Emma olhou surpresa para a sua sogra, não esperava ter tanto suporte de Cora assim. Além de acreditar nela, sua sogra iria lhe ajudar a mostrar a verdade para Regina, isso era mais do que ela podia pedir.

— E que plano é esse? – Emma perguntou extremamente curiosa.

— Quando Regina chegou na mansão ontem e me contou o que tinha acontecido, eu fiquei em choque e não podia acreditar naquilo. – Cora suspirou. – Depois que Regina se retirou para o seu quarto, eu fiquei pensando e repensando em tudo o que houve e cheguei na conclusão que precisava conversar contigo. Hoje de manhã, eu liguei para uma pessoa e depois de explicar tudo o que tinha acontecido, deixei essa pessoa encarregada de ir em busca de respostas. Precisamos esperar o resultado disso, pois tenho certeza que será o necessário para Regina acreditar em você.

— Que pessoa? – Emma questionou.

— Eu prefiro manter isso em segredo por enquanto. – Cora respondeu. – Você confia em mim?

— Eu confio. – Emma se surpreendeu com isso, ela realmente confiava em Cora e nem precisou pensar sobre isso.

—Pois bem, por enquanto só nós restar esperar. – Cora deu um sorriso triste. – Eu sei o quanto isso está sendo doloroso para você, mas tenha fé Emma, tudo vai ser resolvido, eu prometo para você.

— Eu sinto um vazio, me sinto incompleta. – Emma negou com a cabeça. – E isso é ridículo, pois só faz um dia que estamos separadas.

— Não é nada ridículo, minha querida. – Cora sorriu compreensiva. – Isso é amor.

— Amar dói no momento. – Emma suspirou. – Eu só queria dormir até tudo isso passar e acordar com Regina ao meu lado.

— Eu sei. – Cora concordou. – Tente se distrair um pouco, leve Toby para ir dar uma volta. Eu preciso voltar para casa, tenho que ver como está a Regina.

— Eu vou tentar. – Emma falou. – Sair com Toby é uma boa ideia.

— Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa que seja, não hesite em me chamar. Está bem? – Cora perguntou.

— Sim, obrigada por tudo. – Emma deu um abraço em sua sogra. – Eu nem sei como te agradecer por estar fazendo tudo isso.

— Não precisa. – Cora sorriu. – Você é da família, e família cuida um dos outros.

Emma sorriu e concordou com a cabeça. Depois que Cora foi embora, a loira decidiu seguir seu conselho e foi passear com Toby. Enquanto dava voltas pela cidade, viu Ruby, que estava correndo pelo parque.

— Ei, loira. – Ruby se aproximou sorrindo. – Não sabia que já estava de volta.

— Tivemos um contratempo. – Emma engoliu em seco, sem saber qual seria a reação de sua amiga.

— O que aconteceu? Pela sua cara foi algo ruim. – Ruby apontou.

— Fomos vítimas de uma armação. – Emma falou. – Regina me pegou na cama com um homem e não acreditou em mim.

— Como assim? – Ruby perguntou.

— Jefferson, um antigo editor, ele me drogou e fez parecer que tivemos algo. Regina nos viu apenas de roupas intimas na cama e não quis me ouvir. – Emma estava com os olhos cheios de lágrimas. – Regina terminou tudo e foi embora para a mansão.

— Credo, que horror. – Ruby tentava processar tudo que ouviu. – Mas eu entendo a reação de Regina, ver algo assim é difícil.

— Você também não acredita em mim? – Emma se agitou.

— Eu não falei isso. – Ruby se defendeu. – Apenas disse que entendo a reação de Regina, no lugar dela provavelmente faria o mesmo.

— Isso é falta de confiança. – Emma afirmou.

— Isso é ser um ser humano normal. – Ruby rebateu. – Eu duvido que se fosse ao contrário, você não iria reagir da mesma forma, Emma. Eu sei o quanto você é possessiva, Regina não fica muito atrás quando se trata de você, por isso é claro que só podia dar nisso. – Ao ver que deixou Emma sem palavras, continuou. – Eu sinto muito por isso ter acontecido, mas dê um tempo para a Regina. Ela te ama e acredito que vocês vão dar um jeito nessa bagunça toda.

— Eu não tinha parado para pensar o que eu faria se a situação fosse inversa. – Emma admitiu. – Eu sei que sempre exagero quando fico com ciúmes.

— Pois é, loira. – Ruby sorriu. – Vocês só precisam de um tempo para esfriarem as cabeças.

— Pode ser. – Emma concordou. – Além do que, eu não tenho muita opção, a não ser esperar mesmo.

Depois de se despedir de Ruby, Emma ainda andou um pouco com Toby, até cansar e voltar para o loft. O lugar parecia tão sem vida agora, Emma sentia que não era mais o seu lar. Afinal tinha feito de Regina o seu lar, o seu porto seguro. O que fazer quando você não tem mais isso? Não queria mais chorar, não queria ficar lamentando, então decidiu ir atrás da morena. Precisava tentar conversar com ela. Estava saindo de casa, quando viu o carro de Regina no estacionamento do The Mirror, do outro lado da rua. Nem precisou pensar duas vezes antes de ir direto para lá. Já tinha anoitecido, então restava poucas pessoas trabalhando ainda, passou por seus colegas e foi direto para a sala da morena. Regina estava sentada em sua mesa, olhando para fora pela janela, nem viu a loira se aproximar.

— Regina? – Emma chamou receosa.

— O que você está fazendo aqui? – Regina olhou para loira com um olhar cortante. – Eu não fui clara o suficiente? Que eu não queria mais te ver?

— Você não acha que precisamos conversar direito? – Emma tentou.

— Não, eu não acho. – Regina afirmou. – Você me traiu, ponto final. Não precisa ser dito mais nada.

— Eu não te traí. – Emma gritou.

— Você vai continuar afirmando isso? – Regina deu um sorriso debochado.

— Vou, pois é a verdade. – Emma respondeu. – Jefferson me drogou e armou toda aquela cena, não aconteceu nada entre nós.

— Swan, isso é fantasioso demais, não acha? – Regina bufou. – Pelo menos seja honesta e admita o que fez.

— Estou sendo honesta. – Emma respirou fundo, doeu ouvir a morena lhe chamar pelo sobrenome novamente. – Olhe no fundo dos meus olhos e me diga se estou mentindo.

Regina vacilou, não queria ser fraca e ser feita de trouxa. Sabia que amava a loira e não queria ser enganada por ela. Desviou o olhar para a janela novamente.

— Vá embora, Swan. – Regina falou tentando se segurar, estava exausta, não queria mais falar sobre isso.

— Olhe para mim, Regina. – Emma se aproximou e ficou de frente para a morena, que ainda não lhe olhava, pegou em seu queixo e a fez olhar para si. – Eu nunca te machucaria desta forma, eu nunca seria capaz de trair você, eu te amo.

Regina olhava para a loira e vários sentimentos conflitantes se apossavam de seu ser. Se sentia enganada, machucada, ferida, mas também sentia amor, amor pela mulher que estava na sua frente. Com os olhos cheios de lágrimas, Regina afastou a mão de Emma de seu queixo e se levantou, ficando de costas para a loira.

— Amor não é o suficiente. – Regina falou num fio de voz. – Eu só quero que você vá embora e não me procure mais.

— É isso mesmo que você quer? – Emma também estava com os olhos cheios de lágrimas, implorando para serem derramadas. – Porque se for isso Regina, eu vou fazer o que você desejar. Mas quando você finalmente perceber que eu estava te falando a verdade, pode ser tarde demais para nós duas.

— É isso mesmo que eu quero. – Regina virou de frente e olhou para a loira. – Eu quero esquecer você, quero esquecer do amor que acreditei haver entre nós, quero esquecer que um dia planejei um futuro com você e esquecer que te peguei na cama com outro homem. Eu quero que você vá embora e nunca mais volte.

Emma deu as costas para Regina e saiu da sala dela. A morena olhou para a sua sala agora vazia e se deixou cair sentada em sua cadeira, deixando todas as lágrimas que estava segurando, caírem pelo seu rosto. Deixando toda a dor que estava sentido se infiltrar em sua alma. Mandar a mulher que amava embora era a coisa mais difícil que já teve que fazer, mas não enxergava outra solução, Emma escolheu lhe trair e isso não tinha perdão.