Capítulo Extra

A mais ou menos uns 4 dias atrás, numa sexta, Shikamaru e eu nos encontramos depois da aula pra que ele me ajudasse a por a matéria em dia, tinha exatamente 1 semana que eu havia passado pra turma dele. Estávamos estudando no meu quarto, o Shika explica matéria muito bem, ele é super inteligente, sem dizer que é um gato. Meus irmãos não estavam em casa, nem meus pais, como sempre, e eu estava a vontade com o Shika. A vontade de mais eu suponho.

No meio do estudo, nem sei como explicar, acabamos nos beijando e depois tivemos a atitude mais ridícula que já vi. Pedimos desculpas e ignoramos o fato de termos nos beijado. Aliás, devo admitir que o Shika beija super bem e tem uma pegada muito gostosa que deixa com uma vontade de quero mais.

Foi mais ou menos assim: eu estava deitada de barriga pra baixo quase na beirada da minha cama, apoiada sobre um caderno e copiando do caderno dele. Estava tão na beirada, que se eu esticasse o braço, pegava a borracha que estava no chão. Shikamaru me explicava sobre a revolução industrial e estava sentadono chão, na minha frente. Eu estava amando estudar com ele, o Shika é paciente e tem uma voz muito linda – não sei quando me tornei tão ridícula a esse ponto. Acontece que teve uma hora em que eu não entendi o que estava escrito no caderno dele e pedi que ele desse uma olhada. Ele se inclinou na minha direção pra ler o que eu pedi e quando olhou pra mim pra dizer o que era, notamos que nossos rostos estavam muito perto. Mas nenhum dos dois se afastou e eu acabei com o espaço entre nossos rostos.

Foi ótimo a sensação de beijá-lo e de sentir a língua dele explorando a minha boca e logo a mão dele estava na minha nuca. Eu me senti uma tarada o agarrando, mas ele bem que retribuiu. Nosso beijo não durou muito, nos afastamos e eu não sei porque caralhos, pedi desculpas. Ele se afastou rapidamente e pediu desculpas também, disse que não ia acontecer de novo e voltamos a estudar.

Mas deixei isso de lado, e tive que agir como se nada tivesse acontecido nos outros dias. Shikamaru e eu prometemos um pro outro que não contaríamos nada a ninguém e assim nós fizemos. Fomos até a casa do Naruto na segunda quando ele estava doente e o mais difícil foi fingir o dia inteiro que nada havia acontecido. O problema é que quando fomos embora da casa do Naruto, o Shika me levou até em casa e eu não aguentei e o agarrei, como uma idiota, pedi desculpas novamente. Não sei explicar, mas sinto uma forte atração por ele, e logo isso passará. Háhá, era o que eu pensava.

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O dia hoje na casa do Shika foi super agradável, eu amei e adoro passar o tempo com ele. O Shika é inteligente, gentil, as vezes até engraçado. Mas teve uma coisa que me incomodou hoje, eu tenho quase certeza que a Hinata gosta do Naruto, notei isso por que durante toda a discussão na porta do colégio, ela pareceu com ciúmes dele e isso ficou muito claro pra mim quando a Haruno abraçou o loiro na praça, mas Hinata já estava dando pinta antes mesmo disso acontecer. Resolvi investigar e botar um pouco de lenha na fogueira.

Na hora de ir embora da casa do Shika, fomos só eu, Naruto e Hinata. O Nara ficou em casa mesmo, e eu aproveitarei isso, não sei como, mas irei aproveitar. Fomos até a casa do Uzumaki pra pegar umas coisas da Hinata e depois seguimos pra casa dela. Assim que Hinata entrou em casa, resolvi que era o momento perfeito pra falar algo, até porque quando é que eu ficaria sozinha com Naruto outra vez?

–Você notou, não é? _ Eu falei acabando com o silêncio, percebi que o Naruto ia precisar de complemento, ele é mais idiota do que eu pensava. _ Que a Hinata ficou diferente hoje.

–Ah, sim! Percebi, mas não entendi o motivo. _ Ele respondeu enquanto caminhávamos lado a lado. Pelo menos percebeu.

–Acho que sei o motivo. _ Falei e o olhei nos olhos. Ele permaneceu em silêncio esperando que eu continuasse. _ Acho que ela ficou com ciúmes da Sakura. _ Ele riu, não sei qual foi a graça.

–Ciúmes de que? _ Naruto me perguntou olhando para mim. Eu revirei os olhos claramente insatisfeita com a burrice dele.

–De você, burro. _ Ele parou de rir e levantou uma das sobrancelhas. _ Tenho quase certeza absoluta que ela gosta de você. Dá pra ver por algumas reações dela.

–Você está louca. _ Ele disse não dando muito valor ao que eu dizia, ele está mesmo me chamando de louca? _ Hinata nunca se interessaria por alguém como eu.

–Não seja idiota. _ Eu segurei o braço dele o fazendo parar antes de chegarmos ao portão da minha casa. _ Naruto, pensa! Ela estava bem até o momento em que a Sakura te abraçou na praça. Também ficou estranha cada vez que a Sakura ficava perto de você. E praticamente não tirou os olhos de vocês durante toda a confusão na porta do colégio. Porque... _ Eu parei o porque querendo que ele completasse a frase, é obvio de mais, como ele não notou?

–Porque a Sakura estava perto de mim o tempo todo? _ Ele completou meio que perguntando, da pra ver pelos olhos dele, que ainda não acredita.

–Exato! Você não é tão burro assim afinal. _ Ele me olhou sério. _ A Sakura ficou todo o tempo atrás de você, te segurando no braço. Ela ficou com ciúmes, só pode ser isso.

–Louca. _ Falou e se virou pra continuar andando. Que garoto teimoso, ainda me chama de louca, tenho que fazê-lo acreditar, ele vai é me agradecer pelo que estou fazendo. O segurei mais uma vez para que me ouvisse com atenção.

–Então vamos tirar a prova amanhã. _ Eu falei animada, quase o desafiando com o olhar, o idiota continuou em silêncio. _ Provavelmente, a Sakura irá puxar a carteira dela pra se sentar próximo da gente na sala. E vai ficar grudada em você a manhã inteira. Vamos ver como a Hinata vai reagir. E convide-a pra dar uma volta depois da escola.

–Eu? Convidar a Hinata? _ Ele me perguntou incrédulo, como se eu estivesse pedindo que ele a agarrasse.

–Sim, você! Chame-a pra tomar um sorvete, ou comer um cachorro-quente na praça ou um hambúrguer, sei lá. Inventa. Ela vai corar e ficar feliz. Você vai ver. _ Ele continuou em silêncio. _ Mas convide-a longe da Sakura, senão a ameba rosa vai querer ir também.

–Não vou convida-la. _ Naruto me disse e saiu andando. Eu bufei irritada, o quanto esse garoto é teimoso?

–Se não convida-la, eu a convidarei por você. _ Ele parou ao ouvir minha fala e pude notar que respirou fundo. Vejo que consegui alguma coisa, ele parece ter se rendido. Passei andando por Naruto e pude ouvir os passos dele me seguindo, eu consegui.

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No dia seguinte na escola – hoje – não deu outra, Sakura grudou no Naruto e Hinata bateu pesinho de ciúmes, ainda mais quando Sakura encostou a cabeça no ombro do Naruto durante o intervalo, eu fiquei com uma imensa vontade de rir, mas me segurei. Shikamaru é outro tapado que parece não notar nada, ou se faz de bobo. Na hora da saída eu fiz de tudo pra irmos embora logo e deixar o Naruto sozinho com a Hinata, eu sei que Hinata, tímida do jeito que é, e o Naruto, idiota do jeito que é, iam precisar de um empurrãozão pra decolarem na relação. Até por que, se continuar no zero à zero, a Sakura vai acabar se atirando no Uzumaki. Não gosto dessa ameba rosa.

Assim que eu carreguei o Shika e a ameba rosa pra longe do casal de pombinhos que ainda não sabem que são um casal de pombinhos a Sakura se despediu e tomou o caminho pra casa dela. Agora ferrou, ficamos só eu e o Shikamaru e eu sozinha com ele, não da certo. Ele parece que tem um imã e que me puxa pra ele, não sei. Eu estou andando perfeitamente bem, como uma dama e nem tento olha-lo.

Ultimamente eu ando meio confusa. Eu estou pensando no Shika, mas sem querer pensar nele e percebi uma coisa: beijei o Shika na sexta durante o estudo, na segunda depois que saímos da casa do Naruto e eu to me controlando o máximo pra não beijá-lo hoje que já é quinta. Eu gosto de conversar com ele, de estar com ele e passar o tempo com ele, isso ficou mais obvio pra mim ontem, quando passamos a tarde na casa do Shika. Não gosto disso, acho que to gostando dele.

Olhei pra ele pelo canto do olho, ele estava com as mãos no bolso da calça e olhava para o chão, como se estivesse pensando em algo – como sempre ­– e nem parece prestar atenção em nada. Suspirei e olhei pro caminho, desejei que alguém empurrasse o Shika pra mim, assim como empurrei o Naruto pra Hinata. Droga por que estou pensando nisso? Só amigos, lembra Temari? Só atração também. Respirei fundo e tentei esquecer o pensamento que acabei de ter.

Olhei pro Shika mais uma vez, por que ele me parece tão irresistível? Desejei agarra-lo nesse momento. Minhas mãos se moveram inconscientemente e seguraram o braço dele o fazendo parar. Olha o que meus desejos estão fazendo comigo, drogaaaaaa. Como vou explicar? Ele levantou a cabeça e me olhou nos olhos com cara de quem não estava entendendo nada, e não é pra menos.

–O que foi? _ Ele perguntou sério.

–Hã? _ Gelei, o que é que eu vou dizer a ele? Pensa Temari, pensa. Não vai admitir que seu corpo ta quase o agarrando por vontade própria. _ Eu... é... me senti tonta. Um pouquinho. _ Completamente tonta e idiota, só se for. Ele levantou uma sobrancelha e segurou minha mão.

–Está gelada. _ Ele disse e pôs a outra mão nas minhas costas, como se fosse pra me apoiar. Shikamaru, não chega tão perto, por favor. _ Está passando mal? Quer água? Eu compro em algum lugar pra você. _ Aaaaah que fofo, preocupado comigo.

–Não quero água. _ Falei baixo e tentei me afastar dele, mas Shikamaru não deixou. Suspirei e olhei pra ele. Shikamaru segurava na minha cintura com uma das mãos e com a outra mão segurava a minha mão. As laterais de nossos corpos estavam coladas e olhando pra ele, assim tão de perto, minha vontade de agarra-lo só ta aumentando.

–Sua mochila ta pesada? Quer que eu carregue pra você?

–Cala a boca Shikamaru! _ Eu falei e o puxei pra um beijo não aguentando mais. Ta legal, definitivamente, sou uma tarada. É a terceira vez que nos beijamos, é a terceira vez que eu o agarro. E me convenci que dessa vez não vou pedir desculpas.

Shikamaru rapidamente retribuiu o beijo, me abraçou pela cintura e me puxava para o mais perto possível, minhas mãos estavam nos braços deliciosos do Shika e uma delas eu subi para a nuca dele. Arrepiei ao sentir a mão dele subir pelas minhas costas e segurar com força – mas não muita – meu cabelo da nuca. Mordi o lábio inferior dele e voltei a beijá-lo novamente. Não quero parar nunca mais. Mas paramos. Os beijos foram diminuindo, se tornaram selinhos no final e pararam completamente.

Ele me olhava como se esperasse que eu pedisse desculpas novamente, como das outras vezes, mas eu não vou fazer isso. Notei que ainda estamos abraçados, dei um selinho nele e me soltei, mas não desviei os olhos dele. Sei que ele ia falar algo.

–Por quê? _ Ele me perguntou. Por quê? Como assim por quê? Tanta coisa pra falar...

–O que? _ Perguntei de volta, me fingindo de idiota, quero que ele me faça a pergunta completa.

–Por que ta sempre me beijando e depois finge que nada aconteceu? _ Ele até que parecia tranquilo, assim como eu também pareço. Só que eu to quase morrendo por dentro, será que ele ta assim também?

Pensei em o que deveria responder, mas não tinha bem uma resposta. Te beijo por que eu quero? Beijo por que to com vontade? Por que você é gostoso? Por que gosto de você? Não aprovo nenhuma das possibilidades de respostas. Até que eu poderia utilizar a ultima, mas acho que está cedo pra dizer uma coisa dessas. Então só dei de ombros.

–Não sei. _ Respondi, mas ainda parada e o olhando nos olhos. Acredita se eu falar que quero beijá-lo novamente?

–Como não sabe? Te da vontade de me beijar e você me beija? Simples assim? _ É, quase isso. Ou pode até ser isso. Mas bota um pouco de atração irresistível e fica tudo certo.

–Não sei, Shika! Eu só... não consigo ficar perto de você sem lembrar do nosso beijo no meu quarto e me da vontade de te beijar de novo. _ Falei, ele estreitou os olhos. Pensei que fosse falar algo do tipo “ta pensando que sou seu brinquedo pras horas vagas?”. Mas não. Ele se aproximou de mim e me abraçou pela cintura novamente, YES! Ele vai me beijar!

–E é só isso que você sente por mim? Vontade de me beijar? _ Ele me perguntou. Não parecia magoado, chateado ou irritado. Parecia só uma pergunta simples, mas me pareceu tão... sedutor.

–Eu... eu acho que... _ Murmurei olhando pra boca gostosa dele e roubei um selinho, ele sorriu. _ Acho que minha vontade não passou, nem vai passar tão rápido. _ Falei e ele me puxou pra outro beijo.

Acabou que não fomos pra minha casa. Passei a tarde toda com ele e aquela boca deliciosa dele. Fomos pra praça velha de Konoha, uma que fica na parte alta da cidade, quase ninguém vai pra lá mais, só tinha a gente. Foi ótimo! Adoro o jeito como ele me ouve, parece que tudo que eu digo é importante. E ainda tinham os beijos e a pegação toda. Claro que não rolou nada de mais. Nada além de uns beijos no pescoço e uma mãozinha na bunda, ele é bem educado e respeitador. Shikamaru é artigo de luxo hoje em dia, é muito difícil de encontrar por ai. Já estava quase anoitecendo quando decidimos ir embora. Nos levantamos e seguimos em direção a minha casa.

–Desculpa perguntar, mas... qual a nossa relação agora? _ Ele me perguntou meio sem graça. Sinto que ele não quer forçar a barra e isso é muito bom.

–Acho que ficantes, né? _ Falei. E ele me olhou. _ Olha Shika, eu... acho que gosto de você mais do que só pra ficar. Mas quero ter certeza antes de começarmos a namorar. _ Ele ficou em silêncio, eu gelei. _ Eeer... quer dizer, se você quiser namorar né, claro! Eu... não... eu...

–Shiiii... _ Ele pousou o dedo na minha boca e depois me deu um rápido beijo. _ Já entendi. E pra sua informação, eu quero sim ter algo mais sério com você, mas vou esperar. _ Sorri e o abracei fazendo-o parar de andar.

–Não é por nada não, mas por enquanto, podemos manter segredo dos outros? _ Perguntei enlaçando o pescoço dele com os braços.

–Tudo bem. E só pra saber... O que seus irmãos fariam comigo se soubessem que estamos ficando? _ Ele perguntou para mim. Pensei um pouco antes de responder, até por que eu não sei bem a resposta.

–Não sei. Talvez eles queiram te bater, ou talvez nem liguem. _ Eu respondi e ele fez cara de preocupado. Sorri e o puxei pra um beijinho.

–Leva mais a sério tá. Eles podem me matar. _ Ele disse rindo e me puxou pra um longo beijo. Eu já disse que adoro os beijos dele? Pois é, e esse não é o primeiro e com certeza ainda virão muitos por ai. A boca do Shika não me escapa mais.

//////////Mais Informações/////////

Estava sentada sobre a cama observando sua mãe. Ela chorava enquanto lhe vestia uma roupa que não havia gostado nadinha. Por que tinha que usar um vestido preto? Hinata não entendia nada do que estava acontecendo ali. Sabia que seu pai e seu primo choravam na sala de estar. Sua mãe estava completamente calada, e tentava limpar as lágrimas para que a pequena Hyuuga não as percebesse, mas não adiantava.

–Mamãe, porque está chorando? _ A pequena perguntou sacudindo as perninhas.

–É sobre isso que mamãe tem que conversar com você, meu amor. _ A mulher disse se sentando ao lado da jovenzinha. Ela tinha apenas 4 anos, mas já teria que explicar sobre mortes a ela. A mulher respirou fundo e a puxou para sentar em seu colo. _ Sabe o irmão do seu papai? O papai do Neji?

–Sim mamãe, o tio Hizashi. Nós fomos no hospital ontem pra ver ele. _ Hinata falou a olhando nos olhos. Podia ter somente quatro anos, mas sabia que a mãe não estava bem.

–Então querida, seu tio... ele... foi pra muito longe da gente. Pra um lugar que nós não podemos ir. E nós não poderemos mais vê-lo. Por isso seu pai e seu primo estão tão tristes.

–A senhora também, mamãe. _ Hinata falou fazendo com que Shizuka desse um pequeno sorriso.

–Sim, meu bem. Eu também...

–Mas ele foi pra um lugar ruim? E por que nós não podemos ir até ele?

–Não, filha... _ Hiashi falou adentrando o quarto e sentando-se na cama. Podia ser cego, mas sabia as posições exatas de todos os móveis daquela casa. _ Ele não foi para um lugar ruim, só para um lugar diferente. E nós não podemos visitá-lo por que... _ Hiashi fez uma pausa tentando pensar num modo de explicar sobre isso à sua pequena, mas não estava conseguindo.

–Porque só pessoas escolhidas por Papai do Céu podem ir lá. _ Shizuka falou e recebeu um balançar positivo da cabeça de seu marido. _ Agora vamos querida, temos que nos despedir de seu tio.

–Então vamos vê-lo? _ Ela perguntou feliz se levantando do colo da mãe e correndo para a porta. Não queria ficar sem ver o tio, ela gostava muito dele, mas pelo menos poderia se despedir.

–Mais ou menos, querida. Não vamos vê-lo, só vamos...

–Vamos, filha. _ Hiashi cortou o assunto e andou até a porta. _ Vamos Shizuka, não podemos deixar Neji sozinho por muito tempo. Ele não está nada bem.

–-------------------//---------------------- 10 anos mais tarde~

Hinata foi chamada pelos pais para uma conversa séria. Estava sentada à mesa da sala de refeições ao lado de Neji e Hanabi. Era lá que tinham as conversas sérias que envolviam a toda família. Olhou para Neji e ele lhe mandou um olhar de preocupação, já tinham uma noção de qual era o assunto. Depois da morte de seu tio, Neji foi criado como um filho por seus pais, e tratado como um irmão por Hinata e Hanabi.

–Os chamamos aqui por que a mãe de vocês tomou uma decisão importante. _ Hiashi falou sentando-se na ponta da mesa.

–Nós tomamos, Hiashi. Nós! _ Shizuka respondeu da outra ponta da mesa o olhando séria.

–Quem decidiu foi você. O que eu iria fazer, acorrentá-la em casa? _ Perguntou irritado. Não estava nem um pouco feliz. Amava aquela mulher, mas tinha que aceitar a decisão dela.

–Tia, eu e Hinata já temos uma ideia do que está acontecendo. Mas estão deixando Hanabi assustada. _ Avisou Neji, tentando fazer com que a pequena discussão acabasse.

Shizuka olhou para os filhos e depois para Hiashi, Neji tinha razão. Suspirou pensando no que falar para dar inicio ao assunto. Por mais que amasse as crianças e a vida que tinha, não amava mais Hiashi e não podia continuar com essa falsa relação. Casou-se muito cedo, e agora que iria se separar, queria aproveitar a vida.

–Meus amores... Sabem que amo a todos. Muito!

–S-só não ama mais o papai... _ Hinata deixou seus pensamentos se tornarem palavras. Não foi por querer, quando viu, já havia falado.

–Isso, meu bem. A mamãe e o papai não vão ficar mais juntos. Vamos morar em casas separadas... e...

–Mas e a gente, mamãe? _ Hanabi falou pela primeira vez. Estava assustada com aquilo, não imaginava seus pais separados.

–Eu... vou morar com meus pais por um tempo, no país da Água. Lembram? Já fomos em Kirigakure algumas vezes, a cidade é linda...

–Mamãe, nós já fomos lá, sabemos que Kirigakure é linda... Mas e nós? Papai precisa da gente. _ Hanabi falou novamente. Seus olhos estavam marejados, e sua voz embargada denunciava que segurava o choro.

–Querida... Se vocês quiserem ir com a mãe de vocês, tudo bem. Seu velho pai pode ser cego, mas pode se cuidar sozinho. E tem os empregados também...

–Mas papai... _ Hinata ia se meter, mas seu pai a cortou.

–Sei que vocês são muito apegados à Shizuka. Ela sempre foi mais presente na vida de vocês do que eu. _ Ele fez uma pausa e todos ficaram em silêncio. _ Eu entenderei se vocês quiserem ir com Shizuka.

–Eu quero ficar com você, tio. _ Neji falou olhando para Hiashi. _ E não adianta teimar. _ O Hyuuga percebeu que o mais velho não iria contestar, então virou-se para a tia, era muito apegado a ela. _ Eu amo você, tia. Mas quero ficar com meu tio. Konoha é minha cidade, é também uma forma de me manter próximo ao meu pai, não quero sair daqui. Espero que entenda.

Hinata observava a tudo atentamente. Sabia que tinha que tomar uma decisão. Amava seu pai, mas era com sua mãe que queria ficar, pelo menos até se acostumar com a ideia de que não podia ficar com os dois. Seria muito dificil também, ficar sem seu primo, ele era um irmão pra ela e o amava como tal.

–E-eu.. quero ir com a mamãe. Mas vou sentir muitas saudades, papai... _ Hinata deixou as lágrimas rolarem pela face. Levantou-se de seu lugar e correu para abraçar o pai. Sentiu os braços dele a apertando. Sentiria falta daquele abraço, sentiria falta daquela casa e sentiria falta de tudo naquela cidade.

Hinata não ouviu o que Hanabi decidiu, mas sentiu os braços da irmã abraçarem seu pai também. Os três choravam muito... Estavam se despedindo.

–Partiremos amanhã, meninas. Arrumem suas malas. _ Shizuka falou chamando a atenção das meninas e Hinata pode notar que Neji estava agarrado a ela num abraço. Ele realmente a tinha como uma mãe.

–------------------------//----------------------- 1 ano depois~

Hinata e Hanabi estavam sentadas no sofá de frente para a mãe. Tentavam segurar o choro, mas não conseguiam. Morar com a mãe não estava sendo fácil, não conseguiram se adaptar à cidade e sua mãe estava sendo muito ausente em suas vidas. As meninas entendiam o motivo, Shizuka comprou uma casa poucos meses depois que se mudaram para Kirigakure e agora tem que trabalhar para sustentar a família. Mas sentiam falta do primo e do pai. Queria tentar morar com eles.

–Mamãe... Hanabi e eu... _ Hinata começou... mas não sabia como contar a mãe que queria morar com o pai. Respirou fundo e botou tudo para fora. _ Nós queremos morar com o papai.

Shizuka ficou olhando a filha, como assim? Suas filhas queriam lhe abandonar? Mas estava tudo tão bem... Não estava? Shizuka sentiu os olhos encherem de lágrimas, era uma escolha delas, sabia que seria difícil, e sabia o motivo da escolha delas. Respirou fundo e tentou sorrir, mas falhou e deixou escorrer uma lágrima.

–Se é isso que vocês querem... _ Falou e se levantou indo para o quarto.

Hinata olhou para a irmã e deu um sorriso triste, pensava se era o certo a se fazer com a mãe, ela ficaria sozinha lá. Mas não estava mais aguentando ficar longe de seu pai e de Neji. Queria voltar, mas é claro que nunca esqueceria de sua mãe, e sentiria muitas saudades dela. Viria visitá-la sempre que possível.

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