Perdida no tempo escrita por DreamUp


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oe, gente o.o

Estou morrendo de vergonha aqui, sei que pisei na bola: demorei 12 dias para postar um novo capítulo e realmente sinto muito.

A última semana foi uma loucura para mim, com mil e uma coisas para fazer, não tive tempo de parar para escrever.
Quando consegui o tempo, o capítulo simplesmente não saia. Quem escreve sabe do que estou falando... é como se uma enorme parede surgisse entre mim e o computador.
Estava na metade do cap, quando percebi que o estava detestando. Então o apaguei todinho e comecei de novo. Agora o resultado me agradou. ^^

Nesse capítulo vocês verão um pouco mais do Jeremy (sinceramente, espero que não o odeiem kkkk)

Sem mais delongas, aproveitem o capítulo!

(acho que escrevi 'capítulo' demais nessas notas)



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Depois do jantar com o estranho Sr. McAdams, não consegui dormir direito. Fiquei rolando de um lado para o outro na cama a noite toda. Por isso acordei com uma cara maravilhosa e um humor impecável. E como desgraça pouca é bobagem, a Sra. Declair permaneceu o dia todo comigo, falando, falando e falando sem parar. Existe coisa pior que alguém falando o dia todo no seu ouvido depois de uma noite mal dormida!? 

Descobri que sim! Fui obrigada a ir a lugares com a Rosa, e, honestamente, eu não estava a fim, mas acabou sendo divertido. Conheci o senhor que faria o vestido de casamento de Ana; ele deveria ter no máximo 1,40m e falava tanto quanto Rosana, sempre projetando a cabeça para cima, talvez para parecer maior. Seus croquis eram incríveis e atemporais, algo chamado dom. 

Depois fomos a casa de uma outra amiga de Rosa, a Sra. Gordon. Ela era mais velha, mas muito próxima de Rosana. Gentil e esperta, é como eu a definiria. Passamos a tarde toda lá jogando Bridge. E o que poderia ser um programa de índio, se tornou engraçado. A Sra. Gordon e a Sra. Declair tinham muitas histórias a contar e muitos conselhos a dar. 

Chegamos em casa por volta das 18 horas e tudo que eu queria era um banho. Tomei um bem longo e quando sai para procurar os Declair para o jantar, fui informada que o casal tinha ido para a casa de um amigo, restando apenas Jeremy e eu. 

Me direcionei para a sala de jantar e agradeci mentalmente pelo Declair mais novo não estar lá. Eu queria um momento de tranquilidade. Tão rápido agradeci, Jeremy passou pela porta e se sentou a minha frente. 

— Boa noite. – Cumprimentou calmo.

— Boa noite, Jeremy. – Devolvi o cumprimento.

— Soube que foi a Chipping Campden com minha mãe. Apreciou o passeio?

— Ah, sim, foi divertido. E você, o que fez durante o dia? – Ok, eu não costumava ser tão mal articulada assim, mas o cara me desconcertava.

— Nada demais: uma coisa ou outra com meu pai.

Esperei que ele dissesse mais alguma coisa, mas se manteve em silêncio. Tudo o que eu queria no momento era paz, contudo a mudez de Jeremy não era confortável. Suportei por alguns minutos, até que comecei a ouvir o tic-tac de um relógio na minha cabeça. Então, decidi quebrar o silencio.

— O que acha disso? – O vi levantar os olhos do seu prato de comida e me encarar questionando. – O casamento... – Expliquei.

— Não há o que achar. É assim. – Jeremy respondeu secamente, dando de ombros.

Ah, não, não, não. Uma das coisas que bons mentirosos percebem é quando outras pessoas estão mentindo. Eu era uma boa mentirosa e Jeremy estava mentindo. Eu podia não o conhecer, mas podia assegurar isso. Primeiro: ele sempre falava manso. Independentemente do quê, ele falava manso. Entretanto ele mudou o tom, portanto algo o incomodou. Segundo: sua postura enrijeceu.

— Mesmo? – O encarei seriamente. – Acha mesmo isso? – Ele voltou a levantar os olhos e respondeu:

— Eu... – O vi refletir um momento e mudar drasticamente a expressão. – Por que quer saber? Por que é tão importante?

— Quero saber o que o – seu e da Ana – nosso casamento significa para você.

— Srta. Ana, você sabe a resposta para essa questão.

— Não, eu acho que eu não sei. Esclareça para mim. – Eu sabia que estava sendo petulante, mas queria saber até onde iam seus limites de moço ponderado, que faz tudo que os pais querem. Por que no fim era isso que Jeremy fazia: o que seus pais queriam.

— Bom, vamos lá. Nosso casamento é basicamente um negócio, vantajoso para os dois lados. Temos uma jovem cujos pais estão quebrados e precisam de uma... “ajudinha”. Nada melhor que casar a jovem com o filho de uma família rica e bem posicionada que de acordo com os pais está ficando “velho demais”. E é claro que nenhum dos diretamente envolvidos foi questionado sobre isso. Além disso, 25 nem é tanto assim. Mas não há nada a se fazer sobre isso, há? – O percebi ganhar um pouco mais de cor e soltar um suspiro, finalizando seu breve discurso: – Espero que essa explicação tenha sido o suficiente para a senhorita. Agora... – Jeremy se levantou lentamente. – Eu vou me retirar. Com licença.

O assisti sair do recinto em passos quase firmes. Acho que sua elegância natural não permitia tal ato. Ri-me. Céus, como eu adorava provocar as pessoas! Deve ser por isso que nasci com essa cara linda.

 

Terminei minha refeição um pouco mais leve, me levantando logo em seguida para uma caminhada na enorme residência. Honestamente, não importa o quanto se ande por aqui, nunca se termina de ver tudo.

Percorrendo um dos enormes corredores, ouvi leves tintilares de piano. Segui o som e encontrei Jeremy num quarto que continha somente ele e o instrumento. Me apoiei no batente da porta e aguardei que ele terminasse para que eu me pronunciasse. Ele levantou os olhos do piano antes de terminar a melodia e parou bruscamente, apertando os lábios numa linha fina.

Jeremy não estava feliz em me ver. Sorri mentalmente.

Adentrei o cômodo e o elogiei pela música.

— Muito obrigado, srta. Ana. Se não se importa, eu gostaria de ficar sozinho.

— Ah, ok.... Está me expulsando. – Pronunciei devagar dando a volta no piano, parando ao lado de Jeremy. – Percebe que por um bom tempo, será somente eu e você?

— Sim, eu percebo. – Ele se levantou de supetão e parou a minha frente. – Mas parece que a senhorita, não. Eu tentei a amizade e boa convivência mais cedo, contudo o mesmo não se refletiu nos seus atos. Acontece que agora as coisas se complicaram, pois, tudo que quero da sua pessoa no momento é distância e creio que isso não seja bom para nosso futuro casamento. – Ele estava muito bravo e eu adorava isso: tornava tudo mais divertido.

— Oras, Jeremy, cada um tenta a sua forma de tentar. Você procurou um diálogo formal e impessoal e eu, um mais sincero. Acho que isso já diz um pouco sobre nós.

— O que quer dizer? – Jeremy se inclinou um pouco em minha direção diminuindo o espaço entre nós o suficiente para eu ouvir sua respiração. Hm, ele era cheiroso...

— Quero dizer que, se vamos casar, vamos fazer isso com a maior honestidade possível, conforme a situação permite. – Vi seus olhos confusos e me aproximei para finalizar a explicação: – Isto é, se tivermos que nos odiar porque não combinamos, vamos nos odiar. – A respiração de Jeremy vacilou e ele se afastou.

— Bom, seja o que for que se passe pela sua cabeça, guarde para si. Evite qualquer tipo de conflito. – Ouvi a voz de Rosana nos chamando. – Se me permite... – Ele se locomoveu em direção a porta.

— É isso que você faz, não é? Guarda para si? – Declarei quando Jeremy chegou ao batente. Seus profundos olhos azuis me encaram e saíram em silêncio.

Jeremy Declair poderia não saber, mas pediu o impossível para mim. Pode até soar cruel, mas adoro confusão. Se isso era o que ele não queria, era o que teria. O motivo? Gostei dele e provocá-lo seria meu novo passatempo no século XVIII.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado *--*

Agora os capítulos voltarão a postagem normal (de 2 em 2 dias, mais ou menos).

Não esqueçam de comentar. Sejam críticas, sugestões ou elogios, é sempre bom ler o que vocês têm a dizer ^^

Até o próximo,
DreamUp



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