Enquanto caminhavam até a casa de Tsuna os três rapazes não desconfiavam nem por um instante que aquela garota da Itália estava seguindo eles, entretanto, Tsuna sentia algo estranho, ele desconfiava levemente de algo, era a intuição dele agindo. O rapaz acabou notando algo de errado, mas decidiu não comentar com os amigos para não incomodá-los.

Gokudera então decidiu iniciar uma conversa para quebra aquele clima estranho que estava ali.

– Juudaime, o que achou da aula hoje?

– Gokudera-kun eu não aprendi muita coisa hoje, então...

– Mas juudaime! Se esforce mais um pouco e vai conseguir!

– Você sabe que eu nunca me dei bem com os estudos, ao contrário daquela aluna que mal chegou e já e bem melhor que eu, o bom em nada Tsu... – Os meninos ouviram uma lata de lixo cair, um pouco atrás de onde eles estavam. – Vocês ouviram isso? – Tsuna perguntou aos amigos.

– Sim, eu ouvi. – Yamamoto respondeu, olhando para trás.

– Eu também. – Completou Gokudera.

Todos olharam para trás, mas para a surpresa deles tinha sido apenas um gato que havia derrubado a lata. Os rapazes ignoraram e continuaram andando.

– Que merda, quase que eles me viram. – Um gato realmente derrubou a lata, mas Ettore ainda estava seguindo os três e estava escondida atrás de um poste. – Não posso deixar eles me verem... Ainda não.

Os três continuaram o caminho normalmente, eles sempre demoravam um pouco para chegar, ainda mais quando ficavam conversando durante o caminho.

Ao contrário deles, Ettore já havia chegado.

Depois de algum tempo, quando os meninos chegaram até a casa de Tsuna, o rapaz sentiu algo estranho novamente e decidiu entrar sem comentar com ninguém sobre o assunto, ele foi para seu quarto antes de Reborn aparecer para conversar com todos.

– Eu vou para o meu quarto e já volto. – Tsuna disse, se dirigindo até a escada que levava ao seu quarto.

Ao subir ele notou que a porta estava um pouco aberta, o que era estranho já que ele matinha a porta de seu quarto sempre bem trancada para que a mãe dele não percebesse os itens mafiosos dados por Reborn que estavam todos ali.

“Será que a Mama entrou aqui?” Tsuna pensou enquanto adentrava seu quarto. Quando ele colocou os pés para dentro, ele se deparou com Ettore, a aluna nova de sua escola, dormindo em sua cama junto com Reborn.

– Mas o que é isso?! – Ele gritou assustado.

– Não grita caramba... – O grito de Tsuna acordou Ettore, a garota se espreguiçou ao levantar da cama.

– Acho que você não notou que está dormindo na minha cama! – A expressão facial de Tsuna entregava que ele não sabia como lidar com aquela situação estranha.

– Ciaossu! – Reborn disse. – Como foi na escola “bom em nada Tsuna”? – Reborn perguntou, ignorando aquela situação minimamente estranha.

– Não interessa! O que essa garota está fazendo aqui Reborn? – Tsuna perguntou exaltado.

– Ah, se acalme Tsu-kun! – Ettore disse enquanto pegava Reborn no colo. – Eu não sou “essa garota” eu me chamo Ettore, além disso, eu vou morar aqui agora, então você tem que me tratar melhor.

– Morar?! Do que você está falando? Você é louca? – Ele realmente continuava exaltado.

– Papà explique para ele, por favor. – Ettore disse para Reborn.

– Ela é minha filha, Tsuna. – Reborn disse num tom normal.

– Filha?! – Novamente Tsuna gritou.

– Ah! Para de gritar! Ok... Eu vou te explicar. O Reborn nem sempre foi... Digamos... Um bebê... Então imagine ele como um adulto. Eu sou a filha dele, nada tão complicado, até mesmo para você e seu cérebro pequeno.

– Ah... Minha cabeça... – Tsuna sentou-se no chão. – Mas... Vai mesmo morar aqui? Por quê?

– Vou. O papà não me deixa morar sozinha por que eu ainda tenho 15 anos. E como eu vim da Itália para cá eu preciso de um lugar para ficar.

– Mas... Ah, comparando a tudo que o Reborn já fez... Não é nada demais, eu acho...

– Eu ficarei no quarto de hóspedes, não no seu, então não tem com o que se preocupar – Ettore riu. – Mudando de assunto... O almoço já está pronto? Eu estou faminta! – Ela se levantou e foi até a cozinha.

A mãe de Tsuna tratava Ettore como se ela morasse com eles desde sempre, todos almoçaram juntos e Ettore comportava-se como uma típica japonesa. Yamamoto se deu bem com ela, Gokudera não gostava das atitudes dela em relação à Tsuna, mas ainda sim também se deu bem com ela por ela ser filha de Reborn, Tsuna era o único que ainda estranhava a situação. Alguns minutos depois alguém tocou a campainha, Tsuna foi ver quem era.

Dino.

– Tsuna! – Dino chegou animado, abraçando o outro rapaz. – Eu soube que você tem visita. – Ele sorriu.

– Sim... O Reborn trouxe a...

– A filha, não é? Ettore. – Novamente ele sorriu e os olhos brilharam ao pronunciar o nome da jovem.

– Como você a conhece Dino? – Novamente Tsuna ficou sem saber o que acontecia por ali.

– Venha, eu irei lhe mostrar!

Assim que chegaram até a cozinha, Dino foi em direção a Ettore, abraçou-a e fez carinha em uma das bochechas da garota, como se eles fossem íntimos.

– Dino-chan! – Ettore abraçou carinhosamente Dino, ele retribuiu logo em seguida e deu um suave beijo nos lábios de Ettore, a garota abriu um belo sorriso.

– Não me digam que você dois... – Tsuna apoiou-se na parede para aliviar o peso que estava sentindo nas pernas, era informação demais para o “bom em nada Tsuna” conseguir processar.

– Sim. – Dino sorriu. – Nós somos namorados.

– Namorados? – Tsuna realmente se espantou.

– Dino eu não sabia que você era tão amigo do Tsu-kun. – Ela riu.

– Somos... Irmãos de juramento.

– Irmão de juramente desse idiota? Você é mesmo muito bondoso Dino!

– Ettore! Não o chame assim! – Dino repreendeu a namorada.

Com o tempo Tsuna se acostumou um pouco com aquela situação, a Vongola não mais desconhecida não apresentava nenhum risco para ele, pelo contrário ela poderia ser uma forte aliada.

Seria melhor tê-la como amiga do que como inimiga.