Daughter of Rebirth escrita por kuronek097


Capítulo 8
Alvo 8 - Marcha fúnebre




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Dia 22 de setembro, localização: A belíssima Veneza, cidade Italiana. O local é um cemitério, durante o período matutino. Tudo se encontrava bem iluminado pela luz do sol e totalmente decorado com flores dos mais diversos tipos, cores e aromas.

A cena é de comover o coração da mais selvagem fera. Uma garota jovem estava ajoelhada em frente a uma lápide olhando fixamente para o escrito nela. Os cabelos pretos estavam bagunçados e presos de qualquer forma, o rosto demonstrava o cansaço, usava um short e uma regata acompanhada de uma jaqueta, parecia não ter se preocupado com o que iria usar, entretanto as flores que ela carregava essas sim pareciam terem sido escolhidas de forma rígida. Um grande buquê, repleto de rosas volumosas e cheias de perfume, de uma cor rara: azuis, estavam envoltas em um pano branco com detalhes bordados com linha prata.

– Já se completaram dois anos. – A voz da garota saiu fraca. – Hoje começa o outono, nossa estação favorita... – Ela passou a mão sobre a lápide e puderam-se ver algumas lágrimas saindo dos olhos da garota. – A estação do frio com brisas quentinhas ou da chuva em dia de sol...

A garota em questão é Ettore Vongola, aqui com 14 anos. O túmulo que ela visita é de uma pessoa de grande importância, especialmente para ela. Essa pessoa morreu quando a garota tinha 12 anos, fora assassinado na frente dela.

O motivo? Ele era um hitman aclamado na máfia por seu talento, respeitado e requerido, mas também muito odiado por seus inimigos, já tendo a morte declarada e enfrentado diversas vezes.

Esse acidente ocorreu numa ocasião que traumatizou a jovem. O pai dela, Reborn, havia viajado a negócios e deixado a filha aos cuidados do tio, o hitman em questão, ele não tinha qualquer ligação sanguínea com Reborn, mas ele possuíam algo maior e mais importante, os dois eram ligados por uma amizade muito forte, que acabou passando para Ettore, pois o amigo de Reborn era o padrinho dela, sendo chamado de “tio” pela jovem.

Após alguns dias de viagem, faltavam apenas algumas horas para Reborn voltar e sua filha decidiu que iria fazer uma surpresa para ela. Queria de qualquer forma sair para comprar flores para o pai, mas obviamente ela não poderia sair sozinha, então acabou indo na companhia do tio até uma floricultura, ele tentou convencer Ettore a não sair, mas fora em vão. Ettore estava animada, não parava quieta por um minuto sequer, corria por todos os lados e interagia com todos que via na rua, ao chegar na loja, ela correu para ver as flores e admirou todas elas com muito cuidado, totalmente fascinada. Por um tempo ficou em dúvida frente a tantas opções, mas logo se apaixonou por um enorme buquê vermelho de rosas, um tom de escarlate perfeito e vistoso, flores com pétalas robustas e galhos esculpidos.

Sem precisar pensar duas vezes ela escolheu aquele buquê como presente para o pai. Escolheu também uma caixa bonita para fazer jus a flores. O tio fez o devido pagamento e disse que a pequena “estrela cadente” (era assim que ele costumava chamar Ettore) parecia muito empolgada, ela concordou com a cabeça e logo o puxou para fora da loja.

No caminho de volta Ettore segurava a caixa com força, mas ao mesmo tempo cuidado para não estragar as flores tão cuidadosamente embrulhadas. A caixa por pouco não cobria o rosto de Ettore devido a sua estatura, o tio dela segurava a mão da sobrinha e tinha um largo sorriso estampado no rosto enquanto olhava para ela e para as flores.

As mesmas flores que se espalharam pelo chão.

Cobertas de sangue.

Às vezes as pessoas realmente não tem noção de como seus atos podem traumatizar alguém e agem de forma totalmente inconsequente. Os assassinos eram pertencentes à outra família mafiosa, eles atiraram no tio de Ettore sem piedade, para matar, na frente da garota que acabou recebendo respingos de sangue no rosto e parte de seu corpo, cobrindo quase todo o buquê. Ele ainda em seus últimos suspiros não viu Ettore chorar na frente dele, ele sorriu e passou a mão pelos cabelos dela e com suas últimas forças disse palavras que a jovem nunca mais esqueceu.

A cor vermelha das rosas é algo que conquista a atenção de várias pessoas, mas naquele momento conquistou apenas o ódio de Ettore, a felicidade interrompida bruscamente.

Essa é uma das fraquezas de Ettore, quando jovem ela amava as rosas vermelhas, mas essas se tornaram algo que só faziam com que ela se lembrasse da morte. O outono fora a estação em que o tio dela morrera, o corpo dele ficou caído debaixo de uma árvore cujas folhas secas caiam a todo instante.

Como se novamente o flashback daquele pesadelo se passasse na mente da garota, já fazia um bom tempo que ela estava sentada em frente à lápide, olhando fixamente para um mesmo ponto sem qualquer brilho no olhar.

– Ei tio, eu já sou uma moça agora... Eu queria muito que você me visse agora e o quanto eu cresci! Tem sido bem difícil sem você comigo, mas eu tenho o papà e outras pessoas ótimas comigo... Esse caminho que nós percorríamos juntos... Eu sinto muita a sua falta...

No começo Ettore pensava que estava tudo acabado, quando ainda estava com o coração totalmente abalado, temendo tudo, traumatizada. Não sabia aonde deveria ir ou se poderia caminhar sozinha novamente.

Obrigada. – A voz estava fraca, mas ao mesmo tempo sentia-se algo diferente no tom da garota, algo poderoso. – Você pode descansar agora, porque eu posso caminhar por mim mesma, eu sei que você vai estar sempre comigo, eu sou a sua estrela cadente... – Ela esboçou um sorriso. – Ei... Nós prometemos, não é?

As palavras na lápide estavam bem claras e Ettore fazia questão de sempre ler, porque ela pretende nunca mais esquecer daquilo. O tio dela pediu para ela adotar aquilo para sua vida.

Não importa quão alto for o muro, nós o ultrapassaremos”.


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