Imagine escrita por lizziewho
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura xoxo te vejo lá em baixo ♥
Antes
– Você está brincando comigo, né? – Dean tentava controlar a raiva o máximo possível, não queria gritar com o irmão. – Você sabe que as férias e feriados são os únicos momentos que temos para fica com o pai, certo?
– Exatamente.
O irmão mais velho mordeu os lábios e virou de costas para o caçula.
– Dean... você sabe que nunca me dei bem com o pai... por que não fica também?
–POR QUE? – O loiro não conseguiu mais controlar a voz e voltou a encarar o irmão – PORQUE ELE É NOSSA ÚNICA FAMÍLIA QUE AINDA ESTÁ VIVA, É POR ISSO.
O único barulho era o som cortante do inverno inglês. Dean tentava não chorar, a lembrança de praticamente não ter mais uma família era insuportável.
– Não diga como se eu não soubesse ... mas o pai... ele ... você sabe que ele não gosta disso ... esse lance de sermos bruxos e isso só piorou quando recebi a Carta neste ano.
– Então faça pela mãe. Vamos passar o Natal todos juntos ... pela mãe – a voz do mais velho era quase inaudível.
– Se a mãe soubesse no que o pai se tornou... ela iria preferir que eu ficasse o ano inteiro em Hogwarts.
Dan sabia que era verdade.
– Essa é sua resposta final então? Você vai ficar aqui na escola e não com a gente?
– Sim – Sam engoliu em seco.
– Maravilha. Vou mandar uma coruja pro pai autoriza sua vista para Hogsmeade.
Sem olhar novamente para o irmão, o loiro marchou direto para o Corujal, evitando conversar com qualquer pessoa que tentasse puxar assunto. Quando menos percebeu, já estava na ala onde sua coruja ficava.
– Hey Babby! Posso te atrapalhar um pouquinho? – Dean deslizou suavemente a ponta dos dedos na cabeça da pequena coruja marrom e cinza – Preciso que você leve uma carta pro meu pai – o animal grunhiu desaprovando – É, eu sei que é longe, mas eu trouxe ratos pra você comer e prometo que terá muito mais quando voltar.
Enquanto Babby comia seu café-da-manhã, o garoto usou a tinta e o papel do próprio Corujal para explicar ao seu pai que neste ano seriam só os dois usando ridículas blusas natalinas dentro do Impala.
Reescreveu a carta mais de cinco vezes, pois sua mão tremia e lágrimas insistiam em manchar o papel. Enrolou a “menos pior” na perna da coruja e beijou o animal entre seus grandes olhos pretos.
Observou a coruja fica cada vez menos no céu e já ia embora, contudo percebeu gigantescos animais voando aleatoriamente em cima da Floresta Proibida.
– Mas o que?
Correu até a Floresta, tomando o cuidado de não ser pego por Hagrid. O relógio mal batera quatro horas e o lugar já estava sombrio e com uma considerável camada de neve. Dean seguiu a trilha de pegadas que acreditava serem dos curiosos animais voadores, até uma clareira próxima ao pequeno lago. Muitos desses bichos se encontravam no local e assemelhavam-se a cavalos malnutridos, não tinha pelos, apenas uma couraça cinza escura.
O garoto poderia passar o sábado inteiro observando aqueles “cavalos anoréxicos”, mas o som de um galho sendo quebrado o despertou de seus devaneios.
– Tem alguém aí? – Dean disse alto, com a mão preparada para sacar a varinha.
– Só mais um ou então você ficará mal-acostumado.
– O que? – o loiro observou a figura humana à sua frente, um garoto de cabelos negros vestindo um sobretudo bege – Ahm... Quem é você?
– Eu sou aquele que o agarrou firme e o tirou da perdição.
– É mesmo? Calma lá garanhão, eu nem mesmo sei o seu no ... – parou de falar quando percebeu que o garoto não havia falado com ele.
O misterioso menino fazia carinho no “cavalo” e parecia não ter reparado na presença de Dean. Este, por sua vez, sabia quem era o outro; o “caduco da Lufa-Lufa” tinha uma reputação e tanta entre os alunos mais velhos de Hogwarts.
– Ca... Carlos? Ahm... Ca...
– Castiel – não se virou.
– É, isso... Castiel. Eu estou tão acostumado a falar “cadu..
– É um apelido muito ofensivo, Dean.
Sim, é claro que é. Você sabe meu nome... Okay – o loiro estava constrangido com toda a situação, o menino ainda não tinha se virado, então o Winchester aproximou-se – O qe são eles?
– Chamam-se testrálios, são bem gentis, mas as pessoas os evitam por serem um pouco...
– Diferentes... – e “feinhos pra caramba”, pensou Dean. Queria quebrar a tensão do momento, mas não sabia exatamente como, reparou que o menino tinha olhos azuis e uma pele levemente bronzeada.
– Eles só podem ser vistos por pessoas que já viram a morte.
– Então ... você conheceu alguém que morreu? – Pela primeira vez os dois começaram a conversar frente a frete. Castiel era poucos centímetros mais baixo que o loiro.
– Meu irmão, Gabriel. Ele adorava inventar novas pegadinhas e poções. Um bruxo extraordinário, mas um dia seus experimentos deram errado e bem... Eu tinha 9 anos – O moreno deu alguns passos à esquerda, aproximando-se de outro testrálio.
– Eu sinto muito, Castiel.
Mais uma vez, o garoto parecia não prestar atenção em Dean, este agradeceu mentalmente o fato de Castiel não perguntar como ele “viu” a morte. Quando o silêncio ficou ensurdecedor, o mais alto pigarreou e disse:
– Por que você fica aqui com esses bichos? E que coisa foi aquela de “agarrou firme” e “perdição”.
– Sinto muito se lhe constrangi, Dean. Mas os testrálios gostam dessas frases sem muito sentido. Ficam mais calmos – Castiel firmou o olhar no loiro e sorriu – E, além de eu gostar deles, recebo um galeão e onze cicles por hora do Hagrid. Só para alimentá-los e não os deixar tão sozinhos.
Dean também sorriu e ajudou o moreno nos cuidados com os outros animais. Quão humilhado ele seria se seus colegas soubessem que fizera amizade com o “caduco da Lufa-Lufa”?
Agora
– Olá, Dean.
– O que está fazendo aqui? – o caçador falava entre dentes cerrados.
– Bom. Eu trabalho aqui. Achei que fosse bem óbvio.
– Não, não. Não faça esses joguinhos. Você sabe muito bem em qual sentido perguntei. – Dean podia ouvir o coração, seu corpo todo tremia.
– Eu quero que você entenda... – Castiel começou a se aproximar devagar.
– Eu já disse chega de joguinhos – o loiro virou-se e seguiu o caminho que o levaria para fora da Floresta, mas um pensamento o dominava, cutucava cada um de seus neurônios – Acredite, eu tentei entender... todo aquele blá blá blá “minha família malvada”. Eu tentei Cas... – sua voz falhou no momento que o moreno desviou o rosto – Sammy sabe como eu tentei te entender.
– O que eu fiz for por você. Por você e pelo Sam – Castiel tentava manter os olhos fixados em Dean, mas algo dentro dele o impedia de continuar com o contato visual – Foi você quem me ensinou sobre liberdade e livre-arbítrio.
– Então, a culpa é minha agora? – O mais alto deu uma risada irônica e limpou o canto da boca – Você causou a morte de milhares. Pessoas que eu amava. Pessoas que Sammy... Não jogue a culpa em mim.
– Eu também tive perdas, Dean! – a voz do moreno estava alta e quebrada – Você perdeu alguns amigos? Eu perdi toda a minha família! Só me restaram você e o Sam! E o que você fez, Dean? Você me mandou embora... – sua voz não passava de um sussurro – e agora eu estou sozinho no mundo.
Palavras tinham o poder de nocautear Dean mais do que qualquer boa briga. E estas, molhadas pelas lágrimas não derramadas, duras pelas verdades não ditas; serviram como golpes certeiros no peito do caçador.
– Dean? Dean! Por favor... não...
O Winchester caminhou de volta para o castelo, sem olhar para trás.
* * * *
Sam arregalou os olhos, espantado de ver o estado no qual o irmão se encontrava. Olheiras fundas e escuras, as vestes pretas e vermelhar vestidas pelo avesso, o cabelo completamente desalinhado.
– Por favor, não me diga que você está bêbado.
– Tive que tirar a cerveja à força das mãos daqueles malditos elfos – Dean falava enrolado e com os olhos semicerrados.
– Eu posso saber o que aconteceu? – O caçula cruzou os braços e encostou o corpo na parede.
– Eu vi ele... ontem... na Floresta Proibida.
Alguns professores passaram pelos Winchesters e os cumprimentaram. Sam distribuiu sorriso e tentou explicar o estado do irmão:
– Sabe como é! Primeiro dia de aula! Ele não lida muito bem com estreias! – Assim que eles foram embora, o moreno concentrou-se em Dean, incerto se deveria demonstrar curiosidade sobre o reencontro com Castiel.
– Ele veio tentar se desculpar, se explicar. Todo aquele papinho típico. TIRE ESSE RISO DA CARA – Dean abriu caminhos entre os alunos.
– Você ... ficou tão emocionado ao ver o Cas que precisou tomar um porre? – Agora Sam não tentava esconder o sorriso.
O primogênito abriu a porta da sala de aula e deixou os estudantes passarem e acomodarem-se nas suas carteiras.
– Como foi dessa vez? – Sam engrossou a voz – “Sinto muito, Dean”; “Isso não é o suficiente, Cas”...
– Cale a boca. Entre na sala – o loiro fechou a cara e esperou o irmão entrar.
A sala era retangular comprida, muito bem iluminada pelos grandes vitrais encontrados na parede do fundo. Cada professor escolhia a decoração do ambiento no qual daria aula; com os Winchesters não seria diferente. Fileiras de livros cobriam as paredes laterais, símbolos nunca antes vistos pelos alunos encobriam todo o local. Facas, armas e sal grosso repousavam na mesa central.
– Bem-vindos a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, pestinhas.
Continua.
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Iai *uu* gostou? Muitas dúvidas na sua cabeça, não é mesmo? Para os próximos capítulos (calma que terão, no máximo, 5 partes XD): Finalmente, a aula dos Winchesters; novo personagem; explicações sobre a razão do Dean ter mandado Cas embora; Como e por que a mãe dos Winchesters morreu; como Cas já sabia o nome de Dean e muuuito, mas muuuito mais.
Bom ENEM pra quer for prestar