Daughter of Rebirth escrita por kuronek097


Capítulo 6
Alvo 6 - Chuva de flores e sangue




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O que Ettore tinha ouvido era realmente verdade. Hibari já estava no local e, por sinal, havia deixado um pequeno “estrago” por onde havia passado. Um grande galpão abandonado em péssimo estado, caindo aos pedaços.

Hibari procurava dentro daquele lugar onde o provável chefe e responsável por tudo aquilo que estava acontecendo com os alunos de Namimori poderia estar, o rapaz acabou se deparando com uma enorme porta de ferro entreaberta e muito convidativa.

– Olá, obrigada por vir, vejo que fez uma pequena bagunça lá fora, meu convidado. – A atenção de Hibari foi tomada para o ponto de onde a voz misteriosa ecoou, realmente havia alguém lá, mas como a iluminação era pouca Hibari não conseguia ver nada além de uma silhueta.

– Eu estou te procurando já tem um bom tempo, é você que está por detrás destas pequenas travessuras? – Hibari já se preparava para uma provável briga.

– É mais ou menos isso. Agora eu sou a nova ordem desta cidade e por isso estou a reorganizando. – Não era possível ver totalmente o rosto do inimigo, mas Hibari pode ver o esboço de um sorriso brilhante e ameaçador. – E irei começar pela escola de Namimori.

– Você está delirando? Namimori não precisa de duas ordens. – Hibari respondeu.

– Eu concordo com você e é por isso que você se tornou desnecessário. – A pessoa riu e pode-se perceber que era um homem, a risada fora ríspida e sem qualquer humor, era uma risada sádica.

– Eu vou te bater até a morte aqui mesmo. Desgraçado. Você quer morrer sentado? – Hibari ironizou ao perceber que o oponente ainda não havia se levantado.

– Você é muito engraçado, não há necessidade de me levantar, por isso continuarei sentado.

– Eu vou parar de falar... E você deveria fazer o mesmo... – Hibari já perdia a pouca paciência que tinha.

– Essa é a sua última oportunidade de falar, eu não a desperdiçaria de tal forma... Mas faça como bem entender.

Até esse momento Hibari tentava manter a calma, mas assim que partiu para atacar ele sentiu agora estranho, como se alguma coisa estivesse o impedindo de se mexer.

– Algo está lhe incomodando? Você parece doente...

Cale a boca. – Hibari tentava respirar, mas seus pulmões pareciam duros, seu corpo estava pesado, suas pernas pareciam estar presas ao solo e sua mente começava a ficar turva.

– Você não tem noção de com quem arrumou briga. Mas... Eu me surpreendi também, não imaginava que dois hitmans de primeira estariam por aqui... Trident Mosquito e... O arcobaleno, acompanhado de um bônus.

– Do que diabos você está falando?

– Mosquitos usados para causar e tratar doenças... A especialidade de Trident Mosquito. Isso que você está sentindo, a sua doença... É a “Sakura-kura”, você se torna instável perto de árvores de sakura... Que eu fiz questão de preparar para você...

Quando conseguiu movimentar o pescoço para trás Hibari deparou-se com nada menos que duas grandes árvores... Repletas de flores de sakura recém-florescidas. Belas pétalas rosadas caiam em volta dele, causando-lhe certa repulsa além dos sintomas físicos que só se agravavam.

– Mas o quê... – Hibari sentiu-se tonto e caiu no chão, nesse momento a pessoa que o “acomodava” levantou-se a após bater nele por alguns minutos, resolveu dialogar novamente.

– Eu adoraria me divertir mais um pouco com você, mas em breve eu irei receber uma visita muito importante, então irei te largar em algum lugar até que eu possa volta e terminar com você...

Visita?

– Nossa ilustre visitar internacional, a pequena Vongola. Ettore.

– O que você vai fazer com ela?

– Ora... Nós temos um cavalheiro por aqui? Você não sabe a importância dessa garota, o peso que os sobrenomes ela têm, a importância da mistura de linhagens que ela carrega, do sangue maternal dela, o poder que ela possui... Eu quero me divertir um pouco com ela. – Disse o “sequestrador” antes de dar um golpe que fez com que Hibari desmaiasse.

__________

Enquanto isso, Ettore voltava sozinha do hospital, ela já estava totalmente tranquila em relação aos ataques que haviam acontecido e pensava em como iria agradecer Hibari no dia seguinte por ele ter salvado a todos daquele pesadelo.

“Talvez eu leve algum doce para ele. Será que ele gosta?” A garota continuou a pensar até sentir que alguém puxou seu braço para trás.

– Com licença... – Ettore disse. Quem havia puxado o braço dela tinha sido um rapaz que usava óculos, uma touca branca e um uniforme verde, este que Ettore reconheceu ser o de Kokuyou. – Quem é você?

– Poderia vir comigo, por favor? Não quero ter que machucá-la, são apenas ordens que eu tenho que cumprir.

– Você é um dos baderneiros da cidade vizinha...

– “Baderneiros” é um terno ofensivo, nós somos uma gangue. Agora venha comigo e me evite problemas.

– E se eu me recusar? – Ettore tentou recuar com o braço, mas o rapaz, Chikusa, segurou-a com ainda mais força.

– Terei que recorrer a métodos mais drásticos. – Ele disse e depois puxou os dois braços de Ettore para trás de suas costas, logo após ele colocou um pano braço sob o nariz e boca da garota, fazendo-a desmaiar.

__________

Ettore ainda estava desacordada quando Chikusa chegou com ela ao galpão, no mesmo momento ele levou-a para o chefe.

– Aqui está como você pediu. – Chikusa disse antes de jogar o corpo de Ettore no chão. – Tentei não machucá-la nem usar métodos bruscos, mas essa garota é difícil de lidar.

– Ah... É a primeira fez que eu a vejo pessoalmente e de tão perto... – Ele disse e depois segurou o rosto de Ettore com as mãos. – Ela é realmente linda.

– Você parece até apaixonado.

– Não, não, paixão não. Uma devoção... Não... Uma admiração. Você também não sabe a importância dessa garota...

– Mais alguma coisa? – Chikusa ignorou os comentários de seu chefe.

__________

Enquanto isso, ao voltar para casa, depois da escola, Tsuna sentiu-se sozinha, como se algo ou alguém estivesse faltando, ele pensou por alguns minutos, buscando em sua mente algo que ele pudesse ter se esquecido, afinal era como o apelido dele mesmo dizia, ele era o “bom em nada Tsuna”, e essa falta de habilidade inclua a habilidade de se lembrar das coisas.

– Dino-san... – Tsuna, ao chegar a sua casa, foi conversar com Dino, o mais novo passava as mãos no rosto em sinal de preocupação.

– Diga. – Dino olhou diretamente nos olhos dele, pois ele conhecia aquela expressão de preocupação, afinal Tsuna havia herdado a intuição dos Vongola e raramente os instintos e sentidos do rapaz falhavam.

– Não está faltando nada em casa? Ou alguém? – Foi nesse momento que Reborn deu um salto em direção à cabeça de Tsuna, ficando sentado com seu pequeno corpo.

– Ciaossu! Alguém viu a Ettore?

O fato de que Ettore ainda não tinha chegado preocupou a todos, por mais que ela fosse um pouco “rebelde” e faltasse as aulas com frequência, ela não seria do tipo que iria perambular pelas ruas sem rumo, apenas para poder chegar tarde a casa, ainda mais por que já anoitecia e ela provavelmente não gostaria que todos ficassem preocupados com ela.

Eles decidiram então sair para procurá-la (depois de várias tentativas falhas de ligarem para o celular dela), buscando em cada canto da cidade e perguntando a todos que viam na rua, até que encontraram o pai de Yamamoto (que havia conhecido Ettore há alguns dias) e perguntaram sobre ela, ele disse ter visto um rapaz de touca branca e óculos, usando o uniforme de Kokuyou conversando com Ettore e então depois que ele se virou por alguns minutos ambos haviam desaparecido sem deixar rastros.

– Reborn... Eles a sequestraram! Como vamos trazê-los de volta?! – Tsuna estava extremamente assustado, não conhecia ninguém que tivesse a audácia de sequestrar Ettore e sabia dos perigos que os alunos de Kokuyou estavam causando aos estudantes de Namimori.

Ajeitando seu terno Reborn respondeu.

– Nós vamos achar quem foi o responsável por isso e acabar com a raça desse infeliz.

Todos eles continuaram procurando pela cidade, até que acharam um galpão abandonado, quase que nos limites da cidade, este fez o instinto de Tsuna apitar no mesmo instante, logo eles concluíram que era ali que Ettore estava.

__________

Um ambiente totalmente inóspito, mas era nesse ambiente em que Ettore se encontrava. Ao retomar a consciência, repetidos flashes se passaram na mente dela para que ela pudesse se lembrar do que havia acontecido. Ela estava tentando abrir os olhos e eles lacrimejavam e ardiam, ela não conseguia enxergar no mínimo um palmo a frente de seu rosto e sua cabeça latejava, ela sentia dores no corpo também. Entreabriu os lábios procurando um pouco a mais de ar, mas o que sentia era apenas o gosto metálico que vinha do canto de sua boca, sangue.

No entanto, Ettore não queria pensar em sua aparência agora, nem o que havia acontecido com ela. Tudo o que ela queria era sair daquele lugar e voltar para casa. Ela arrependeu-se profundamente de ter saído do conforto de sua cama nesse dia e saído desacompanhada do hospital ainda por cima.

Então ela ouviu o som da porta se abrindo, seu “sequestrador” ou lá quem fosse, entrou no local, a baixa iluminação não permitiu que Ettore o visse direito.

– Olá. – A voz masculina disse. – Como se encontra minha hóspede? Está confortável?

Tsc... – Ettore pigarreou. Aquilo para ela não passava de uma brincadeira de criança e na mente dela não valia a pena gastar saliva conversando.

– Me responda garota insolente. – Ele chutou a barriga de Ettore e ela pôde jurar que o pé dele havia atravessado o estômago dela. – Você não é uma boa convidada! Ora! Eu estou lhe proporcionado este incrível ambiente e é assim que você me agradece?

Ettore não sabia qual era a definição dele para “incrível”. O ambiente era frio, com uma péssima iluminação e apertado, só então ela se deu conta de que não conseguia se mexer por que estava presa a uma cadeira pelas mãos e também pelas pernas. Os elos das correntes pesavam mais do que o corpo dela estava conseguindo suportar, os braços dela estavam além do limite de extensão natural.

Isso não era incrível.

– Quem é você? – Com um pouco de força Ettore perguntou.

– O Rokudo Mukuro na qual seus amiguinhos estão atrás... – Ele riu. – o chefe da gangue de Kokuyou.

– O que... O que você pretende fazer? – Ettore começava a ficar assustada, pois percebeu que ele não estava brincando.

– Ora! – Ettore conseguiu ver a sobrancelha de Mukuro arqueando-se e reparou que os olhos deles eram de cores diferentes. – Ficar aqui te observando, por enquanto seria legal, mas sabe... – Rokudo segurou o rosto dela com uma das mãos. – Ver a filha do mais poderoso hitman gritar de dor, sofrer, chorar e implorar por piedade seria bem mais interessante.

E antes que Ettore pudesse falar qualquer coisa ela foi acertada novamente, desta vez no rosto por um soco. Pigarreando palavras inteligíveis ela tossia um pouco de sangue e Mukuro ria.

– Não entendi o que você disse, desejou minha morte? Desejou que eu queimasse no fogo do inferno? Ah, isso não vai adiantar... Eu acabei de ser expulso de lá.

Rokudo se recostou na parede em frente a Ettore, tirando do bolso um isqueiro com que ele começou a brincar acendendo-o e apagando-o.

Mas o que diabos ele pretende fazer com isso?” Ettore se perguntou. A chama refletindo nos olhos dela declarava o medo que ela estava sentindo.

Ele reclinou-se em frente a Ettore, rindo.

Deixe-me brincar um pouco com você. – Disse ele antes de por a chama contra a fina pele do pescoço dela, se estendendo até o ombro esquerdo. – Ora, apagou! – Ele riu.

Rokudo levantou-se novamente e retirando seu tridente ele forçou-o contra o ombro queimado de Ettore, enquanto fazia isso uma expressão de prazer sadista tomou conta do rosto dele.

A reação de Ettore foi mínima esperada, ela soltou gritos de dor. O ombro estava sangrando uto e ela já não conseguia mais o movimentar. Como se aquilo não bastasse ela sentiu muito bem quando Mukuro atravessou o antebraço esquerdo dela com o tridente, de uma vez só.

– Você deve estar se divertindo comigo, não está, bela italiana? – Ele disse e passou dois dedos por cima do ferimento do braço de Ettore. – Você tem um rosto muito lindo mesmo, ainda mais pessoalmente. – Ele colocou os mesmos dois dedos cobertos de sangue sobre os lábios de Ettore, deslizando-os. – Ah! Eu ia me esquecendo de uma coisa! Eu trouxe um presente para você! – Mukuro disse antes de retirar um buquê de rosas vermelhas. – Essas belezinhas foram preparadas especialmente para você.

Ettore encarou aquelas flores com repulsa, o que não era uma reação normal considerando que eram apenas flores. Puderam-se ver os olhos da garota se enchendo com lágrimas, ela mordeu o próprio lábio inferior para não chorar, sentiu uma dor imensa no peito, seus pensamentos estavam completamente turvos.

Ela ia perdendo os sentidos ao passo que a torturava avançava.

Era como se um crânio aberto tivesse sido mostrado para Ettore, mesmo sendo um simples buquê. Mas para ela não era um simples buquê.

Mukuro passou as flores contra o rosto de Ettore, forçando-as.

– Tire isso daqui... – Ela disse ofegante. – Agora...

Ettore estava transtornada, na mente dela ela desejava logo a morte para que tudo aquilo acabasse e ela não precisasse mais ver aquelas flores. Ela sentia-se inútil e fraca por não poder se livrar daquela situação sozinha.

Foi quando aquela melodia facilmente reconhecida por Ettore invadiu o ambiente.

O hino de Namimori.


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