Logo a noite veio me atormentar... Sinto em meu coração que estava quase no fim... Desde a primeira noite até aqui eu sentia a presença do Nightmare se aproximando cada vez mais e isso me causa arrepios.

Ele descobriu o que iria me aterrorizar e me fazer desistir, ele descobriu meu trauma. Despertei na escuridão de minha mente perturbada se nenhum raio de luz para me ajudar... Logo ele apareceu... Das sombras desesperadoras um raio de luz reconfortante surgiu me iluminando...

— Olá meu amigo... — Ele se apresentou com sua forma de Plushbear talvez por ser a que eu mais me acostumei.

— Oi... — O cumprimentei. Eu me aproximei dele e fiquei do seu lado tristonho como sempre fui.

— Não fique assim Carlos, você vai conseguir... Tenha fé, lembre-se que tudo isso é só um pesadelo e em breve você irá acordar. — Eu tinha fé, mas o que superava isso era o medo... Eu já tinha medo do Fredbear antes do acidente e agora que ele está muito mais assustador e principalmente perigoso, eu não sei se conseguiria vencê-lo.

— Essa noite eu estarei com você... Você não poderá me ver, porém estarei em sua mente, melhor, em seu coração te guiando para longe dessas trevas que querem te consumir... — Isso foi reconfortante, me deu mais esperanças de vencer o meu desafio que se aproxima a cada segundo. A escuridão começou a se aproximar de mim indicando que estava começando a noite e ao olhar para o lado eu vi que Plushbear não desapareceu como tradicionalmente fazia... Ele ficou ao meu lado até eu desmaiar...

...

— Não tenha medo Carlos, abra os olhos. — Plushbear estava em minha mente, abri os olhos e estava em minha cama como sempre acontecia. Levantei-me devagar e já de pé procurei a lanterna em baixo do travesseiro... Encontrei e logo liguei... Fui indo até a porta esquerda calmamente e sem pressa, mas observando tudo em volta...

Saí do quarto e fui em direção ao rol da escada...

— Não estou vendo nada, vou ligar a lanterna. — Eu não estava vendo o que havia em minha frente e enquanto ligava a lanterna eu acabei esbarrando na mesinha e o abajur caiu no chão.

— Droga! — Continuei andando em direção ao rol, já estava no final do corredor e de longe avistei o Plushtrap... Liguei a lanterna nele e ele falou:

— Já que conseguiu me vencer na noite passada eu irei dificultar um pouco... Agora será 30 segundos para me pegar. — Toda vez que eu ganhava ele mudava o tempo do jogo para eu perder... Isso é trapaça.

— Você não pode! — Falei.

— Eu criei o jogo, meu jogo minhas regras... Boa sorte! — O relógio começou a cronometrar os 30 segundos que tinham e Plushbear me avisou para ficar mais concentrado nele e não se preocupar com o tempo.

— Preciso me concentrar... — Fechei os olhos e me concentrei nele, imaginei uma imagem do corredor onde ficava Plushtrap e fazendo o que Plushbear me falou... Eu tirei minha preocupação do tempo restante e fiquei alerta.

— É verdade... Se eu me concentrar eu consigo ouvi-lo, eu escuto os barulhos dele se mexendo. — Ele parecia estar se levantando da cadeira bem devagar sem fazer barulho, mas foi em vão, ele enquanto descia deixou a cadeira ranger e eu ouvi.

— Mantenha os olhos fechados e se concentre... Confie em mim. — Falou Plushbear em minha mente. Não sabia quantos segundos faltavam por estar de olhos fechados e isso é que me deixava nervoso...

— Eu não sei se vou conseguir... Estou muito nervoso. — Falei à Plushbear. Realmente estava tenso por não conseguir ver o que se passava à minha frente, mas confiava nele então esse simples fator que me fortalecia.

— Não se preocupe eu vou te ajudar a passar essa noite, eu sei que o Fredbear ainda te assusta... Apenas confie em mim, eu serei seus olhos e ouvidos agora. — Ele sempre me dava forças, ele sempre era minha luz no fim do túnel desde o primeiro dia que o ganhei de Charles... Ele foi o meu melhor amigo que já tive em minha vida.

Ouvi algo... Era passos silenciosos e lentos vindo em minha direção. Plushtrap estava chegando, porém eu não sabia onde ele estava. Na hora que ia ligar a lanterna Plushbear falou para não ligar, pois Plushtrap não havia chegado no X ainda.

— Espere mais um pouco... Agora! — Liguei a lanterna na mesma hora que Plushbear falou e lá estava ele... Plushtrap estava no grande X com uma face confusa:

— Impossível! Como você conseguiu me vencer? Já chega!!! Esse é meu jogo e eu nunca perco! — Plushtrap pulou em cima de mim gritando com um grito distorcido e fino me assustando e me dando uma forte dor no peito:

— Esse será seu Game Over garoto! — Quando ele se aproximou para me morder, Plushbear apareceu em sua frente, mas não na sua forma de pelúcia... Ele parecia igual ao Plushtrap e o que diferenciava era sua cartola e gravata roxas e as orelhas redondas de urso:

— Você não pode tocá-lo... Lembre-se? Parece que infringiu sua regra de não machuca-lo... — Falou Plushbear.

— AAHH! Meu coração... Está doendo. — O bip do eletrocardiograma novamente surgiu indicando que estava tendo uma parada cardíaca. Minha visão embaçou muito e meu peito doía junto com os batimentos acelerados causado do susto que levei.

— Aguente Carlos! Você sabe que é forte você tem um dom de superar dificuldades como ninguém. Você sofria com seu irmão e os amigos dele, você sofreu o acidente e está aqui... Está aqui lutando por sua vida, você é mais corajoso que pensa. — Ao ouvir essas palavras e apoio, eu percebi que não poderia desistir tão fácil e que realmente eu sofri muito, no entanto sempre me levantei forte para enfrentar a vida como nunca.

Minha visão voltou e logo olhei para Plushtrap que estava virado de costas observando assustado a névoa que surgia no canto do corredor.

— É isso aí garoto... Levante-se novamente e nunca desista. — Me levantei realmente disposto a enfrentar o Nightmare Fredbear nessa noite e sair vitorioso.

Nightmare surgiu e pela primeira vez e com a iluminação que vinha da janela eu reparei que seu traje era completamente translúcido e conseguia ver seu endosqueleto.

— Você fracassou... Eu te dei a chance e você errou, errou feio. — Ele se aproximou de Plushtrap e com suas longas garras afiadas pegou o boneco e prestes a arrancar sua cabeça eu falei:

— Larga ele! — Nightmare olhou para mim, sorriu com aqueles dentes afiados e largou fazendo Plushtrap cair no chão que correu e se escondeu atrás de mim:

— Como quiser... Se você o quer então fique, mas lembre-se que ele é uma parte minha como todo esse lugar e sendo um Nightmare, ele está sobre meu comando. — Ele desapareceu e Plushtrap ficou olhando para mim enquanto tudo desaparecia completamente pela escuridão.

— A noite começou...

5ª Noite / 12 AM...

Despertei e reconheci logo o teto do meu quarto. Rapidamente levantei e procurei o Plushbear:

— Onde você está? — Comecei a ficar preocupado e nervoso, a tremedeira voltou e faltava pouco para as 12 AM. Um vento forte veio do corredor direito balançando tudo e fazendo a porta ranger. Resolvi ir até lá dar uma olhada, andei até a porta e chegando lá eu percebi que a janela estava aberta e o quadro presente na parede balançava furiosamente... Fui até a janela e reparei que estava chovendo, mas chovendo muito como uma tempestade. Primeiro eu estranhei, porém depois eu fiquei feliz por talvez a minha mente estar melhorando... Eu me apoiei na parede e subi na janela pondo minha cabeça para fora para tentar sentir a chuva, mesmo que sentisse o cheiro e ouvisse o barulho da chuva tocando o solo, os pingos batiam em meu rosto, mas eu não conseguia senti-los. Do lado de fora da janela mostrava um campo igual o que tinha ao lado de minha casa real significando que minha memória estava voltando ao normal.

— A sua mente está pregando peças com você... Está chovendo na vida real, mas não aqui. — Plushbear apareceu atrás de mim e quando o vi logo o abracei fortemente. Ele ficou feliz e eu também e para acabar com essa felicidade o relógio antigo presente na sala badalou suas doze vezes seguidas indicando a meia-noite...

— Vamos... Temos que voltar ao quarto e começar a noite. — Falou ele. A tempestade ficou mais forte e junto ao som das badaladas do relógio, o latidos dos cães e o vento, vinha uma série de trovoadas com raios cruzando o céu fazendo um barulho estrondoso me assustando e combinando ainda mais com o clima sinistro dessa quinta noite.

— Eu vou estar aqui com você quando precisar... — Peguei ele no colo e o coloquei em cima do meu ombro e incrivelmente ele segurou e não caiu de lá.

Fiquei bem no meio do quarto atento às portas e principalmente a cama, não sabia o que ia acontecer, mas sabia o que fazer caso ele aparecesse.

— Concentre-se... — Fechei meus olhos dando a ênfase a minha audição, de longe ouvi um ruído no corredor esquerdo. Esperei mais um pouco antes de ir lá para ter certeza que o barulho foi realmente no local.

— Foi lá sim! — Corri até a porta esquerda e liguei a lanterna... O Nightmare Fredbear estava no corredor e deu uma risada de leve para mim, fechei a porta e esperei uns segundos como fazia com os outros animatrônics. O medo me dominou novamente e comecei a tremer, no entanto Plushbear me acalmou um pouco... Ouvi outro barulho e vinha do corredor direito! Corri até lá e ainda tremendo liguei a lanterna na cara do Fredbear e fechei a porta.

— Não tenha medo, pense que tudo isso é só um pesadelo e em breve você irá acordar... — Respirei fundo e estava ficando calmo... Estava melhorando do medo e do nervosismo...

1 AM: O relógio badalou uma vez indicando a uma hora da madrugada. A tempestade continuava a tocar o terror naquela noite, risadas do Fredbear eram ouvidas como som de fundo deixando um cenário mórbido em um simples quarto de uma criança.

Ouvi algo atrás de mim mais precisamente na cama e ao me virar, eu não encontrei Mini-Freddy’s ou outra coisa parecida lá... Em cima da minha cama estava a cabeça do Nightmare Fredbear praticamente viva soltando um ruído estressante de se ouvir. Ao ligar a lanterna, a cabeça desapareceu e ao me virar reparei que novamente o Fredbear estava na porta direita.

— Então como não tem animatrônics ele está em todos os lugares... — Pensei e provavelmente ele está também no armário! Fui até o armário e realmente ele estava lá, se eu não tivesse pensado nisso, eu teria ido à porta direita e provavelmente estaria morto agora.

Ao ligar a luz no armário ele estava lá, mas não inteiro, só a sua cabeça como na cama. Fechei a porta do armário e depois de uns cinco ou seis segundos voltei ao centro do quarto concentrado nas portas...

Voltei ao centro e ouvi o barulho vindo de trás, a cama. Liguei logo a lanterna e a cabeça dele desapareceu enquanto observava o relógio nervoso com o pregresso da noite.

— Calma... Você precisa ficar mais calmo. — Falou Plushbear.

— Eu não consigo, sinto que cada hora que se passa a próxima será mais longa e isso está me deixando muito tenso. — Respondi.

— Não se preocupe com o tempo, ele é irrelevante nessa hora... Você deve se focar em sobreviver ao Fredbear e a propósito, ele está na sua porta esquerda... — Olhei para a porta esquerda e vi uma mão se aproximando do quarto e dois olhos vermelhos saindo das sombras... Rapidamente corri até lá, liguei a lanterna na cara dele e fechei a porta antes dele entrar no quarto...

2 AM: A tensão elevou a mil enquanto me escorava na porta impedindo o Nightmare Fredbear de entrar. Olhava a outra porta e vi... Ele se teletransportou para lá! Corri até a outra porta, liguei a lanterna nele e fechei a porta o trancando lá...

— Não pare! — Liguei a lanterna em direção da cama e o vi se esgueirando nela. Corri até lá e liguei a lanterna o fazendo desaparecer em fumaça. A tempestade estava mais forte ainda e os pingos de chuva batiam no telhado fazendo um barulho alto tirando a minha concentração... E isso era o que o Nightmare queria.

— Armário ou corredor direito? — Estava muito difícil de distinguir o barulho que ele fazia, não sabia onde Fredbear estava. Aproximei-me devagar à porta direita, mas sem desgrudar meus olhos do armário, quando cheguei mais perto da porta eu consegui ouvir mais atentamente e percebi que o som vinha do armário. Fui até lá ligando logo a lanterna na cara daquele monstro, fechando rapidamente a porta do armário e voltando ao centro do quarto.

— Não consigo... Estou sentido um cansaço que nunca senti nenhuma das noites, além disso, não consigo encarar muito tempo o Fredbear. Eu tento ser corajoso, mas não consigo olhar naqueles olhos vermelhos e brilhantes. — Eu tentava enfrentá-lo, porém eu sempre me lembrava da minha festa e do acidente, isso já virou um trauma.

Fui até a porta direita novamente e ele estava lá... Fechei a porta e esperei um tempo...

— Pelo menos eles não forçam a porta para entrar... — Fredbear começou a bater na porta para entrar e minha única opção era segurá-la. Ele empurrou a porta um pouco e conseguiu colocar sua mão dentro do quarto o facilitando empurrar a porta ainda mais.

— Plushbear! Ajude-me! Ele está entrando... — Plushbear desceu de minhas costas e ajudou a escorar a porta...

— Isso é o máximo que você pode fazer? — Perguntei, ele olhou para mim e falou:

— O que eu posso fazer? Essa é a única forma que tenho onde posso tocar objetos... — Não falei nada depois, por que não é? Ele está ajudando no seu jeito, a porta parou de se mexer e fiquei mais calmo... Ele deve ter desistido, mas agora onde ele foi parar?

3 AM: As risadas do Fredbear aumentaram e agora ocupavam uma boa parte do background, o relógio badalou três vezes e finalmente chegou a hora tensa, a hora morta.

—Falta pouco... Já estamos metade da madrugada. — Pensei, estava bastante otimista e esperançoso graças ao Plush. Ele é o único que consegue me acalmar nessas horas sombrias... Fredbear parou de apelar por um instante, o suficiente para eu respirar um pouco e aliviar a tensão... Mesmo parado eu ficava atento e sempre em alerta a qualquer coisa, aproveitei o momento para observar melhor meu quarto no pesadelo e reparei que tinha um brinquedo muito peculiar perto do closet... Ele era roxo, parecia sorrir, tinha olhos misteriosos e, sobretudo, um tipo de parte dourada no seu peito e isso me lembrava duma pessoa... Lembrava-me de...

— Fritz... — E para comprovar mais ainda a minha teoria, ao lado tinha um telefone de brinquedo roxo e o ventilador da Fredbear’s da mesma cor em cima da cômoda.

— Eu não tenho esses brinquedos e principalmente o ventilador... Isso significa que ele está em minha memória? — Perguntei ao Plushbear.

— Você ficou muito pouco tempo com Fritz, mas esse tempo que você ficou com ele foi o bastante para vocês criarem uma amizade. Você sente que Fritz é uma pessoa confiável então ele aqui se tornou algo que lhe diverte, no caso, um brinquedo. — Ouvi um barulho estranho na porta esquerda e corri até lá... Fredbear voltou à ativa e parecia bem irritado resultando em mais preocupações.

4 AM: Nada de normal nessa hora, Fredbear fazia normalmente os mesmos percursos toda vez... Senti que ele estava mais ativo depois das 3h, aquele tempo que ele ficou sem aparecer, com certeza não foi coincidência.

— Falta pouco! Acho que o relógio está mais rápido, ou estou ficando louco, mas acreditar que ele está passando rápido é uma boa opção... — Fui até a cama e liguei a lanterna na cabeça do Fredbear que repousava em minha cama...

— Cuidado, cada hora que passa o Nightmare fica mais nervoso e quer aumentar a dificuldade do Fredbear. — Falou Plushbear.

Fredbear desapareceu e eu me escorei na cama fatigado e sentia algo estranho em mim... Era como uma enorme dor de cabeça e uma pequena dor no peito.

5 AM: Finalmente! A alegria pulsava em meu coração por ter sobrevivido isso tudo.

— Se eu sobrevivi essas quatro horas, é óbvio que consigo sobreviver mais uma. — Sentia-me confiante, feliz, tinha esperanças de acabar essa noite e ir para próxima enfrentar o Nightmare de uma vez por todas e acordar desse pesadelo. Olhei o armário e Fredbear não estava lá... É estranho já que ouvi o seu barulho no local.

— Devo ter me enganado. — Ao voltar escutei um barulho na porta direita, olhei para o Plushbear, ele olhou de volta e acenou com a cabeça indicando um sim. Corri até lá e antes de ligar a lanterna ouvi se ele se denunciava, mas ao invés de um rangido ou alguma batida eu ouvi uma respiração e em seguida uma voz:

— Boo! — Fredbear com suas garras me segurou gritando aquele barulho assustador e distorcido como os outros animatrônics... Ele segurou meus braços e com seus dentes afiados e monstruosos preparou-se para morder minha cabeça outra vez...

— AAAHH! — Gritava com medo, o que precavi estava acontecendo e de uma maneira pior... Ainda berrando seu Jumpscare ele se aproximou de minha cabeça com suas presas assassinas e mais uma mordida entraria na minha vida se ele não tivesse feito aquilo... Plushbear subiu em cima do braço do Fredbear e entrou na frente da mordida.

— Não! — Fredbear o mordeu e me largou, na hora fiquei parado com a situação, não conseguia me mexer com o que acabei de ver...

Fredbear irritado pegou Plushbear e começou a rasgá-lo e arrancar seu estofamento de algodão. E ao terminar ainda o jogou no chão e pisou nele:

— Acabou garoto... — Ele veio se aproximando de mim e perto de me matar um som tocou fazendo meu coração parar por um instante. BLEM! O relógio badalou suas seis vezes indicando que o dia se iniciava.

— Não... Eu estava tão perto... — Ele evaporou em uma fumaça dourada e eu fui ver o Plushbear no chão... Ele estava lá... Todo destruído e sem nenhum sinal de vida. Ajoelhei-me e peguei ele nos braços o abraçando fortemente, comecei a chorar e as lágrimas escorreram no meu rosto caindo nele.

— Por que você não responde? Fala alguma coisa... — Tudo escureceu e a única coisa que prevalecia sobre as trevas era eu e ele...