Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 5
O acampamento - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoinhas.
Sim, eu disse que iria postar dois por semana, mas aí eu lembrei que estou de férias... e pensei: por que não, durante essa semana, postar o mais rápido que eu puder? Enfim, aí, talvez até esse domingo, saía um capítulo por dia ^-^ Torçam que minha criatividade não me decepcione.



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Quando toquei a campainha, ainda estava terminando de arrumar a gola da blusa xadrez que coloque por cima da camiseta branca. Estava tão hiperativo para vir a esse tão acampamento, que tenho que admitir que parecesse uma adolescente se arrumando para o primeiro encontro com o namoradinho. Fiquei horas no banheiro, tentando achar uma roupa descente. Tentei quase todas as peças do meu guarda-roupa, até cogitei em usar a do Mário que ganhei da minha mãe ano passado, mas achei que os Ducan me olhariam torto e descobrissem o nerd que eu sou. O problema foi que, depois de me arrumar todo e me olhei no espelho, decidi colocar essa roupa mais simples: jeans, camiseta branca, blusa xadrez (tons avermelhados e brancos) aberta e tênis surrado. Ou seja, todo meu tempo jogado fora.

Fui desperto de meus pensamentos quando o portão branco foi aberto por Camily. Ela usava uma camiseta do AC/DC um pouco justa, que chamava bastante atenção ao seu busto com o decote. Sorri abertamente para ela, que parecia bem alegre ao abrir os braços para um abraço. Apertei sua cintura, e ela passou os braços em meu pescoço, dando uma leve soprada em meu pescoço.

— Estávamos te esperando! — diz animada quando nos soltamos.

— Tem mais alguém além de seus irmãos? — indago curioso, quando ela me deu passagem para entrar.

— Apenas meu namorado — dá ombros.

— Você tem namorado? — pergunto espantado, observando a casa. Diferente da minha, a casa de Camily tem um enorme portão branco na entrada, limitando a visão para o restante da moradia. Na verdade, fui bastante surpreendido. Há um enorme gramado logo na entrada. É bem grande mesmo, em concordância com a casa, que fica nos fundos. Fiquei fitando-a com um sorriso bobo no rosto, por que, me lembrava muito uma casa de bonecas, daquelas mais antigas de dois andares, e uma varanda no segundo andar. Senti meus olhos brilharem com aquela casa. Imagino como a vista deve ser bonita á noite, daquela varanda. E senti uma enorme vontade de vir aqui em todos os pores de Sol. Voltei minha atenção para Camily, antes que ela percebesse que eu tinha ficado hipnotizado.

— Nossa casa é linda não é? — e cutuca com o cotovelo, e começamos a andar pelo gramado, em direção á porta de entrada. — Minha mãe que arquitetou.

— Sua mãe é arquiteta?

Novamente, Camily dá ombros.

— Aliás, respondendo sua pergunta, sim, eu tenho namorado — suspirou um pouco nervosa, como se quisesse mudar de assunto. — O nome dele é Ethan.

— Como se conheceram? — questionei quase que imediatamente.

— Em um jogo de beisebol — sorriu sonhadora. — Ele joga, e eu adoro assistir. Perfeito, não?

Assenti, e passamos os dois segundos restantes olhando um para o outro. Quando Camily abriu a porta branca (bem detalhada, por sinal) para mim, mostrando o interior da casa, senti minha boca se torcer em um perfeito ‘o’. Era tudo tão... Lindo. Toda a casa, incluindo paredes, móveis, a decoração variava em duas cores: branco e preto. Além dos visíveis detalhes dourados e prateados, que davam um toque especial em tudo. E, para completar, estava totalmente limpo.

Eu achava que minha visão não poderia ficar melhor, até ouvir uma voz de sono vinda do lado esquerdo da casa. Eu reconhecia muito bem aquela voz, era de Charlie! Em questão de segundos, o portador de olhos azuis apareceu ao cômodo que estávamos. Engasguei com minha saliva ao vê-lo ali, parado na minha frente, sem camisa. Charlie continha um olhar sonolento, como se tivesse acabado de acordar – acho, que de fato tinha – e usava apenas uma bermuda um pouco surrada. Seu cabelo estava mais bagunçado que o normal.

— Hm... Bom dia, Sebastian — disse após algum momento que os três ficaram em silêncio.

Antes que eu pudesse responder, Camily murmurou:

— Bom dia? — bufa. — Já são quatro da tarde, seu bastardo.

— Boa tarde — corrige, mostrando as covinhas nas duas bochechas.

— Tanto faz — dá ombros. — Vá por uma camiseta, vamos te esperar na sala de jogos.

E, me puxando pelo pulso, Camily me arrastou para o enorme corredor da casa (que era de onde Charlie chegara, aliás). Pude apenas olhar para trás, e ter uma última a visão dos belos músculos do moreno, que me fitava curioso. Voltei a olhar para frente constrangido e pensativo, para onde é que iríamos?

Passamos por portas e mais portas, mas não entramos em nenhuma delas, apenas quando chegamos ao final do corredor, onde estava uma porta de coloração marrom, um pouco antiga, para falar a verdade. Fiquei confuso quando a baixinha a abriu e, ao invés de uma sala, apenas apareceu escadas levando para o porão.

— Hã? Aonde vamos — indaguei receoso, antes de descermos os degraus.

— Vem, você vai gostar — sorriu. Apesar de confiar em Camily, tenho que admitir que uma parte do meu cérebro ficou com medo que lá em baixo, as paredes fossem a prova de som, para ocultar os gritos das vítimas que são torturadas, enquanto estão amarradas com correntes.

Meus pensamentos sombrios foram substituídos por coisas alegres (como unicórnios e afins) ao ver aquelas belezuras. Dezenas de fliperamas, pinballs, sinucas e até hoqueis de mesa estavam espalhados pela enorme sala. Meus olhos brilharam, e fiquei parado no último degrau, encarando aquilo tudo, por tanto tempo que nem notei as pessoas que estavam ali. Só depois, que Camily chamou minha atenção que saí do transe.

— Você tá parecendo o Carl, credo — riu, enquanto se sentava ao lado de um garoto de cabelo azul em forma de topete, muito parecido com aquele cantor de One Direction, Zayn. Não que eu saiba dessas coisas, claro.

— Ei! — o dito cujo reclamou, tirando os olhos do seu... gameboy. Oh, não acredito. Ele tem um gameboy! Por que ele pode ter e eu não? Apressei-me em sentar do seu lado no sofá vermelho, enquanto olhava o objeto em suas mãos disfarçadamente.

— Ah, Sebastian, esse é o Ethan — passou as mãos pelos fios azulados do menino. Este sorriu para mim, ajeitando seus óculos quadrados, que tampavam seus olhos castanhos claros.

— Prazer, Sebastian — diz simpático. Sorrio para ele, querendo prestar mais atenção no gordinho ao meu lado.

— Cabelo legal o seu... — digo, sorrindo amarelo, tentando parecer educado.

— Não é incrível? — os olhos azuis de Camily brilham. — Eu o ajudei a pintar, então também mereço créditos — diz orgulhosa.

— Mas você só ficava reclamando que aquela tinta fazia muita bagunça... — ri o menino, apertando as bochechas da namorada.

Xiu, ninguém precisa saber — murmura emburrada. Sorrio para o casal. Pelo visto eles são do tipo “fofos”, daqueles que deixam as pessoas co inveja do amor que ronda os dois.

Neste momento, a silhueta de Charlie aparece, e, imediatamente olho para o lado, procurando-o. Infelizmente, ele não está mais sem camisa.

Quero dizer, para mim tanto faz.

Estranhamente, estava com óculos de grau, que o faziam parecer mais sério. Ou melhor, fariam, se não fosse o sorriso bobo nos lábios finos. Uma coisa em Charlie me intrigava. Ele era grande, forte, e com uma voz um tanto intimidadora. Porém, quando ele sorria, mostrando as covinhas, parecia uma criancinha que ganhara um sorvete dos avós. Era tão fofo que sentia vontade de pular e cima dele e morde-lo todo.

— Você usa óculos, Charlie? — indaguei assim que ele se sentou do meu lado. Dando ombros, explicou calmamente:

— Devia usar, mas não gosto muito.

Hum... Você fica bem... — murmuro. Segundos depois, percebendo o que disse, viro o rosto, constrangido. Ouço uma risadinha rouca do meu lado, e logo meu rosto é virado em direção ao moreno novamente. Charlie está segurando meu queixo, enquanto sorri fofamente.

— Obrigada, Sebastian — sussurra e sinto hálito de menta em meu rosto. Sinto um arrepio na espinha, querendo e não querendo que ele me soltasse.

Logo, quando Camily começa a falar, ele me solta delicadamente e se vira para irmã. Faço o mesmo, mas não consigo me concentrar nas palavras da morena. Ela disse algo como “separar as tarefas”, e “termina-las antes das seis horas”.

— Sebastian! — chama minha atenção. — Você sabe cozinhar?

— Hum... — suspiro. — Sei me virar, eu acho.

— Certo — ela sorri. — Você vai ajudar o Charlie na cozinha, pode ser?

— Claro — evito gaguejar, dando ombros.

— E... Carl, você vai arrumar a fogueira, como de costume — ordena.

— Sim senhora — ele suspira, desanimado.

— Por fim, eu e o Ethan vamos pegar as barracas! — bate palmas, animada. — Pode ser?

Todos concordam com acenos de cabeça. Camily logo nos manda fazer nossas “tarefas”, por isso Charlie é o primeiro a se levantar do sofá indo em direção as escadas, vou logo á trás, em silencio e com as bochechas levemente avermelhadas.

— E então, Sebastian? — me chama, assim que entramos no corredor — Você sabe cozinhar mesmo?

— Bem — suspiro, encarando aquelas safiras que me olham intensamente, enquanto apresso o passo para ficar ao seu lado. — Depende de qual o cardápio.

— Hum — coça a bochecha. — Camily pediu para fazermos pipoca e sanduíches, além dos marshmallows que vamos comer na fogueira.

— Ah! — exclamo. — Então vai ser fácil!

— Eu não sou bom para fazer pipoca — admite.

— Tudo bem, eu te ajudo — desvio o olhar para o chão.

Logo, Charlie me guia para cozinha, e, quando eu passo, ele fecha a porta e a tranca. Abro a boca para perguntar o que ele esta fazendo, mas antes que saia algum som, ele sorri travesso.

— Precisamos de privacidade, não é mesmo? — e em seguida passa a língua no lábio superior, fazendo com que meu coração dê um pulo.


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