Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 48
Capítulo 48


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, tudo bem com vocês?
Eu espero que sim :)
Espero que gostem muito ♥



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Na manhã seguinte, quando o relógio despertou, eu já estava acordada há um bom tempo, mas tinha permanecido na cama. Era fato que eu não conseguira dormir direito.
Levantei-me da cama disposta a não me atrasar para ir para o conservatório já que eu queria chegar um pouco mais cedo e encontrar Alexander na sala, sozinho e então poderíamos conversar um pouco antes que todo mundo chegasse.
Fui para o banheiro e tomei um banho razoavelmente demorado. Vesti uma calça jeans preta, um par de botas de salto da mesma cor, uma blusa de manga comprida branca e um sobretudo cinza.
Não estava mais nevando, mas o frio ainda estava lá, penetrante e desencorajador.
Decidi deixar os cabelos soltos e colocar uma touca branca de crochê na cabeça.
Quando terminei de me arrumar, fui para a cozinha a fim de comer algo. As panquecas que Alexander havia feito estavam lá, intocadas e frias. Respitei fundo e as joguei fora pois não estavam boas para comer.
Sentei-me na cadeira e peguei uma maçã verde para comer. A única coisa que me animava é que hoje eu veria Alexander novamente e talvez não brigaríamos por nada. Eu também voltaria a trabalhar no restaurante e veria Christopher, de quem eu estava morrendo de saudade.
Ao terminar de comer a maçã, tomei meio copo de suco de laranja e fui pegar minha bolsa e meu violoncelo pesado.
***
Encarar aquele frio violento de inverno me desencorajava a cada passada. Resolvi não pegar ônibus pois demoraria e eu não estava a fim de esperar. Pior do que passar frio em movimento, era passar frio parado em um lugar. Mas as minhas roupas eram quentes o suficiente para me proteger do vento que batia contra meu rosto com força. As ruas e as calçadas já não estavam cobertas de neve, haviam apenas alguns vestígios de que ela havia caído sobre a capital francesa. As árvores secas e peladas pareciam ainda mais mortas diante daquele frio, mas tinham certa beleza. As ruas de paralelepípedo estavam ainda vazias e logo estariam cheias pois os bistrôs e restaurantes logo estariam abrindo as portas.
Não pude deixar de notar que eu estava praticamente fluente em francês enquanto ouvia fragmentos pequenos das conversas das pessoas que passavam por mim. Eu já conseguia entender tudo.
***
Dentro do conservatório, estava tudo silencioso. Acho que chegara cedo demais. Passei pela recepção e cumprimentei as moças que trabalhavam lá com um breve aceno. Eu estava louca para chegar na sala de aula e ver Alexander.
Subi as escadas, o salto do meu par de botas fazendo barulho no local silencioso. Logo me deparei com a porta da sala de aula aberta e sorri.
Empurrei a porta e meu sorriso se esvaiu do rosto. Alexander não estava lá e sim o diretor Marcus. Quando me viu entrando, disse:
—Ah, olá srta.Campbell. Chegou cedo.
—Ah... É, pois é. Onde está Ale... O senhor Grayson?
—Ah é, o sr.Grayson não vai mais lecionar aqui no Conservatório.
Franzo o cenho.
—O quê?
—É, estou surpreso também. Ele apareceu aqui ontem à noite e disse que não lecionaria mais.
Ah meu Deus. Meus pés foram recuando de volta para a porta enquanto sr.Marcus me olhava.
—A senhorita está bem, srta.Jay?
Sai correndo escada abaixo com o violoncelo pesado nas costas e deixei o Conservatório o mais rápido que pude. Por que ele tinha feito aquilo? Será que ele tinha feito aquilo por que eu disse aquelas coisas na noite passada? Por que? Eu não estava insinuando nada para que ele de demitisse. E se ele pensasse que fora uma indireta para ele tomar essa decisão?
Eu sabia que seria uma longa caminhada até sua casa com aquelas botas e o violoncelo pesado nos meus ombros. Mas eu estava tão eufórica que a distância e o frio pouco importavam para mim.
***
Eu estava aliviada enquanto descia o beco de paralelepípedo que me levaria ao portão da reservada casa longe do movimento intenso da cidade. Meus pés latejavam e meu ombro estava duro como uma pedra. Eu não sentia meu rosto, estava dormente por causa do frio, mas sabia com certeza que minhas bochechas estavam coradas por causa do vento que atingira meu rosto o caminho inteiro sem trégua.
Quando parei em frente ao portão grande, com grades de ferro pesadas, soltei um longo suspiro de alívio.
Empurrei o portão e ele se abriu um pouco. Fiquei feliz de saber que não teria que tocar o interfone que eu nem havia localizado.
Enquanto eu andava pelo pedaço estreito coberto de neve quase derretida, dei uma olhada nas árvores ao meu redor que ainda estavam cobertas com um manto branco. Logo estariam peladas novamente.
Quando enfim avistei a casa branca de dois andares, parei por um momento e respirei fundo. Retomei meu caminho e me dirigi até a porta da casa. Apesar de sempre ter passado muito tempo ali, a casa não era minha, então bati timidamente na estrutura de madeira.
Depois de breves segundos, a porta foi aberta. Alexander estava vestido como a noite passada, mas ele estava de meias ao invés de sapatos e o colarinho de sua camisa estava aberto e as mangas estavam arregaçadas. Ele pareceu bem surpreso por me ver ali. Talvez tão surpreso quanto eu.
—Você se demitiu? - perguntei começando a conversa.
Ele piscou algumas vezes e depois disse:
—Você está congelando! Por que andou até aqui?
Entrei dentro da casa e logo fui atingida pelo calor que a lareira a gás emanava pela sala. Tive um calafrio de prazer por sentir aquela sensação quentinha. Tirei a alça da capa do violoncelo que eu carregava do ombro e o escorei na parede. Olhei para Alexander que me olhava um pouco confuso.
—Você se demitiu? - perguntei. - Por que fez isso? Foi por causa do que eu disse ontem à noite, não foi? Alexander eu... - as lágrimas começaram a rolar por meu rosto. - Eu... Você não precisava ter feito isso. Eu me sinto tão culpada e...
—Não. Não, Justice! O que? Não é nada disso. Senta aqui, vem.
Alexander colocou uma das suas mãos nas minhas costas e me conduziu até o sofá. Sentei-me suspirando e ele se sentou do meu lado.
—Eu... Já estava pensando em fazer isso há um tempo. - ele admite olhando para o meu rosto.
Limpo as lágrimas que começam a sair dos meus olhos.
—E aí ontem você disse aquilo e você estava tão convicta de sair do Conservatório por minha causa que eu me desesperei. Eu não podia deixar você abrir mão de tudo por minha causa. Por isso eu decidi... - ele respira fundo. - fazer o que eu fiz.
Antes que eu pudesse começar a falar, ele continuou:
—Eu não tenho nada a perder saindo de lá. Eu já tenho tudo o que eu preciso. Você não. Você vai continuar estudando lá e ponto final. Não sou mais seu professor e agora chega de segredos. Ninguém tem nada a ver com nosso relacionamento. As pessoas vão falar, mas não há nada que elas possam fazer. Tecnicamente, não estamos quebrando mais nenhuma regra.
Apesar da sua convicção, Alexander parecia um pouco exausto. Seu cabelo preto caia até os ombros, lisos. Seus olhos castanhos fitavam o meu rosto procurando alguma reação.
A minha reação foi a única que meu cérebro poderia ter comandado. Joguei meus braços ao redor de seu pescoço e o beijei. Sentir suas mãos nas minhas costas nunca pareceu tão libertador.
—Eu te amo tanto. - disse colando minha testa na sua.
—Eu também te amo. - ele disse e começou a tirar meu sobretudo pesado que eu joguei no sofá.
Tirei minha touca com rapidez e tornei a beijar aqueles lábios que sempre tiveram muito poder sobre mim. E enquanto eu fazia isso, eu desabotoava os botões de sua camisa. Eu precisava tanto dele naquele momento e ele de mim. Finalmente estávamos livres para nos assumir e eu não poderia estar mais feliz.
***
Era a melhor sensação de todas e ela parecia mais intensa do que nunca naquele momento. Eu já podia sentir o segundo orgasmo vindo enquanto Alexander se movimentava com intensidade contra mim. Minhas pernas estavam cruzadas ao redor de sua cintura o que nos proporcionava um contato mais profundo ainda. Minha respiração irregular se misturava com alguns dos nossos gemidos baixos. Eu poderia ficar ali para sempre.
Alexander segurava meu quadril e continuava a se movimentar rapidamente contra mim. Nossos corpos já cansados e suados já estavam chegando no limite. Comecei a tremer embaixo dele enquanto ele fazia o mesmo com a boca colada na minha.
—Eu te amo, Alexander. Eu te amo muito.
—Eu te amo. - ouvi-o dizer e logo apaguei.






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Notas finais do capítulo

Então pessoal, como eu disse que estávamos na reta final do livro, sinto em informar que este é o último capítulo. Sei que talvez o final não agrade a todos, mas CALMA, que ainda tem o epílogo!
Pessoal, tenho muito a dizer para vocês, mas nos vemos no próximo "capítulo".
:)



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