Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 17
Os primos e as mensagens


Notas iniciais do capítulo

Olha quem chegou com um novo capítulo



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O quarto está envolvido em um clima muito desconfortável.

Eu estava encolhido em um canto da cama, enquanto Levi e Leon mal se tocavam (bem diferente do que eu vi minutos á trás) do outro lado. Ambos estavam com o rosto queimando, pareciam ter acabado de sair do Sol, e, eu não estava tão diferente. Afinal, ter pegado primos que eu mal conheço fazendo coisas quase que impróprias na minha cama não era muito divertido. Ainda mais ver os volumes nas calças de ambos, algo que definitivamente não entrou na minha lista de visões prediletas.

— Meninos, depois de queimar algumas vezes, consegui fazer a pipoca — mamãe abre a porta animada. — Mas, modestamente, acho que ficou uma delicia. Pelo menos, para minha primeira vez... — ela para de falar de repente, fitando-nos. — O que foi? Aconteceu alguma coisa?

Mordo o lábio inferior, pensando se devia ou não dizer alguma coisa.

— Não tia Anne — Levi se apressou em dizer.

— Apenas estávamos pensando em que filme veremos — completa Leon. Telepatia de irmãos? — Mas não concordamos com nenhum...

— E isso é frustrante — credo; será que eles são aquele tipo de irmão que sempre completa a frase um do outro? Isso deve ser bem irritante.

— Oh, que peninha — minha mãe fala com um tom semelhante daquelas professoras de pré, quando uma das crianças perde o brinquedo. — Bem, infelizmente eu tenho que resolver umas coisas do trabalho, senão ajudava vocês... Assistir um filme parece até uma boa ideia... — ela coloca o enorme balde de pipoca em cima da cama, no meio de meus primos.

— Talvez na próxima, então — Levi sorri gentilmente.

— Aproveitem, então, crianças — ela sorri e fecha a porta, fazendo com que o silêncio atingisse o quarto novamente.

Olho pela janela e avisto a casa de Charlie. O único pensamento que eu consigo ter no momento, é que poderia estar lá com ele, e não aqui... Senti-me um pouco sínico pensando desta forma. Porém, é apenas a verdade; achei tão constrangedor e esquisito: esses dois fazerem coisas desse nível na casa de alguém que eles nem conhecem! Será que estão bêbados ou drogados?

— Ei... Sebastian? — Levi desperta meus pensamentos. Levanto o olhar até ele.

— Oi? — finjo de desentendido.

— A gente sente muito — resmunga com o rosto ainda vermelho.

— Não costumamos fazer coisas do tipo fora de casa — Leon completa, com o maxilar travado. Ele é muito sério em minha opinião.

— Ah... — tenho vontade de dizer ‘não’. — Claro, tá tudo bem.

— Eu sei que não está — o mais extrovertido diz. — Deve ter sido muito estranho pra você... Principalmente por sermos dois garotos, além de irmãos.

Há, havia me esquecido que eles não sabem que estou – como os adolescentes dizem ultimamente – ficando com um garoto também... Mas esse tal garoto é bem mais bonito que os dois juntos.

— Sim, realmente — dou ombros. — Mas tudo bem... Foi só um susto na hora... Eu acho que posso me acostumar com isso.

— Mas... Temos que te pedir uma coisa.

— Não conte para ninguém... — Leon semicerra os olhos.

— Por favor.

Franzo a testa, mordendo o lábio inferior.

— Seus pais não sabem? — indago confuso. E os seus sabem que você é meio gay, Sebastian?, meu subconsciente me condena. Leon revira os olhos, e Levi dá um leve sorriso simpático.

— Não achamos o momento certo ainda — explica calmamente.

— Tudo bem — decido não me intrometer. — Não vou falar nada, não se preocupe.

— Obrigada, priminho — Levi agradece, dando um longo suspiro logo em seguida.

— Acho melhor irmos assistir um filme, para passar o tempo — proponho, pegando o controle remoto na escrivaninha ao lado e ligando a televisão. Depois o jogo para algum dos dois, sendo que foi Leon que pegou o objeto no ar. Ele passou em alguns canais, até parar em um.

— Pode ser? — indaga para mim.

— Claro — respondo sem ao menos olhar o que passava na tela.

Depois de alguns minutos sem ter o menor interesse no que os dois estavam assistindo animadamente, soltando algumas risadas entre uma fala ou outra, tiro o celular da primeira gaveta da escrivaninha e desbloqueio a tela. A primeira coisa que notei foi que mamãe havia me ligado várias vezes no tempo que estive na casa dos Ducan mais cedo; aposto que levarei bronca mais tarde, e, depois, vi que havia recebido mensagens de um número desconhecido. Ao olhar a foto, não me limitei a dar um leve sorriso.

Charlie: Ei, Sebastian, tá tudo bem? Peguei seu número com a Camily, espero que não se importe...

Mordi o lábio, pensando na resposta. Algo não tão formal, mas também sem informalidade demais.

“Claro que não me importo, Charlie.”

Em poucos segundos, ele ficou online.

Charlie: Ufa, pensei que você havia morrido... Estava preocupado.

“Preocupado com que? Meus primos me sequestrarem? Haha.”

Charlie: Talvez, quem sabe? Ainda bem que não né... seria meio chato ter que ir te salvar.

“Ih, você nem ia conseguir me salvar.”

Charlie: Claro que ia. Sou seu super herói a partir de hoje, pode ser?

“Só se você colocar uma capa e usar o slogan ‘ao infinito e além.”

Charlie: Isso tudo apenas pra te salvar? Será que vale a pena?

“Muito.”

Charlie: Talvez.

Charlie: Ah! Amanhã, depois da escola, tá afim de dar uma saidinha comigo?

“Aonde vamos?”

Charlie: Hum... Surpresa.

“Aí eu vou pensar que você quer me sequestrar.”

Charlie: Ah, droga. Você descobriu. Meu plano de te manter preso dentro do meu quarto falhou...

“Espera, espera! E se eu fingir que não sei de nada?”

Charlie: Olha que eu vou á sua casa pra te pegar...

“Pegar em que sentido?”

Charlie: Os dois.

Charlie: Mas, então. Eu só ia te levar no shopping, pra gente dar uma passeada...

“Ah, acho que posso sim.”

Charlie: Só que dessa vez ninguém vai voltar machucado.

“É o que eu espero, hein, senhor Charlie.”

Ele demorou um pouco para responder, por isso, bloqueei a tela do aparelho e o coloquei no lado, subindo o olhar para a televisão á minha frente. Não deixei de notar que Levi e Leon sussurravam algumas coisas um para o outro. Tentei não deixar óbvio que eu estava prestando atenção, mas realmente queria ouvir sobre o que falavam. Em certo momento, os dois olharam para trás ao mesmo tempo, me fitando intensamente.

— Sebastian? — Levi chamou.

— Hum? — franzi a testa.

— Você conhece o cara daqui da frente, não conhece? — indagou. — Charlie... Ducan?

— Ah... Sim — assinto. — Somos meio que amigos...

Ambos se entreolharam novamente.

— Olha, primo, a gente gostou bastante de você, sabe? — seu tom era calmo. — Por isso estamos te dando a dica...

— Dica? Que dica? — pergunto.

— Fica longe desse cara, Sebastian — Leon se mostra presente. — Ele não presta. Somos provas vivas disso.


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Notas finais do capítulo

Eu prefiro o Levi ao Leon (dã)!