Perdida no tempo escrita por DreamUp


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Desculpe a demora para postar o capítulo. É que esqueci de agendar o.o
A maior parte do capítulo é do Alan, espero que gostem.

Boa leitura!



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~~ Alan

Assim que Meredith sumiu no tele transportador olhei para o relógio. 9h52min. Ok, só alguns minutos e ela me ligaria. Apanhei o celular e esperei.

9h53min.

9h54min.

9h55min.

9h56min.

9h57min.

Porra, Mere! Me liga!

Liguei para ela. Direto para caixa postal.

Está tudo bem, está tudo bem! Não discutimos a possibilidade de ela cair num lugar sem rede. É, era isso! Ela deveria estar no meio do mato. Ri ao imaginar Meredith, toda princesinha, tendo que lidar com terra e insetos!

Resolvi dar uma pausa, para aliviar um pouco minha preocupação. Peguei meu casaco, um cachecol, o alarme da casa e a carteira. Desci as escadas apressadamente, já sabendo para onde ir.

A umas duas quadras de onde eu morava, havia uma pequena padaria que fazia os melhores sonhos que já provei! Eu ia lá quase todas as manhãs. No caminho, havia um teatro com um grande cartaz de divulgação de uma peça chamada “Loke e os canibais”. Estaquei na hora.

Se Meredith poderia estar em qualquer lugar do globo, qual a possibilidade de ela ter caído numa tribo canibal? Tratei de espantar os pensamentos ruins, sobre o que os canibais poderiam fazer com ela, e me concentrei no caminho.

O clima estava chuvoso e frio, típico de janeiro. O céu coberto de nuvens deixava tudo cinza e triste. Nada favorável aos meus pensamentos.

Entrei na padaria quente e soltei um suspiro de alívio. O lugar cheirava a café moído e pão doce, perfeito. Fui até o balcão e pedi “o de sempre”. A mesma garçonete me atendia todos os dias, o que era bem conveniente, pois não precisava repetir o pedido. Seu nome era Daisy. Ela sempre sorria ao me ver, mas acho que fazia parte do seu trabalho.

Me sentei numa das muitas mesinhas redondas e logo meu chá, meu Full English Breakfast (bacon, ovos fritos, linguiça, tomates, pão, cogumelos e feijões) e meu sonho chegaram. Junto a eles veio também o telefone de Daisy. Hm... Como nunca pensei nisso antes?

Quando ela se afastou, a observei discretamente. Cabelos lisos e castanhos até os ombros, rosto em forma de coração, sorriso amigável, olhos gentis, peitos médios, um pouco magra demais para meu gosto, mas ainda assim, muito bonita. Talvez eu devesse ligar para ela, afinal estou com 28 anos, não vou viver para sempre. Quem sabe não começamos a namorar, e então casamos e temos filhos? Parece um bom plano.... Mas amanhã. Hoje preciso encontrar a Meredith.

Deliciei-me com meu café da manhã, escolhendo os nomes dos meus filhos – James, Nora e Berto – e imaginando se seguiriam a mesma carreira que eu. Quando sai da padaria, dei um sorriso discreto para Daisy, que corou. Que gracinha!

 

Escureceu, e nada da Meredith. Droga! 

Tentei me concentrar em qualquer coisa que não fosse os perrengues que ela provavelmente estava passando durante o dia. Por isso revi toda a teoria da minha pesquisa e todos os cálculos duas vezes. Quando não cheguei a lugar nenhum, fiz o que qualquer um faria: tracei um gráfico. 

A verdade é que se pode traçar um gráfico sobre basicamente qualquer coisa. No meu caso, fiz sobre as possibilidades de distância. 

Peguei um mapa da Inglaterra e demarquei um raio de 200 milhas partindo de Londres, até que lembrei de algo que minha irmã disse. 

"E se eles não tiverem chegado ainda?" 

Logo o super-herói Flash me veio à mente. Em dado momento, ele corre tão rápido que rompe a barreira do som e consegue ir para o futuro ou para o passado. A questão é, poderia o meu equipamento ter tornado isso possível para nós, reles mortais? 

Parado em frente ao meu computador, encarei o monitor e revi passo a passo todos os cálculos novamente, agora analisando com outros olhos. Tudo se encaixou. 

Considerando que o meu tele transportador funcionava como um acelerador de partículas compacto, era possível. Mas será?  

Gravei os números que utilizei quando tele transportei Mere e os objetos, e digitei uma nova combinação. Coloquei uma caneta no tele transportador e apertei o Enter. Caminhei até a cozinha e esperei que a caneta aparece encima da geladeira, como eu queria. Passados três minutos (o programado no computador), ela surge. 

Senhor! Para quando eu levei Meredith? 

Converti os números e se tudo estivesse certo, ela foi para o ano de 1768. De calças! 

Ok, sem pânico, Alan! Você só mandou sua linda e preciosa irmãzinha para dois séculos e meio a trás. Será que ela já percebeu? É bem provável que sim. Ela vai querer me matar! 

Apressadamente, peguei meu quadro branco de rodinhas que estava atrás do tele transportador e comecei a fazer uma lista dos meus próximos passos: 

1) construir outro tele transportador/máquina do tempo;

2) enviar o novo tele transportador/máquina do tempo para onde quer que seja que Mere esteja em 1768;

3) comprar umas fantasias de século XVIII;

4) ir para 1768;

5) achar Meredith;

6) voltar para casa.

Analisei minha lista: provavelmente demoraria um pouquinho. Espero que Meredith consiga sobreviver até lá. 

 

Enquanto isso em 1768...

            Abri os olhos de supetão e me levantei. Precisava fazer alguma coisa!

Optei por esvaziar minha bolsa. De lá tirei: um par de sapatos masculinos da Gucci, minha bolsinha de maquiagem, minha bolsinha para a Semana Vermelha, desodorante, perfume, a chave da casa do Alan, meu celular – agora inútil –, a carteira, um guarda-chuva, um cachecol pink, ai!, o meu batom vermelho – quase o abracei de felicidade, jurava que o tinha perdido –, um folhetinho de uma padaria, ingressos para o teatro – nossa, havia me esquecido!, eram de hoje, para ver Loke e os canibais –, umas barrinhas de cereais e spray de pimenta.

Uau! Era por isso que a bolsa estava tão pesada! Guardei o que seria útil na primeira gaveta da penteadeira e o resto joguei de volta na bolsa, a colocando dentro do armário. Pronto!

Comecei a imaginar o que faria em seguida, quando ouvi leves batidinhas na porta. Soltei um “Entre” e vi a porta se abrindo e por ela passando uma mulher de mais ou menos 45 anos, muito bonita. Ela usava um vestido vinho, que deveria ser tão pesado quanto o meu, tinha a pele clara, os olhos azuis vibrantes, um sorriso animado, bochechas coradas, cabelos castanhos presos num coque no topo da cabeça. Tinha uns peitos enormes e quadris bem largos, um pouco acima do peso, mas muito bonita.

— Olá, srta. d’Franklin! Sou a Sra. Rosana Declair, mãe de Jeremy, sua sogra! É um prazer conhecê-la.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso aí! Até o próximo (se pá na quarta!)



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