Imagine escrita por lizziewho


Capítulo 1
Imagine... Karaokê


Notas iniciais do capítulo

É a primeira vez que escrevo e publico uma de minhas histórias, espero que goste ♥ Recomendo procurar por "Jensen Ackles soltando a voz" no Youtube, antes de ler esse capítulo (foi exatamente esse vídeo que me deu inspiração).



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Imagine Castiel ouvindo Dean cantar

*Dean PDV*

Quando tudo isso iria acabar? Entes queridos morrendo, demônios, anjos, ser a merda da camisinha de Miguel e Sam a de Lúcifer. Toda essa merda de Apocalipse, quando iria acabar? Dean sabia como.

– Tenho que dizer “sim” e deixar aqueles filho-da-mãe acabarem com o planeta.

Mas isso, é claro, era algo que os Winchester não poderiam permitir. E por que? Por que tudo tinha que ser responsabilidade deles? Por que eles deveriam tomar todas as decisões?

Já fazia duas horas que a Baby estava perambulando pela cidade, a procura de um lugar qualquer onde seu motorista poderia relaxar um pouco. Como se existisse “relaxar” no dicionário “Temos Que Impedir O Fim Da Terra”. Dean havia deixado um bilhete em cima da cama do motel para Sam, explicando que fora beber e já voltava.

– Sammy vai ficar puto com os erros gramaticais. – conseguiu forçar um riso.

Já estava desistindo quando avistou uma lanchonete de esquina; não era luxuosa mas também não estava caindo aos pedaços. Tanto faz. Ele só queria um tempo para esquecer tudo o que estava acontecendo e se misturar entre desconhecidos.

Logo que entrou, percebeu que aquela não era uma lanchonete das quais ele estava acostumado. Era um maldito “bar karaokê”.

– Esse vai ser um porre maior do que pensei.

Uma. Duas. Duas cervejas e meia e o Winchester mais velho já se sentia mais desinibido, até murmurava as músicas que aqueles babacas estavam cantando no mini palco.

– Sabe... você deveria ir lá... mesmo que seja péssimo... as garotas vão gostar de qualquer jeito... – a garçonete fitava-o ao mesmo tempo que entregava o cardápio.

– Bom, acho que não preciso ir até lá para ganhar a atenção de uma garota, não é mesmo? -–Dean deu seu melhor sorriso de canto.

– Vamos fazer assim: Você sobe lá, canta uma música que eu escolher e vou pensar se pode me levar para casa depois que a lanchonete fechar.

Perfeito. Cerveja e uma garçonete gostosa. Que se foda o Apocalipse.

– E qual vai ser o sucesso, princesa?

*Castiel PDV*

– Bobby está salvo.

Desde que Castiel havia se rebelado contra o Céu, tinha que escolher cuidadosamente onde ficar, não queria ser capturado por nenhum dos dois lados, então passava o dia observando gatos e procurando uma alternativa para acabar com a guerra que não envolvesse sacrificar a Criação. Porém, à noite, ele se dedicava ao estranho prazer de se certificar que seus amigos estavam seguros.

Fazia isso em segredo, sem ninguém o ver.

Depois de confirmar que Bobby estava bem, transportou-se para o motel sujo dos Winchester. Sam mal cabia em sua cama enquanto Dean ...

Dean??? DEAN!!!!

Encontrou e leu o bilhete deixado em cima da cama.

– Não é exatamente assim que o português funciona.

Não acordaria o caçula pois sabia que o peso de ter sido traído pela “demônia-namorada” e ser a casca de Satã era enorme. Acharia Dean antes do caçador mais novo acordar.

Checou primeiro as boates. Nada, estranho. Depois, os bares mais imundo. Nada, preocupante. Procurou por lugares mais bem frequentados. Nad-OPS. Por que Dean estava em cima de um mini palco, visivelmente alcoolizado e com um microfone na mão?

*Dean PDV*

As luzes eram fortes e Dean tinha a impressão de que todos na plateia estavam submersos em um aquário gigante.

– Você deve estar de brincadeira com a minha cara - pensou ao ouvir os primeiros acordes e reconhecer a música imediatamente.

Nos curtos segundos de introdução do piano, o caçador teve que escolher: daria uma de bêbado chato e estragaria a música ou cantaria de verdade, com a voz que sempre escondeu até mesmo de seu irmão?

Cantaria de verdade. Estava cansado de se esconder, de ser durão, de tomar todas as decisões pensando nos outros. Uma vez só, ele não precisaria fingir ser o que não é. E então a música finalmente começou.

*Castiel PDV*

– Hey! Dylan! Coloca Sister Christian dos Night Ranger pro olhos verdes. - O anjo ouviu a garçonete cochichar para um homem pequeno sentado atrás de um monte de tecnologia.

Começou com um piano e logo todos na plateia estavam comemorando a música. Humanos e seus sentimentos indecifráveis. Castiel voltou os olhos para um Dean muito iluminado. Sam uma vez lhe disse que o irmão odiava cantar, contudo tocava violão de vez em quando.

– Uma vez até cheguei a sonhar com ele cantando! – o caçula havia dito.

E agora Cas, e um bando de desconhecidos, seriam as únicas criaturas na Terra que o ouviriam cantar. Fascinante.

*Dean PDV*

A primeira estrofe saiu baixa. Olhos fechados.

– Qual é garanhão! Você pode fazer melhor do que isso! – gritou alguém sentado à direita.

A bateria chamava o refrão e todos a acompanhavam com batidas nas mesas. Mas que merda, se solte! Anime a lanchonete e conquiste a garota!

– Quem souber, cante comigo... - deu uma volta no lugar, limpou a boca, olhou para as pessoas como se não acreditasse no que fosse fazer. Pela primeira vez em anos, permitiu-se rir de verdade e cantar com todo o ar de seus pulmões.

You're motoring

What's your price for flight

In finding Mister Right

You'll be all right tonight”

Agora chegou a parte difícil da música. A letra remetia lembranças da adolescência do Winchester, quando Sam tinha 15 anos e já estava com 1,80 de pura rebeldia.

Dean observava o irmão dormindo, quase não cabia na cama suja do motel sujo. Era tão inteligente, merecia mais do que aquilo. Sentiu as lágrimas chegando e lembrou de uma canção brega dos anos 80 que se encaixava perfeitamente no momento.

Encostou na beirada da cama do caçula e cantou baixinho. Ele não iria lembrar quando acordasse, acharia que foi um sonho. Afinal, Dean odiava cantar..

Babe, you know you're growing up so fast

(Babe, você sabe que está crescendo tão rápido)

And momma's worrying that you won't last to say let's play

(e mamãe está preocupada que você não vai durar para dizer “vamos jogar”)

Sister Christian, there's so much in life”

(Irmã Christian, há tanta coisa na vida)

Don't you give it up before your time is due

(não desista antes do tempo devido)

It's true, it's true, yeah

(É verdade, é verdade,)

Não existia mais nada segurando Dean, nenhuma preocupação, nenhum Zacarias, nenhum Fim do Mundo. Interagia com o público, apontava para as crianças, piscava para as mulheres e não perdia o sorriso de orelha a orelha.

A garçonete levantou as mãos para o Céu, em um sinal de redenção. Tudo estava perfeito, exceto que seu irmão não estava ali; nem Bobby e nem ... Cas. Estranho pensar no amigo naquela hora, mas ele realmente queria que todos estivesse ali para se sentirem tão felizes quanto ele estava.

Tirou a jaqueta de couro e a arremessou para a garçonete, estava na hora do grand finale.

*Castiel PDV*

Nunca vira ou ouvira algo igual antes. Em todos os seus incontáveis anos, Castiel nunca havia presenciado algo tão magnífico. Quando Dean começou a cantar, o anjo esqueceu-se de todo o caos em que vivia; não existia nada além da voz da casca de Miguel.

Em algum momento da História, sabia que os humanos passaram a utilizar a expressão “Mas que voz de anjo!”, para designar algo ou alguém cujo o som da voz lembrava a beleza do Céu. Será que um anjo poderia utilizar a mesma frase para um humano?

Mas não era só a voz, era todo o conjunto da obra. Uma verdadeira criação de Seu Pai. O amigo se comportava de uma maneira inimaginável, estava mais destemido, mais feliz, mais ... tudo?

Infelizmente a música chegava ao fim. A lanchonete fez um pequeno silêncio para ouvir a última estrofe. Dean tirou a jaqueta, encaixou o microfone novamente no pedestal e olhou fixamente para frente. Por um segundo, Castiel teve certeza que o Winchester podia vê-lo, quase foi embora imediatamente. Impossível. Ficou.

O caçador fechou os olhos, ergueu a cabeça para o teto e entoou os últimos versos, sua voz alcançou notas agudas sem desafinar. A plateia vibrou, enlouquecida com aquele forasteiro.

Sem saber o que pensar ou sentir; Castiel permaneceu ali mais um tempo, observando o cantor. Ele já havia descido do mini palco e agradecia os aplausos. O anjo então, se sentiu agradecido por ter se rebelado para defender esse humano. Esse inacreditável e maravilhoso humano.

Lembrou-se de quando Mary Winchester ainda estava viva e prometeu ao primogênito:

– Anjos estão olhando por você.

Mal sabia ela quão verdade aquilo era. Castiel aceitou naquele dia o dever de cuidar do menino Dean e logo mais tarde, do jovem Sam. Sofreu vendo-os ir para o caminho que sua mãe refutava tanto, mas só pode agir quando mais velho foi para o Inferno.

E não se arrependia de nada. Hoje, mais uma vez, a casca de Miguel provou-lhe que valia a pena tudo o que o anjo havia deixado para trás ou qualquer sofrimento que viesse no futuro.

– Eu sempre estarei olhando por você.

*Dean PDV*

Todos vibravam com a sua performance. Um Winchester muito sorridente agradecia a todos.

– Uau.! Você realmente conseguiu me conquistar cowboy! – a garçonete entregou-lhe a jaqueta – Hey! Espera! Onde você vai?

A porta do “bar karaokê” já havia fechado atrás de Dean, ele caminhou até o Impala e não pensou duas vezes: dirigiu de volta para o motel. De volta para sua família; torcendo para não causar nenhum acidente no caminho.

Devagarinho, abriu a porta do quarto. Não queria acordar o caçula. Foi até sua cama, pegou o bilhete e picotou-o em milhares de pedaços.

– Não quero esse chato me enchendo por algum erro idiota de concordância-ninguém-se-importa.

Mas não dormiu imediatamente, observou Sammy, que quase não cabia na cama suja do motel sujo. Ele era tão inteligente, merecia algo melhor do que ser o advogado do Diabo. Encostou-se na beirada da cama e cantou baixinho; o irmão não se lembraria quando acordasse, acharia que fora um sonho. Afinal, Dean odiava cantar.




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Notas finais do capítulo

Eai? Gostou? Odiou? Deixe sua crítica construtiva nos comentários, se tiver gostado, peça sua imagine *u*



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