Annie e Finnick - Até que a morte nos separe. escrita por Carmel Verona


Capítulo 24
O Massacre




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Todos estão em silêncio na mesa do café da manhã, o que me deixa tensa. Finnick come de tudo e bebe muito café enquanto Mags parece não se importar em apreciar seu croissant de chocolate durante toda a manhã. Eles parecem calmos, Finn sorri para mim de vez em quando, mas eu não consigo retribuir. Apenas beberico o meu café e ele não parece ser muito bem vindo em meu estômago.

Então a inevitável hora chega e todos se levantam, Mags e Finn se preparam para os jogos e eu me preparo para voltar para casa. No fim, Mags me dá um abraço apertado e um beijo na testa. Tenho vontade de ficar naquele abraço para sempre, um abraço carinhoso que me faz pensar em minha mãe.

– Obrigada - Sussurro em seu ouvido - Obrigada por tudo.

Minha antiga mentora se desfaz do abraço e sorri para mim.

– Cuide-se, Annie - Essas são suas últimas palavras para mim.

Elas fazem meus olhos se encherem de lágrimas, mas eu não permito que nenhuma delas escorra, então eu sorrio. Quero que lembre de mim sorrindo. Ela se dirige ao elevador e vai embora junto com Lavigne.

Finnick e eu ficamos sozinhos novamente e um sentimento de nostalgia e melancolia me preenchem. É parecido demais com o ano dos meus Jogos, por isso não sei como agir.

– Água - Finalmente digo, repetindo palavras que ele havia me dito há cinco anos - Ela sempre foi sua...

– Eu sei - Ele me interrompe e me puxa para um abraço - Eu vou voltar. Espere por mim em casa, eu volto para você.

Um enorme nó se forma em minha garganta e agora está ainda mais difícil lutar contra as lágrimas. Tenho vontade de espernear, de não deixar Finnick ir embora, de causar um tumulto aqui e impedir que ele faça isso, que ele vá para longe de mim, pois eu não posso perdê-lo de jeito nenhum. Mas eu não faço nada disso, porque sei que tudo seria em vão e eu tenho que ser forte por nós dois.

Ele se desfaz do nosso abraço, mas ainda fica perto de mim. Ele acaricia o meu rosto e eu aproveito ao máximo o seu toque carinhoso enquanto olho em seus infinitos olhos verdes.

– Vai ficar tudo bem, Annie.

Finnick me dá um último beijo e eu desejo que esse beijo seja infinito, que seus lábios macios toquem os meus para sempre, que eu possa sentir seu gosto doce e sua respiração.

Quando ele termina o beijo ele se afasta e vai para o elevador. Eu não olho para trás, fico com um vazio no peito e uma pequena esperança de tê-lo de volta em breve.

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Eu tento terminar de arrumar minha pequena mala o mais rápido possível, mas não consigo me concentrar e nada do que estou fazendo, pois estou muito nervosa e luto muito contra o vazio que sinto dentro de mim. Se ele vencer, não sei como vou lidar comigo mesma estando sozinha. Não tenho mais Mags ou Finnick para me ajudarem agora e pensar nisso só piora a situação. Estou perdida na Capital, aqui eu não conheço ninguém e ninguém sabe lidar comigo. Eu preciso voltar para casa logo!

Assim que termino minha mala, resolvo sair daquele maldito apartamento, mas então eu tenho uma surpresa. Uma surpresa nada agradável. Assim que piso na sala sinto meu corpo ficar imóvel e deixo minha mala escorregar da minha mão e cair no chão.

– Bom dia, Srta. Cresta.

O Presidente Snow está em pé me esperando. Ele sorri para mim quando percebe que eu estou chocada com a sua presença e eu sinto meu estômago dar voltas.

– A Srta. não estava planejando voltar para o Distrito Quatro, estava? - Ouço uma certa ironia em sua voz que faz o meu sangue gelar em minhas veias - Uma mentora não pode abandonar seus tributos assim que os Jogos começam.

– E-eu não sou... - Eu tento dizer, mas minhas palavras ficam emboladas.

– Não se preocupe - Ele sorri e eu posso jurar que vejo sangue em seus dentes - Eu te ajudo a encontrar patrocinadores.

Patrocinadores? Isso significa ir a eventos sociais e encontrar pessoas que estão envolvidas nos Jogos, envolvidas com o maior medo da minha vida, com a coisa que acabou comigo e continua tirando tudo de mim.

– Eu prometi que iria voltar...

– Srta. Cresta,eu permiti que você viesse com a condição de que fosse mentora desse ano - Ele diz e vai se dirigindo até a saída - Além do mais, você não quer deixar seu amado Finnick sozinho nesse Jogo. Ou quer?

Ele deixa a pergunta no ar e finalmente sai do quarto andar. É nessa hora que minhas pernas parecem não aguentar o peso do meu corpo e eu desabo no chão como se minhas pernas fossem feitas de gelatina.

A Tevê da sala liga automaticamente e eu vejo que os Jogos ainda estão começando. Uma voz anuncia o começo dos Massacre Quaternário e eu levo as mãos aos ouvidos como se pudesse bloquear tudo aquilo. Eu não quero ficar aqui, não quero ver os Jogos, não quero ter que passar por isso de novo, mas eu não tenho outra opção. Aperto ainda mais a minha cabeça e começo a chorar, cansada de tanto lutar contra lágrimas que estão desesperadas para saírem. Eu nunca deveria ter vindo.


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