Uncursed escrita por Kikonsam


Capítulo 18
O bem é mais inteligente que o mal.


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui vai mais um, espero que gostem!



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O tempo passado ali parece uma eternidade, por mais que se passem apenas alguns dias. Rumplestiltskin e Lily fazem questão de visitar todos diariamente, além de fazê-los ficarem constrangidos. Rumplestiltskin estava tendo sucesso em dominar a Floresta Encantada, com seus principais inimigos fora do jogo. Tudo estava acabado. O mal venceu.

Neste sexto dia presos, Jasmine tentava insistentemente quebrar as barras de sua gaiola, sem sucesso. Suas mãos nunca conseguiriam destruir algo simplesmente indestrutível.

– Jasmine... Pare. – fala Branca de Neve, enquanto Jasmine tenta insistentemente golpear as barras de ferro.

– A gente tem que sair daqui! – fala Jasmine, golpeando ainda mais as barras.

– Mesmo que consiga quebrar estas barras indestrutíveis, será aprisionada na dimensão Fantasia. – fala Emma. – Então tenha bom senso e pare de assustar seu filho e seu marido.

– Não estamos assustados! – fala Mogli, olhando para Emma.

– Desde que tenhamos esperança, tudo acabará bem. – fala Aladdin. – Isso é uma das coisas que aprendi com meu filho.

– Não vai acabar bem! – grita Emma, assustando a todos. – Ainda não entenderam que esperança não vai fazer estas barras evaporarem e nós conseguirmos voltar para nossos castelos e viver felizes para sempre? Vai ver esperança é algo ruim. Se não fosse por isso, Lily nunca saberia quem foi sua mãe e nada disso teria acontecido.

– Acho bom começar a acreditar em esperança, Emma. – ouve-se uma voz vinda ao longe, e vê-se a figura conhecida de Mulan aparecendo no cais de pedra que dá para o abismo.

– Mulan! – fala Branca de Neve, rindo e olhando a amiga.

– Não acharam que nós iriamos nos esquecer de vocês, não é mesmo? – ouve-se outra voz conhecida, e Alice aparece da escuridão do túnel que dá saída do penhasco.

– Afinal, - ouve-se outra voz, e a rainha Aurora e o rei Phillip aparecem da escuridão, dizendo juntos: - O bem sempre vence.

– Vocês voltaram por nós! – fala Emma, sem acreditar no que está vendo. –Mas... Como vocês...

– Explicamos o resto depois. – fala Mulan, interrompendo. – Antes, precisamos tirá-los daí.

– Boa sorte com isso. – fala Jasmine, cruzando os braços.

– Obrigada. – ouve-se uma voz vinda da escuridão, e de lá sai a Fada Azul voando com seu vestido conhecido e sua varinha mágica. Ela sobrevoa o penhasco e paira afrente do rosto de Branca de Neve, que a olha com olhos de esperança. – Vou tirá-los daí.

A Fada Azul balança sua varinha, e com apenas um toque ela cela a entrada para a dimensão Fantasia, fazendo acima dela uma barreira azul transparente.

– E como pretende nos tirar dessas barras? – pergunta Aladdin.

A Fada não fala nada, apenas pega um papel que está em seu bolso e sopra, fazendo com que as letras se espalhem por todas as gaiolas, fazendo com que algumas barras desapareçam, tornando viável para todos conseguirem sair.

– Mas... Como? – pergunta Encantado, saindo de sua gaiola e pulando para a barreira no abismo.

– Rumplestiltskin foi burro o suficiente para selá-los com a mesma magia que usei para prendê-lo em sua prisão, abaixo do castelo. – fala a Fada Azul, vendo todos pularem até a barreira. – O bem é mais inteligente que o mal.

– Certo, agora nos falem como conseguiram nos encontrar. – fala Emma, subindo nas costas de Bambi, seguida por Branca de Neve e Encantado.

– Contamos no caminho. – disse Mulan. – Vamos.

Todos saem correndo, mas rapidamente percebem o Gênio ainda dentro de sua gaiola aberta. Ele parece assustado, e não parece disposto a sair de lá.

– Gênio, o que houve? – pergunta Aladdin, planando com o tapete do lado de fora de sua gaiola.

– Será que eu poderei ser livre novamente? – pergunta o Gênio. – E se gênios não foram feitos para serem livres mesmo?

– Todos nós somos feitos para sermos livres. – fala a Fada Azul, planando ao lado de Aladdin. – E além do mais, sua magia só não funciona por que a gaiola a bloqueia. Quando sair, poderá ser o mesmo Gênio de sempre.

O Gênio parece acreditar no que a Fada Azul disse, e de fato, ao colocar seu corpo lentamente para fora da gaiola, ele vai aos poucos ficando azul, até que o Gênio tem coragem o suficiente para pular fora da gaiola, ficando parecido com um espírito flutuante azul.

– Eu disse. – fala a Fada Azul. – Agora, vamos?

– Se vamos. – fala o Gênio, que sai voando afrente de todos.

Todos correm atrás do Gênio portão adentro, enfrentando soldados e os combatendo, enquanto falam:

– Agora expliquem. – diz Emma, que acima de Bambi solta uma labareda em um guarda.

– Rumplestiltskin e Lily dominaram os reinos. – fala Mulan, enquanto joga uma flecha em outro. – Ficamos presos até a Fada Azul, que estava presa em uma prisão mais avançada, conseguir se soltar e nos salvar.

– Então ficamos na floresta por dias até a Fada achar os ingredientes para encontra-los. – fala Alice, chutando as genitálias de um outro soldado. Consegue se perceber Encantado sentir isso em seu próprio corpo ao ver o pobre homem cair no chão. – Conseguimos sua localização, que partiu do princípio da localização do portal para a dimensão Fantasia. A Fada Azul já esteve lá.

– E posso lhes assegurar que não é algo muito legal. – fala a Fada, voando ao lado de Aladdin, Jasmine, Mogli e o tapete mágico.

Eles descem as escadas, enquanto mais guardas os cercam e rapidamente os derrotam.

– Esses guardas precisam ser mais bem treinados... – fala Alice, pensando alto.

– Espera, então como chegaram até nós? – pergunta Branca de Neve, segurando na cintura de Encantado enquanto estão montados em Bambi. – Todos os guardas parecem muito surpresos em vê-los, além do fato de que já teriam sido derrotados na vinda.

– Um campo de força invisível. – fala Mulan. – A Fada Azul salva vidas.

– Que é isso, não é nada. – fala a Fada, corando, enquanto abrem o portão principal.

Com o portão aberto, dão de cara a uma floresta escura e sombria. Nunca haviam visto algo assim antes.

– Que lugar é esse? – pergunta Branca de Neve, assustada com as árvores de folhas roxas.

– O Reino Anti-Central. – fala a Fada Azul. – Está abaixo do seu Reino Central, e a entrada dele está no porão de seu castelo, por coincidência ou não.

– Como nunca soubemos disso? – pergunta David.

– Não é algo que deva ser comentado. – fala a Fada.

Neste momento, todos se veem do nada cercados por vários guardas. No mínimo vinte guardas os cercam, prendendo-os em uma roda.

– Ótimo. – fala Emma. – Não tem como enfrentarmos todos.

– Onde está o gênio quando precisamos dele? – pergunta Aladdin, em cima do seu tapete, enquanto esconde Mogli entre ele e Jasmine.

– Eu não consigo enfrentar todos. – fala Mulan, sufocada enquanto os guardas se aproximam. – Precisamos de mais reforço.

– Não temos nenhum. – fala a Fada Azul. – Todos estão presos. Só uso minha magia para o bem.

– Estamos mortos. – fala Emma, acendendo labaredas em suas mãos. – Mas vamos morrer lutando.

Neste momento, os guardas avançam em todos, e rapidamente algum vulto faz com que muitos deles simplesmente caiam no chão, mortos. Esse mesmo vulto vai se personificando em uma mulher alta, magra, com roupas esquisitas e cabelo longo e bonito. Ela faz movimentos mais rápidos do que Mulan, apesar de ter suas armas muito inferiores.

– Quem é esta mulher? – pergunta Emma, enquanto a mulher é cercada por mais homens e consegue se ver seu rosto quadrado e lábios grossos com uma pele morena.

A mulher pula em outros, dá cambalhotas e com apenas alguns golpes faz com que os guardas caiam no chão. Não dá para saber se estão mortos ou vivos, mas ela conseguiu sozinha acabar com todos.

Ela se vira para os heróis, que olham todos assustados para a linda moça. Ela parece assustada com a presença deles, e rapidamente foge para a floresta.

– Sigam-na! – grita Aladdin, que voa com seu tapete atrás da moça de cabelos negros longos.

Todos correm atrás dela, que passa pelas árvores como se conhecesse cada uma, como se a floresta fosse uma amiga que a ajudasse em sua fuga. Mas, pouco depois de perde-la de vista, ouve-se um barulho. Este barulho foi um estrondo alto, que rapidamente parou. Os heróis param, e olham ao redor para ver que nada de ruim ocorreu. De repente, a figura azul do Gênio aparece entre as árvores de folhas roxas.

– Gênio! – fala Jasmine, planando no tapete. – Onde você estava?

– Desculpe Jasmine. – fala o Gênio. – A liberdade subiu minha cabeça. Mas eu consegui prender a fugitiva.

– Então nos leve a ela. – fala Emma, com a cara fechada. Estava com raiva pelo fato do Gênio ter podido ajuda-los anteriormente, porém por simples diversão tê-los abandonado.

Eles andam alguns metros e chegam até a mulher, que esmurra um campo de força azul feito pelo Gênio. Consegue se ver olhares raivosos e selvagens vindos dela enquanto esmurra o campo de força. Ela é bonita, com uma beleza selvagem como nenhuma outra. Roupas feitas a partir de elementos naturais e um colar com uma pedra pendurado no pescoço. Ela não parece desistir de tentar quebrar o campo de força com as próprias mãos.

– Quem é você? – pergunta Emma, descendo de Bambi e olhando para ela, que para ao ver os heróis.

– Não interessa. – fala ela. – Isso já não interessa a ninguém faz muito tempo.

– Então por que nos ajudou? – pergunta Branca de Neve.

– Não estava os ajudando... – fala ela, rindo. – Estava me ajudando. Agora me tirem disso daqui!

– Não queremos machucá-la. – fala a Fada Azul. – Só queremos saber quem você é e o que faz aqui.

A mulher para um pouco e olha para todos. Parece receosa sobre o que vai falar. Parece que já passou por traumas demais na sua vida para poder confiar em estranhos. Mas ela dá uma chance:

– Me chamo Pocahontas. – diz ela. – E não sou daqui. Fui banida.

– Banida? – pergunta Alice. – Como assim?

– Não sou desta terra. – fala Pocahontas. – Sou de uma terra distante, um Novo Mundo. Um mundo sem magia.

– Um mundo sem magia? – pergunta Branca de Neve, e rapidamente se volta para Alice dizendo: - Alice, pode ser sua terra!

– Eu sei. – fala ela. – Mas vamos ver se é mesmo... Continue, Pocahontas.

– Sou uma índia de uma tribo de um Novo Mundo descoberto por um lugar chamado Inglaterra. – fala Pocahontas.

– Eu sou da Inglaterra! – fala Alice. – É meu mundo!

– Finalmente alguém que me entende por aqui. – fala Pocahontas.

– Mas, por favor, nos diga o que aconteceu. – fala Alice. – Podemos ajuda-la.

Pocahontas parece desconfiada, mas o fato de existir alguém de seu mundo parece encorajá-la a falar sua história.

– Bem, após sermos descobertos pela Inglaterra e quase entrarmos em guerra... – continua Pocahontas. – Ficamos sozinhos e desamparados sem saber o que aconteceria depois. E acontece que algo estranho aconteceu. Um homem, podre, com dentes podres, apareceu dizendo ser um inglês. Mas vi que ele não era. Ele estava atrás da magia de uma árvore que eu tratava como avó. Essa magia, segundo ele, era uma das poucas no meu mundo, mas era forte o bastante para fazê-lo subir de poder. Eu disse que não, claro que não. Nunca iria dar minha avó para ele somente para fazê-lo subir de poder. Mas ele me prometeu algo muito valioso. Prometeu-me o homem de meus sonhos e segurança para minha tribo. Em troca, eu dava um pedaço do casco da árvore mágica que eu tratava como avó. Não pude resistir, e esse foi meu maior erro. Dei um pedaço de minha família para ele com um aperto no coração, e pegou-a, fazendo de sua essência uma tinta capaz de quebrar barreiras mágicas. E ele deu segurança ao meu povo, jogando-os no meio da Floresta Encantada. Segundo ele, estávamos mais seguros do que com um monte de navios ingleses dispostos a nos assassinar. E de fato ele trouxe o homem da minha vida, John Smith, de volta. Mas tanto ele quanto toda minha aldeia foram mortos pelo tigre temido em toda Floresta, chamado Shere Khan.

– Eu conheço este tigre! – fala Mogli. – Ele quis matar a mim e a Lily, mas algo conseguiu impedi-lo e ele nunca mais apareceu novamente.

– Bem, fui eu. – fala Pocahontas, com lágrimas escorrendo de seus olhos. – Eu matei Shere Khan por vingança, e aprendi durante anos a me virar sozinha na floresta, com habilidades que aprendi aqui mesmo. Por algum motivo, não envelheci. Talvez isso faça parte da maldição de Rumplestiltskin, não sei. Só sei que quero vingar-me dele, mas ele consegue ser mais forte do que todos outros inimigos nos quais eu combati. Ele parece ser feito de trevas, trevas impenetráveis...

– Ele é o Senhor das Trevas. – fala Alice. – E Pocahontas, depois de tudo que você falou, acredito que falo por todos ao dizer que você é bem vinda ao castelo. Mas antes, temos que derrotar Rumplestiltskin e conseguir o final feliz de todos, até o seu. Você conseguirá sua vingança. Mas só se prometer ficar ao nosso lado.

Pocahontas parece pensar um pouco. Parece um pouco rápido demais para acreditar neles, mas desde o início simpatizou com os forasteiros. Não tinha outra saída a partir dali. Era um tiro no escuro? Sim, mas o que é uma vida sem riscos, não é mesmo?

– Ok. – fala ela. – Eu os ajudo.

– Gênio. – fala Emma, olhando para o Gênio. – Solte-a do campo de força.

O Gênio, com um estalar de dedos, acaba com o campo de força, e solta Pocahontas, que posteriormente iria junto com os heróis em direção ao Reino Central. Estava na hora, de uma vez por todas, derrotar Rumplestiltskin.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ler, comente suas impressões! Próximo capítulo em no máximo cinco dias!



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