Mais uma manhã se iniciava normalmente na vida deles... Charles já estava dirigindo em direção à pizzaria e contente com seu sucesso, mas também triste por razões desconhecidas... Henry ainda deitado pensava no que Fritz disse em deixar o segredo em paz, porém sua consciência pedia para ele contar a verdade à Charles.

O relógio despertou e já era 6 AM, Fritz coçou seus olhos ainda pensando o porque de ser tão ruim levantar tão cedo.

— Que cansaço... Mais um longo dia começa agora. — Ele levantou ainda cambaleando por causa do sono e ao chegar perto da porta se espreguiçou e colocou seu robe, ele desceu as escadas e encarou um pouco a sala de estar... Ele pegou na mesinha de frente à televisão seu telefone celular e seguiu até a cozinha. Ao chegar à cozinha ele colocou a água para ferver, pegou o pó de café no armário da cozinha e colocou o telefone em cima da bancada...

— Por que eu fui pegar o horário integral? Talvez por causa de Charles... Ele disse que era até encontrar um segurança noturno. Não vou reclamar, pelo menos tenho algumas folgas no turno da manhã. — Ele pegou sua caneca e a encheu com o café, a fumaça saia da caneca bem forte mostrando a quentura que estava o café.

— O que será que tem nas manchetes de hoje? — Ele pegou o jornal na porta de sua casa e começou a ler...

“O mistério do fechamento da Fredbear’s Family Diner.”

“O famoso restaurante com animatrônics animados fechou misteriosamente há poucos dias. Nenhuma pessoa da empresa ou os policiais quiseram comentar o caso e a única coisa que teoriza esse fechamento precoce foi o acidente com um dos funcionários que usava o traje com o nome de SpringBonnie. O homem que não teve o nome revelado falou que alguém fraudou o traje para ele se machucar e culpar Charles Fazbear... O criminoso que causou isso foi preso e não confessou quem o mandou fazer esse trabalho, mas a polícia tem suspeitas do rival de Charles, Mark FunCat que é dono da FunCat’s Entertainment e já teve um estabelecimento com essa temática há muito tempo.”

— Aposto que seu plano falhou não é Mark? Acho que o que você queria que acontecesse algo não muito trágico, mas o seu funcionário acabou quase matando um homem e quase ferindo uma criança. — Fritz pegou o jornal e o dobrou colocando-o debaixo do braço. Ao entrar ele reparou que seu vizinho da frente estava saindo para trabalhar...

— Esse vizinho é muito estranho, ontem ele brigou com um homem porque ele sem querer bateu no carro dele. Ele quase surrou o pobre homem... — Fritz subiu as escadas e seguiu para o banheiro para se arrumar, depois de um banho ele vestiu o famoso uniforme roxo, foi até a entrada e trancou a porta. Depois de trancar a porta, ele foi até seu carro da mesma cor, ligou e dirigiu até a Freddy’s...

No caminho da pizzaria ele parou no centro da cidade, perto do parque central, e como sempre fazia antes de ir trabalhar, ia até a banca de jornal de um conhecido dele e conversava um pouco e às vezes comprava um cafezinho na cafeteria em frente. Quando o relógio tocou 07:40, ele se despediu e foi até a pizzaria começar seu turno...

Ao chegar no local ele desceu do carro e entrou no estabelecimento sendo cumprimentado pelos outros dois seguranças diurnos. Fritz era um cargo superior ao seguranças, ele era o segurança chefe e por isso os outros o tratava com respeito.

— Já faz muito tempo que eu não visito o Carlos... Acho que depois do turno diurno eu vou da uma passada lá e vê-lo. — Pensou ele, Charles chegou à pizzaria com um garotinho pequeno mais ou menos minha idade, um pouco mais novo, e entrou indo falar com Fritz:

— Quero que conheça meu filho... John esse é Fritz, um amigo meu de longas datas. — Fritz olhou para Charles com uma expressão confusa e perguntou:

— Seu filho? Eu nunca soube que você tinha um filho. — Falou Fritz.

— Eu também não, eu era adolescente quando eu e minha namorada terminamos e ela sumiu o mundo. Um bom tempo depois eu descobri que eu tinha um filho, mas ela não quis me contar onde ele estava então eu o procurei, procurei ele esse tempo todo. Uns dias atrás eu recebi uma mensagem de um parente meu que disse que descobriu o paradeiro dela, então meu pai foi encontrá-la... Ela me disse que colocou John na adoção e mais uma vez lá fui eu atrás desse sapequinha até encontrá-lo e aqui estamos nós. — Charles se despediu e seguiu até seu escritório com John, pois ele estava atrasado e Fritz foi para a sala de segurança normalmente para mais um dia de trabalho...

...

Já de tarde, 19:00h da noite o turno de Fritz já havia acabado e os seguranças normais estava indo embora, mas como sempre intuitivo, ele resolveu esperar Charles que tinha saído a tarde para resolver um acontecimento com um amigo. John estava com Fritz, ele estava cuidando do garoto até Charles voltar.

— Espero que ele não demore muito... — Freddy, Bonnie e Foxy estavam brincando com John, mas o que Fritz não percebeu era que eles não pareciam estar muito bem... Freddy soltava algumas faíscas de sua cabeça, nada de mais e Bonnie não conseguia mexer a boca nem seus olhos. Ele não conseguia esboçar nenhuma expressão facial.

Depois de um tempinho Charles chegou e liberou Fritz para sair um pouco e descansar esse tempo antes do turno da noite.

— Vou ir até lá... — Fritz entrou no seu carro e dirigiu até o hospital onde estava internado. No meio do caminho ele parou o carro no acostamento porque ele começou a se sentir mal.

Uma dor de cabeça deu nele e junto um mau pressentimento, mas isso não o fez parar, ele continuou dirigindo até chegar no hospital... Com seu tom seco de sempre, suas sobrancelhas curvadas e tradicionalmente com um andar culto por onde ele passava as pessoas o olhavam por ele ser muito diferentes delas. Ele não se importava com isso, muito pelo contrário, ele gostava de ser diferente, pois sempre achou ser um desperdício todos serem iguais...

Fritz foi até a recepção marcar a visita e depois de assinar um papel ele subiu de elevador até o segundo andar onde estava o meu quarto. Ele entrou lá e a enfermeira saiu para nós ficarmos sozinhos...

— Olá garotinho... Ainda lembro-me daquele dia que conheci você pela primeira vez... — Ele tirou o quepe e o colocou na mesinha ao lado da minha cama.

— Lembra que eu falei que iria te vingar? Eu não posso matá-los ou fazê-los sofrer, isso é muito cruel até para eles... Acredito que pedir desculpas não é o bastante, mas acho que você está feliz por eu ter tomado essa atitude. Antes de te conhecer eu era muito mau e impiedoso, pois a vida triste que tive em minha infância me transformou nisso. Mas ai você apareceu e transformou essas trevas dentro de mim em algo bom, iluminando minha vida com sua bondade e compaixão... Eu não quero que você morra... Não quero que mais ninguém próximo a mim morra. — Pela primeira e última vez eu vi o que mostrava o bem em seu coração... Ele chorou, uma lágrima escorreu de seus olhos mesmo que fraca dava para perceber a tristeza que ele sentia. Como eu queria acordar naquele momento e o abraçar, mas não conseguia, eu lá dentro de minha mente escutava às vezes a voz das pessoas, porém a dele eu consegui sugar a emoção que ele sentia no momento.

Ele não viu, mas Plushbear estava atrás dele sentado no sofá o observando e sorrindo. Fritz o matou e mesmo assim ele o perdoou e nunca perdeu as esperanças de ver o seu velho amigo feliz. A porta abriu e de lá entrou Henry que se surpreendeu com a presença e Fritz no quarto:

— O que você está fazendo aqui? — Perguntou Henry.

— Estou visitando seu irmão, faz muito tempo que não o vejo. — Henry olhou para Fritz com um olhar sério e frio como se ele sentisse desgosto de ver minha amizade com Fritz.

— Eu não sou assim como está pensando... Eu nunca quis ferir ninguém, se eu pudesse voltar no tempo e refazer meu passado eu faria com certeza absoluta. Seu irmão foi a única pessoa no mundo que me fez sorrir de novo depois de minha alma estar corrompida pela tristeza e solidão. Pelo menos deixe eu me despedir dele e nunca mais o incomodo... — Henry acenou a cabeça como um sim e Fritz foi até o sofá, pegou o Plushbear e colocou ao meu lado...

— Tenha fé garoto, você vai conseguir... Você tem a sorte de ter o Plushbear como amigo, ele é a figura pura da amizade... Adeus... — Fritz foi indo até a porta e Henry parou, pensou um pouco e falou:

— Fritz... — Fritz parou e olhou para ele já na porta. — Esquece... — Então ele foi indo embora e eu sei o que Henry iria falar... Henry iria avisá-lo que os animatrônics estão com defeito para ele tomar cuidado nessa noite, mas sua vontade de vingança misturado com uma maldade que chegou ao seu coração o impediu de avisá-lo e isso ocasionaria em um acidente trágico que ligaria à outros piores que estariam por vir...

Henry sentou ao meu lado na cama e ficou me observando com pouca fé de eu conseguir sobreviver...

...

Fritz entrou na pizzaria e ainda sentimental seguiu até a sala do segurança quieto e ofegante. Ele sentou na cadeira e começou a vigiar as câmeras como sempre fazia, anda triste e sozinho ele resolveu sair de sua sala e andar pelas salas já que quase não fazia isso.

— Por que Deus? Por que sempre que me aproximo de alguém algo me faz voltar a ficar sozinho novamente? — Ele foi até a Pirate Cove que ainda estava em construção e reparou que Foxy estava desligado, foi até o palco e todos os animatrônics estavam lá desligados... Um barulho bateu na porta da frente e ele foi até lá investigar...

— Isso nunca aconteceu... — Ele apontou a lanterna para fora da pizzaria por causa do breu que jazia na rua e nada foi visto de estranho. Ao se virar ele tomou um susto bem grande... O Freddy saiu de seu lugar e um barulho alto estava vindo da sala do segurança, ao ir lá correndo Freddy estava batendo com sua cabeça na mesa bem forte.

— Freddy, o que está fazendo? — Freddy se virou com os olhos totalmente negros e insandos e começou a se aproximar dele lentamente...

— Freddy espere! O que é isso? AAAHHH!...

...