Daughter of Rebirth escrita por kuronek097


Capítulo 7
Alvo 7 – Bunch of misfits




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Tsuna foi bem acompanhado até o local onde Ettore estava: Gokudera, Yamamoto, Bianchi (que foi contra a vontade do irmão mais novo), Reborn e Dino, este ultimo visivelmente irritado por tudo o que estava acontecendo.

– Eu disse para a Ettore que era para ela não sair sozinha, ah, como ele é irresponsável! – Ele exclamou.

– Dino se acalme! Ela não pensava que corria tanto risco! – Tsuna disse tentando acalmar o mais velho. – Mas... – Ele desviou o olhar para o galpão abandonado. – É aqui mesmo que eles estão? Nós não sabemos nem quem são eles!

Na verdade nós sabemos. – Reborn saltou e ficou a frente de todos. – Quando tudo isso começou eu estava investigando uma fuga de uma prisão italiana...

– Fuga?! – Tsuna gritou.

– Um mafioso perigoso que cometeu crimes extremamente graves, seu nome é Rokudo Mukuro, ele escapou com dois subordinados e veio até o Japão... Todos foram expulsos da máfia.

– Expulsos?! E nós vamos lutar contra esses caras? Vocês viram o que eles fizeram com todos? – Tsuna não se referia somente aos alunos de Namimori que haviam sido atacados, ele também falava sobre Gokudera, que havia sido ferido por Chikusa, e sabe-se lá como ele havia se recuperado suficientemente rápido para poder lutar.

– Você precisa derrotar Mukuro para salvar a Ettore, Hibari e...

– Não tem como eu fazer isso! Não contra caras como eles!

– O 9º confia em você. – Reborn deu um soco no rosto de Tsuna e depois tirou um papel do bolso de seu terno. – Ele lhe deu a ordem de derrotar Mukuro e resgatar os dois prisioneiros que fazem parte da máfia.

– Mas Hibari não é da máfia!

– Não me refiro a ele... Fuuta foi sequestrado bem antes de Ettore. – Alguns dias depois dos acidentes envolvendo Kokuyou começarem, Ranking Fuuta tinha aparecido na casa de Tsuna.

– Ah! Eu não sou capaz de salvar todo mundo! – Tsuna pôs a mão na cabeça e sacudiu, para ele aquela situação era insana.

– Olhe a sua volta Tsuna, seu idiota! – Reborn novamente socou Tsuna. – As pessoas aqui confiam em você, eu sei que nem a minha filha nem o Hibari gostam de você, mas no mínimo a Ettore confia em você.

– Reborn... – Tsuna tomou certa confiança, pessoas dependiam dele naquele momento, então ele não poderia fraquejar.

Tsuna e todos os outros encararam o galpão, sentiam-se confiantes e ao mesmo tempo assustados, mas todos tinham a mesma vontade: salvar Ettore, Hibari e Fuuta.

Por um tempo eles procuraram um lugar onde eles provavelmente poderiam estar o local era enorme e as pareciam infinitas. Até que Fuuta apareceu de dentro da mata que os cercavam.

– Fuuta! Você está bem? – Tsuna ficou visivelmente feliz ao revê-lo. – Venha aqui!

– Eu não posso... Vou ficar com o Mukuro-sama. – O garoto disse quase em prantos.

– Do que você está falando Fuuta?!

– Me desculpe... – Fuuta jogou um pequeno pedaço de papel para Tsuna e sumiu para dentro da mata.

Pouco tempo depois daquela situação estranha enquanto Tsuna abria o papel para lê-lo, uma pessoa apareceu. Cabelos pretos, uniforme de Kokuyou, olheiras estampado o olhar frio, ele se auto intitulou como “Rokudo Mukuro”, o que causou espanto a todos.

– Sinto muito Tsuna, eu só tenho mais uma bala de Shinu Ki Dan. – Reborn disse enquanto olhava para o suposto Mukuro.

– Não acho que consigo ganhar dele apenas com cinco minutos, ele conseguiu ganhar até do Hibari-san... – Tsuna respondeu enquanto colocava suas mãos na cabeça em sinal de desespero.

– Não é uma questão de “acho” ou “posso”, não é só a sua vida que está em jogo, mas sim a dos seus companheiros e também da minha filha. – Reborn apontou Leon para Tsuna, o pequeno virou uma arma meio segundo depois. – Apenas morra. – Ele disse antes de atirar.

Reborn! – Tsuna despertou no seu modo “Shinu”, a chama em sua testa era o sinal evidente disto.

Rokudo Mukuro lançou contra ele uma esfera metálica com desenho de cobras presa por uma corrente, Tsuna apenas desviou, pois não sabia se conseguiria parar o objetivo. Mukuro novamente puxou a esfera e deu um soco na mesma, lançando-a com extrema pressão, isso ao passar perto do corpo de Tsuna deixou alguns pequenos arranhões.

– Mas como? – Tsuna indagou.

– Se acha que não pode proteger seus companheiros apenas fuja como um bebê chorão, “bom em nada Tsuna”, você sabe que não pode me derrotar!

– Mukuro! O que você fez com a Ettore e o Hibari?!

Ettore? Hibari? Não os conheço...

Tsuna correu na direção de Mukuro e deu um soco no rosto dele, mas foi parado pela corrente que prendia a esfera metálica.

– Eu vou proteger meus companheiros, não importa o que você diga! – Tsuna tentou acertá-lo novamente, mas, mais uma vez ele foi parado com o mesmo truque.

Mukuro fechou os olhos e chutos o tórax de Tsuna, lançando-o para longe.

– Você é mesmo o décimo Vongola? Não seja idiota, você mal consegue proteger aqueles que confiam em você, como pretende proteger a máfia inteira? – Novamente ele fechou os olhos e lançou a esfera.

Tsuna levantou-se e correu na direção da esfera, saltou por cima dela indo até Mukuro e acertou um soco no rosto dele, jogando-o para longe e levando a esfera gigante junto, o objeto acabou acertando a barriga de Mukuro.

– Ainda não... – Disse o falso Mukuro enquanto tentava se levantar com poucas forças.

Pare! Você não é uma pessoa ruim... – O efeito da Shinu Ki Dan se dissipava no corpo de Tsuna e o olhar inocente do rapaz voltava a aparecer.

– Do que você está falando?

– Você tem um coração bom... Toda vez que me atacou fechou os olhos... Não queria ver o inimigo morrer na sua frente. – Tsuna sorriu.

– Não fale como se me conhecesse... – Mukuro disse antes de receber o golpe final de Tsuna, um soco.

– Você perdeu. – Tsuna levantou-se. – Mas você é uma cara legal! Não pode ser o vilão que o Reborn falou... Mukuro.

– Acontece que... – Ele sorriu. – Eu não sou quem vocês estão procurando. – Ele riu com poucas forças. – Me desculpe, eu sou somente uma distração.

Aquilo realmente confundiu a todos, o falso Mukuro revelou seu nome verdadeiro: “Lancia”. Revelou também que o Mukuro fez com que ele e sua família no norte da Itália, Lancia estava para revelar os verdadeiros planos do Mukuro real, mas ele foi acertado por um conjunto de agulhas nas costas, provavelmente vindas de Chikusa Ken, Lancia acabou ficando desacordado, mas não morto.

Ver as pessoas sendo feridas de tal forma, logo na sua frente, deixou Tsuna mais animado a lutar. Ele realmente queria resgatar Ettore e Hibari e socar a cara do verdadeiro Mukuro.

Eles precisaram andar por mais alguns minutos até chegarem à entrada do galpão. Todos se separaram, Tsuna foi acompanhado de Reborn para procurar o verdadeiro Mukuro, enquanto uma dupla foi procurar Ettore e Hibari e outra Fuuta. Ao passar em frente a uma porta específica Tsuna sentiu um calafrio e pensou que aquele deveria ser o lugar certo, ele respirou fundo e entrou ali.

Ao olhar sala adentro, Tsuna viu que realmente quem se encontrava sentado em seu sofá esperando a sua chegada era ela, Rokudo Mukuro.

– Olá Sawada Tsunayoshi. – Ele disse com um tom sádico. – Estava esperando a sua chegada...

– O que você fez com os meus amigos? – Tsuna indagou. – Me responda! – Ele aumentou um pouco o tom da voz e ao olhar para o lado onde se encontrava Reborn notou que Leon estava passando mal novamente, ainda pior que os dias anteriores.

– Estão todos bem e até vieram te cumprimentar. – Mukuro estendeu o braço para a porta e de lá surgiram Gokudera, Yamamoto e Bianchi, eles pareciam estar sob o efeito das habilidades de Mukuro. – Uma reunião de amigos, lindo isso, não é mesmo? – Ele riu.

– Liberte-os! – Tsuna gritou. – Ou então...

– Ou então o que, Tsuna? – Mukuro se levantou. – Vai me vencer com o “poder da amizade”? Não seja patético, é por essas e outras coisas que a Vongola se tornou completamente fraca! – Ele olhou pra Gokudera e fez com que ele atacasse Tsuna.

– Gokudera-kun... Você não quer fazer isso! – Tsuna se levantou. – Essa história de máfia era para ser uma coisa legal não é mesmo? – Ele tentou despertar o amigo do “controle mental” que ele sofria.

– Isso não vai funcionar Sawada. – Mukuro riu. – Na máfia não existem laços, não existem amigos, não existe amor. Ou você mata ou você é morto, bem simples. – Ele olhou para Leon. – E esse lagarto com defeito de fabricação? Ele é realmente a poderosíssima arma de Reborn? – Ele riu.

– Por que você está fazendo isso? – Tsuna indagou.

– Anos atrás, quando eu ainda era só uma criança, alguns mafiosos me levaram e fizeram experiências com o meu corpo, eu conheci o inferno e outros cinco terríveis caminhos, e agora eu quero que todos os outros também conheçam isso através do poder da Vongola. – Mukuro atacou Tsuna, acertando seu tórax e o jogando contra a parede.

– Isso é idiotice! – Tsuna passou a mão em sua boca, limpando um pouco do sangue que estava ali. – Eu não vou deixar que você faça mal a mais alguma pessoa!

– Então você irá morrer por minhas mãos e eu me tornarei o décimo Vongola. – Mukuro pegou seu tridente. – Tomando posse de seu corpo.

Ouviu-se então o estrondo da porta logo atrás deles e uma silhueta feminina surgiu pela porta.

– Que feio Tsu-kun, perdendo assim para alguém tão fraco? – Ettore entrou. – Tinha mesmo que ser o “bom em nada Tsuna”...

– Ettore?! – Tsuna se levantou, espantado. A garota estava carregando no ombro o corpo de Hibari, ambos estavam completamente machucados.

– Você vai ficar aí parado esperando a morte? – Ela indagou. – Ou vai enfrentá-la como nós dois fizemos? – Ela sorriu.

– Não irei morrer! – Ele exclamou e no mesmo instante pôde-se ver Leon saltar dos ombros de Reborn. – Não vou deixar que meus amigos sofram mais... – Quando Tsuna disse isso Leon se transformou em um pequeno balão verde e ficou flutuando próximo ao teto.

– Desculpe Sawada, mas a máfia nunca foi para você. – Mukuro investiu seu tridente contra Tsuna, mas foi interrompido por Ettore que o segurou com uma das mãos.

Nem para você. – Ettore puxou o tridente o golpeou para longe com o braço, ouviu-se apenas um estalo.

Leon explodiu e de sua boca surgiram duas luvas semelhantes a luvas de inverno e uma bala de Shinu Ki Dan de cor branca a qual Reborn pegou imediatamente.

– Vista isso Tsuna. – Reborn jogou as luvas na direção do rapaz.

– Para que serve isso? – Tsuna indagou.

– Sempre que um dos meus alunos está prestes a ser formar o Leon “passa mal” e dá para o meu aluno alguns tipo de arma, no caso do Dino ele o deu o chicote e o Enzo, já no seu caso ele lhe deu as X-Gloves. – Reborn transformou Leon em uma pistola e colocou a bala dentro dele. – Essa bala é a Hyper Shinu Ki Dan, morra. – Reborn disparou.

Reborn! – A chama de Tsuna ficou visível em sua face e também em suas mãos, pois as luvas flamejavam.

– Tsuna é sim um grande bebê chorão. – Ettore disse. – Mas quando o assunto é salvar os amigos ele é capaz de acabar com a sua raça. – Ela disparou o tridente de Mukuro contra ele, mas ele desviou por pouco.

A luta foi insana, mas não durou mais que 15 minutos, Tsuna ganhou por pouco de Mukuro, o efeito do controle mental sob todos tinha passado. Levaram Mukuro e seu grupo presos novamente e os feridos devidamente para o hospital.

Tsuna lembrou-se do papel que Fuuta lhe entregou e pegou-o no bolso para poder ler.

“Não confie na Ettore.” Era a frase escrita.

__________

Reborn fez questão que Ettore ficasse num hospital de primeira e que ela fosse atendida imediatamente e com prioridade. Toda uma movimentação foi feita no hospital, Ettore estava desmaiada e os ferimentos dela não paravam de sangrar.

Os socorros básicos foram feitos e então foi escolhido o quarto em que ela ficaria, o mesmo era todo mobiliado com peças brancas e a cama da garota era voltada para a janela, dando vista para um jardim.

Uma bateria de exames foi feita durantes todo o dia, e a ficha médica de Ettore saiu durante a tarde. Arranhões e hematomas no rosto, pulsos, braços e tornozelos causados pelos atritos com as correntes, as quedas e os socos. Queimaduras de segundo grau no pescoço e ombro direito. Distensão muscular média na coxa esquerda (que deixaria uma cicatriz após a recuperação) que foi causado pelo esforço físico para suportar o peso da corrente. Rachaduras no osso do ombro esquerdo. Um corte profundo no antebraço esquerdo. Anemia causada pela perda significativa de sangue por fim estresse pós-traumático.

Comentaram no hospital que nunca fizeram uma ficha mais extensa que a dela. Nem um atestado de óbito era tão extenso como o dela. Cada um desses “traumas” era detalhado numa folha, ao fim disseram que Ettore teria que passar um mês no hospital para se recuperar de tudo. Ou seja, de acordo com o calendário ela passaria a última semana de agosto e mais três semanas de setembro.

– Você passou por maus momentos... – A enfermeira tentava conversar com Ettore que estava em repouso após os exames. – Enquanto você esteve desacordada aquele bebê discutia com todos, ele é seu irmão?

– Não é... – Ettore tentou rir, mas ela sentia dores demais para isso.

– Aquele moço loiro, lindo por sinal, ele ficou sentado do seu lado a tarde toda... Só saiu quando eu cheguei. – A enfermeira sorriu para Ettore. – O médico disse que você vai sair dia 20 de setembro, vai passar um bom tempo aqui. – Se de alguma forma a enfermeira tentava animar Ettore, ela falhou. – Vai perder muito aula, que pena, não é mocinha?

– Verdade... – A enfermeira colocava mais uma bolsa de transfusão de sangue de Ettore. – Desculpe, mas você pode me trazer uma caneta?

– Caneta? Claro... Você quer papel também?

– Não, só a caneta.

A enfermeira saiu do quarto e alguns minutos depois ela voltou sozinha com a caneta que Ettore pediu, logo ela saiu novamente do quarto e deixou-a sozinha.

Ela se esforçou para recostar-se na cama e puxar a bolsa de transfusão para mais perto e escreveu:

Quando as flores estão morrendo você dá a elas água para ajudá-las a viver, mesmo se isso for contra a vontade delas.

Agora eles me dão sangue de alguém que eu não sei quem é também para me ajudar a viver. E talvez, contra a minha vontade.

Eu ficarei deitada aqui, o dia inteiro, me tornando dependente das pessoas, assim como as flores dependem de alguém para deixá-las vivas.

E como se tivessem sido deixadas sozinha sobre o asfalto, secando e murchando.

Todas as minhas flores estão mortas.


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