– Dean... DEAN! - Sam não tirava os olhos do notebook- Acho que encontrei a ligação entre as vítimas.

– Maravilha, e ela seria?

– Segundo os registros em seus cartões de crédito, - o moreno virou a tela do computador para que o irmão acompanhasse seu raciocínio- as quatros vítimas se hospedaram no mesmo hotel, La Grande, em um intervalo de três meses entre cada uma.

O mais velho levantou-se da cadeira, com uma expressão pensativa:

– Então sorte nossa conhecermos a recepcionista do “La Grande” – pronunciou o último nome com muita pompa- Melhor ligarmos pra ela, ahm?

Não esperou a resposta do caçula e rapidamente começou a procurar o cartão que a mulher tinha lhe entregado no dia anterior. Quão conveniente. Eles tinham o telefone dela e o endereço do hotel misterioso, só faltava o monstro bater na porta e pedir para ser abatido.

– O que você pensa que está fazendo? EU descobri a ligação, EU vou ligar para ela! – Sam ergueu-se em um pulo de sua cadeira e andou determinado em direção a seu irmão. Este por sua vez, não se amedrontou e continuou exatamente onde estava.

– Qual é Sammy, nós dois sabemos que você é péssimo com mulheres e a S/N gostou mais de mim – disse Dean, enquanto já começava a digitar o número.

– Quantos anos você tem? Doze? Me dê o telefone! – O Caçula deu mais um passo à frente, agora ambos estava a milímetros de distância. Dean tentou levar o aparelho até a orelha, mas foi impedido pela mão do irmão; um clima tenso perdurou por alguns segundos antes que ambos começassem a disputar fisicamente pelo celular.

Caíram em cima da cama mais próxima e espatifaram-se no chão do quarto do motel, o único som audível eram os grunhidos de luta entre os irmãos, quando:

– Alô? Alô? Tem alguém aí?

Cessaram imediatamente a briga e entreolharam-se “O que fazemos agora? ”.

– Olha, se isso for mais um trote...

– Oi! S/N? Como você está? – Sam tomou posse do celular, porém falava com dificuldade, já que Dean tentava tirar o aparelho de sua mão de todas as maneiras possíveis.

– Agente Johnson? – Respondeu a voz feminina com surpresa – Hm.... você me ligou para saber se estou bem?

– Não! Eu só ...na casa da família Martins, você disse que adoraria ajudar no caso, em tudo o que fosse possível, e acho que finalmente encontrei algo no qual sua ajuda seria muito necessária. Será que temos como discutir o assunto pessoalmente?

– Bom... No momento, estou ocupada, mas .... Me encontre na biblioteca da cidade, amanhã, depois do almoço; tudo bem?

– Claro! Ótimo! Perfeito! Até am.... – Ela já tinha desligado.

Com um sorriso no canto da boca, o moreno encarou o irmão, sentindo-se vitorioso:

– Amanhã. Depois do almoço. Na biblioteca da cidade – Sam, então, devolveu o celular ao loiro.

Com muito desdém, Dean guardou o aparelho no bolso da calça e foi até a mini geladeira pegar uma cerveja.

– Admita! Você está com inveja porque eu consegui um encontro com a S/N e você não.

De costa para o caçula, o primogênito tomou um gole de sua bebida e começou a rir sarcasticamente.

– Você chama “almoço na biblioteca” de encontro? Qual é Sammy, ela vê você como o carinha nerd que ajuda na lição de casa, quer dizer, PRECISA de ajuda na lição de casa. Enquanto eu sou o grande troféu, o jogador de futebol sarado. É o ensino médio tudo de novo.

Sam fechou os olhos por alguns segundos, tentando se lembrar o que tinha feito de tão ruim para merecer esse irmão. “Talvez seja o karma me punindo por ter bebido todo aquele sangue de demônio”.

– Continue com suas piadas enquanto eu passo um tempo a sós com a S/N.

Sentaram-se cada um em uma ponta da mesa retangular próxima à janela, em silêncio. Sem olhar diretamente para o irmão, Dean tomou mais um gole da cerveja e respondeu:

– Você pode ter ganhado a batalha, mas eu vou vencer a guerra.