Mandamentos de Kentin: como conquistar uma garota escrita por Brenda


Capítulo 7
Mandamento 7


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, quero dar milhões de obrigadas e infinitos chocolates para a Talee e a Juh, essas lindas, pelas lindas recomendações. Nem sabem como me deixaram feliz.
Ia postar esse capítulo só amanhã, mas quem disse que aguentei? Não aguentei.
PREPAREM QUE OS PRÓXIMOS CAPS VÃO PARECER NOVELA MEXICANA q Tá, nem tanto, mas se tem algo que gosto é de drama, então preparem a música deprê. Tá, nem tanto.
Gente, to morrendo, já é o 7º mandamento, socorro.



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Mandamento 7: Em sua jornada de conquista, ao menos uma vez sentirá vontade de desistir. E tudo bem se isso acontecer.

O ano passou rápido em Sweet Amoris, o que era bom e também não. Um ano e eu não consegui avançar muito em minha missão. O legal era que agora faltava pouco para terminar os estudos. Mas, não pense que eu estava desesperado, pois eu não estava. Afinal, não sou nenhum tarado como certas pessoas aí (podem entender isso como indireta se quiserem) que precisam urgentemente se atracar com alguém.

Mas, meu caro, chega uma hora em que você para pra fazer uma analise de sua vida, e nisso, acaba percebendo que, novamente, não está fazendo a coisa certa. E foi assim que comecei a desenvolver pensamentos negativos. Um ano tinha se passado e Lynn parecia a mesma comigo, apesar de tudo o que passamos juntos até ali. Um ano fazendo de tudo por ela, sem nenhum sinal de correspondência. Um ano engolindo meu ciúmes, vendo Lynn tratar todos aqueles garotos de forma igual. E se você nunca passou por um amor não correspondido, nunca vai entender o que é esperar uma pessoa que nunca chegará. Estou esperando Lynn desde que era um pinguinho de gente. E isso cansa.

– - -

Boris, para comemorar o fim do ano letivo, inventou de fazer uma festa. Não qualquer festa, mas sim, um baile de máscara, daquelas à moda antiga, com direito de esconder a identidade e tudo. Uma boa forma de ter uma noite sem ser você mesmo e sem ninguém saber quem você é, a menos que quisesse ser revelado. Todos se animaram com a ideia e quando percebi só se falava nisso. Foi marcada para uma semana após o término das aulas e tudo já estava certo: roupas, horário, dia, músicas a tocar, decoração. Tudo feito com a ajuda dos alunos, principalmente de Lynn, Rosa e Alexy. Novamente, minha vontade de ir era mínima, mas eu iria e vocês sabem o principal motivo.

A semana que antecedeu a festa não falei com Lynn, só mantive contado com Alexy e Armin. Fiquei um pouco decepcionado por ela não ter me procurado também, mas imaginei que estivesse ocupada ou viajando com a família.

Quando o dia finalmente chegou, me senti ansioso; vesti um terno preto qualquer e uma máscara da mesma cor. O espelho refletia a imagem de um cara elegante e confiante, e tenho que admitir que gostei do visual. Alexy e Armin não estavam muito diferentes de mim, nem de nenhum outro garoto do lugar. Por falar nisso...o ginásio estava irreconhecível. Lonas pretas foram colocadas ao redor, para que a luz noturna não pudesse entrar, alguns candelabros e tochas davam ao local um ar de mistério. Para melhorar a situação, as pessoas também estavam irreconhecíveis. Principalmente as garotas, que usavam longos e volumosos vestidos; era uma imagem bonita de se ver, e por isso, fiquei parado por um tempo sem saber o que fazer exatamente. Só sabia que queria achar Lynn o mais rápido possível.

Alguém nos chamou numa mesa: Rosalya, que só reconheci pelos cabelos chamativos e cor de prata. Usava máscara e vestido vermelho, com um grande decote na frente. Um mascarado estava ao seu lado, provavelmente Leigh. Com àquela máscara parecia ainda mais misterioso.

— Nada mal vocês — comentou ela, apesar de não ver seu rosto, sabia exatamente qual expressão se passava ali.

— Qual é, estamos todos iguais! — respondeu Armin, se jogando na cadeira.— Afinal, qual a graça disso? Bom, tem comida grátis, mas fora isso...

— Argh — gemeu Alexy, dando um tapa na cabeça do irmão.

— Já que estou aqui mesmo, vou procurar alguma bebida — anunciou o outro, após retribuir o tapa.

— Viram Lynn por aí, ou algum outro conhecido? — Perguntei. A verdade é que pouco me importava outros conhecidos.

— Não — responderam em coro.

E assim, também saí da mesa. Comecei a procurá-la de todos os lados, mas não era fácil no meio de tantas pessoas parecidas e coladas umas nas outras. Por fim, cedi e me encostei na parede, chateado. Uma garota de vestido verde musgo apareceu, vestia também um capuz, impedindo de a reconhecer pelos cabelos.

— Quer dançar? — perguntou. A voz era familiar, mas não sabia exatamente de quem era. Bom, não era Lynn e isso já não me animava.

— Hã...o-ok — gaguejei.

Estava bem desconfiado e também assustado com o pedido repentino.

Nos encaminhamos até a pista, minha curiosidade estava quase fazendo com que arrancasse o capuz, mas me detive. Aquilo não era noite de pensar muito, apenas curtir. Para minha surpresa, a desconhecida mandava bem; se movia com leveza e maestria, como se fizesse aquilo todos os dias. Seu vestido balançava bastante e algumas vezes acabei pisando nele sem querer. Não pude evitar de corar, eu era péssimo com danças.

— Não vai me dizer quem é? — perguntei, já sabe da resposta.

— Mas é claro... Que não! — ela sorriu, e mesmo não a vendo e reconhecendo, tinha a leve impressão que deveria ter uma bela garota ali.

Passo vai, passo vem e acabei me acostumando com a misteriosa, ela permanecia calada a dança inteira. Mas, quando estava começando a esquecer da minha missão de achar Lynn, alguém na pista chamou minha atenção. Uma garota de coque nos cabelos castanhos, seu vestido era quase branco, com muita renda e volume...simplesmente linda. Só podia ser Lynn, eu a reconheceria mesmo vestida de palhaça! Acabei pisando no pé da minha parceira.

— Desculpe, estou um pouco cansado.

— Tudo bem vou beber alguma coisa — seu tom de voz tinha irritação, o que me deixou com sensação de culpa.

Ela saiu e eu continuei parado olhando Lynn. Ela dançava com alguém, um mascarado, que infelizmente, não pude ver mais detalhes senão o terno preto igual ao de todos. Ambos pareciam animados, meu ciúmes foi inevitável. Cheguei mais perto, abrindo caminho entre os casais. E, quando estava quase chegando, a cena que vi me paralisou. O homem tocou o rosto de Lynn, o segurando de forma terna...e então, eles se beijaram. Não, não foi um beijo bobo, mas um beijo digno de um baile, ou de um filme romântico. Pode escolher o melhor termo para você.

Minha cabeça parece ter parado de funcionar enquanto eles beijavam, o que deve ter durado menos de um minuto e que pareceu uma eternidade para mim. Após isso, o mascarado se retirou, sem mais e nem menos, deixando a garota parada. Foi então que Lynn se virou para o lado, me viu e e nossos olhos se encontraram. Ela sabia que era eu, me reconheceria até mesmo de palhaço.

— Ken! — gritou para superar o som da música.

Minha vontade era de gritar de voltar: "Já disse para n-ã-o me chamar de Ken!" Mas isso é um efeito normal da raiva, por isso, permaneci calado. Meu coração foi partido ali e a não ser palavrões, minha mente não conseguia pensar em mais nada. Naquele momento, abaixei a cabeça e saí.

Me amaldiçoei por estar naquela festa e me amaldiçoei por gostar tanto de Lynn. Não sabia descrever direito meus sentimentos, mas era como se uma música triste de algum cantor depressivo e a cena do beijo se repetissem em minha cabeça. E então, percebi que ela já tinha beijado o Dake antes, sem conhecê-lo bem, e que agora beijou outro cara sem saber se o conhecia. Tem algo errado nisso, pois ela já me conhecia há anos e nunca me beijou. Tinha algo muito errado nisso.

— Hey, espere! — gritou uma voz atrás de mim. Já estava do lado de fora do ginásio e a não ser o pouco da luz que vinha de dentro da festa, tudo permanecia escuro e estranho. Parei, pois era a dançarina de capuz.— Acho que isso te fará sentir melhor depois do fora que levou.

E, sem aviso prévio, a garota me beijou. Não um beijo qualquer também, mas um beijo digno de baile. Suas mãos foram até meu pescoço, fazendo carinho no local, as minhas logo estavam em sua cintura. Quando vi, já estávamos colados um no outro. A dançarina movia os lábios com agilidade enquanto sua língua brincava com a minha de forma quase selvagem. Quando nos separamos, ela estava ofegante e eu confuso, bem confuso mesmo, mas mesmo assim sussurrou em meu ouvido:

— Foi um prazer dançar com você, Kentin.

— Como sabe meu nome? — perguntei em vão.

Ela se foi sem dizer mais nada. Sem tchau, sem se revelar. Sem ao menos me explicar como me conhecia. Quem seria a mascarada? Ambre, talvez? Uma amiga que sabia meus sentimentos por Lynn e resolveu me animar? Lety? Isso parece o tipo de coisa que ela faria. Ou uma maluca qualquer? Alguém que sempre me paquerou e nunca percebi por só ter olhos para Lynn? Algo me dizia que eu nunca descobriria. E se descobrisse, bom, seria melhor deixar para lá.

Balancei a cabeça e tentei organizar meus pensamentos, era muita coisa para absorver numa noite só.

– - -

E foi assim que desisti de Lynn, num lindo baile de máscara, beijando uma maluca qualquer. Uma maluca que cá entre nós, impediu da minha noite ser somente um desastre. Mas relaxa, esse não é o fim dos mandamentos.


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Notas finais do capítulo

Aiai, Kentin e Lynn...bobinhos. Mas e aí? Quem são os mascarados beijadores? TANTANTAN.