Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 6
O acampamento - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

MAAANO, esse capítulo é meio tenso, mas é perfeito. Morri de amor o escrevendo, então espero comentários



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Meus olhos o fitavam com medo. Medo do que ele quis dizer com privacidade. A princípio, pensei que era apenas brincadeira, que ele só estava deixando o clima mais aliviado e divertido, já que iríamos trabalhar juntos a partir daquele momento. Porém, ele não destrancou a porta, apenas se virou e sorriu de leve. Tão leve, que nenhuma das covinhas apareceu em suas bochechas. Eu queria e não queria gritar por ajuda. Mas, eu estava gostando um pouco. Só um pouco.

Lentamente, Charlie se aproximou, com passos curtos.

— Se quiser que eu pare — diz em forma de sussurro. — É só pedir.

Em seguida, suas mãos grandes vão até minha cintura, segurando-a firmemente. Meu coração da um salto dentro do peito, o que, não é nada comparado quando ele roça seus lábios úmidos nos meus, causando uma sensação ótima em todo meu corpo. Levo minhas mãos ao seu rosto, e acaricio-o, sentindo os fiapinhos da barba crescendo. Logo, o selinho se torna um beijo de verdade. Não sei muito bem o que fazer, e a única coisa que passa pela minha cabeça é que estou dando meu primeiro beijo com o Deus grego chamado Charlie.

Quando sua língua começa a explorar toda minha boca, tento imitar os movimentos, e acho que eu estava indo bem, até sentir duas mãos em minha bunda (acho que ela é bem atraente para os homens). Charlie havia mudado as mãos de lugares. Arfei contra sua boca, e pude o imaginar sorrir, vendo o que causou em mim.

Depois de algum tempo (segundos, minutos, não tenho a mínima), nos separamos lentamente, sua respiração estava um pouco arfante, e a minha também. Ela me olhou com um sorriso malicioso, e eu apenas desviei o olhar, fitando o chão enquanto sentia minhas bochechas esquentarem.

— Vamos começar então — diz, ainda sorrindo, como se nada tivesse acontecido. — Gosta de sanduíche de geleia com pasta de amendoim?

— Ahn — gaguejo. — Sim... Minha mãe fazia bastante para mim quando era menor.

— Ainda bem, por que é uma tradição na nossa família — explica, indo até a geladeira e pegando dois potes diferentes. — Sempre fazíamos nos acampamentos como nossos.... hm... pais.

Fito-o, curioso. Charlie não me parecia tão... Simpático assim nessa semana que convivi um pouco com ele. Pareceu-me frio e grosso. Não julgue a capa pelo livro.

— Aliás — murmuro ainda constrangido com o acontecimento anterior. — Seus pais não estão em casa?

Ele me encara, sem sorrir, desta vez.

— Eles... Não moram aqui — diz ríspido. Desvio o olhar novamente, acho que não deveria ter tocado no assunto. Charlie suspira, chamando minha atenção. — Meu pai assassinou minha mãe, a mãe de Camily e a mãe de Carl — minha garganta forma um nó. Agora tenho certeza que não deveria ter tocado no assunto. — E sim, não somos filhos da mesma mulher. Meu pai era casado no cartório com a minha mãe, mas a traía com as mães dos meus irmãos. Nenhuma delas tinha conhecimento uma da outra. Uma noite... As três descobriram e... Foram tirar satisfação, mas as trouxas acabaram transando com ele, ao invés de discutir — ri com desgosto. — E todas engravidaram, por que os idiotas nem cogitaram em usar camisinha. E então, como sabiam que meu pai era um filho da puta, esconderam a gravidez dele. Elas, basicamente, pararam de se contatar com o velho, assim, do nada. Claro que ele desconfiaria. Então, ele começou a procura-las... E só achou depois do parto. Nascemos no mesmo ano, com dias de diferença. E... Quando ele as achou e descobriu da gente, matou-as sem piedade alguma. Formos criados pelos avós da Camily, que faleceram ano passado, deixando a casa para a gente — deu uma pausa. — Esqueci alguma coisa? — pensou. — Ah. Nosso pai está preso.

Quando terminou, eu estava de olhos arregalados, e sentia uma leve umidade nestes. Não acreditando no que ouvi, fiquei sem reação, acho que nem piscar eu pisquei, apenas quando Charlie se aproximou de mim, que movi os olhos para aquelas safiras que me olhavam.

— Tudo bem — murmura. — Eu nem conheci minha mãe, e eu odeio meu pai. Não chorei por isso, e nem vou chorar.

Antes que eu dissesse mais alguma coisa, ele pressiona sua boca novamente contra a minha, porém, desta vez, apenas em um selinho rápido.

— Mesmo assim. Eu sinto muito — digo quando se afasta.

— Não sinta — diz, sorrindo novamente. — Aliás, não conte isso par ninguém — volta a pegar os ingredientes restantes, tirando um pacote de pães de dentro do armário.

— Eu sou o único que sabe?

— Tirando a Camily e o Carl, sim.

O observo agilmente a começar a preparar os sanduíches, e acabo me sentando na bancada, apenas vendo-o trabalhar.

— Não precisa de ajuda?

— Não, tudo bem — sorri para mim, lambendo o dedo sujo com geleia. Sinto minha boca salivar, apenas olhando aquela inocente cena. — Hum... Sua vez.

— Minha vez? — franzo a testa.

— É, conte de seus pais. Eu já contei dos meus, agora é sua vez.

Suspiro, coçando a bochecha, por puro hábito.

— Não tem nada de interessante.

— Quero saber do mesmo jeito — coloca mais um sanduíche pronto junto aos demais e me fita com uma feição fofa.

— Hum... Tá — concordo. — Meu pai é da cidade grande, ele nasceu e cresceu lá. Sempre foi do tipo badboy filhinho de papai. Ou pelo menos era até conhecer minha mãe. Ela, por sua vez, nasceu aqui, meio afastada dos problemas da capital... Porém, em uma excursão da faculdade dela, eles se conheceram. Amor à primeira vista e essa baboseira. Alguns anos depois ela engravidou, eles se casaram... E divorciaram. Fim da linda história de amor.

Charlie me analisa, colocando mais um sanduíche pronto na bandeja.

— Eles se amaram. E é isso o que importa — dá ombros.

— É, acho que ás vezes o amor não é suficiente — sussurro. E, pulando da bancada, passo as mãos na calça jeans por puro hábito. — Eu posso ir fazendo a pipoca, para adiantar. Pode ser?

— Claro.

Continuamos a cozinhar em silêncio. Ele me entregou a manteiga e o milho para estourar. Fiz em grande quantidade, e logo estava pronto. Consegui não queimar nada, o que me deixou extremamente feliz, enquanto jogava toda a pipoca em uma vasilha grande que Charlie me entregara. Quando eu terminei, olhei para ele, que me observava, com os sanduíches já prontos.

— O que foi? — indaguei, constrangido.

— Estava pensando no quanto eu gostei — deu ombros, se aproximando.

— Gostou de que? — estava na minha frente, nossos corpos quase colados.

— De te beijar.

E, se você disse que ele me beijou novamente, está completamente certo.


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Notas finais do capítulo

1,
2,
3 BEIJOS!