Uma semana para o fim do mundo escrita por Ayla


Capítulo 9
Primeiro dia de treinamento


Notas iniciais do capítulo

Oláá povo, como vão vocês? Eu vou estressada, trabalhar está me matando.
Esse capitulo está grandinhoo o/ espero que gostem e obrigada pelos comentários!
Desculpe pelos erros, eu juro que reviso antes de postar, mas alguns passam despercebidos.
Boa Leitura!



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– Aah! descobri o que aconteceu com Kiba, Sasuke me disse.

–O que aconteceu? _ Temari perguntou curiosa, ela geralmente não se empolgava com os assuntos de Sakura, mas agora era diferente. E todos nós queríamos saber.

–Sasuke disse que a mãe do Kiba o encontrou na porta de casa desmaiado e tooodo machucado. Ele ta no hospital internado, não está em estado grave, mas tá com uma perna, um braço, o nariz e duas costelas quebrados.

–Meu Deuus! _ Temari disse de boca aberta, Hinata tapava a boca com as duas mãos, eu e Shikamaru erguemos as sobrancelhas. Ele pagou por tudo que fez e mais um pouco.

Fizemos alguns comentários sobre Kiba e Sakura não parava de olhar para Sasuke. Neji e Shino foram até ele para falar de algo, mas Sasuke fez que não com a cabeça, depois de um tempo os dois foram para longe e Sasuke continuou sozinho. Sakura percebeu que eu estava olhando.

–Ele disse que iria mudar e que ira se afastar de Neji e os outros. _ Sakura explicou olhando para mim. Temari riu.

–Ele tem tanto medo do meu irmão assim? Tanto medo que resolveu mudar de uma hora pra outra?

–Não! Ele mudou mesmo. _ Eu falei. _ E tenho motivos pra acreditar nisso. Sei que parece meio absurdo, mas o que acham de chamarmos Sasuke pra ficar aqui com a gente hoje? _ Perguntei e recebi olhares de todos.

É lógico que é um absurdo, isso também me incomoda. Mas também me incomoda o fato de vê-lo sozinho, eu sei como isso é ruim. Agora que o Maufis saiu de perto dele, Sasuke está tendo um choque de personalidade. Ele sabe de tudo o que ele fez e deve se arrepender de boa parte. Ele devia estar em um mau momento quando aquele Maufis se encostou nele e depois ficou forçando energia e pensamentos negativos pra cabeça de Sasuke. O fato é, temos que fazê-lo melhorar, se não, o encosto voltará e aproveitara os sentimentos ruins em Sasuke pra se encostar novamente, ou até mesmo se apossar do corpo dele.

–Que? _ Temari perguntou unindo as sobrancelhas. _ Você pretende chamar aquele cara pra ficar com a gente? Já se esqueceu de tudo o que ele fez a você?

–Eu confio no Naruto. _ Shikamaru disse, ele sabe de muita coisa sobre mim, acho que é por isso que confia em mim até de olhos fechados e ele tenho certeza que ele notou que o Maufis que o seguia, não está mais com ele.

–T-também confio no Naruto-kun. _ Hinata falou tímida. Eu sorri pra ela.

–Ok, se querem chamá-lo, chamem, mas na hora em que ele resolver dar porrada em vocês, não vou deixar meus irmãos se meterem novamente. _ Ela cruzou os braços claramente aborrecida.

–Temari, se não quiser, não chamaremos. Também não vamos força-la a nada. _ Shikamaru disse para tentar alcalmá-la. Dava pra ver que Sakura esperava ansiosa a nossa decisão, ela nem precisava expor a opinião dela, todos sabiam o que ela queria.

–Não tudo bem, agora eu quero ver essa história bem de pertinho. E também, talvez ele nem aceite.

–Talvez aceite sim, ele disse que quer mudar, e será Sakura quem estará o chamando. Ele se sente mal pelo o que aconteceu com Sakura e talvez faça tudo o que ela pedir, na esperança de se redimir. _ Shikamaru expressou seu pensamento, é... talvez ele esteja certo.

–Então posso chamá-lo? _ Sakura sorriu. _ Olhei pra Temari e ela assentiu, Shikamaru e Hinata fizeram o mesmo.

–Pode. _ Respondi e ela saiu correndo na direção dele.

Olhando de longe pudemos ver Sakura se inclinando um pouco perto dele e por uma das mãos no ombro do Uchiha, ele levantou a cabeça para olha-la. Notamos que ele parecia pensativo e Temari apostou com a gente que ele não viria. Sasuke olhou em nossa direção e eu acenei de volta. Tudo bem que eu não ia me sentir muito a vontade perto dele, mas acredito que valha a pena o esforço. Ele se levantou e seguiu Sakura até nós.

–Há, perdeu Temari! _ Eu disse a ela antes deles chegarem. Temari fez uma careta pra mim e não disse mais nada.

–Yo, Sasuke. _ Eu disse e acenei. Hinata, Shikamaru e Temari acenaram também. Dava pra sentir que todos estavam desconfortáveis com a situação.

–Yo, minna. Eu... queria pedir...

–Sem essa. _ Eu disse o cortando. _ Esquece isso, foram muitas discussões e xingamentos partindo dos dois lados.

–Mesmo assim, devo pedir desculpas por sempre pegar no seu pé. _ Ele disse e eu assenti. _ Mas... você... não pode fazer o que os boatos dizem... pode?

Eu ri, mas agora estou em dúvida em o que responder, até ontem eu não podia fazer nada, hoje eu descobri que posso até matar uma pessoa. Pensando bem, ainda não sei como se faz isso, então tecnicamente eu não posso fazer, certo?

–Não, não posso fazer essas coisas. _ Eu o respondi.

–Sasuke, se ele fosse capaz de fazer essas coisas, não acha que ele já teria feito com você? Afinal, você sempre implicou com ele. _ Temari disse séria, Sasuke olhou para baixo.

–Não liga não, ela é assim até com a gente. _ Shikamaru disse tentando aliviar a tensão.

–Mas até que o que ela disse faz sentido. _ Sasuke completou e olhou para Sakura, ela não estava abraçada a ele e parecia feliz pela mudança do Uchiha. Ele olhava diretamente pro pescoço dela, se prestasse atenção, seria capaz de vez as marcas por debaixo de toda aquela maquiagem.

Ficou um silêncio chato entre nós, puxei um assunto qualquer sobre um seriado de TV e conforme íamos conversando, descobrimos que Sasuke tinha praticamente os mesmos gostos que Shikamaru e eu. Tanto pra programa de TV, quanto pra música e essas coisas. Aos poucos todos nós parecíamos mais a vontade um na presença do outro e até Temari desamarrou a cara e entrou no assunto. O sinal tocou, e quando todos nós resolvemos voltar pra sala de aula e começamos a nos levantar, Tayuya do segundo ano, veio até nós.

–O que vocês _ Ela disse apontando para Sakura e Sasuke. _ Estão fazendo com eles? _ Depois apontou para nós quatro.

–As pessoas não são o que nós pensamos ser. _ Sasuke disse sério com as mãos enfiadas nos bolsos da calça. Ele disse tudo, mas ainda não disse nada. Ela continuou olhando.

–Bom... que seja. _ Disse dando de ombros. _ Eu estava falando com Kankuro e os outros. _ Ela disse se referindo ao grupo que andava com Kankuro. _ Ah, você é a irmã dele, não é? _ Tayuya olhou para Temari e ela assentiu. _ Ual, você é muito linda.

–Obrigada, vai logo a noticia, por favor. _ Temari disse impaciente.

–Ah... é que, eles combinaram agora durante a aula, e já estão convidando o povo durante o intervalo. Ai eu só estou informando o pessoal. _ Tayuya disse e ficou nos olhando, ela podia pelo menos falar tudo, e não só partes.

–Combinaram o que? _ Shikamaru perguntou.

–Ah é! _ Ela riu. _ É que eu sou meio atrapalhada com essas coisas. _ Uma festa à fantasia na casa deles daqui a duas semanas. Vai cair num sábado. Vai ser pago e a entrada é de 15 reais por pessoa. Ou 20 reais o casal. _ Ela disse sorrindo. _ Pagando na hora fica mais caro né.

Olhei pros meus amigos, Shikamaru e eu nunca fomos muito de sair, Hinata parecia não curtir esse tipo de coisa, Temari parecia pensar na possibilidade de ir, até por que é na casa dela. Sakura parecia animada e Sasuke estava com a mesma cara de antes.

–Obrigada por nos avisar Tay-san. _ Sakura disse sorrindo, e logo depois a menina saiu, a rosada se virou pra nós animada. _ Vamos todos!?

–Nem pensar. _ Shikamaru falou andando em direção à sala de aula.

–Claro que vai, Shikamaru! _ Temari disse andando ao lado dele. O Nara a olhou sério, com cara de quem não estava gostando.

–Não sei se vou. _ Sasuke falou seguindo o Nara e a loira de quatro coques. Sakura o seguiu falando algo, provavelmente implorando para que fosse.

Só agora me dei conta que essa festa vai ocorrer daqui a duas semanas, e em 2 ou 3 dias, a cidade estará cheia de Maufis. Se sobrar algo da cidade, ou alguém para ir nessa festa, até que vai ser legal, eu acho.

–V-você vai? _ Hinata perguntou andando ao meu lado de volta a sala de aula.

–Não sei. Acho que sim, talvez se todos forem... E se você quiser ir também, lógico.

–Eu vou se você quiser ir, Naruto-kun. _ Ela estava vermelha, só agora notei que não estávamos nos tocando, rapidamente acabei com o espaço entre nós e a abracei pelo ombro a puxando pra perto.

–E você gosta de festas assim? _ Perguntei entretido com a reação que ela teve assim que eu a abracei.

–B-bom... eu fui a uma uns dois anos atrás com uma amiga da minha escola. Mas não gostei muito, quando chegamos lá, ela me deixou sozinha e ficou com o namorado. Então eu fui embora cedo.

–Huum... mas eu não vou te deixar sozinha. _ Eu sorri e beijei a bochecha rosada de vergonha. Ela é uma fofa.

Ainda não sei o que está acontecendo entre nós. Nós estamos ficando, se pegando, namorando ou só enrolados? Nem sei direito a diferença entre eles. Só sei que namorar é uma coisa mais séria. Mas eu não a pedi em namoro e também não tenho certeza dos meus sentimentos, só sei que estou gostando muito de tudo isso.Talvez eu só esteja animado por finalmente estar ficando com uma garota, ou talvez eu goste mesmo da Hina.

–----------//-----------

Saímos cedo por conta da professora do ultimo tempo ter adiantado aula para a gente. Ficamos na escola conversando e resolvemos almoçar todos na escola e depois seguimos direto pra minha casa. Jiraya se assustou a ver todos lá, ele não está acostumado a me ver recebendo visita. Perguntou se queríamos algo para beber ou comer, todos negaram. Os três se sentaram na minha cama e eu peguei a cadeira da minha escrivaninha pra me sentar de frente a eles.

Comecei do início, falando sobre quando os espíritos começaram a aparecer aos montes no meu quarto e o motivo, falei porque eu havia decidido ajuda-los e o porquê de ter desistido. Contei sobre o que Sawa e os outros espíritos me disseram na escola, sobre eu ser capaz de fazer aquelas coisas todas. E embora Nagato tenha me pedido pra guardar segredo sobre o que ele é capaz de fazer, eu contei a eles também, eu confio nos meus amigos e pedi para que não contassem a ninguém, contei também que Nagato é meu primo.

Quando terminei de contar tudo, eles ficaram abismados, ficou um longo tempo de puro silêncio. Cada um pensando no que dizer, inclusive eu. Não tinha a menor ideia de qual seria a reação deles, e até tenho um pouco de medo em relação a isso. Pra falar a verdade, quanto a Shikamaru eu to tranquilo, meu medo é com as meninas. Shikamaru foi o primeiro a se pronunciar.

–Se tudo isso for realmente acontecer, é um assunto um pouco sério de mais. _ Ele falou e eu concordei com a cabeça. _ Então por que não nos falou antes? E por que não levou isso tudo um pouco mais a sério?

–Não falei antes por que... porque fala sério Shikamaru, isso tudo é um pouco difícil de se acreditar, até mesmo pra mim. Por isso não levei a sério, por isso não contei antes.

–E porque está levando a sério agora? _ Temari me perguntou, ela está sentada no chão com as costas apoiada na minha cama.

–Não sei direito, talvez pelo que eu vi do que um único Maufis é capaz de fazer sendo somente um encosto. _ Falei ao me lembrar de Sasuke, eles assentiram. Eu também contei sobre isso a eles. _ E também, por que o Nagato confirmou a história. Que dizer, eu nem sabia do que sou capaz de fazer, ele sabe e já controla, então isso significa dizer que ele sabe de muito mais coisa que eu, certo? Se ele acredita nisso tudo, eu também devo acreditar.

–Entendo... – Shikamaru disse mais para ele mesmo do que para mim, e parecia pensar.

Ouvi barulhos no meu quarto e olhei em volta, Sawa, Tayla e o homem de roupas caras estavam em meu quarto. Eu estava tão imerso em toda essa historia que nem os notei.

–Há quanto tempo estão aqui? _ Perguntei surpreso, as meninas olharam na direção de onde eu olhava, mas não viram nada além da minha escrivaninha. Sawa estava sentada sobre ela.

–Não muito tempo, talvez uns 15 minutos. _ Tayla me respondeu tocando em meu notebook sobre minha escrivaninha.

–Yo, Sawa-senpai. _ Shikamaru a cumprimentou e depois se virou para mim. _ Talvez seja melhor que nós saíssemos e que convencem a vontade, se ficarmos aqui não vamos ajudar em muita coisa, já que não somos capazes de ouvir espíritos também.

Concordei e me levantei para levá-los até a porta, perguntei se a Hina queria que eu a levasse até em casa, ela negou e Shikamaru se ofereceu para fazer companhia a ela. Fiquei meio indeciso quanto a como me despedir de Hinata, mas já que agimos quase o dia todo como namorados, ou pelo menos ficantes, eu a puxei para um beijo não muito demorado.

A sensação foi como se eu estivesse a beijando pela primeira vez, ela estava muito envergonhada, mas não resistiu em momento algum. Adorei sentir o toque dos lábios da Hyuuga novamente. Fiquei olhando da porta até que eles virassem a esquina, eu ia entrar, mas vi Nagato chegando.

–Ué, são quatro horas da tarde ainda. _ Falei o deixando entrar.

–Eu resolvi meus problemas mais rápido do que esperava. _ Ele falou olhando ao redor, os porta-retratos e tudo mais. _ O vovô está?

–Que vovô? _ Perguntei subindo as escadas, e ele me seguiu.

–O velho da foto. _ Ele apontou para um porta-retrato que havia na parede da escada, nesta foto, eu estava com uns 12 anos e estava abraçado ao Jiraya. _ Pai da sua mãe e do meu pai.

–Hã? Ele é meu avô de sangue? _ Perguntei surpreso. Bem, eu o chamava de Jiraya até os 9 anos, um dia ele disse que eu podia chama-lo de vovô, fiquei uns 5 meses o chamando assim, daí eu descobri que ele era um velho tarado e passei a chama-lo de Ero-vovô. Mas eu pensava que ele era meu avô de consideração.

–Como não sabia? _ Dei de ombros. Eu simplesmente não sabia.

Sinceramente, hoje eu descobri que esses 16 anos da minha vida foram pura mentira. Primeiro aqueles poderes, depois um primo que faz a mesma coisa que eu, agora eu descubro que o Ero-vovô é meu avô de sangue. O que mais vou descobrir? Tudo bem que sobre o vovô, eu que sou meio tapado e não percebi, mas os outros... Deixei isso de lado por enquanto e segui pro meu quarto, no momento, o mais importante era essa situação com os Maufis.

Adentramos meu quarto e tranquei a porta, sentei-me na cama e fiquei observando Nagato. O ruivo me olhava e parecia pensar em como ia entrar no assunto. Depois de um tempo com os dois em silêncio ele começou a falar. Me explicou tudo, até o que já sabia.

–Todo ser humano tem uma alma, e quando morremos essa alma se separa do corpo se tornando um espírito. Quando um Maufis se apossa do corpo da pessoa, ele está forçando a entrada no corpo e isso faz mal a ela, os Maufis não tem total controle dos corpos, pois não são deles e não estão acostumados ao peso e tudo mais. Um humano “possuído” fica tipo um zumbi andando, mas sem aquela aparência horrenda de quem morreu há séculos. _ Permaneci calado ouvido-o, até agora tudo ok, estou entendendo. Ele voltou a falar. _ Com o nosso poder podemos separar esse Maufis do corpo da pessoa, sem fazer mal algum a ela. Entendeu?

–Entendi, mas como faço pra controlar o poder? _ Perguntei o olhando bem interessado.

–Bom, ai é que complica. Você tem que aprender a controlar poderes em partes do corpo, mais especificadamente, nas mãos que é onde mais usaremos. _ Assenti. _ Quando centralizamos um bocado dessa... acho que podemos chamar de energia. Quando centralizamos essa energia na mão, podemos separar o Maufis da alma da pessoa, mas tem que tomar cuidado pra não matar a alma. _ Franzi a testa. Sawa havia me dito algo desse tipo.

–Pensei que esse poder fosse somente para afastar maus espíritos, os Maufis. _ Falei o olhando.

Ele sentou-se na cadeira da minha escrivaninha que ainda está onde eu havia deixado para conversar com meus amigos. Sawa, Tayla, o homem e Ryouma – o espírito que está sempre com Nagato – estão todos no meu quarto, observando e acompanhando a conversa.

–Não, ele é usado para tocar almas e espíritos. Os espíritos não deixam de ser almas, só que não tem um corpo. _ Assenti, ultimamente isso tem sido o que mais tenho feito, mas não tem muito o que falar mesmo. Não vou abrir a boca pra falar somente um “entendi” ou “huum”. _ Se você usar esse poder pra tocar em corpos que não estejam com Maufis, dependendo da sua “vontade”, você poderá fazer a pessoa desmaiar, ou pode separar completamente o corpo da alma e mata-la. Por isso tem que ter cuidado com a quantidade de energia que você vai estar impulsionando para dentro do corpo da pessoa.

–Ah, eu vou juntar essa energia na mão pra jogar pra dentro do corpo da pessoa, então? _ Ele confirmou. _ Mas pode ser em qualquer parte do corpo dela?

–De preferência na cabeça, ou na direção do coração, mas o melhor é na cabeça mesmo. Vamos começar a tentar? _ Ele falou se levantando.

–Mais uma pergunta. _ Eu me levantei também. _ Em quanto tempo você aprendeu isso? _ Perguntei meio animado até.

–Quatro meses. _ Hã? Eu entendi direito? Desanimei totalmente.

–E você acha que eu vou aprender em dois dias? _ Perguntei o olhando, isso era um absurdo. Era o mesmo que tentar conversar com mais de 100 Maufis em 1 semana.

–Não, você tem que aprender em dois dias. É diferente.

Tá, eu sei que tenho que aprender, mas é loucura. É praticamente impossível você aprender qualquer coisa complicada em dois dias. Isso é perigoso, eu posso até matar uma pessoa sem querer quando for separá-la de um Maufis. Espera, agora que me dei conta, a gente meio que está se preparando pra uma espécie de batalha maluca, onde vai ter eu e o Nagato contra mais de 100 Maufis. To fudido.

–Ér... Nagato... O que acontece com os Maufis que tiramos dos corpos das pessoas? Eles ficam livres pra entrar em outro? _ Perguntei, se fosse assim, essa “batalha” nunca teria fim.

–Eles morrem.

–Hã? Um morto morre?

–Mais ou menos. Essa energia que vamos concentrar na mão e impulsionar na cabeça das pessoas é uma boa energia, que quando entra em contato com a energia negativa de um Maufis, o queima até que vire fumaça e suma. _ Ele parecia tão tranquilo que eu quase não estou mais acreditando nessa historia absurda.

–Então é isso? Vamos ficar passeando pela cidade tirando Maufis de dentro dos corpos das pessoas? _ Perguntei, tudo bem, eu disse que tinha uma última pergunta a umas 3 perguntas atrás. Mas são perguntas pertinentes.

–Não, nosso objetivo é chegar até o Orochimaru e matá-lo. Mas tenho o palpite de que ele esteja possuído também. Para chegarmos até ele, vamos utilizar a energia para que as pessoas possuídas não tentem nos matar. Pois é isso que elas vão fazer.

Já falei que isso é loucura? Vou ter que dar uma de Matrix enquanto tento completar uma missão impossível em meio um apocalipse zumbi. Esqueci algo? Ah sim, ainda vou salvar o mundo com um poder estranho que sai das mãos. Sou X-Men agora?

Ficamos horas e horas “treinando” e Nagato disse que eu até que estou indo bem, já consigo concentrar uma quantidade de energia na mão, mas não suficiente pra matar nem uma formiga. A primeira vez que Nagato me mostrou como se fazia, eu me assustei. Pude notar que a mão dele começou a brilhar em um tom de azul claro e ele me explicou que aquela luz só era vista pela gente que já podia ver outras coisas mesmo. Pessoas normais como Temari, Hinata e o resto do mundo, não podem ver.

Outra coisa que me deixou abismado. Durante as horas de “treino” a gente ficou conversando e eu descobri que todos os Uzumakis são capazes de ver e fazer essas coisas. Isso é hereditário e não tem um Uzumaki que não passe por isso, meus filhos vão passar por isso, os filhos do Nagato também.

–Isso significa dizer que o Ero-vovô também é capaz de ver, porque afinal, ele é pai da minha mãe né? _ Perguntei ao Nagato, ele negou.

–Não. _ Ele me respondeu. _ Sua avó é uma Uzumaki, ele não. Ele sabe que os Uzumakis são capazes disso, ele teve que conviver com a realidade da mulher e dos filhos, mas ele não gosta de falar sobre isso. Sempre que vai até lá em casa, a gente evita o máximo de falar sobre essas coisas, mas minha mãe também não gosta. _ Ele deu de ombros.

Soube que várias gerações dos Uzumaki tentaram descobrir um jeito de bloquear esse poder, fazer sumir ou diminuir. Mas nunca conseguiram chegar nem perto. Nagato também me contou mais sobre ele, o ruivo cresceu numa cidade pequena que eu nem conheço, todos lá sabiam sobre ele, quando chegou ao ensino médio pediu a mãe para que se mudassem de cidade. Vieram pra cá por insistência do pai dele que queria ficar mais próximo do meu avô, a mãe de Nagato disse que só viria sob uma condição: que em hipótese nenhuma, descobrissem que Nagato é capaz desse tipo de coisa, isso incluía que eu não poderia saber que ele existe, porque eu poderia querer andar com ele e eu já tenho fama, por isso ela pediu que Nagato usasse o sobrenome dela para se identificar, e não o dos Uzumaki. O ruivo era conhecido por Nagato Yakumo.

Já eram 1 da manhã e ainda estávamos no meu quarto. Acabou que o Ero-vovô exigiu que eu abrisse a porta e deu de cara com Nagato lá. Tivemos que implorar pra que ele não contasse pra mãe do Nagato, minha tia. Perguntei se ela não ficaria preocupada por ele ainda estar na rua a essa hora.

–Ela não liga que eu fique na rua com pessoas “normais”. Minha mãe é meio neurótica com essa coisa de ver mortos. Ela só quer ter um filho normal. Sabe, mães sofrem quando seus filhos sofrem. Ela não quer que eu sofra como sofri na minha cidade natal.

–Eu entendo em partes. Não sei o que é amor materno e sempre sofri sozinho, mas posso entender um pouco. _ Eu disse meio pra baixo, muitas vezes senti falta da minha mãe, embora eu nunca tenha tido a presença dela pra sentir falta. Acreditava que se tivesse a presença dela, talvez tudo que eu passei, teria doido bem menos. E não só a minha mãe, como também meu pai.

Nagato só foi embora quando consegui juntar uma energia considerável na mão e já passava de 2 da manha. O difícil não é jogar a energia pra mão, o difícil é acumulá-la e localizá-la espalhada pelo meu corpo. Mais difícil do que isso é você ter que procurar por uma coisa que você não sabe o que é. Depois que consegui descobrir como era a sensação de juntar energia, ficou mais fácil, mas ainda é difícil acumular a energia, até porque precisa de concentração, e concentrado é uma coisa que eu não sou.

Nagato e Ryouma já haviam ido embora. Tayla e o homem de roupas caras que ainda não sei o nome, foram embora cedo, antes das 8 da noite. Somente Sawa está aqui comigo agora. Tenho que admitir que esse tal de Ryouma é legal e simpático também, embora um pouco sério, ele aparenta ter morrido com uns 22 anos.

Mesmo depois de Nagato ter ido, não consegui dormir e fiquei acordado tentando acumular o máximo de energia que conseguisse, combinei com Nagato amanhã as quatro da tarde aqui de novo. Enquanto treinava sozinho, pensei em Hinata e nos meus amigos. O que aconteceria com eles durante o apocalipse zumbi? Só de pensar que Hinata poderia ser possuída já me doeu o coração, mas isso não é possível, já que eles só possuem pessoas que tenham algum tipo de energia negativa, o mais provável é algum possuído tentar ataca-la.

Acabei pegando no sono quando o dia começou a clarear, estou exausto e morto de sono, mas quero me encontrar com a Hina antes das quatro horas, até porque depois das quatro, eu vou ficar muito ocupado treinando igual um desgraçado novamente, eu tenho que proteger meus amigos.

//////////Mais Informações/////////

Ela acordou cedo e pulou em cima da cama da irmã mais velha para acordá-la. Estava animada de mais, pois seus pais haviam prometido que viajariam para o a cidade conhecida por suas flores e cachoeiras. Estava no auge dos seus 6 anos e seu pai finalmente tirou férias do trabalho para passar mais tempo com ela e a irmã. Remexia os fios rosas da irmã e apertava seu nariz. A irmã se virou sonolenta para o outro lado.

–Sawa-nee... _ Sakura choramingou deitando-se sobre a mais velha. _ Acorda, vamos viajar hoje.

–Está muito cedo, Saky. _ Sawa se sentou e buscou o celular para ver as horas. _ São sete horas ainda. Só vamos sair depois do almoço, pois papai ainda tem que resolver um ultimo problema no trabalho. _ Ela falou acariciando os cabelos de Sakura e riu quando a mais nova cruzou os braços e fez biquinho.

–Papai sempre nos deixa por causa do trabalho.

–Não diga isso Saky, papai trabalha para nos sustentar e dar todas as bonecas que você pede. O trabalho dele é importante. _ Sawa explicou e voltou a se deitar. _ Agora vá dormir que só iremos depois do almoço.

[...]

A cidade era linda mesmo à noite. Por terem saído de casa somente às duas da tarde, e por conta do tempo da viagem ser de sete horas, a família Haruno chegou na pequena cidade somente às nove horas da noite. Sakura andava serelepe pelo quarto de hotel, olhando cada detalhe. Curiosa, abriu uma porta que dava para a varanda e ficou maravilhada com a vista, as luzes da cidade iluminavam seus olhos a lembrava das estrelas do céu.

–Mamãe, aqui é lindo! _ Sakura falou correndo para os braços da mãe, que estava separando as roupas para tomar banho.

–Sakura, nem andamos pela cidade ainda e já diz que é lindo. _ A mulher respondeu divertida e se abaixou para abraçar a filha.

–Mas é lindo! _ A pequena respondeu e correu para a cama, onde a irmã estava deitada mexendo no celular.

–Sawa-nee, o que está fazendo? _ Sakura perguntou pulando sobre a irmã.

–Peraí Sakura. _ Sawa falou tentando fazer a pequena parar.

–Ela está trocando mensagens com o namorado. _ A senhora Haruno falou olhando para a pequena. _ Sawa, sabe que se seu pai te ver grudada nesse celular, ele vai reclamar, não é? _ Ela falou e a filha mais velha deu de ombros, ninguém iria a impedir de falar com seu namorado.

–Cadê o papai, mamãe? _ Sakura perguntou curiosa.

–Está resolvendo uns últimos problemas com o gerente do hotel. _ Ela respondeu se encaminhando para o banheiro. _ Vem filha, tomar banho com a mamãe.

[...]

Os dias na pequena cidade foram agradáveis. Sakura aproveitava o máximo possível que podia perto do pai que quase não via, claro que aproveitava com a mãe e a irmã também. A pequena era muito apegada à irmã mais velha e sempre que podia, ficava com ela. Sakura sempre dizia que queria ser igual Sawa quando crescesse e a irmã somente ria.

Passaram 15 dias lá, foram à cachoeiras, praias, parques de diversão e todos os lugares que deram para se divertir, agora estavam aproveitando o último dia, já que partiriam cedo no dia seguinte. Estavam fazendo um passeio de escuna pelo mar, uma vez ou outra a escuna parava para que todos pudessem mergulhar. Sakura demorou um tempo até ter coragem de pular, mas depois que deu o primeiro mergulho, não queria mais sair.

A escuna já estava no caminho de volta e todas as pessoas já estavam se vestindo novamente. Sawa estava com seu vestido branco tomara-que-caia novamente e Sakura botou seu vestidinho vermelho preferido e na cabeça, botou um chapéu para a proteger do sol. Estavam sentados só esperando o momento em teriam que descer, mas Sakura não paraa sentada. A senhora Haruno retirou uma pequena barra de chocolate e deu para Sakura para que ela ficasse quieta.

O Senhor Haruno se levantou do banco com a câmera para tirar fotos da paisagem e olhou para suas filhas, elas estavam lindas olhando para o mar, foi então que as chamou para um foto, suas meninas lhe olharam e Sawa parou para um pose, Sakura somente virou um pouco a cabeça e estava agarrada com a barra de chocolate. O Senhor Haruno somente tirou a foto e virou-se para tirar mais fotos do lugar.

–-------------//------------ Três anos mais tarde

Era sexta à noite e Sakura andava aborrecida de um lado para o outro na sala de casa. Sua mãe e seu pai estavam sentados tentando assistir televisão, mas Sakura passava na frente dela a cada 10 segundos.

–Mãe, não pode deixar a Sawa-nee ir nessa viagem.

–Deixa de ser egoísta Sakura, sua irmã já tem 19 anos e quer viajar com os amigos dela. Por tanto, você não vai. _ Sakura parou enfrente a TV de braços cruzados e olhou para sua mãe.

Sawa nunca ficou mais que 2 dias longe de Sakura, e a pequena rosada não estava gostando nem um pouco da idéia de ficar uma semana longe da irmã. Irritada, andou até o quarto onde a irmã arrumava a mala para sair de viagem cedo no dia seguinte.

–Sawa-nee, você não pode ir e me deixar aqui. Por favor. _ Ela disse chorosa enquanto sentava na cama da irmã e se debruçava sobre a mala da irmã, a impossibilitando que continuasse.

–Saky, eu só quero aproveitar essa semana de feriadão para viajar com meus amigos. Quando você for maior, vai entender. _ Falou calma olhando a irmã que saiu de cima da mala de vagar.

–Hunf, quem é que prefere sair com os amigos do que ficar com a família? _ Falou emburrada olhando para irmã.

–Saky, eu já fico com vocês o ano todo, sair com os amigos às vezes é bom. Vai ser só uma semaninha. Isso não quer dizer que eu os ame menos, quer dizer que eu quero me divertir, só isso.

Sakura olhou triste para a irmã, estava com um sentimento estranho no peito e não queria que ela partisse, se sentia sozinha e estranha. Não estava gostando nada que a irmã viajasse sem ela. Saiu de cima da cama da irmã e se jogou sobre a própria cama, afundando o rosto nos travesseiros e acabou pegando no sono.

–--------------//----------------

Sakura estava sentada à mesa do almoço e olhava constantemente para a cadeira onde a irmã deveria estar sentada. Suspirou solitária ao lembrar que a irmã havia saído logo cedo, o namorado havia ido a buscar para a viagem e dentro do carro já estava outro casal de amigos. Sawa a beijou no rosto e entrou no carro sentando-se no banco de passageiro, ao lado do namorado que estava dirigindo.

–Eu sei que vai sentir falta da sua irmã. _ A senhora Haruno falou ao olhar para a filha. _ Mas ela também tem direito de sair para se divertir.

Sakura iria debater, mas calou-se ao ouvir o telefone tocar, a senhora Haruno levantou-se para atendê-lo e Sakura voltou a comer, mas voltou sua atenção com um grito da mãe.

–Como? _ A senhora Haruno perguntou alto, estava exaltada. _ Não é possível. Não. Não pode! _ Dos olhos dela, escorriam lágrimas. Ela deixou que o telefone caísse no chão e levou as duas mãos à boca, abafando um grito de desespero.

–Mamãe, o que houve? _ Sakura levantou-se num pulo e correu para perto da mãe. _ O que aconteceu? Mamãe... mamãe! _ O desespero estava transbordando de sua mãe e estava se apossando de seu corpo, Sakura estava se assustando com a reação de sua mãe e seus olhos já estavam cheios de lágrimas.

[...]

Estava deitada na cama olhando pro teto, seu coração doía. O enterro de Sawa havia acontecido à dois dias atrás e Sakura ainda tinha lágrimas para chorar. Desde que voltou do enterro, não teve vontade de sair da cama. Ouviu os pais conversando com os policiais sobre o acidente.

Sawa, o namorado e o casal de amigos estavam na estrada há mais ou menos uma hora quando um caminhoneiro dormiu ao volante e perdeu o controle, o caminhão bateu de frente com o carro onde estava Sawa e nenhum dos quatro sobreviveu, nem o caminhoneiro.

Sakura não gostava mais andar pela casa, tudo a lembrava da irmã. E a única vez em que ligou a TV, estava passando a reportagem sobre o acidente da irmã, depois disso, não teve mais vontade de andar pela casa. Seus pais sentiam-se da mesma forma.

Não demorou muito, eles tiveram a idéia de se mudar, pois chegaram a conclusão de que tudo naquela casa e naquela cidade lembravam a filha mais velha, todas as fotos que continham Sawa foram guardadas, todas as coisas de Sawa foram jogadas fora, mas Sakura conseguiu pegar uma foto, a foto que seu pai tirou numa viagem que fizeram há três anos. Se mudaram para Konoha e Sakura ainda demorou um tempo até se acostumar com a cidade, e se acostumar a não ter a irmã por perto. Passou a carregar sempre a foto da irmã consigo, com medo de que a mãe ou o pai achassem e tirassem dela. Agora, as únicas lembranças que tinha da irmã, eram a fotografia e as que carregava na memória.

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Notas finais do capítulo

Hoooy, espero que tenham gostado, a leitura foi cansativa?
Beijooos e espero ansiosa pelos coments, posso demorar a respondê-los, mas eu com certeza, irei respondê-los!



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