A segunda cicatriz escrita por Myrra Batch


Capítulo 2
A Seleção.




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PDV Autora.

Mellinda não estava errada.

Algo que não havia sido capturado pela câmera tinha incomodado a cicatriz de Harry, e a dela também.

A menina repousou a cabeça no banco, sem imaginar que três pessoas estariam se aproximando dela.

– Oi.. er.. podemos sentar aqui...As outras estão cheias... – Um garoto ruivo diz ao abrir o vagão. Mellinda o olha com desconfiança “ É bom de mais pra ser verdade, fácil de mais “

– A vontade.

– Obrigado – Ele diz e junto dele Harry e Hermione entram na cabine. – A propósito, Meu nome é Rony, esses são Harry e Hermione.

Mel assentiu com a cabeça observando ambos se sentarem. Hermione se sentou ao lado dela, e Harry e Rony a frente das duas.

– Tem certeza que está no vagão certo? Quer dizer, esse é o vagão da Grifinória, eu me lembraria se fosse da nossa casa.

– Ela tem razão.. quem é você?– Harry Perguntou curioso e Mellinda deu um sorriso compreensivo.

– Meu nome é Mellinda, Mellinda R. Serphentelm II. Er... bom, tecnicamente eu não fui selecionada ainda, é que eu deveria ter entrado em Hogwarts no primeiro ano, mas... digamos apenas que eu não pude sair de casa... eu recebi aulas em casa - Ela deu de ombros- Dumbledor não aceitou que eu não pudesse receber estudos de Hogwarts então me ensinou em casa. Vim pra esse vagão porque não queria ficar perto de tantas crianças... eu não sou muito paciente com elas.

Mellinda tinha um leve sotaque francês, mas nada que impedisse a compreensão das palavras que dizia. A garota acariciava a sua Raposa, Bichento olhava o outro animal com curiosidade. Hermione percebeu.

– E... você trouxe uma raposa? Só são permitidos gatos, sapo ou uma coruja. Duvido muito que Minerva deixe você ficar com ele.

–É complicado... A Jade foi dada a minha pela minha mãe. Temos um laço difícil de explicar... ela faz parte de mim e eu dela. Além disso, ela quase não da trabalho, não vai incomodar ninguém.

– De onde você é? – Rony perguntou.

– Bom, eu nasci na França, mas moro desde os três anos de idade em Long Island, Estados Unidos.

Um Silêncio desconfortável se lançou no ar. Harry encostou a cabeça no Vidro. Queria contar aos amigos a visita que ele e Dumbledor fizeram ao professor Horácio. O clima no mundo dos bruxos não era dos melhores. Dementadores estavam fazendo buscas por todo o mundo, atrás de Comensais da morte. Também havia as suspeitas de que o Lorde das Trevas estivera reunindo forças para uma guerra. Como se já não bastasse Harry ainda tinha que aturar o Profeta Diário fazendo propaganda contra e ele, e o chamando de mentiroso, por ter dito que havia Lutado contra Você-Sabe- Quem. Cedrico. Um flash back se passou na mente de Harry, a luta contra Voldemort no ano passado, os olhos arregalados de Cedrico Digory antes de morrer, os fantasmas de seus pais. Mal imaginava ele, que a filha daquele que não deveria ser nomeada estava sentado a sua frente.

Hermione começara a ler um livro e Rony disse que havia ido ao banheiro, e na volta, comprara alguns doces. Mellinda tira da sua bolsa a câmera fotográfica e a liga, começando a tirar fotos do caminho, ela conseguia tirar foto de coisas em movimento com uma Nitidez perfeita. Harry logo dormiu.

Não demorou muito para que Mellinda conseguisse se aproximar de Hermione. Elas eram muito parecidas, e Mel não conseguia parar de comparar Hermione com Annabeth, a menina com certeza daria uma ótima filha de Atena. As duas conversavam baixo enquanto Harry e Rony estavam apagados no banco da frente. Mellinda não resistiu em tirar uma foto.

– Eu não queria ser indelicada perguntando isso, mas eu fiquei muito curiosa por causa dos seus olhos, mudaram de cor diversas vezes desde que nos conhecemos, você sabe por que ele é assim? – Ela perguntou baixo. Mellinda se remexeu no banco um pouco desconfortável.

– É coisa de família, isso eu herdei da minha mãe. Ela disse que meus olhos poderiam ficar de cores que nunca ficaram antes, já que é a primeira vez que saio da fazenda e eu iria descobrir coisas novas, sentimentos novos. Alias, quando quiser perguntar algo, não se acanhe, eu não mordo – Ela diz sorrindo de canto.

– Isso.. é curioso. Nunca vi olhos assim, eles são lindos, mas até pra um bruxo é bem diferente.. você tinha mencionado que era mestiça, mas não disse com o que.

– Er.. eu não sei se posso contar. – Mellinda não queria entregar de bandeja o que era. Mesmo no mundo da magia, coisas fora do normal podem assustar.

Hermione ia responder quando seus olhos se voltaram para uma espécie de névoa que tremulou abrindo espaço para a visão de quatro rostos com uma expressão confusa e séria. Ela olhou confusa para a imagem, em pleno ar.

Mellinda arregalou os olhos e levou as mãos ao rosto de vergonha, ficando praticamente da cor do seu novo amigo ruivo.

– MEL, POR QUE CARALHOS VOCÊ AINDA NÃO NOS DEU NOTICIAS? – Do outro lado da névoa, Nico falava um pouco alto de mais.

– Espera eu...

– Viu, eu disse que ela ainda não tinha chego e que não tinha sido devorada por um ogro ou qualquer coisa do tipo! – Annabeth esbravejou com Nico enquanto um Percy descabelado desabava de tanto rir em cima da cama. No canto da Névoa, Clarisse revira os olhos e Silena estava tentava fazer Percy parar de rir.

Hermione olhou confusa para Mellinda e Harry e Rony levantaram, assustados com a confusão e ambos com o rosto amassado. Mellinda suspirou como se já esperasse por aquilo

– O que foi que eu disse sobre mensagens de Íris? Eu as mando!

–Mas Mel, eu senti você próxima da morte. Foi mais cedo, na hora do embarque, eu sei que algo te incomodou e.. Espera, quem são eles?. – Disse Nico, claramente ignorando Annabeth

–Você pelo menos pensou em usar a coruja que eu te dei?

– Ela pica.

Mellinda revirou os olhos

– Deve ter confundido algo, eu estou ótima.

–Mas...

– Ela disse que ta tudo bem, larga de ser fresco, só por que você ainda não se declarou pra ela não quer dizer que..

Nessa Hora, várias coisas aconteceram ao mesmo tempo. Clarisse e Nico começaram a discutir e a discussão deles se misturou com a de Percy e de Annabeth, e ouviu-se o aviso de uma trompa, suficientemente auto para que Hermione tampasse os ouvidos. Todos ignoraram o aviso, menos Silena que terminou de passar a maquiagem e se levantou calmamente. A menina deu um Tchau para os quatro e saiu de cena. Mellinda revirou os olhos e passou a mão na imagem, fazendo ela se esvair até desaparecer.

– Sinto muito por isso, eles estão meio... eufóricos hoje. – Mellinda disse claramente envergonhada

– Quem são eles? – A morena suspirou derrotada, e começou a explicar tomando cuidado com as palavras.

– São a minha família. Tecnicamente, são todos meus primos. Nico esta paranoico porque ele acha que pode e que deve me proteger de tudo.. ele pediu para que eu mandasse uma mensagem de íris quando chegasse.

– Espera, você disse Mensagem de íris?! – Hermione pergunta imediatamente se lembrando do que lera em um dos livros de Mitologia durante as férias.

Mellinda suspirou se sentindo derrotada.

– Er.. sobre o lado da minha família que eu disse que não sabia se podia contar.. Eu sou filha de Nyx. Sou metade grega.

– Impossível – Hermione sussurrou para si mesma, sem acreditar naquilo que ouviu.

– Quem é essa?- Rony perguntou confuso e Harry permaneceu calado, olhando com curiosidade para Mellinda.

– É verdade, deuses mitológicos não são meramente um mito. Eu por exemplo, sou filha de Nyx. Por favor, não me peçam pra explicar mais, eu não devia nem estar contando isso, quanto menos souberem, em menos problemas eu vou me meter.

Mellinda diz com um sorriso culpado no rosto. Harry e Rony quase podiam ver as engrenagens girando na cabeça de Hermione, ela fez uma anotação mental para pesquisar sobre Nyx na biblioteca. O trio assentiu compreensivo, mas fizeram Mellinda prometer que contariam aos poucos, quando pudesse. Mellinda passou o restante do caminho tirando fotografias do caminho e algumas fotos de Jade e de bichento.

Hermione olhou as horas no relógio de pulso, e declarou que já estavam quase chegando. As duas foram ao banheiro trocar de roupa, enquanto Harry e Rony faziam o mesmo na cabine.

Hermione, obviamente, estava certa. Pouco menos de uma hora se passaram e o Expresso de Hogwarts parou na estação da escola. Hagrid esperava os alunos com uma lamparina na mão.

Harry sorriu ao ver o amigo orientando os alunos. Os quatro saíram do trem e Mellinda tentou ignorar os olhares e murmúrios dos outros alunos em relação a ela.

– Mellinda, você veio! – Hagrid disse assim que ela desceu do Trem – E olá Harry, Rony, Hermione. – Ele voltou-se para a menina novamente- Olha, Dumbledor quer que você vá pelo barco dessa vez, e participe da Seleção das Casas como todos os novatos.

– Tudo bem, eu acho. – Mellinda se despediu dos três e entrou em um dos últimos barcos que saíram. Ela sentiu o coração acelerar e um nervosismo preencher seu corpo.

Ela não sabia nadar, é. Tudo que conseguia pensar era que se aquele barco virasse, ela morreria afogada por não saber nadar.

Aquela vista era simplesmente de tirar o fôlego. Mellinda já havia vindo aqui antes, mas foi a muito tempo, em outra vida. Ela havia se esquecido de como a escola era simplesmente magnífica. Não demorou muito para que eles chegassem a terra firme.

PDV MELLINDA.

Quando desci do barco, quis beijar o chão.

EU. ODEIO. ÁGUA.

Na verdade, sempre preferi água corrente. A do chuveiro, de preferência. Enquanto caminhávamos até a escola, fiquei receosa de Hermione ficar paranoica quanto a minha família.

Claro, eu deveria seguir com os meus planos.

Quero ter a sua confiança, confiança o bastante para que ele pudesse confiar sua vida a mim. Eu estava decidida a fazer isso, então só conseguia pensar em ir para a Grifinória. Annabeth disse que eu me encaixaria na Sonserina, e Nico concorda com ela. Apesar de eu ser quem eu sou, sei que tenho a lealdade a coragem para ser da Grifinória.

Segui o amontoado de alunos novos até a porta de entrada do Salão Comunal. A Professora Minerva estava parada na porta, com um sorriso calmo no rosto. Ela me lembrava Quíron, talvez fosse pela confiança que passava ou pela sabedoria que parecia ter.

– Olá, meus queridos. Sejam Bem- Vindos á segunda casa de vocês. A Seleção de casas se iniciara em instantes, eu chamarei pelo nome de vocês e em seguida se sentarão no banco, onde o chapéu seletor decidirá a sua casa. Ela pode ser Corvinal, Lunfa- Lunfa, Sonserina ou Grifinória. Quando seus nomes forem selecionados, vocês deverão sentar-se na mesa de sua casa. Eu vou entrar agora, e vocês esperem pela abertura do portão. – Minerva avisa entrando em seguida.

Permaneci calada, Observando alguns murmúrios a minha volta, os olhinhos curiosos das crianças olhando os quadros que se moviam. Não demorou muito para que a porta se abrisse. Eu caminhei junto com os alunos e apesar de ter apenas 1, 60 de altura, eu era a mais alta do grupo.

Muitos alunos novos murmuraram, senti meus olhos mudando de cor novamente e aguardei. A Professora Minerva foi chamando os nomes, os alunos foram quase harmoniosamente distribuídos até eu ser a ultima a se sentar no banco.

– Interessante, muito interessante. Você é corajosa, determinada, é muito bondosa porem pode ser perigosamente vingativa. Difícil, muito difícil. Sua linhagem sanguínea é tão poderosa e rara que teríamos que criar uma Quinta casa para alunas como você. É curioso como Normal e o novo podem ser conceitos tão... relativos. Você se daria muito bem na Sonserina, sem dúvida. Se seguir as sombras de seu pai será tão poderosa quanto ele e com certeza orgulharia a sua mãe. Os Horrores em suas vidas passadas, é... realmente, curioso, a forma como seu cérebro mestiço funciona. Pela sua coragem e bravura, você vai para a GRIFINÓRIA.

O chapéu seletor gritou, ou melhor, berrou a casa. Suspirei aliviada e fui para a mesa, sendo aplaudida por todos.


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Notas finais do capítulo

E ae gente... deixar um comentário não faz cair a mão...
Também aceito sugestões, dicas, e algo do tipo.
Mais um detalhe, não tenho previsão para o Par romântico de ninguém, deixem sugestões e dicas :3



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