Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 18
Não "uma" revelação, mas "A" revelação


Notas iniciais do capítulo

Heeey, pessoinhas



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Quem eles pensam que são?

O que querem dizer com o Charlie não presta?

Quem são eles para falar isso?

Eles conhecem o meu Charlie?

Por que conhecem o meu Charlie?

— O que vocês querem dizer com isso? — cruzei os braços nada delicadamente, encarando-os fixamente.

— Sebastian... — Levi balbuciou, cruzando as pernas, como índio e se virando para mim, seu irmão dá pause na televisão e imita o movimento do outro. — Olha...

— Sem enrolação — ordeno totalmente autoritário, não estava me reconhecendo nem um pouco. — Do que vocês estão falando?

Os dois trocam olharem novamente e balançam as cabeças levemente, como se concordassem com que conversavam telepaticamente.

— Conhecemos o Charlie ano passado — explica Leon grosseiramente; e, pela primeira vez no dia, não sou atingido pela sua frieza; afinal, eu usava o mesmo tom. Até me senti superior.

— Ele nos enganou totalmente... Ao mesmo tempo! — Levi choramingou. — Ora estava comigo, ora com meu irmão... Dizia coisas bonitas à gente... E caímos direitinho no plano dele! Foi tão cruel, Seb!

— Enganou...?

— Por exemplo... Num fim de semana, ele saía com Leon, em outro, comigo — explica. — E ainda pedia pra não contarmos pra ninguém o que acontecia!

— O plano dele teria sido um sucesso, se eu não tivesse o pegado aos beijos com meu irmão — por um breve momento, senti tristeza na voz de Leon, que logo balançou a cabeça, espantando quaiquer tipo de emoção que tivera naquele momento. — Se bem, que já estávamos percebendo que... Do nada ele desmarcava encontros... Acho que saía com outra pessoa também.

— E depois, quando fomos pedir explicação, ele simplesmente disse que o que tinha com nos dois, já havia acabado... E foi embora! Deixando a gente sozinho... Sem entender nada do que estava acontecendo ali.

— Levi ficou chorando no quarto por semanas... — Leon comentou.

— Descobrimos após algum tempo... — o mais extrovertido murmura. — Que não fomos os únicos... Ele nunca assumira um relacionamento sério com alguém. É sempre a mesma coisa... Se faz de príncipe, fica todo delicado e preocupado, leva os garotos para sair, e, quando as coisas começam a ficar sérias, ele simplesmente cai fora. Sem mais, nem menos.

— Esperamos que isso não esteja acontecendo com você — Leon me olha intensamente.

— Não que você pareça gay, Sebastian. Mas... O Charlie é um puto conquistador... Héteros não ficam héteros por muito tempo com ele por perto — sorri triste.

Engoli seco, tentando assimilar tudo aquilo que acabara de ouvir.

— Não... Não está acontecendo nada — minto. — Nem converso muito com ele... — apenas ficamos nos beijando mesmo. — Só com a Camily.

— Camily é a irmã dele, certo? — Levi franze a testa.

— Eu já troquei algumas palavras com ela — Leon dá ombros. — Ela não parece tão ruim quanto o irmão.

Rangi os dentes; não podia deixar que continuassem a falar assim do Charlie.

— Ele pode ter seus motivos — retruquei. — Quer dizer, medo de assumir um relacionamento com alguém ou algo do tipo.

— Motivos para ser idiota? — Levi bufa comovido. — Acho que isso não existe, Seb.

— Ele é apenas um sádico — Leon cruza os braços.

— Que bom que você não está se envolvendo com ele, priminho — Levi sorri fraco. — Espero que isso seja como um aviso... Se ele por acaso se aproximar de você, tome cuidado.

Estranhamente, me lembrei de quando estava com a Camily na casa dela, e ela me disse a mesma coisa quando tocamos no assunto “Charlie”, estranho.

Apenas sorri amarelo, me sentindo completamente idiota por não saber defender o cara que eu... Hum...

Eu não amo o Ducan. Não. Ainda não. Na verdade, eu não sei o que eu sinto por ele direito. Eu adoro beija-lo, gosto do seu toque, e das conversas que já tivemos, gosto de ouvi-lo tocar violão, e das suas covinhas, de mexer no seu cabelo, e de suas indiretas bem diretas. Eu acho... Que gosto dele. Mas... Ele continua sendo um homem, e eu também. Dois homens... Juntos? Isso é correto?

Soltei um suspiro, já estava cansada de pensar sobre aquilo o tempo todo. Subi o olhar e encontrei os loiros conversando sobre alguma banda em comum, acho que eles simplesmente se esqueceram que eu também estou aqui. Procuro o celular na cama e desbloqueio a tela.

Charlie: Mudança de planos. Tá a fim de ir ao jogo de vôlei da Cam comigo e com o Carl hoje?

Charlie: Acho que amanhã não vai dar pra gente sair... =(

Engoli seco e passei a mão no cabelo, mordendo o lábio inferior. “Do nada ele desmarcava encontros... Acho que saía com outra pessoa também.”

“Ahn... Que horas?”

Charlie: Ás 19:00. Vai ser bem legal... Ela é ótima levantadora.

“Posso ver com minha mãe...”

Charlie: Prometo te levar de volta vivo. Há, há.

“Há, há.”

Charlie: Me diga quando souber a resposta... A Cam vai ficar bem feliz se você for. Ela gosta de você.

“Só ela?”

Uma sensação de arrependimento me invadiu assim que enviei a mensagem, e senti meu rosto corar rapidamente. Ele deve estar me achando tão idiota.

Charlie: O Carl também.

Acho que fiquei cinco minutos diretos encarando a tela do celular “O Carl também”. “O Carl também”. “O CARL TAMBÉM”?! Que tipo de resposta é essa?

Charlie: Brincadeira. Eu também.

“Nem me importei.”

Estou parecendo aquelas adolescentes trouxas, socorro.

— Ei, primo — pela décima vez naquele dia, tirei os olhos do aparelho telefônico e fitei Levi, que me olhava curioso e desconfiado.

— Oi...? — suspirei, bloqueando o celular (mais uma vez) e colocando-o ao meu lado.

— Está tudo bem? — indaga. — Está um pouco vermelho.

— Há, é só o calor — sorrio amarelo. — Você não está sentindo as ondas quentes? — murmuro um pouco desconcentrado em minhas próprias palavras.

— Na verdade não... — dá ombros, parecendo não se importar muito. — Qer pipoca? — estende o balde, agora nem tão cheio em minha direção.

— Está muito bom — o outro balança a cabeça em concordância. — Sua mãe cozinha bem...

— Leon adorou o jantar da tia Anne da última vez que viemos aqui! Ele ficou falando que queria voltar várias e várias vezes.

Sorrio de canto para meu primo mais sério.

Talvez ele não seja tão ruim assim.


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