Meu xampu azul escrita por Pink Plush


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Eu ainda espero que gostem, perdoem-me pela demora.

;*



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A semana passou rápido com uma única novidade: os meninos que haviam estudado conosco para a prova de física, sentaram-se próximo a mim e as meninas na quarta-feira. Fizeram o mesmo na quinta e na sexta, o que deixou nossas manhãs muito mais divertidas. 

Na própria sexta-feira estávamos todos no intervalo quando Caio nos apresentou á Jaqueline - que era da mesma classe de Amanda -. Claro que Victor e Lucas já a conheciam, e apesar de simpatizarmos com ela, vi algo murchar dentro de Manu. Ela ficou apática o resto do dia, então a convidei para tomar sorvete depois da escola.

                                               *** 

Enchi meu potinho com sorvete de chocolate enquanto Manu derramava calda de morango no seu. Decidimos nos sentar á mesa de sempre, perto das janelas. Sabia que ela estava chateada, mas precisava ser direta.  

— Manu, sobre hoje.. você precisa esquecer o Caio sabe? - ela olhou-me triste.

 - Eu sei Dani, mas você fala como se fosse fácil. E não é! Ainda mais agora que estamos mais próximos!

 - Você precisa querer esquece-lo amiga! Tem que decidir se quer sofrer ou se vai ser feliz, e por favor, escolha ser feliz Manu!

— O pior de tudo Dani, é que sei que você tem razão – ela suspirou novamente - Vou tentar, está bem?

 Fico satisfeita com a iniciativa dela e a abraço.

 - Sei que vai conseguir! – digo e ela sorri para mim - Eu tenho certeza que quando você menos esperar vai encontrar alguém, só se permita tá bem?

E então para distraí-la, passei o restante da tarde tentando conversar sobre coisas que a fizessem sorrir.

                                      ***

Acordei cedo no sábado. Papai iria me levar ao cabeleireiro depois do almoço, o que me causou uma euforia estranha. Eu ainda estava magoada com ele, mas cedia sempre ao desejo de ter meu pai de volta. Ele estava se saindo bem, pelo menos se esforçando.

Mesmo animada com o passeio, percebi que mamãe estava estranha no almoço e fiz uma nota mental para conversar com ela quando chegasse.

Lá no salão, eu fui recebida por Filipe, um cara baixinho - e careca!!!!- que tratou de meus cabelos como eles precisavam. Resolvi manter a cor azul. Incrivelmente eu havia gostado do resultado, era diferente e moderno.

Quando saí, meu cabelo possuía pontas azuis bem cuidadas e hidratadas mesmo a contragosto de papai que era adepto às cores naturais de cabelo, ostentando como prova de sua convicção seus fios grisalhos.

Cheguei em casa por volta das quatro horas da tarde e fui direto falar com mamãe. Encontrei-a no quarto de Juju penteando-lhe os cabelos.

— Niele você está linda! Deveria me agradecer! - Juju disse dando risada.

— Eu deveria te bater Jujuba! Mas obrigada. - digo rindo também. 

—Pronto Juju! - minha mãe havia prendido o cabelo dela em um lindo rabo de cavalo. Minha irmã saiu correndo para o quarto, ela detestava pentear os cabelos.

— Mãe? Está tudo bem? - ela sorriu para mim.

— Estou ótima querida. Seu cabelo está lindo! Gostou mesmo do azul? - disse e deu risada. Percebo a mudança no assunto e estreito os olhos.

— Tem haver com o papai não é? - começo a andar em círculos - Óbvio que tem. Desde que ele decidiu nos visitar aos fins de semana, você ficou estranha. O que está acontecendo?

Ela suspirou.

— Só estou preocupada com vocês – ela acariciou meu rosto -, não acho que vocês estejam preparadas para descobrir as coisas que temo que vão.

Foi então que me lembrei de que não havia contado a ela sobre meu almoço com papai.

 - Ah, não, não. Papai já me contou tudo, sabe, sobre o - abaixei o tom de voz - motivo do divórcio.. Fiquei muito triste por você mãe. É por isso que está assim? Ainda está magoada? Porque eu estou.

— É estranho não é? Quero dizer, estávamos acostumadas com as ligações ou alguns presentes, mas vê-lo entrar aqui em casa e sendo um pai de verdade..  

Permaneci olhando-a enquanto pensava em sua pergunta. Estranho? Era uma mistura de tantas coisas.. Ela sorriu compreensivamente. Eu sorri também, e quando me dei conta, estávamos gargalhando!

— Estranho é pouco mãe! Agora ele quer realmente participar da minha vida, e não só saber dela. Sabe, por um lado estou feliz.

Ela abraçou-me. Pensei ter visto seus olhos se encherem de lágrimas, mas não sabia ao certo se eram de emoção ou fruto da minha imaginação.

— Venha cá querida. 

Ela me abraçou forte como se temesse algo, ou como se quisesse me proteger. Eu só não sabia do quê.


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Notas finais do capítulo

Se puder comentar o que está achando eu ficarei muito grata!
;*



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