê Branca de Neve com a adaga em sua mão, ao lado de Encantado, Emma, Lily, Fada Azul, Bela, Mogli, Jasmine e Aladdin.

– Solte essa adaga, Branca. – fala Pocahontas, com as lágrimas escorrendo de seu corpo. – Você não sabe o que isso é capaz de fazer. Eu estou protegendo todos vocês.

– Você só está se destruindo. – fala a Fada Azul. – Não deixe as trevas a consumirem á esse ponto.

– Elas já consumiram. – fala Pocahontas, enquanto sente a tristeza tomar posse de seu corpo. – Tem me consumido desde o momento que aquele podre chegou a minha aldeia. Consumiram-me mais ainda quando eu dei um pedaço de minha família somente pensando em mim mesma.

– Você não pensou só em si mesma. – fala Emma. – Você não é um monstro.

– Pocahontas, eu sei como um vilão é. – fala Lily, se aproximando de Pocahontas. – Eu sei o porquê de suas malvadezas. Mas nada justifica eles fazerem tais atos brutais. E seu ato não chega aos pés dos outros. Na verdade, você é uma heroína. Vilões não pensam em sua aldeia além de tudo. Você quem foi a enganada, não quem enganou.

– Rumplestiltskin é o vilão. – fala Bela, surpreendendo á todos. – Ele quem lhe enganou. Eu posso ter achado que ele era um homem bom, mas ele deixou as trevas o consumirem, por que ele não tinha amigos. Não como você tem. Podemos ajuda-la.

– Mesmo depois de eu ter matado o homem que ama? – pergunta Pocahontas. – EU sei como é isso, Bela. Por isso matei Shere Khan. E por isso eu vou acabar, antes que mais alguém se machuque.

Antes que Branca de Neve mexesse na adaga, Pocahontas, apenas com um aceno de mão abre o portal da dimensão Fantasia, revelando a confusão de cores.

– Pocahontas, pare. – fala Branca de Neve, fazendo com que Pocahontas pare com o que faz.

– Eu não queria fazer isso. – fala Pocahontas, e levanta seu braço lentamente, fazendo com que David venha para perto dela, e rapidamente ela arranca seu coração, segurando-o em sua mão.

– Vamos, querida. – fala a voz de Rumplestiltskin ao seu ouvido, enquanto ela vê o rosto de David lacrimejar.

– Não! – grita Branca de Neve.

– Solte a adaga. –fala Pocahontas, calmamente, enquanto aperta o coração de David, fazendo-o sentir mais dor ainda.

– Pare com isso, Pocahontas! – fala Mogli.

– Fique fora disso! – grita Pocahontas.

– Amasse, Pocahontas. – fala a voz de Rumplestiltskin.

– Por favor... – fala Branca de Neve, implorando para Pocahontas não amassar o coração de David.

– Essa adaga não me impedirá de fazer isso. – fala Pocahontas, apertando um pouco mais o coração dele. – Agora, solte a adaga.

Branca de Neve chora, e solta a adaga, fazendo-a cair no chão. Pocahontas não perde tempo. Apenas coloca o coração de David de volta, apesar de todos seus instintos dizerem para ela o apertar. E assim, ela corre em direção ao precipício, pulando naquela imensidão de cores. Nunca saberia seu destino, mas sabia que não era nada bom. Poderia morrer, sim. Mas morreria sabendo que fez a coisa certa.

No momento que Pocahontas atingiu o local mais fundo do portal, a adaga se ilumina. Uma luz branca sai dela, fazendo com que ilumine todo o local. Essa luz vai se ofuscando com o tempo, e assim, a adaga volta ao normal. Sem nenhum nome, sem nenhum Senhor das Trevas.

. . .

Assim, Pocahontas fora vista como uma heroína por toda Floresta Encantada. Dessa vez, o portal para o Reino Anti-Central fora totalmente selado com magia de sangue, realizado por uma parceria da Fada Azul com o Gênio. Agora, ninguém além deles poderia entrar naquele local horrendo. Emma agora estava em paz, sabendo que fez a coisa certa ao achar Lily e Mogli e os acolher. Mas sentia o maior remorso pela maior heroína que poderia conhecer. Com apenas 16 anos, Emma passou por coisas maiores do que muitos adultos passaram. Em uma tarde, o destino de Lily fora selado. Ela estava sozinha em seu quarto, ao ouvir uma batida na porta, mandando entrar.

– Incomodamos? – perguntou Jasmine, colocando o rosto para dentro do quarto da menina.

– Não, podem entrar. – fala Lily, sorrindo. Apenas encarava para o lenço que fora a única pista de suas origens até encontrar com Rumplestiltskin.

Aladdin, Jasmine e Mogli entram no quarto da menina, assustando-a com a quantidade de gente que queria vê-la. Mogli estava diferente, ao invés de sua tanguinha, com uma roupa branca parecida com a de um verdadeiro sultão.

– Está estiloso, hein? – fala Lily, sorrindo para seu irmão.

– É, eu gostei destas vestes. – fala o menino.

– Também gostei. – fala Lily. – Mas, a que devo a honra da visita?

– Bem, - começa Aladdin. – Queríamos falar com você.

– Bem, estou aqui. – fala Lily.

– Bem... – começa Aladdin. – Sabemos que sua família não é uma das mais estáveis, e que você poderá ser designada a viver o resto da vida neste castelo e sem uma família de verdade... E achamos que...

– Você precisa de uma família que cuide de você como uma filha. – fala Jasmine. – Por isso, queremos convidá-la a ser nossa filha.

Lily não acredita no que ouve.

– O quê? – pergunta ela. – Mas, Agrabah está destruída e...

– Iremos reerguê-la. – fala Aladdin.

– Só queremos que você seja oficialmente minha irmã. – fala Mogli, sorrindo.

– “Oficialmente”? - fala Lily, olhando para o irmão. – Que vocabulário mais sofisticado é esse, moleque?

– Então... Aceita? - pergunta Jasmine.

– Estão brincando? – pergunta Lily, com lágrimas de alegria nos olhos. – Claro que sim! Obrigada! Muito obrigada!

Lily abraça sua nova família. Agora ela poderia ter uma real família que a amasse e cuidasse dela. Todos estavam bem, todos estavam felizes e agora todos poderiam viver felizes para sempre.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, deixe suas impressões nos comentários! Espero vê-los em dez dias, tchau...



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