Perdida no tempo escrita por DreamUp


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eae, povas e povos! Bom, confesso que esse capítulo é um pouco monótomo, mas logo as coisas vão começar a se agitar :D



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            – Muito prazer, sra. Declair! – Ok! Ela não era minha sogra de verdade, mas o nervosismo estava ali.

            – Oras, querida, relaxe! – Rosana andou até mim e colocou uma das mãos nas minhas costas, me guiando para a frente. – Me chame de Rosa, por favor. – Percebi-a me dando uma boa olhada, como se me avaliasse.

            – Tudo bem, Rosa. – Saímos do quarto, passamos pelo resto do corredor, já que meu quarto era o primeiro, e descemos um lance de escadas.

            – É muito mais bonita do que sua mãe descreveu, Ana. Jeremy certamente apreciará! Ele não está aqui no momento. Foi a Stow-on-the-Wood a negócios com o pai e o sr. McAdams, um amigo da família. Não sei o que sua mãe te contou sobre nós, mas o sr. Declair trabalha com importação e exportação de lã. Eles foram avaliar se valia a pena começar algo com essas máquinas que estão surgindo. Jeremy acha que será uma coisa boa. Sr. McAdams acredita que isso não dará em nada. Meu Richard está dividido.

            Viramos em alguns corredores até que chegamos a uma ampla sala bem iluminada por enormes janelas. Havia um enorme sofá branco, algumas poltronas da mesma cor, um aparador ao lado da porta dupla, uma lareira na parede oposta, uma escrivaninha em frente à janela lateral esquerda e diversas pinturas espalhadas nas paredes.

            – Vou pedir para alguém trazer alguma coisa para comermos. – Rosa desapareceu pela porta. Aproveitei para dar uma olhada nas pinturas. – Você é sempre calada assim? – Tomei um susto com a volta da sra. Declair. Uau, ela era rápida!

            – Na verdade, não.

            – Que bom, pois adoro conversar! – Ah, jura? – Venha, sente-se aqui. – Me juntei a ela no sofá. – Por que não veio falar comigo assim que chegou e entrou pelos fundos?

            – Ah, isso! Não quis incomodá-la. Me desculpe. – Não foi uma boa desculpa, eu sei. Mas Rosa tinha essa áurea poderosa que me desconcertava.

            – Não se entra na casa de uma pessoa sem cumprimentá-la, querida. Não faça mais isso! – Seu olhar e seu sorriso eram gentis, mas seu tom era firme, o que me fez assentir levemente com a cabeça.

            Logo uma mulher miúda e branca passou pela porta trazendo um bule, duas xícaras e alguns biscoitinhos numa bandeja. A apoiou na mesa de centro a nossa frente e fez uma leve menção.

            – Obrigado, Jane. Pode ir agora.

            A mulher miúda se retirou tão silenciosamente quanto entrou.

            – Sua mãe me contou que sua dama de companhia se casou e partiu para o sul. Arrumarei outra para você, não se preocupe. – Pronunciou enquanto colocava chá em nossas xícaras.

            – Não acho que seja necessário, Sra.! – Realmente não achava. A fim de que vou querer alguém me seguindo o dia inteiro? – Não vejo a sua.

— Lauren está na casa dos pais. Aparentemente sua mãe está nas últimas.

— Entendo. – Concordei vencida, pegando a xícara de chá que Rosa me oferecia. – Quando eles voltam?

— Jeremy e Richard? Voltam na terça, 27. Ah, você deve estar ansiosa para conhecê-lo, não é? – Na verdade, não. Estou no mínimo curiosa. – Eu me lembro de quando conheci meu Richard.

— Mesmo? Como foi?

— Eu tinha 10, ele, 12. Havia um campo perto da minha casa, onde eu ia para brincar. Coincidentemente, Dick ia também. Nos tornamos amigos e passávamos todas as tardes juntos. Um dia, quando eu tinha 16, minha mãe me avisou que dali 6 meses eu me casaria com o filho de uma família conhecida na região. Enlouqueci de raiva! Afinal, eu estava apaixonada pelo Richard. Cogitei fugir com ele.

— E fugiu? – Perguntei curiosa.

— Quando contei para ele, Dick propôs que partíssemos. Ele se declarou lindamente e me pediu em casamento naquela noite. – Rosa tinha uma expressão nostálgica no rosto e olhava além, revivendo suas memórias. – Planejamos tudo: naquele final de semana teríamos uma festa, onde eu conheceria meu noivo. Combinamos de sair no meio da comemoração e nos encontrar no campinho, onde tudo estaria pronto para partimos. Senhor, éramos crianças! Imagine o que seria de nós se tivéssemos fugido?

— Então não fugiram?

— Não, não fugimos. No meio da festa, minha mãe me chamou para conhecer meu futuro marido. Fui até ele, mesmo sabendo que dali a pouco fugiria, e qual não foi minha surpresa ao descobrir que meu noivo era o próprio Richard?! Foi um alívio, se quer saber.

— Nossa! Vocês devem ter ficado muito felizes. Richard não te contou que tinha uma noiva?

— Não, não! Na verdade, nem ele sabia. Por ser muito teimoso, sua mãe não lhe contou, com medo de que ele fizesse alguma loucura. Nunca contamos nada disso para nossos pais. – A mulher riu-se com o segredo que agora já não tinha relevância. – Coma um biscoito, menina! Está muito magra! – Fiz o que ela pediu, esperando que continuasse. – Tivemos sorte, sabe. Nem todos podem se casar com quem amam... –Irônico ela falar isso, pois não era o que aconteceria com Ana e Jeremy.

— Não acha injusto? O casamento arranjado?

— Claro que sim! Todos deveriam experimentar o amor. Mas nesse caso, você sabe do que esse casamento se trata. Seu pai, mesmo o bom profissional que é, está endividado. Entretanto tem uma filha deslumbrante e em idade para casar. O sr. Declair, rico, benevolente e disposto a fazer um empréstimo, tem um filho que já passou da hora de casar e ter filhos. – Rosana me olhou nos olhos divertidamente e pronunciou: – Precisamos de um herdeiro! Não vejo união mais lucrativa do que essa.

— Ah, claro! – Sorri gentilmente para ela. Então era disso que tudo se tratava. Negócios. Imagino que tipo de pessoa era esse Jeremy, que nem de encontrar uma mulher foi capaz.

— Bom, quanto à cerimônia, por ser na primavera, pensei em fazê-la ao ar livre, numa tenda. O que acha?

— Ficaria lindo, sem dúvida! Poderíamos decorar com flores rosas e brancas! – Ok, eu não me casaria, mas planejar um casamento definitivamente seria divertido.

— Perfeito! Devemos dar uma grande festa também, quanto mais gente melhor.

Pelo resto da tarde, decidimos amenidades do casamento de Ana e Jeremy. Rosana queria mandar o vestido de noiva o mais rápido possível, por isso combinamos de passar num alfaiate ainda essa semana. Ela também prometeu ensinar-me a tricotar. Não seria minha primeira opção de atividade, mas com a “sogrinha” se propondo tão docemente, quem recusaria?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado!! Até o próximo ;)



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