Mandamentos de Kentin: como conquistar uma garota escrita por Brenda


Capítulo 9
Mandamento 9


Notas iniciais do capítulo

Simplesmente não deu para encarar esse capítulo como um só mandamento, sério. E cara, muita brisa esse cap. Aliás, acho que quase todos acertaram pelo menos uma parte da teoria. Por outro lado, acho que ninguém acertou totalmente quem eram os beijadores, ou a teoria completa...agr estou confusa.
Só avisando que o próximo capítulo não vai ser o último, pq ainda pretendo postar uma dica extra de conquista. Então, é isso. Boa leitura



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Mandamento 9, parte 1: investigue qualquer fato que achar errado.

Se eu falar que esqueci dos acontecimentos do baile vou estar mentindo. Mentindo muito. A frase "não beijei nenhum desconhecido" ficou gravada em minha cabeça por diversos dias. Assim como nosso selinho e assim como a espremida que lhe dei no armário. Várias teorias foram criadas, mas nenhuma fazia sentido, porque: 1- a garota se parecia com Lynn, não parecia? Tinha cabelos castanhos e tudo. Certo, sei que muitas outras garotas possuem cabelos castanhos, mas não são iguais os de Lynn. 2- Ela disse "Ken", só pode ser uma conhecida com intimidade. E tá, também sei que Lynn parou de me chamar por esse apelido há muito tempo, mas...hã, não tenho uma explicação lógica para isso.

Outra coisa me incomodava: a misteriosa que beijei. Jurei que não ia tentar encontrá-la, mas agora parece que a história mudou e que tem alguma peça não se encaixando no quebra cabeça. E o misterioso que beijou a garota que julguei ser Lynn, quem poderia ser? Faz sentido descobrir quem ele é primeiro, não faz? Não sei, e por isso resolvi pedir ajuda.

— Você quer o quê? — disse Rosa, gargalhando, ela nunca levava meus problemas a sério.

— Você entendeu, não me faça responder em voz alta.

Ela respirou fundo muitas vezes antes de conseguir falar novamente.

— Me poupe, Kentin. Você está parecendo um maluco obsessivo, deixa a Lynn beijar em paz já que você não o fez.

Rosalya fala como se a culpa fosse minha, provavelmente não conhece a história do coelho que a amiga colocou na frente do nosso beijo. Bravo, resolvi desistir da ideia. Virei as costas e comecei andar. De tantas pessoas para pedir ajuda fui procurar logo Rosa?

— Hey, espere — ela correu atrás de mim e começou a caminhar ao meu lado.— Posso tentar ajudar. Ou melhor, sei de alguém que pode nos ajudar a descobrir tudo isso.

Franzi o cenho, levemente desconfiado. Algo me dizia que esse "alguém" não era uma boa pessoa.

— Peggy — disse Rosa, confirmando minhas suspeitas.

Eu a olhei assutado, como se a ideia fosse absurda. Porque a ideia era mesmo absurda.

— Você só pode estar louca.

— Não seja dramático, Kentinho.

— Não me chame assim — retruquei.

— Esqueci que é o apelido para os muitos íntimos, tipo o Alexy — Rosa riu com malícia. Senti meu rosto corar.— Mas sério, quer descobrir tudo ou não?

Parei de andar e olhei para a sala onde Peggy costumava editar seus textos antes de publicá-los. Sei que pode parecer estranho, mas a porta da sala me chamava de forma sedutora.

— Não tem alternativa melhor? — insisti.

— Não.
– - -
Parte 2: Conte com ajuda das ferramentas e pessoas que for necessário.

— Hum...então você admite gostar dela? — perguntou Peggy, pela milésima vez. Segurava o gravador perto dos meus lábios, só esperando uma confissão.

— Não estou admitindo nada. É apenas curiosidade...— menti.

— Sei.

— Se não for nos ajudar, avisa logo, pois temos fontes melhor para visitar — comentou Rosalya. Tanto eu como Peggy a olhamos assustados.

— Mas você disse que nã...— comecei a falar, mas Rosa me deu um beliscão. Um belo beliscão, aliás.— Oh, é...outras fontes, temos mesmo outras fontes.
Peggy pareceu extremamente ofendida em saber que podia existir pessoas melhores que ela no requisito fofocas. Ergueu a cabeça, orgulhosa e anunciou:

— Ok, já sei por onde começar.

Ela caminhou até uma mesa vazia onde estava posicionada sua bolsa. Eu e minha colega ao lado trocamos olhares desconfiados. Segundos depois Peggy voltou com um CD em mãos e um notebook. Ela jogou seus cabelos curtos para trás, num gesto convencido. Revirei os olhos e a observei colocar o CD no notebook.

— Ia usar esse vídeo para uma edição especial do jornal de começo de ano letivo, mas não temos outra alternativa.

O vídeo começou a rolar: primeiro veio imagens de pessoas dançando, fazia zoom em alguns rosto que eu conhecia.

— Só tem as partes que achei mais interessante e tem, obviamente, um zoom para tentar identificar as pessoas. É complicado, mas jé decorei os defeitos de todos e...

— Espera, você filmou a festa escondido? — interrompi, boquiaberto.— Mas não vi ninguém com câmeras.
Peggy riu.

— Bobinho, elas estavam no alto.

— Hey, isso é muito errado! — me levantei e no mesmo momento levei outro beliscão de Rosa. Voltei me sentar, irritado. Não acredito que minha melhor opção é aquela bisbilhoteira.

O vídeo continuava rolando, a cena mostrava um Armin colocando escondido vários biscoitos no bolso. Esse é meu garoto! Uma menina com vestido roxo se aproximou e dançou na sua frente, mas Armin só tinha atenção para a mesa de comida. Retiro o que disse sobre ser meu garoto. Depois vinha uma garotinha loira, vestia um vestido verdadeiramente medieval, ao seu lado um mascarado com roupas vitorianas tentava afastá-la; ela continuava tentando o agarrar. Peggy parou o vídeo.

— Nina! — Rosalya bufou ao meu lado.— Pobre Lys-fofo.

— Exatamente, Lysandre e a pestinha que o segue — Peggy me olhou com malícia.— Mesmo não estando feliz com a presença dela, os dois ficaram juntos o baile todo. Sabe que o que isso quer dizer?

Pensei e sabia: posso riscar Lysandre da lista. Nina não deixaria ele sair de perto, muito menos beijar alguém. O vídeo continuou, uma loira apareceu, dançando com um ser que pouco se mexia. Ele era moreno, alto e parecia constrangido com a dança da loira. Oh, não era Castiel. Ambre estava dançando com alguém que não era Castiel! Será essa a alma bondosa que resolveu amá-la? Aquilo queria dizer que posso riscar ela da lista. O próximo a aparecer foi um sorridente Alexy, ele saiu do banheiro masculino arrumando sua gravata e os botões da camiseta. Hã...porque ele tirou a roupa apenas para usar um vaso sanitário? Rosa gargalhou ao meu lado. O vídeo segue e eu apareci nele, dançando com a encapuzada. Peggy deu zoom, mas nada aparecia senão o que já vi na festa. Seguindo mais, a suposta Lynn apareceu. Peggy deu zoom e parou.

— Fiquei intrigada com essa pessoa. Parece com a sonsa da Lynn, mas ela não é tão esperta quando essa garota.

O vídeo seguiu com a Lynn dançando com vários caras diferentes, até chegar no desconhecido que ela parece ter gostado bastante. Peggy voltou a imagem para mim, eu continuava dançando, até que parei, minha parceira saiu e vi acontecer tudo o que já tinha visto antes. Mas o que me assustou naquele momento foi as cenas que vi depois: a falsa Lynn arrancou um tipo de acessório do cabelo e foi aí que apareceu a minha dançarina novamente, me procurando. Lynn foi até ela, as duas pararam uma de frente a outra, e então Peggy deu zoo. E ali estava a Lynn que não era Lynn com cabelos azuis escuros e cheios de presilhas. A bela garota era na verdade Lety.
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Parte 3: admire seu erro — ou sua certeza caso não seja um palerma como eu.

— Como vê, essa não é Lynn — comentou Rosa, vitoriosa.

— Lety! — gritei. — Mas para que raios ela estava usando uma peruca de cabelos castanhos?

A câmara de Peggy era certeira e seguiu o mascarado que acabara de beijar Lety, ela deu pausa e zoom. Um loiro, grande e sorrindente apareceu. Meu pulso se fechou automaticamente, mas meu cérebro se libertou de todo pavor que senti na noite da festa.

— Dake e Lety! — comecei a gargalhar. Rosa e Peggy me olharam como se estivesse louco, mas logo Rosa se arrumou na cadeira, assustada.

— Lety não é aquela amiga que Lynn falou que ficou a fim do Dake? — confirmei com a cabeça, ainda sem ar.— Não me diga que ela não estava tentando ficar parecida com Lynn só para ficar com ele.

Confirmei com a cabeça. Aquilo era de um absurdo tão grande que não sabia como aguentar. Bati minha cabeça na mesa por sentir tanta vergonha alheia.

— Oh, isso é uma matéria e tanto — Peggy tirou um caderninho do bolso e começou a escrever.

O vídeo voltou a rolar, voltando para minha mascarada misteriosa, ela saiu correndo porta à fora. Depois disso não deu para ver mais nada, pois as câmeras de Peggy não foram colocadas lá fora. Mas já sabemos o que aconteceu, não é?

— Lety sabe de seus sentimentos por Lynn, ela deve ter explicado tudo à mascarada. Isso explica muitas coisas, não?

Respirei aliviado e culpado também. Tinha sido injusto com Lynn. Mas também, por que raios a Lety não poderia se comportar como uma pessoa normal? Francamente, não era preciso todo esse esforço para conquistar o Dake, afinal, Dake é Dake — se é que me entendem. Isso explica o apelido que ela me chamou. Bati minha cabeça novamente na mesa.

— Mas ainda não entendi uma coisa: quem é a mascarada que dançou comigo? E onde Lynn estava durante o baile? E o Castiel e o Nathaniel? Eles não apareceram em momento nenhum do vídeo.

Rosa sorriu e respondeu:

— Só sei que deve desculpas a alguém.


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Notas finais do capítulo

É isso, esse capitulo foi meio estranho pra mim por não ter a Lynn e tal. Sim, senti saudades da lerdinha.