Accidentally in Love escrita por Shei


Capítulo 64
Sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos

Quero agradecer a todos os comentários, a fic já passou dos 600 e isso me deixa extremamente feliz, obrigada a todos!



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Regina saiu daquele quarto de hotel e foi até o primeiro banheiro que encontrou. Depois de lavar bastante o rosto, aplicou a maquiagem que tinha na bolsa, em uma tentativa de não transparecer que havia chorado. Se olhou no espelho e teve vontade de socar o mesmo. Ainda não podia acreditar que tudo aquilo tinha acontecido, respirou fundo, tentando não pensar no quanto o seu coração estava partido, precisava ir para Storybrooke o mais rápido possível. Saiu do banheiro e foi direto pegar o seu carro, dirigiu algumas horas até chegar em sua cidade natal, já estava de noite. Parou o carro em frente ao loft e desceu, respirou fundo mais uma vez e entrou. Foi direto para o quarto, pegou três malas e encheu com suas roupas e pertences. Depois de embalar tudo que tinha no guarda-roupa, sentou cansada em sua cama, a cama que dividia com a loira, olhou em volta e chorou, chorou até cansar. Queria voltar no tempo e nunca ter se envolvido com Emma, nunca ter se apaixonado por ela e ter acreditado que seriam felizes para sempre. A dor que sentia por ter sido traída era imensa, sufocava e lhe deixava atordoada. Respirou fundo e foi até o banheiro, lavar novamente seu rosto, ficou imaginando quantas vezes teria que fazer isso nos próximos dias, tentar se recompor. Pegou suas malas e foi para o seu carro, agradeceu aos céus que seu irmão estava viajando, pois, voltar para a mansão arrasada do jeito que estava, só pioraria caso Killian estivesse lá.

Quando chegou na mansão, procurou por sua antiga chave, para poder entrar, logo que a encontrou, decidiu deixar suas malas para o outro dia, até porque ainda tinha roupas em seu quarto. Estava exausta fisicamente e mentalmente, só queria tomar um banho e dormir pelos próximos dias. Respirou fundo e saiu do carro, quando entrou na mansão, logo viu sua mãe descendo as escadas.

— Regina? – Cora estranhou. – Voltou mais cedo e já veio buscar o Toby?

Emma e Regina tinham deixado Toby na mansão com Cora, até voltarem de viagem.

— Não, Mamãe, eu não vim buscar o Toby. – Regina suspirou. – Eu prometo te contar tudo amanhã, mas agora eu só quero ficar sozinha no meu quarto.  

— Como assim, Regina? – Cora terminou de descer as escadas e olhou sua filha de perto, estava claro que ela havia chorado. – O que aconteceu? Onde está a Emma?

— Eu... – Regina olhou para sua mãe e caiu no choro novamente, sendo amparada pelos braços de Cora.

— Calma, meu amor. – Cora acariciava os cabelos de sua primogênita. – Eu não sei o que houve, mas tenho certeza que vocês vão resolver isso.

— Não. – Regina soluçou. – Não vamos, não tem mais volta. Emma estraçalhou o meu coração e nunca mais quero ver ela.

— O que aconteceu? – Cora olhou nos olhos castanhos de sua filha, que estavam banhados em lágrimas. – Me conte.

— Eu peguei Emma na cama com Jefferson Stan. – Regina chorou mais ainda, falar isso em voz alta era ainda pior. – Essa desgraçada me traiu com aquele bastardo. Deve ser uma piada do universo, só pode, e eu sou a grande otária da história.

— Emma com Jefferson? – Cora estava chocada. – Você tem certeza disso, minha filha?

— Claro que tenho. – Regina esbravejou. – Eu vi com os meus próprios olhos, ninguém me contou, eu presenciei aquela cena patética, ela nos braços daquele verme. Mas eu deveria esperar isso, não é? Afinal trair é o que ela sabe fazer.

— Regina, a Emma namorada do seu irmão e a Emma sua namorada e agora noiva, são totalmente diferentes. Eu sempre soube que ela não era apaixonada por Killian, mas com você? Os olhos dela brilham cada vez que te olha, ela é totalmente louca por você, ela te ama e disso eu não tenho dúvidas. Eu nunca teria aceitado o relacionamento de vocês se não tivesse certeza do amor que ambas sentem.

— Que bela forma de amar. – Regina debochou.

— Eu sei que você está magoada e com razão. Mas já pensou na possibilidade de estar errada? De que o que você viu não era real? – Cora questionou. – O que Emma falou?

— Por favor. – Regina negou com a cabeça. – A imagem era bem clara, Mamãe.

— O que Emma falou? – Cora insistiu.

— Que não sabia como ele tinha ido parar ali e que não tinha me traído, blá blá blá. – Regina respondeu cansada.

— E se for verdade? – Cora quis saber. – E se foi uma armação de Jefferson?

— Porque ele iria fazer algo assim? – Regina perguntou. – Eles já se conheciam e ele sempre se mostrou interessado nela.

— Eu não sei. – Cora suspirou. – Mas eu sei que Emma te ama e eu acho que você está sendo precipitada nessa história.

— Eu não acredito que você está defendendo ela. – Regina negou com a cabeça.

— Estou a defendendo, porque isso não faz sentido. – Cora foi sincera. – Estamos planejando o casamento de vocês, e eu vejo o quanto ela se esforça para que tudo saia perfeito. Eu vejo o quanto ela está feliz contigo e o quanto te ama. Não faz sentido ela jogar tudo fora por causa de um caso qualquer.

— Mas ela fez. – Regina falou derrotada. – Eu só quero um banho e dormir.

— Tudo bem, vai descansar. – Cora deu um beijo na testa da filha. – Amanhã é um novo dia.

— Sim, o dia que eu tenho um casamento para desmarcar. – Regina resmungou.

— Emma vai vir atrás de você. – Cora avisou.

— Não deixe ela subir, diga que eu não quero ver ela. – Regina suspirou. – E entregue Toby para ela, diga que ela pode continuar no loft o tempo que desejar. – Ao ver o olhar interrogativo de sua mãe, acrescentou. – O cachorro é louco por ela e ela não tem mais ninguém. Não acho justo tirar ele dela, por mais que ela tenha me machucado, eu não quero revidar.

— Certo. – Cora concordou. – Eu acho que você está correta em fazer isso. Eu entrego o Toby para ela, pode deixar.

Regina concordou com a cabeça e subiu. Entrou no seu quarto e deu um sorriso triste, nunca tinha imaginado que voltaria para ali. Pegou um pijama em seu closet e foi direto tomar um banho relaxante. Mas não conseguiu pensar em nada que não fosse a mulher que amava nos braços de outro, chorou copiosamente embaixo d’água. Depois de encerrar o banho e secar seus cabelos, deitou na cama e se odiou por sentir falta do calor da loira junto ao seu corpo. Virou e revirou na cama incontáveis vezes, demorando horas até conseguir pegar no sono.

Em Boston, Emma tinha o mesmo problema. Depois de passar horas chorando, tentou dormir, deitando no sofá que tinha no quarto, pois não queria chegar perto daquela cama maldita. Mas cada vez que fechava os olhos, as imagens de Regina não acreditando nela vinham em sua mente. Estava profundamente magoada com a morena, tudo bem que a situação não era nada simples, mas Regina deveria ter confiado nela. Quando a manhã seguinte chegou, Emma só tinha conseguido dormir um pouco mais de duas horas, levantou e foi tomar um banho. Depois que terminou de se arrumar e ajeitar a sua mala e a de Regina, que tinha saído sem levar nada, desceu até a recepção do hotel para fechar a conta. Regina já tinha pago antecipadamente, então não teve que se preocupar com isso. Chamou um táxi, para a levar até a rodoviária, aonde pegaria um ônibus para Storybrooke. Durante a viagem de ônibus, o cansaço falou mais alto e acabou adormecendo, acordando apenas quando chegaram na cidade. Novamente chamou um táxi, para ir até o loft.

Quando entrou em casa, foi direto para o quarto, aonde notou as portas do guarda-roupas abertas, olhou dentro e viu que Regina tinha levado todas as suas coisas. Sentou em sua cama e chorou. A morena nem esperou para conversar com ela, apenas tinha pego suas roupas e foi embora, lhe deixando sozinha. Estava odiando Regina no momento, odiando que ela não tinha confiado nela, odiando que ela foi embora e odiando ainda mais por amar ela tão fortemente. Deixou seu corpo cair na cama e se agarrou ao travesseiro da morena, que tinha o seu cheiro, chorando ainda mais. Não sabe quanto tempo ficou ali daquele jeito, mas só levantou quando a campainha tocou. Nem se preocupou em esconder que tinha chorado, apenas foi direto abrir a porta e se surpreendeu ao ver Cora e Toby, que logo pulou em cima dela.

— Ei, querido. – Emma abraçou o cachorro fortemente, que estava extremamente alegre de ver a dona.

— Olá, Emma. – Cora falou com um pequeno sorriso no rosto.

— Oi, Cora. – Emma levantou. – Gostaria de entrar?

— Sim, acho que precisamos conversar, não acha? – Cora entrou e sentou no sofá, sendo acompanhada pela loira.

— Eu imagino que sim, apesar de acreditar que essa conversa deveria ser com a sua filha. – Emma falou.

— Sabemos o quanto Regina é orgulhosa e teimosa. – Cora respondeu.

— Sim, sabemos. – Emma concordou.

— Pode me contar o que aconteceu?

— Regina já não te disse? – Emma perguntou confusa.

— Sim, ela falou o que ela acha que viu. – Cora suspirou. – Eu gostaria de ouvir a sua versão.

— Eu não sei como aconteceu, a última coisa que me lembro é de estar na piscina lendo. Jefferson tinha parado e conversado comigo, mas depois se retirou e eu continuei ali. Eu imagino que ele tenha colocado algo no meu suco, que me fez apagar e depois me levou para o quarto. Eu tentei falar com Regina, mas ela não quis acreditar em mim. Depois que ela saiu, Jefferson me falou que não tinha tocado em mim e que eu era apenas um efeito colateral. Segundo ele, os Mills merecem sofrer por se acharem os donos do mundo. – Emma suspirou, com lágrimas nos olhos. – Eu estou arrasada, nunca imaginei que uma coisa dessas pudesse acontecer.

— Eu sinto muito. – Cora falou sincera.

— Como ela está? – Emma perguntou baixinho.

— Da mesma forma que você. – Cora respondeu. – Ela está destruída, nem saiu do quarto dela ainda. Mas ontem ela me pediu para te entregar Toby, ela não quer que você fique sozinha. E também me pediu para te falar que você pode ficar no loft o tempo que desejar.

— Eu não sei o que fazer. – Emma respirou fundo. – Eu amo a sua filha e dói muito saber que ela não confia em mim.

— Emma, eu acredito em você. – Cora foi firme.

— Acredita? – Emma perguntou surpresa. – Eu imaginei que dado ao meu histórico...

— Foi diferente. – Cora interrompeu. – Eu sempre soube que não era apaixonada pelo meu filho, mas eu vejo nos seus olhos o quanto ama a Regina. Enquanto planejamos o casamento de vocês, eu vejo o seu empenho e dedicação para tudo ser perfeito, eu vejo a sua felicidade. E não acredito nem por um segundo que você iria jogar tudo isso fora, ainda mais por um caso sem sentido.

— Obrigada, Cora. – Emma sorriu sincera. – Isso realmente é importante para mim.

— Não precisa me agradecer. – Cora levantou e puxou a loira para um abraço. – Vai ficar tudo bem, você vai ver.

— Eu não sei. – Emma se entregou ao abraço, estava precisando dele tanto, deixou as lágrimas caírem novamente. – Regina não foi a única ferida nessa confusão, ela também me machucou muito.

— Eu sei. – Cora suspirou. – Regina é impulsiva, mas ela vai perceber que errou feio com você.

— O que fazemos agora? – Emma perguntou se afastando para olhar para a sua sogra.

— Eu tenho um plano. – Cora sorriu.  


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Notas finais do capítulo

Me contem seus pensamentos.
O que acham que é o plano de Cora?

Bom inicio de semana!