Madness Of Teens escrita por Thamiris Malfoy, Marina G


Capítulo 14
Um Jantar de Pratos Ruins


Notas iniciais do capítulo

Estamos postando Capitulo duplo hoje, amados leitores. Esperamos que vocês gostem, muitas surpresas estão por vir...
Por favor comentem o que estão achando da história.

Abraços e Beijinhos de suas "Sacudidoras de Palavras"



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Líliam havia dormido mal naquela noite e a culpa disso era de seus irmãos espaçosos que tomaram conta de sua cama. Levantou-se e foi direto para o banheiro. Tomou banho, escovou os dentes, arrumou seu cabelo e passou um pouco de rímel, pó e um batom nude. Ao sair do banheiro presenciou uma cena épica. Caleb estava com os pés em cima de Louise, especificamente perto do rosto da ruiva. A garota abraçava o pé do irmão e tinha um pequeno sorriso brincando em seus lábios. Caleb estava com a boca aberta e abraçado ao pequeno Aluado, que era um lobo de pelúcia que o garoto havia dado para a irmã quando ela tinha treze anos.

Líliam colocou a toalha na boca e gargalhou. Não podia deixar de bater uma foto e mandar para os pais. Pegou seu celular, tirou a foto e logo enviou para os pais com a legenda "Festa do Pijama".

Vestiu uma calça jeans, uma blusa cor de vinho com mangas compridas e uma sapatilha da mesma cor da blusa. Olhou uma última vez para os irmãos e desceu para preparar o café.

Quando chegou à cozinha tomou um susto ao ver João Pedro fazendo o café. "Perece que hoje será o dia das cenas épicas" pensou a ruiva soltando um pequeno sorriso que fez João notar sua presença.

– Bom dia cozinheiro - disse a ruiva dando um beijo estalado na bochecha do garoto. João por vezes estranhou esses gestos afetivos de Líliam, mas segundo Caleb ela era assim até com quem não conhecia.

– Bom dia Lily - disse o rapaz com a voz rouca, bocejando em seguida.

– Noite ruim? - perguntou a garota enquanto pegava algumas coisas na geladeira.

– Não preguei o olho a noite toda.

– O que houve? - perguntou a ruiva com o tom curioso. João olhou sério para a garota e não entendia porque, mas ele sabia que poderia confiar sua vida na mão daquela ruiva. Várias vezes ela havia sido uma amiga verdadeira, mesmo que fosse apenas com gestos. Jamais ela lhe jugara ou perguntara coisas de seu passado.

– O meu único problema é uma garota de cabelos negros e olhos azuis muito doces.

– Soffia. - disse a garota com os olhos brilhantes - Bom, pensei que vocês se entenderiam depois da festinha.

– No início eu também tive esperança, mas depois de refletir muito eu percebi que já fiz ela sofrer muito. Eu apenas preciso me tornar um homem mais digno sabe?! Que não maltrate ela ou qualquer um de vocês. Eu e Maria Julia decidimos jamais confiar ou demonstrar afeto. Fizemos isso porque acreditávamos que as pessoas pisariam em nós, assim como os nossos tios fizeram.

– Antes eu e Lúcia achávamos você e Maju arrogantes demais para pessoas normais. Então começamos a observar vocês mais atentamente. No dia em que Soffia chegou com o novo visual eu vi como você olhou pra ela, como seus olhos brilharam. Então eu cheguei à conclusão de que tudo isso de vocês era uma enorme farsa. Resolvi esperar até que o dia em que vocês contariam.

– Como você tinha tanta certeza que um dia contaríamos alguma coisa? - perguntou o garoto fechando a garrafa do café.

– Por que vocês fizeram o contrário do que decidiram. Vocês amaram e isso só continua ficando mais evidente. - disse Líliam de maneira doce fazendo os olhos de João marejarem. - Não precisa de máscaras João, seja apenas você. Soffia já conseguiu mais do que esperava, ela conseguiu seu amor. Mas eu entendo que você tenha primeiro que matar seus fantasmas e eu fico muito orgulhosa por isso.

João olhou nos olhos de Lily e a abraçou, agradecendo pelos conselhos. Pela primeira vez alguém além da irmã acreditava que ele poderia ser uma pessoa melhor. Tentou falar alguma coisa para a ruiva, mas logo ela o interrompeu.

– Não se preocupe, eu também te amo. - disse a ruiva marotamente fazendo o garoto revirar os olhos e sorrir.

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Caleb estava na cozinha sentado à mesa, terminando um dos muitos trabalhos da universidade, para ter a noite livre e poder ir ao tal jantar na casa de James. Ele mal percebeu quando um silencioso Nicholas sentou-se à mesa, de frente para ele. Caleb levantou seus olhos dourados para o amigo que estava pálido como papel.

– Que bicho te mordeu? - perguntou Caleb franzindo o cenho. Geralmente Nicholas só ficava daquele jeito quando estava doente, ou quando tinha um caso completamente impossível para resolver.

– Eu... Bom... É que... - gaguejava Nicholas de forma boba, fazendo Caleb sorrir confuso - Bom, é que eu preciso falar com você sobre algo sério.

Nicholas tinha os olhos sérios e a linha do maxilar rígida, Caleb sorriu por um instante tentando imaginar o que poderia ser tão importante para o amigo a deixá-lo bobo daquela maneira. Mas quando conseguiu imaginar o motivo todo o sorriso e o brilho nos olhos dourados do rapaz desapareceram.

– Olha Nick, você é meu melhor amigo, quase como um irmão. Mas se tiver feito algo para magoar a minha irmã, juro que eu...

– Não é nada disso - disse Nicholas interrompendo Caleb- eu jamais faria nada para magoar Louise.

– Então o que houve? - perguntou Caleb confuso

– Eu queria te dizer que também o considero como um irmão, na verdade você tem sido minha família desde Londres. E também quero que saiba o quanto estimo e respeito sua irmã e antes de falar com ela, gostaria de saber se tudo bem... Quero dizer se você aprova que eu peça Louise em namoro.

– O QUE? - esbravejou Caleb franzindo as sobrancelhas e com os olhos brilhando, o que Nicholas estava pensando afinal de contas? Que tipo de pergunta era aquela? Que tipo de moça ele achava que a sua irmã era?

Nicholas ficou desconcertado e precisou de um momento para voltar a encarar os olhos dourados do amigo.

– Me desculpe... Eu não... - mas não conseguiu concluir pois Caleb não permitiu.

– E esse tempo todo vocês estavam fazendo o que? Como não estavam namorando? Que tipo de moça você esta pensando que a Louise é? - disse o rapaz num folego só e ficando de pé

Nicholas ficou desconcertado e por alguns momentos se controlou para não rir.

– Desculpe Cal, eu não pretendia ofender a Louise e nem nada. Mas você não pode me julgar, com quantas garotas ficou antes de ter um relacionamento sério?

– Minha irmã não é uma garota qualquer - respondeu Caleb indignado.

– É claro que não! Não foi o que eu quis dizer - respondeu Nicholas - eu só precisava conhecê-la mais, antes de dar esse passo.

Caleb ainda estava amuado, observando o amigo de forma dura.

– Cal, eu só não quero que isso interfira em nossa amizade. Me desculpe, se...

– Não se desculpe - respondeu Caleb sorrindo genuinamente - sim, é claro que sim Nick. Fico muito feliz por você e Lou terem dado certo, acredite, eu não acharia ninguém melhor para minha irmã. Só espero que honre a confiança que estou depositando em você.

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Louise tinha acabado de se arrumar e descia as escadas, ela havia escolhido um vestido florido e sapatilhas bege para o jantar na casa de James, usava pouca maquiagem e o cabelo estava preso em um coque, com alguns cachos ruivos escapando do penteado.

Nicholas estava sentado no sofá esperando ela e Soffia junto com os outros, Caleb, Lucia, Lily e João. A ruiva estava ajudando Soffia com a maquiagem e ao ver a expressão de João ao avistar a amiga de cabelos negros, todo aquele tempo tinha valido a pena.

Logo eles se dirigiram para a casa de James, que ficava em um outro extremo da cidade. A casa era imensa e linda, e havia um enorme e magnifico jardim na entrada.

– Nossa, é lindo - falou Soffia ao chegarem.

– Apenas James e o avô moram nesse lugar imenso? - indagou Lucia franzindo o cenho.

– Pelo que parece, também achei estranho - disse Caleb pensativo. Louise tinha passado todo o percurso observando Nick, ele estava distante e calado, aquilo a estava deixando curiosa. Mas assim que se dirigiram para a entrada da casa pode observar James os esperando com um enorme sorriso. Enquanto ele cumprimentava os outros e conversava animadamente com Lily ela teve tempo para puxar Nick para um canto do jardim e interrogá-lo.

– O que está havendo? Tem algo de errado com você! - ela disse ao rapaz. Nicholas tinha os olhos ansiosos e brilhantes. Ele estava inquieto ao responder a ela.

– Não há nada de errado. Depois conversamos sobre isso.

Mas Louise não ia se dar por vencida, ela o observava com os braços cruzados insistindo para que ele falasse o que estava acontecendo.

– Lou, acredite em mim, é melhor conversarmos depois. Por favor.

– Não Nick, se tem algo de errado conosco preciso saber agora, você tem me evitado desde ontem e não aguento mais não saber o que há de errado - ela tinha os olhos brilhantes e um pouco magoados.

Nicholas conteve uma risada.

– Você pensa que tem algo de errado? Nada nunca esteve mais certo entre nós, mas Lou, esse não é o momento - porém a ruiva começou a ter lagrimas escorrendo pelo seu rosto e o rapaz a fim de evitar aquilo resolveu dar-se por vencido e contar a ela - Tudo bem. Tudo bem, por favor não chore, é só que... Nossa, eu não imaginava fazer isso desta forma. Eu quero pedir você em namoro Louise.

Ele disse por fim segurando as mãos de Louise entre as suas enquanto seus olhos azul-esverdeados encaravam aquele par de olhos dourados e brilhantes, Louise estava desacreditada.

– Eu estava planejando algo mais romântico, no entanto... Não consigo ver você desse jeito - dizia Nicholas para ela. Louise não sabia o que pensar ou sentir. Seu coração parecia que ia estourar de tanta felicidade. Ela viu quando Nicholas arrancou uma rosa vermelha do jardim de James e lhe entregou ao mesmo tempo em que se ajoelhava e dizia:

– Louise Nottinghan você aceita namorar comigo?

A menina ficou observando aquela cena por alguns segundos. Ela sempre havia sonhado com algo do tipo, mas nunca imaginaria que se sentiria tão feliz e apaixonada.

– Eu aceito Sr. Mikaelson - disse a ruiva com um enorme sorriso.

Louise pode ver os olhos de Nick ganharem um novo brilho e seus lábios abrirem em um sorriso tímido, mas lindo. Ele se aproximou e beijou-a docemente, fazendo com que seu coração batesse ainda mais forte.

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Assim que Lou e Nick se juntaram a eles todos entraram na casa. Caleb pode observar que tudo era peculiarmente limpo e organizado, a casa era enorme, uma família inteira poderia habitar aquele lugar. Ele ainda estava inseguro com aquele convite e com James, mas não podia deixar de dar uma chance a ele, por Lily.

Assim que eles entraram na sala de jantar Caleb pode ver um senhor enorme e corpulento sentado à cabeceira da grandiosa mesa de mogno. Ele tinha uma bengala apoiada ao seu lado, os cabelos lisos eram completamente brancos, e sob as espessas sobrancelhas pode notar um par de olhos verdes, mas não um verde qualquer, eram tempestuosos e aquele tom pertencia a outra pessoa que Caleb conhecia muito bem, Líliam. O rapaz também não achava nada estanho nos traços daquele rosto, no entanto não se lembrava de onde vinham.

– Sejam bem vindos - entoou o senhor que Caleb supôs ser avô de James - fico muito feliz em recebê-los.

O sotaque dele era puramente britânico, a voz era melodiosa.

– Ficamos gratos pelo convite senhor - disse Lilian animadamente enquanto os olhos do homem brilhavam e ele abria um enorme sorriso no rosto. Aquilo estava muito estranho, pensou Caleb, não estou gostando nada disso.

– Ora, sentem-se por favor - disse James puxando uma cadeira para Lily ao seu lado.

Todos se acomodaram e logo a conversa começou enquanto o avô de James solicitava aos empregados que trouxessem a comida. Outra coisa incomodou Caleb, eles nada sabiam daquele homem, nem ao menos o nome.

– Então, James me falou que vocês não são daqui, quais de vocês são do Rio de Janeiro? Ouvi falar coisas maravilhosas daquele lugar, apesar de ser extremamente quente.

– Ah, o Brasil se difere muito da Inglaterra, a termologia está inclusa nisso senhor...? - disse Caleb.

– Pode me chamar de Edmundo rapaz. Então você é o que esteve na Inglaterra! Espero que tenha apreciado sua estadia lá.

Aquele nome não lhe era estranho, mas Caleb não conseguia lembrar-se de nada, o que o estava começando a deixar irritadiço.

– Sim senhor, mas é sempre bom estar de volta ao lar - disse o rapaz de olhos dourados - é como dizem.

– Concordo com você - disse Edmundo com um sorriso no rosto.

Logo os burburinhos diminuíram, pois a comida havia sido servida, não era a de Soffia, mas ainda assim, Caleb tinha que admitir que estava divina. Edmundo falava um pouco sobre a Inglaterra enquanto indagava sobre o Brasil para Lucia, João e Soffia. Lucia estava inquieta e irritadiça assim como Caleb. Algumas afirmações machistas de Edmundo a estavam tirando do sério e Caleb acariciava as mãos da garota sob a mesa a fim de acalmá-la. Edmundo não parecia apenas alguém de séculos atrás, como um britânico qualquer, mas também um ser completamente rigoroso em suas teses patriarcais.

Ele perguntou a todos sobre seus cursos na universidade, achou muito adequado que Soffia estudasse gastronomia, coisa que deixou a menina pouco feliz pela maneira que o elogio foi dito por Edmundo. Quando Louise e Lucia disseram que cursavam direito o homem riu um pouco.

– Ora, mulheres de justiça, sim?! Na minha época mulheres eram apenas ensinadas a serem boas mães e esposas.

– Ainda bem que não estamos mais na idade das trevas - resmungou Lucia, baixinho de forma rebelde sem que ninguém escutasse, exceto Caleb que estava ao seu lado. O garoto envolveu a mão da garota nas suas sob a mesa e lhe lançou um genuíno sorriso, com os olhos brilhando. Edmundo ao ver aquela cena lançou um sorriso para ambos, o que fez Lucia corar e afastar as mãos de Caleb, deixando-o aborrecido pela má compreensão do avô de James.

James por outro lado era puro constrangimento, ele estava prestes a arrancar os cabelos por conta do avô.

– Mas de fato vovô. Não estamos mais na sua época - disse James calmamente.

– Ora, é claro que não, - disse Edmundo ainda sorrindo - perdoem-me então.

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Quando acabaram de jantar Caleb pediu licença para se retirar da mesa. Ele foi para a varanda com o intuito de refletir um pouco, era coisa demais para absorver e nada estava ajudando, ele ainda se sentia incomodado com James e o avô, mas não conseguia decifrar nenhuma peça daquele quebra cabeça. Foi de repente que sentiu um par de braços esguios envolverem sua cintura, virou-se para encontrar um belo par de olhos cinzentos e preocupados. Caleb sorriu para Lucia.

– Por que você está aqui? - indagou ela. Caleb envolveu-a em um abraço, inclinando para sentir o cheiro da garota, macadamia e orquídeas e por um instante aquela nuvem em sua mente desanuviou.

– Eu estava apenas pensando, Lu. Ainda tem algo naqueles dois me incomodando. - Ela afagava as costas do rapaz suavemente.

– James e o avô? Sim eles são bem misteriosos, mas pensei que fosse por serem estrangeiros e tudo o mais. - Caleb balançou a cabeça.

– Não, mas não é apenas isso. Tem algo mais de errado e eu tenho medo por Lily. - Lucia apertou ainda mais o abraço entre eles.

– Eu sei, - ela disse - mas a Lily também não é boba, você tem que dar um pouco mais de crédito para suas irmãs. - Caleb sorriu olhando nos olhos da garota.

– Eu sei, mas não quero que elas se machuquem - disse ele com os olhos brilhando ao inclinar-se para sussurrar nos ouvidos de Lucia, confessando - e nem você.

Ele se inclinou para tocar os lábios dela com os dele suavemente.

– Você não deveria fazer isso quando as pessoas tem a boa vontade de nos convidar para um jantar - disse a garota rubra ao afastar-se dele que sorria - não é educado, o que o senhor dinossauro irá pensar?

Caleb ria maliciosamente ao responder:

– Estou louco para descobrir.

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O avô de James conversava animadamente com Lily quando Caleb se retirou que mal prestou atenção quando Lucia foi atrás dele, ainda bem, pensou a garota, logo viria um comentário nada bom daquele homem que com certeza a amiga não aceitaria bem. Edmundo a tratou muito bem, quando a ruiva falou que cursava jornalismo ele se mostrou empolgado e começou a perguntar mais sobre o curso as aulas e como ela estava se sentindo morando em um lugar novo, longe dos pais. Ele parecia realmente se importar o que fez Lilian se sentir entusiasmada no início.

Mas quando ela percebeu ser a única envolvida em uma conversa que não acabava e como os olhos de Edmundo brilhavam ao contemplá-la Lilian começou a achar aquilo estranho. Pensou que o homem estava dando-lhe mais atenção por James ter falado algo a seu respeito, mas agora pensava na não ser apenas esse o motivo de toda aquela atenção.

– James me contou que você adora fotografias - disse Edmundo contemplando-a.

– Sim, - respondeu Lily um pouco constrangida observando um James com expressão distante e indecifrável, sentado ao seu lado - é uma das partes que mais gosto do curso de Jornalismo.

– Ora, é muito bom saber isso - disse Edmundo animadamente - nós temos uma câmera nova que comprei na Inglaterra ainda, James não gosta muito de fotografias, bom e eu também não. Talvez devêssemos dar ela a quem use.

James franziu o cenho encontrando os olhos do avô e por um momento seus olhos relaxaram e um sorriso torto tomou conta de seus olhos, mas Lily podia observar a linha rígida de seu maxilar.

– É claro que sim - disse James num tom que Lilian não conseguiu decifrar. Ele havia passado a noite distante e calado e isso a incomodava muito.

– Oh, mas não precisa - protestou a ruiva constrangida - mesmo, tudo bem. - Eu insisto - disse Edmundo sorrindo para ela.

Lily sentiu olhos a observando, não os de Edmundo, nem os de James, quando ela se virou observou de quem eram. Caleb estava ali fitando-a em silêncio. Ela não percebeu como e nem em que momento ele e a amiga retornaram à mesa, mas podia ver naqueles olhos dourados que o irmão não estava nada bem, ele tinha a expressão seria e os olhos duros. Caleb já havia dito a ela que não estava gostando nada daquele mistério e agora ela também não estava gostando nada daquilo. Caleb prontamente se manifestou.

– Nós agradecemos senhor. Mas não acho que isso seja necessário.

Edmundo tinha os olhos faiscantes ao observar o rapaz e um estranho sorriso no rosto, sua expressão era distante.

– Mas eu insisto rapaz - disse Edmundo num tom que não deixava brechas a ninguém. Lily observou pelo canto dos olhos, James contemplando a toalha de mesa, Caleb tinha faísca nos olhos, mas acabou não dizendo mais nada ao avô de James, mas a ruiva tinha certeza que ele estava planejando algo.

– Então como responsável das minhas irmãs, devo conversar com meu pai sobre esse presente. Afinal, ele sempre deu tudo para nós e seria muito estranho ele saber que Lily anda recebendo presente de pessoas que ela mal conhece. - respondeu o rapaz de maneira arisca fazendo James ficar pálido e Edmundo sério.

– Oh meu rapaz isso não é pra tanto, não é ... - falou Edmundo mais foi interrompido por James.

– Vovô, já chega. Caleb tem razão. - disse James dando um olhar feroz que fez o avô encerrar o assunto.

Líliam olhou em volta e viu que a tensão era palpável. Caleb olhava ferozmente para Edmundo. Talvez tenha sido uma má ideia ter ido conhecer o avô de James, já que ninguém havia gostado daquele senhor. A ruiva olhou para James e viu seu olhar distante e magoado. Pegou sua mão por debaixo da mesa e deu um pequeno sorriso para dizer que estava tudo bem. Olhou para João e suplicou ajuda.

– Senhor, eu vi que você tem um piano na sala. Eu poderia tocá-lo?

Soffia, que até o momento estava encarava seu prato, levantou o rosto surpresa e percebeu que isso era novidade para todos naquela mesa.

Mas não teve tempo de questionar isso, pois Edmundo começou a falar.

– Você toca piano? - perguntou o avô de James um tanto espantado. João começou a ficar rubro com toda aquela atenção.

– S- sim senhor! Meus tios fizeram questão de que eu e minha irmã soubéssemos tocar algum instrumento.

– Você tem uma irmã? E porque ela não veio? - questionou Edmundo tentando aliviar a tensão.

– Tenho, ela se chama Maria Júlia e faz medicina. O amigo dela iria tocar hoje em uma festa e ela resolveu acompanhá-lo.

– E ela toca qual instrumento? - perguntou Louise curiosa.

– Violino e violoncelo.

– Por que apenas instrumentos clássicos? - perguntou James, bem menos tenso.

– Por que nos faz lembrar nossos pais. - respondeu o garoto de forma suave. - Mas então, eu posso tocá-lo?

– Claro meu jovem. Eu adoraria ouvir.

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Todos se encaminharam para a sala em que ficava o piano. Era estranho para Soffia ver um instrumento tão grande e bonito bem ali na sua frente. O piano era preto e lustroso, mas parecia que não era muito usado.

Os olhos da garota brilharam quando o rapaz começou a dedilhar as teclas do instrumento. Ela conhecia aquela música perfeitamente e se conteve para não cantar enquanto ele tocava "How can I Love when I'm afraid to Fall"

Os olhos dele estavam fixos nas teclas do instrumento, a expressão do rapaz era séria e a linha do maxilar estava rígida, o que o deixava ainda mais lindo "But whatching you staind alone All of my doubt suffenly goes aeay somehow"

Ele tinha os lábios franzidos quando levantou seu olhar para ela. Um olhar que ela estava se acostumando a receber dele ultimamente, aquele par de olhos azuis e frios pareciam se derreter ao vê-la. Soffia sentiu-se corar quando ele sorriu levemente e voltou sua atenção para as teclas outra vez

Ela observava enquanto aquelas mãos deslizavam pelo piano, nunca havia observado que as mãos dele eram perfeitas para o instrumento, finas com dedos longos e esguios.

Mas algo mais chamou sua atenção, Soffia observou também pequenas cicatrizes brancas naquelas mãos que estavam um pouco tremulas. E ficou se perguntando o que poderia ter acontecido a ele. Mesmo com as mãos tremulas o som era magnifico e todos estavam adorando a musica que João entoava na sala. Mas assim que o garoto terminou de tocar, Caleb apressou-se em dizer:

– Bom nós temos que ir - na verdade Lilian pode observar nos olhos do irmão que ele não queria ficar nem mais um minuto na casa do avô de James.

– Oh, mas que pena. Tem certeza? - disse Edmundo de forma cínica fazendo com que os olhos de Caleb endurecessem.

– Sim - disse o rapaz - trabalhos da universidade que ainda não estão terminados.

– Pois bem - sorriu Edmundo - espero recebe-los novamente.

Louise tentou esconder a expressão estupefata sem sucesso, fazendo com que Lucia e Nicholas se segurassem para não rir da cara da ruiva. Caleb murmurou uma despedida qualquer e se dirigiu para fora da casa. Os quatro saíram no primeiro carro deixando João, Soffia e Lilian para voltarem no outro automóvel.

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James acompanhou os três últimos até a porta para se despedir. João e Soffia já estavam no carro quando o rapaz puxou Lily.

– Lily, eu... Desculpe-me, sabe. Pelo meu avô - James tinha uma expressão de puro constrangimento - bom agora você sabe por que eu não queria trazê-la aqui.

Líliam sorriu para ele segurando as mãos do rapaz nas suas.

– Não precisa me pedir desculpas James. Seu avô é peculiar, sei que existem pessoas difíceis de lidar, mas isso não me faz querer condená-lo. O rapaz sorriu de volta para ela, um sorriso enorme e cativante que tornava seu rosto ainda mais belo. Os olhos de Lilian estavam brilhantes e hipnotizados por aquele sorriso envolvido por lábios lindos e quando menos se deu conta James já estava tão próximo dela que podia sentir a respiração do rapaz em seu rosto.

Ele também tinha os olhos em seus lábios, mas havia algo mais que contemplação ali, ele estava tentando se conter para não beija-la, ela podia sentir a tensão que o rapaz exalava. James permaneceu parado e rijo num conflito interno, com seus olhos percorrendo o rosto da ruiva.

Mas Lilian já estava farta e frustrada de esperar por ele, ela inclinou-se levemente fazendo com que seus lábios roçassem no queixo do rapaz, não demorou para que James a segurasse pela cintura e arrastasse seus lábios até os dele.

Os lábios dele eram macios e a barba que estava crescendo pinicava levemente o rosto de Lilian, logo os lábios dele se tornaram ferozes e famintos, devorando os seus e intensificando o beijo, fazendo com que o coração da ruiva acelerasse enlouquecidamente. James tocava seu rosto levemente, passando as mãos pela nuca da garota, deixando que se perdessem naquele mar de cachos ruivos. E Lily sentia que em cada lugar que ele tocava ficava um rastro de fogo pela sua pele.

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O Episódio II de Star Wars estava quase no fim, Anakin e Padme estavam se casando secretamente, enquanto Amber estava com a cabeça encostada no ombro de Luiz assistindo. Ele virou sua cabeça para que os olhos da garota encontrassem os dele enquanto ele se inclinava para frente. Quando ouviram a porta da casa ser aberta abruptamente e a luz da sala se acender. Luiz deu um pulo com o controle remoto em punho fazendo com que Amber se apoiasse no sofá para não cair no chão. Mas para a raiva de Amber era apenas um Caleb furioso que marchava rumo às escadas sem ao menos olhar para eles.

– Caleb, espera - gritava Louise correndo em direção ao irmão quando parou para observar os dois na sala - Oh, desculpem, vocês estão ai...

Amber estava quase roxa de raiva e Luiz era puro constrangimento quando Lucia e Nicholas irromperam na porta.

– Não acredito que o Caleb... - Lucia se interrompeu ao perceber o constrangimento de Luiz – Nossa. Gente desculpa.

– Tudo bem - disse Luiz sorrindo - o filme já estava mesmo no fim. E eu, bom tenho que voltar para casa. Ainda vou terminar um relatório.

Ele olhou para Amber se desculpando enquanto ela sorria para ele assentindo.

– Vamos. Eu te levo ate a porta. Nicholas, Louise e Lucia se dirigiram para o andar superior deixando Amber e Luiz a sós.

Quando já haviam guardado o DVD e arrumado a sala Amber acompanhou Luiz até a porta. Ele sorriu para ela que disse ainda emburrada.

– Isso foi muito constrangedor, me desculpe.

– Achei até engraçado - disse Luiz com uma piscadela para ela enquanto ambos riam do que havia acontecido na sala de estar.

– Se bem que acho que assim como a energia, alguns eventos nas nossas vidas podem ser mudados também, são lindos demais para serem destruídos.

Amber o observava enquanto ele se inclinava outra vez para perto dela, o rapaz tinha os olhos brilhando e um sorriso nos lábios. Ela podia sentir o cheiro dele de sabonete e algo mais cítrico que não sabia o que era.

E logo os lábios de Luiz encontraram os dela. Ele tinha um hálito doce e lábios que a deixavam inebriada, o beijo foi suave e terno enquanto ele apoiava as mãos delicadamente na nuca de Amber.

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Lilian ainda estava entorpecida pelo beijo quando entrou no carro. João e Soffia sorriam maliciosamente para ela que tinha uma expressão travessa.

– Ah, e a proposito João, obrigada por salvar nossas vidas daquele clima horrível - disse Lily estalando um beijo na bochecha do amigo.

– É meu dever, salvar mocinhas indefesas e rapazes irritadiços de velhos presunçosos e arrogantes - disse João em tom brincalhão fazendo as meninas rirem.

Lily pode notar que não foi a única a ter uma noite muito boa, mesmo a sua ficando boa apenas no final, João e Soffia tinham olhos cintilantes ao olharem um para o outro, assim como sorrisos enormes. Mas ela estava mesmo era imersa com pensamentos em James

Ela lembrou-se de como ele estava distante e acanhado no jantar. Quase não havia falado com ela, então ela lembrou-se de Edmundo, o homem deveria ser muito mais que rabugento. Como João disse, era arrogante e presunçoso. E sabe Deus o que mais.

– Você tem razão João, aquele senhor é mesmo muito estranho - comentou a ruiva pensativa e distante.

– Nem me fale - disse Soffia estremecendo, fazendo com que João acariciasse seu braço - você viu como ele olhou para o Caleb quando ele contestou a questão da câmera? E quando ele falou nos seus pais?

– De fato - afirmou a ruiva, algo não se encaixava naquela história.

– E, não é por nada Lily, mas quem oferece um presente tão caro quanto uma câmera importada para alguém que acabou de conhecer? - disse João

Líliam ficou quieta por um instante e lembrou-se de como Edmundo olhava. Os olhos tempestuosos como os seus mas eram frios e sínicos, e isso fazia Líliam tremer.

– Não sei se quero voltar a vê-lo- disse Soffia pensativa- Ele me dá medo.

– Acredite Soffia, em mim também. - disse Líliam- o que me deixa mais intrigada foi a antipatia do Edmundo pelo Caleb. Parece que em vez de ver meu irmão, ele estava vendo outra pessoa.

– Também percebi isso Lily. E a cara do James? Nossa, ele estava vermelho de vergonha. - disse João rindo juntamente com Soffia.

– E tinha momentos em que o velho dava tanta atenção a vocês três fazendo James ficar enciumado. - disse Soffia entre gargalhadas.

– Como? C-ciúme? Não entendo. - respondeu Líliam exasperada. - Ai esse jantar foi um fiasco e ainda tenho que conversar com Caleb. Tenho plena consciência de que ele já está no meu quarto juntamente com Louise.

– Ainda não queria ir pra casa- disse Soffia emburrada.

– Quer ir pra onde então? - perguntou João.

– Que tal dar uma volta? - respondeu a menina com olhos pidões.

– Vamos Lily?

– Oh não João, tenho que resolver problemas em casa.

– Ok, te deixo em casa e nós iremos passear se carro Soffi. - disse João enquanto a menina batia palmas. Líliam não podia deixar de rir da cena que presenciara. Torcia muito para que eles fossem feliz, assim como ela estava.

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Após deixar uma Lilian preocupada em casa João e Soffi saíram para o passeio de carro. A garota observava um meio sorriso constante no rosto de João.

– Para onde vamos? - perguntou uma Soffia ansiosa fazendo João Pedro abrir um sorriso ainda maior no rosto.

– Assim não tem graça Soffi, você verá quando chegarmos.

Soffia pode avistar ao longe a enorme roda gigante do parque Guanabara. E seus olhos brilharam de empolgação, ela adorava parques, algodão doce, maçã do amor e tudo o mais que estivesse bem longe da roda gigante ou qualquer outra coisa extremamente alta.

– Não acredito - disse a menina dando pulinhos; eu amo parque de diversões. Isso me lembra algodão doce. João não conseguia parar de rir da garota. Parecia que estava levando uma criança ao parque. Sem ao menos perceber Soffia pegou a mão do garoto e o puxou para dentro do parque.

A primeira coisa que João quis fazer foi jogar no tiro ao alvo. Soffia ria dele e insistia em dizer que o garoto não era bom. Mas logo Soffia saiu emburrada agarrada a um tigre enorme de pelúcia enquanto João ria e se vangloriava. Em seguida Soffia arrastou João para o carrossel, que ria da escolha de brinquedo da menina, ela montou um fofo pônei rosa enquanto comia seu terceiro algodão doce, e o rapaz ficou com um corcel negro ao seu lado.

Quando saíram do brinquedo, João Pedro insistiu para que fossem no trem fantasma. La haviam pessoas com fantasias muito bem feitas de múmias e bruxas cozinhando em enormes caldeirões de titânio, um liquido viscoso e verde. Quando chegaram a parte em que um homem empunhava uma enorme faca para uma mulher com um vestido de noiva ensanguentado Soffia deu pequenos espasmos de susto enquanto João a acalmava. De qualquer maneira saíram do brinquedo rindo e se divertindo muito.

E logo a morena arrastou o rapaz loiro ate o carrinho bate-bate, onde, diga-se de passagem, ambos eram os únicos entre muitas criancinhas. João não pode deixar de rir da expressão de Soffia quando acertou o seu carrinho pela lateral. Logo em seguida uma Soffia furiosa o bombardeou com o carrinho bate-bate, por trás e ambas as laterais. O dois saíram do brinquedo ofegantes de tanto rir.

– Falta irmos em um brinquedo - disse João rodopiando Soffia

– Já sei - respondeu ela dando pulinhos - Carrossel mais uma vez!

– Não - disse ele rindo da garota - ninguém vai ao parque se não for na roda gigante!

– Ah não João - disse Soffia fazendo beicinho - prefiro o Carrossel.

– Ah Soffi, por favor, prometo que se for comigo na roda gigante vou quantas vezes você quiser no carrossel, ou compro quantos algodões doces você aguentar comer

E sem esperar que ela o respondesse a conduziu até a roda gigante e logo embarcaram no brinquedo. Quando começaram a subir Soffia agarrou-se fortemente ao braço de João, fechando os olhos.

– O que foi Linda? - disse ele logo respondendo a sua pergunta - Você tem medo de altura Soffi? Porque não me disse? Ela apenas o encarou com aqueles olhos azuis e assustados enquanto ele tentava tranquiliza-la afagando seus cabelos.

– Está tudo bem, logo o brinquedo vai parar e sairemos. Não olhe para baixo, olhe para mim, está bem?

Ela ficou os olhos no rosto de João e nos olhos do rapaz, olhos azuis, mas já não eram tão frios quanto foram um dia, logo quando ela o conheceu, eram ternos e doces. Ele sorria para ela que retribuiu o sorriso do rapaz, ele também tinha os olhos ficados no rosto da garota, as bochechas rosadas, os olhos assustados por debaixo de enormes cílios negros, o nariz afilado e os lábios pequenos e lindos.

João desenhou com o olhar cada contorno daqueles lábios enquanto se aproximava mais de Soffia, até que os cobriu com seus lábios. O beijo tinha gosto de algodão doce e hortelã, Soffia tinha lábios doces e amáveis, ele a beijou gentilmente envolvendo-a em um abraço terno e caloroso.

O rapaz sentiu que foi uma bobagem subir na roda gigante, não precisava de brinquedo algum para estar nas alturas, Soffia já o fazia flutuar como se pudessem chegar às nuvens.

Líliam estava com o coração acelerado. Ela sabia que a conversa que teria com Caleb seria difícil, mas não estava preparada para o que viria.

Quando abriu a porta do seu quarto se deparou com o irmão andando de um lado para o outro, Louise sentada em uma cadeira e Lúcia sentada em sua cama com o semblante assustado.

– O que está acontecendo aqui? - perguntou Líliam jogando a bolsa em qualquer lugar.

– Não finja que não sabe Lílian - falou Caleb ferozmente. - Você viu como eles são estranhos? Parece que eles vivem rodeados de mistérios.

– Fora que ele é machista - completou Lucia.

– Acho melhor você sair Lucia, me desculpe mais do jeito que Caleb está ele vai acabar te magoando.

Lúcia olhou para o garoto e ele assentiu. A menina saiu do quarto, deixando apenas os irmãos Nottinghan.

– Call, eu entendo o que você quer dizer, mas o Sr. Edmundo tem uma idade bem avançada e geralmente senhores como ele são rabugentos. - disse Líliam sentando na cama - Não vejo nada de mistério nisso. Acho que nós temos que conhece-lo mel...

– VOCÊ ESTÁ LOUCA? - gritou Caleb, fazendo Líliam se encolher na cama.

– Calma Caleb, gritar não adianta. - falou Louise encarando a irmã- Lily entenda, eu achei aquele senhor muito estranho. Ele te olhava com uma certa obsessão e isso me fez sentir algo ruim.

–Eu nunca mais pretendo ver esse senhor. Ele é cínico, arrogante e misterioso. E o neto dele não é diferente. Muitas vezes me deparei com James olhando para o avô. Parecia que eles conversavam apenas pelo olhar e planejavam cada ação.

– Isso não é verdade, Caleb. - disse Líliam exasperada.

– Líliam eu sinto muito, mas eu exijo que você deixe de falar com James. Não gosto dele e não quero que ver ele perto de você.

Líliam não conseguia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Seu irmão lhe privando de ver James, o menino que havia chegado de mansinho na sua vida, se tornara seu amigo e por quem ela estava perdidamente apaixonada. O que ela sentia por ele era totalmente diferente do que um dia pensara sobre o amor. O gosto dos lábios dele ainda estavam presentes na sua boca. O cheiro do garoto ainda estava em suas roupas. Como pode ele me pedir isso? Pensou a ruiva.

– Se eu exigisse que você se afastasse de Lúcia, você toparia? - perguntou a menina encarando o chão.

– O que você quer dizer com isso? - perguntou Caleb.

–Quero dizer que você se parece com o avô do Jay. - disse Líliam escondendo o rosto nas mãos.

– O QUE? LÍLIAM, COMO VOCÊ PODE? - gritou Louise chegando perto do irmão que encarava o chão.

– LOUISE TODOS TEMOS MÁSCARAS. NÃO ADIANTA NEGAR, MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE SOMOS PESSOAS RUINS- gritou Líliam não aguentando mais aquela conversa- Temos provas disso. Tipo a Maria Julia, o João e o nosso querido irmão.

– Eu? - falou Caleb indignado.

– Sim, você. Fica desfilando por aí com pose de arrogante. Esconde de todos o verdadeiro Caleb e tudo por medo. Medo das pessoas te machucarem. Sabe porque você não respondeu minha pergunta? Porque você está apaixonado pela Lúcia, porque você tem medo de admitir isso. Mas eu não tenho. Eu sou apaixonada pelo James e eu lutarei por esse amor. - disse Líliam com lágrimas nos olhos. Era a primeira vez que discordava e acusava o irmão de maneira tão dura.

– Não acredito que ouvi isso de você- disse o garoto com o rosto rubro de raiva- Logo você, a pessoa em que eu mais confiava.

– Eu também confiei em você, eu sempre desejei sua felicidade, independentemente de suas escolhas, mas eu vejo que pra você eu não sou tão importante. Hoje você exigiu que eu abrisse mão da minha felicidade. Isso eu não posso concordar.

– Você não sabe o quanto isso me magoa. - falou Caleb com os olhos marejados, deixando uma única lágrima cair.

– ACHO QUE NÃI FUI EU QUE COMECEI COM A SESSÃO MÁGOAS. SAI DO MEU QUARTO CALEB. EU TE ODEIO - berrou a garota com o rosto banhado em lágrimas.

Caleb se encolheu um pouco com o berro da irmã, mas ela pode encarar os seus olhos uma última vez naquela noite. O olhar era de pura mágoa e raiva. Ele abriu a porta e saiu. Líliam voltou-se para Louise e disse:

– Em que lado você está?

– Me desculpe Lily, mas eu ainda sinto um coisa ruim quando estou perto do Ja...

– SAI- gritou Líliam impedido a irmã de terminar sua fala.

A garota saiu e finalmente se viu sozinha em seu quarto. Nesse momento ela pode chorar de verdade. Sentou-se na cama e olhou para seu criado-mudo onde tinha uma foto dos irmãos. A única coisa que sentia ao olhá-los era raiva, então atirou o porta-retrato contra a parede, fazendo o vidro se estilhaçar em muitos pedacinhos, assim como seu coração.


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