Apaixonado Por Um Poste! escrita por bubbigless


Capítulo 11
Momento mãe e filho.


Notas iniciais do capítulo

Oin, gente.
Eu não gostei muito desse capítulo. Ele ficou estranho. Mas sei lá. Tinha que postar. Vejo vocês nos comentários :)



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Aquela comida não era nem um pouco a cara da minha mãe. Tão estranha e tão pouco comestível.

— E então? — mamãe chamou a atenção de todos que estavam sentados na mesa. — Como está o jantar? — seu tom era calmo e meigo; muito diferente do que estou acostumado: eufórico e alto.

— Quem imaginaria que você cresceria e aprenderia cozinhar, Anne? — minha avó diz seriamente. Logo em seguida, pega o guardanapo ao lado do prato e o desliza sobre os lábios, limpando-os lentamente.

— É verdade — vovô concordou. — Você costumava a queimar o arroz da sua mãe, Annelise — chamou-a pelo nome ‘completo’, o que foi totalmente estranho, já que todos chamavam minha mãe apenas de ‘Anne’.

— Eu cresci pai — ela sorriu amarelo.

— Está uma delícia! — Mary, a loira eufórica, exclamou. — Artur nunca me disse que a irmã cozinhava tão bem.

— Por que não cozinhava querida — meu tio, o rabugento, ajeitou sua gravata, de forma totalmente lenta; como tudo naquele jantar. Todos eram tão chatos, sérios (tirando a loira peituda) e normais. Estou sentindo drasticamente a falta de Camily e Charlie (Carl também), que, aparentemente, são totalmente opostos: animados, alegres e engraçados.

Afundei na cadeira, não conseguindo colocar na boca nem mais uma colherada daquela coisa (que parecia que ganharia vida a qualquer momento e me comeria, ao invés de eu come-la) na boca.

— Com o tempo você se acostuma.

Olhei para o lado, encontrando o olhar de Levi sobre mim.

— Não quero me acostumar, na verdade — suspirei. — É muito ruim.

— Se você engolir sem mastigar, não fica tão ruim assim — pisca para mim.

— Você está acostumado a comer esse tipo de coisa? — indago, curvando meu corpo levemente em sua direção. Felizmente, ele estava ao meu lado, e o restante das pessoas (os adultos) estavam ocupados conversando sobre a vida perfeita deles, minha mãe apenas sorria e dizia algumas pequenas coisas. Leon, o irmão de Levi, estava viajando, olhando para o teto.

— Hum... Sim. Papai é prefeito, então temos que ir nessas festas chatas e enjoativas. Nunca Server comidas boas por lá.

— Ah, tinha me esquecido que o tio Artur é prefeito — dou ombros. — Como você aguenta esses lugares?

— Me divirto bastante com meu irmão... — sorri malicioso, e senti um ponto de interrogação se formar em cima de minha cabeça.

✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮

— Foi um prazer conhecer vocês — minto descaradamente. Odiei minha família com força, tirando, é claro, Levi. Acho que nos tornaremos bons amigos no futuro, já que até trocamos números de celulares para que pudéssemos marcar um dia para sair.

— Igualmente, Sebastian — vovó é a única que dá atenção á mim, o restante, simplesmente dá as costas. Apenas recebi um aceno e um sorriso torto de Levi, que conversava seriamente com o irmão. — Até mais, Anne — beija o rosto de minha mãe, que estava ao meu lado, sorrindo forçadamente.

Quando a velhinha se distancia, mamãe finalmente fecha a porta, e solta um suspiro cansado.

— Muito ruim? — indaga se virando para mim.

— Sim, horrível — sou sincero, enquanto andamos lado á lado em direção á sala.

— Também achei — concorda. — Havia esquecido o quanto minha família é careta — se joga no sofá, esticando os pés (já sem os sapatos de salto) na mesinha da sala.

— Eles são todos chatos, mãe — me sento ao seu lado, pegando o controle da televisão e ligando-a.

— Agora você entende por que casei com seu pai tão... Desesperada. Queria sair daqui o mais rápido possível.

— Aham. Mas... — não consigo achar as palavras certas.

— Mas? — franze a testa.

— Por que voltamos? Se você odeia tanto sua família... Por que... Veio até ela novamente?

Ela desvia o olhar, pousando-o na tela á nossa frente.

— É complicado, querido — suspira, levando as mãos até a cabeça e puxando os fios para cima, fazendo um coque. Ela sempre faz isso quando está extremamente cansada.

— Tente explicar — insisto, após algum tempo observando seu movimentos nos cabelos castanhos.

— Hum... — pensa. — Se eu ficasse longe para sempre da minha família... Eu me sentiria extremamente ingrata.

— Ahn... Como assim? — pergunto confuso, quase que instantaneamente.

— Meus pais me criaram muito bem, e me amaram também... E então eu simplesmente vou embora? Sem dar explicações nem nada? Tenho que, no mínimo, voltar uma hora... Mesmo não gostando.

— Ah... Entendo — não rendi no assunto, já sabendo que ela não gostava muito de falar sobre isso. — Não se preocupe, eu te amo, mãe, nunca vou embora.

— Claro que vai! — ela se virou para me encarar. E, vendo que meu olhar estava com um ponto de interrogação, continuou: — Quero que viva sua vida, Sebastian! Encontre amores, e viaje, conhecendo novas culturas e pessoas. Não cometa o mesmo erro que eu, filho.

Não consegui segurar o sorriso, lhe dando um abraço logo em seguida.

— Mãe, você ainda é nova. Pode viver sua vida.

✮✮✮✮✮✮✮✮✮✮

Isso já estava virando um costume.

Lá estava eu, parado em frente ao espelho, um tanto neurótico com o que devia vestir para ir á pizzaria com Charlie. Déjà vu da sexta feira, quando fui para casa dele, e fiquei horas (talvez, ‘horas’ possa ser um pouco exagerado) procurando alguma coisa que prestasse. Acabei optando por uma blusa polo branca, com um moletom azul marinho por cima, - já que estava frio lá fora - acompanhando de uma calça jeans que uso raramente, por ser um pouco justa; decidi usa-la hoje para chamar um pouquinho a atenção de Charlie. Vale tudo em um encontro. Se é que isso é um encontro.

Ótimo. Acho que assim está bom o suficiente. Não quero que pareça que fiquei preocupado com a roupa nem nada.

Quando me olhei no espelho, lembrei-me que a roupa era a menor coisa que tinha que me preocupar. Primeiro: tem uma espinha gigante no meio da minha testa (isso que dá ficar comendo chocolate o tempo todo). Segundo: meu cabelo está um desastre. Oh, Deus. E agora?

Passei o olhar pelo quarto, procurando minha salvação. Posso colocar um abajur na cabeça, vai ser melhor que ficar com essa coisa nojenta aparecendo. Já estava desistindo, até que meus olhos encontraram um porta retrato que mamãe colocara ali há pouco tempo. Estávamos nos abraçando e... Eu estava parecendo um emo, com uma touca preta na cabeça, quase tampando os olhos.

É isso!

Corri ao guarda-roupa, pegando essa mesma touca, que já não via á anos. Ao chegar na frente do espelho novamente, ajeitei-a direito, para que não ficasse parecendo gótico. Deu certo, dois problemas, uma solução.

— Sebastian! — ouvi a voz de mamãe vinda do andar de baixo. — Seu amigo chegou!


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