O Nosso Amor escrita por ElaineBDQ


Capítulo 13
Quando Nasce o amor.




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"Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer. (...)”

Rafael retornou para sua sala e ficou lá por horas até que começaram a chegar os funcionários para o horário da tarde. Helena se sentiu tímida em se apresentar aos colegas, mas alguns quando a viam alguns logo cumprimentavam com “seja bem vinda!” e outros não diziam nada.

O primeiro dia de trabalho sempre era tenso! Pensou ela enquanto terminava os gráficos e vendo que tudo estava bom foi até a sala do chefe.

Se sentindo nervosa bateu de leve à porta e ele mandou que ela entrasse, ao entrar notou que ele continuava compenetrado no trabalho e ao lado de sua mesa havia algumas embalagens de comida, sinal de que havia almoçado ali mesmo.

_ Terminei o que você queria.

_ Oh sim!

Ele abriu o arquivo no computador começou a analisar e enquanto ele o fazia ela se deteve nas expressões em seu rosto e começou a se sentir tensa. Assim que terminou de ver tudo virou para ela e como já era de se esperar, mandou que refizesse algumas coisas.

_ Helena, eu sei que hoje é seu primeiro dia, mas eu preciso disso ainda pra hoje. Você pode fazer?

_ Sim. _ Ela queria dizer que ainda não havia saído para comer e estava morrendo de fome, mas preferiu ser mais profissional.

Ao retornar para a sua mesa foi perceptível a frustração no seu rosto por não ter feito um trabalho eficiente.

_ Não fica pra baixo, o Rafael é exigente com o trabalho.

Ela olhou para o companheiro da mesa ao lado e sorriu tentando se animar, então começou a refazer o que estava errado e depois de alguns minutos estava tão focada que não notou a presença de uma pessoa ao seu lado.

_ Muito trabalho?

Ao levantar o olhar viu Armando.

_ Tenho um chefe bem exigente.

_ Rafael é assim mesmo. Mas e o trabalho, tudo indo bem?

_ Sim. Obrigada pelo interesse.

Armando riu e se aproximou dizendo em seu ouvido:

_ Você está muito formal, mas tudo bem eu te entendo _ ele se referia ao fato de não saberem do parentesco entre eles _ Você já comeu?

Não foi preciso responder, pois seu riso foi o suficiente para ele saber que ainda não havia almoçado.

_ Imaginei. Quer sair agora?

_ Não sei se vou conseguir.

_ Eu vou falar com o Rafael.

Mas não foi preciso porque naquele momento ele saiu da sala e se aproximou de onde estava o irmão então Armando disse:

_ Vim levar a Helena pra almoçar.

Rafael apenas olhou para o irmão e não falou nada, mas realmente não gostava de toda aquela intimidade, mas sabia que Helena precisava almoçar.

_ Tudo bem, bom almoço para vocês.

Ele foi até a mesa de outro funcionário e solicitou algum documento que ela não entendeu do que se tratava, mas não iria perder tempo com aquilo então pegou a bolsa e saiu junto com Armando ou então acabaria morrendo de fome!

Armando lhe levou a um restaurante próximo à empresa onde serviam comidas regionais e ela comeu com gosto e aquilo causou um sentimento bom nele, pois as mulheres com que ele saia se preocupavam mais com suas dietas e quase não comiam, ao contrario de Helena que apreciava com prazer a cada garfada que dava e quando terminou de comer ela comentou:

_ Obrigada por acabar com minha fome!

Ele riu e levou a mão à boca para se conter, pois o modo como ela falou foi tão inocente como uma criança, mas ela parecia não perceber o como ficava linda gesticulando assim.

_ Prazer foi meu. Vamos!

Ela assentiu e seguiram de volta à empresa.

Quando chegou à empresa, Helena correu até o banheiro, pois duvidava que fosse conseguir fazer isso nos tempos seguintes então aproveitou para escovar os dentes. Já no banheiro notou a voz de duas mulheres que conversavam, mas elas pareciam não ter notado a presença de mais outra pessoa ali e comentavam algo a respeito dela.

“Todo mundo sabe como ela caiu aqui não é? Afinal é fácil sendo esposa do dono! Aliás, com toda essa diferença de idade entre eles, está evidente que isso é golpe!”

Antes que alguém notasse sua presença ela saiu, já no corredor sentiu as lágrimas começarem a se formar e por isso procurou um local onde não pudesse ser vista. Ela se apoiou de costa na coluna até se acalmar, mas as lágrimas não queriam lhe obedecer! Respirando fundo contou até dez e retornou à sala onde se colocou a trabalhar até que as horas passaram e novamente foi até a sala de Rafael, mas ele não parecia muito animado.

_ Aqui está, eu fiz as alterações que você me pediu.

Rafael pegou os arquivos sem olhar para ela e por alguns minutos ficou apenas analisando o trabalho que ela havia feito, mas tudo o que ele fazia era gesticular a sua cabeça em sinal negativo e naquele momento Helena sentiu seu corpo todo gelar e então ele a encarou. _ Será que você não pode fazer um simples trabalho?

Naquele momento percebeu o quanto ele estava irritado, mas isso não lhe dava o direito de tratá-la assim!

_ Eu tentei... Eu fiz o que podia fazer, mas talvez... Desculpe-me, eu vou refazer.

_ Eu não tenho tempo para isso! Preciso desse trabalho hoje! Droga se você não da conta avise e chamarei alguém mais competente.

Rafael viu que Helena estava com os olhos marejados e fazia força para se segurar, mas sabia que ela não conseguiria conter as lágrimas por muito tempo, mas ao invés de sentir compaixão sentiu vontade de torturá-la ainda mais! Queria dissipar toda aquela raiva que estava sentindo.

“Quem aquela mulher pensava que era para chorar na sua frente?”

_Eu não quero lágrimas, Helena! Eu preciso de alguém que saiba pensar. Você sabe fazer isso?

Ela levantou o olhar e encarou Rafael que estava parado à sua frente e disse:

_ Talvez as pessoas tenham razão e eu só esteja nesse trabalho por causa do teu pai. Desculpa por ter te atrapalhado.

Quando ela fez menção de sair da sala ele rapidamente se interpôs no seu caminho parando-a e fez com que ela o olhasse.

_ O que você disse? Quem falou isso?

_ Não importa, afinal é tudo verdade. Eu tentei tudo o que eu sabia, mas eu realmente não faço idéia de como você possa querer isso.

O olhar dele se deteve ao ver que ela tremia e pela primeira vez se sentiu culpado por está tratando-a com tanta rispidez, afinal aquele era eu primeiro dia ali e ele a estava pressionando demais ao ponto que ela não se conteve. Lágrimas escorriam naquele belo rosto e aquilo lhe causou uma inquietação então lentamente deixou que sua mão tocasse o rosto para afastar aquele rastro de choro e cedeu a tentação de fazer caricias suaves em sua face.

Helena não esperava por aquilo, mas era tão bom sentir aquele carinho. Por isso simplesmente se deixou guiar afagando ainda mais seu rosto nas mãos dele e foi então que sentiu seu ele segurar seu rosto com as duas mãos. Ele a levou em direção a seu corpo onde seus lábios se uniram num beijo apaixonado.

Rafael sentia algo diferente em seu corpo. Algo que nunca havia sentido em toda sua vida e desejou pode permanecer ali por mais tempo, pois sentir aquele pequeno corpo junto ao seu foi tão bom. Era como sentir uma paz sem explicação!

Ela era pequena, mas moldava perfeitamente em seus braços e por um momento sentiu-se grande e capaz de protegê-la de tudo e todos, mas lembrou que ele era o primeiro de quem ela deveria ser protegida e lentamente a afastou.

Foi inevitável sentir certa insegurança, por isso tentou se abrigar e virou de costa para ele, pois não queria que visse o que aquele beijo havia feito a ela. Mas Rafael entendia muito bem o que se passava ali já que se sentia da mesma forma, porém preferiu não comentar nada com relação àquele momento.

_ Você não precisa ir embora, na verdade eu é que estou estressado por causa de toda a pressão.

Ele respirou fundo e se aproximou dela e segurou em sua mão fazendo com que ela virasse de frente para ele.

_ Vem, vou te mostrar como eu quero que seja feito.

Dessa vez Rafael foi mais atencioso na sua explicação e ela pôde sentir certo prazer por esta ali junto a ele. Quando ele desejava ser agradável não tinha como conter o encanto que emanava dele, apesar de às vezes se comportar feito um menino bobo como era naquele momento em que ria como um garoto.

Enquanto ela arrumava o arquivo no laptop Rafael a analisava em silêncio, pois não havia esquecido o que ela tinha falado acerca de estar ali apenas por ser esposa de Antônio então curioso perguntou:

_ Aquilo que você disse sobre as pessoas terem razão. A que você se referia?

_ Ah Rafael você sabe... O fato de como eu cheguei aqui com a ajuda do Armando enquanto que outras batalharam para conseguir uma vaga nessa empresa.

_ E isso te incomoda?

_ Claro que sim! Afinal eu quero muito aprender e mostrar que sou capaz de está aqui e não apenas porque sou a esposa do dono da empresa.

Rafael cruzou os braços e parou frente a ela.

_ Poucas pessoas sabem que você é a esposa do papai.

_ Gostaria que continuasse assim.

Ele assentiu concordando , mas duvidava muito que isso se mantivesse em segredo por muito tempo.

_ Então se prepare para ser levada ao seu máximo! Todos aqui são os melhores na sua área.

_ Não tenho dúvida quanto a isso.

Assim que terminou o trabalho ela deu a ordem para que o material fosse impresso e o resultado foi o sorriso de satisfação no rosto de seu chefe exigente.

_ Tudo pronto para a reunião de amanhã. Bom trabalho!

_ Obrigada, eu não teria conseguido sem tua ajuda.

Rafael assentiu e viu que ela estava agoniada tentando ajeitar alguns fios soltos do coque por isso a ajudou a arrumar os fios rebeldes no lugar, apesar da surpresa ela não o conteve, mas ele viu que Helena ficou tímida por isso se afastou e olhou no relógio e deu um assovio ao ver que estava ficando tarde.

_ Não havia notado as horas, trabalhei direto. Você vai para casa?

_ Vou sim.

_ Quer uma carona?

Ela pensou em dizer que não, mas seria uma burra já que estava morta de cansada.

_ Sim, agradeço a gentileza.

_ Então vamos!

***


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Notas finais do capítulo

E impossível negar para ambos o grande sentimento que já nasceu ... Agora como eles reagirão a isso só acompanhando.

Essa ausência do Antonio reserva surpresas.

Logo estarei postando os demais capítulos.



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