Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!! Como vocês estão hoje? Espero que todos vocês estejam bem :)
Estou trazendo mais um capítulo para vocês e espero que vocês gostem bastante...
Boa leitura ♥



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Não preciso dizer que na manhã seguinte acordei de ressaca e obviamente com uma dor de cabeça horrível.
A primeira semana de janeiro passou rápido demais, e após tanto tempo fora do meu apartamento, decidi voltar no domingo porque na segunda-feira começaria tudo de novo.
Alexander tinha me levado até o apartamento. Quando entramos, o local parecia totalmente estranho para mim já que eu passara mais de duas semanas sem botar o pé ali. A última vez que tinha estado no apartamento fora quando eu e Alexander brigamos e eu decidi ir para Nova York.
Já se passavam das oito da noite e eu esperava que Alexander dormisse ali, mas sabia que ele não dormiria.
Enquanto Alexander colocava minha mala de roupas em cima da cama, eu abri a porta do closet e acendi a luz.
—Você vai dormir aqui? - perguntei entrando no local cheio de roupas. Não queria que ele visse minha cara de súplica, mas acho que minha voz demonstrava que era o que eu mais queria.
Encarei algumas roupas e passei a mão por elas, enquanto esperava pela resposta.
—Você sabe que eu queria, não sabe? - ouvi sua voz perto do meu ouvido e me sobressaltei.
Virei-me para olhá-lo e soltei um longo suspiro. Olhei em seus olhos castanhos e joguei meus braços ao redor de seu pescoço. Ele estava vestindo uma camisa social branca e uma calça jeans preta com sapatos sociais. Acho que ele já estava ensaiando para o dia seguinte.
—É, eu sei. Mas tinha esperanças de que você ficaria aqui. - solto um outro suspiro, me sentindo derrotada. - Não quero nem imaginar o quanto será horrível dormir sem você. Acho que não consigo mais.
Alexander sorri sem mostrar os dentes e me aperta num abraço que tira meus pés do chão.
— Você vai pelo menos ficar um pouquinho, não vai? - pressiono.
Desabotoo o colarinho de sua camisa e os três primeiros botões dela. Enquanto o faço, Alexander olha fixamente para o meu rosto.
—Se você quiser, eu fico.
Aquela era uma resposta absurda. É claro que eu queria que ele ficasse!
—Vou guardar minhas roupas e depois posso preparar algo para você comer, se você quiser.
Ele assente.
—Ou eu posso preparar enquanto você guarda as roupas.
Sorrio.
—Panquecas? - ele pergunta.
—Panquecas. - concordo.
Alexander me dá um selinho e depois me deixa sozinha.
Ouço seus passos ficando cada vez mais distantes e sinto meu desânimo pesar em meus ombros. No caminho todo tentei evitar o pensamento perturbador que voltaríamos a ter que esconder nosso relacionamento de todos. Fora tão bom ir para Nova York e não ter que esconder nada ou passarmos o dia inteiro em sua casa, juntos a todo momento, dormindo na mesma cama. Eu estava me sentindo triste de ter que voltar a dormir sem ele quase todas as noites já que ele teria que ir para sua casa e eu para aquele apartamento vazio.
Enquanto eu colocava minhas roupas no lugar, não conseguia parar de pensar em como eu queria jogar todo o meu futuro acadêmico para o alto só para ficar com ele. Parecia insano fazer isso e eu tinha quase certeza de que ele não apoiaria essa insanidade, mas a verdade é que eu não aguentava mais fingir que não estávamos juntos. Lottie e Scott sabiam de nós, Scott havia me contado no jantar em Nova York, mas com tantos acontecimentos, eu nem me lembrara de perguntar como Lottie tinha ficado sabendo. Talvez fosse uma boa hora pra tocar no assunto. Talvez eu devesse estudar em outro lugar para poder ficar publicamente com ele. Aqueles pensamentos estavam sugando minha energia e eu estava estressada porque desde o ano novo Alexander não tinha tocado em mim.
***
Depois de terminar de guardar as roupas, me encaminhei até a cozinha. Alexander estava sentado na cadeira com seu celular na mão, digitando alguma coisa. Quando vê que estou entrando na cozinha, deixa o celular de lado.
—Já terminou de guardar tudo?
Faço que sim com a cabeça e me sento em uma cadeira perto da sua.
—Nem parece que jantamos na sua casa. Estou morta de fome.
Pego um prato vazio que está em cima da mesa e coloco duas massas de panqueca nele. Derrubo um pouco de mel em cima e levo até a boca. Alexander faz o mesmo, mas ao invés de mel, coloca chantilly.
Ficamos em silêncio por um momento. Me perco novamente nos meus pensamentos e torno a me sentir triste porque não vou dormir com Alexander naquela noite. Parece uma coisa de gente obcecada, mas a verdade é que era só amor. Mastigo olhando para um ponto fixo na mesa sem na verdade vê-lo e logo sou tirada dos meus devaneios quando ouço a voz de Alexander perguntando:
—Por que você está com essa cara?
Olho para ele e fito seu rosto por um tempo. Sei que não é justo reclamar de nada para ele, mas eu não queria que ele fosse embora. Não queria ficar escondendo nada como no ano passado.
Suspiro e deixo a panqueca de lado, empurrando o prato.
—Não quero que você vá embora.
Ele me olha com a cabeça tombada de lado e sorri.
—Jus...
—Eu sei. Eu sei que você precisa ir, você tem que arrumar suas coisas e amanhã vai começar tudo de novo. Mas eu não quero que comece tudo de novo. Eu quero... - paro de falar para não soar mais desesperada e patética do que já estou soando.
Mas ele me encoraja.
—Quer o que?
—Eu quero... - olho para seu rosto que me olha ansioso. -Você. - minha voz sai mais baixa.
Alexander larga o garfo no prato e se levanta da cadeira. Vem para o lado da minha cadeira e se agacha ao lado dela.
—Mas você já me tem.
—Eu não quero mais ficar escondendo nosso relacionamento, não quero mais ficar fingindo que não somos nada. Não quero mais estudar no Conservatório. Eu... - paro de falar ao ver a testa de Alexander franzida.
—Jus, eu não quero esconder nada de ninguém também, mas, você não pode querer jogar seu estudo pro alto por mim...
—Eu posso me mudar. - digo interrompendo-o.
—Pra onde?
—Eu... Posso ir para outro lugar, para Juilliard.
—Mas Juilliard fica em Nova York! E seu sonho sempre foi estudar aqui.
—Mas eu te conheci e isso mudou meus planos.
Alexander olha para o meu rosto um pouco pasmo com aquele assunto e com as minhas ideias. Ele balança a cabeça algumas vezes, mas não diz nada.
—Alexander, por quanto tempo acha que conseguiremos esconder nosso relacionamento? Não quero mais ficar sempre escondida com você.
Ele balança a cabeça mas continua a não falar nada e isso me deixa atordoada e por um momento me faz pensar que ele não concorda comigo.
—Você não... Me quer?
Ele arregala os olhos e olha pata mim.
—O quê? - pergunta espantado. -É claro que quero. O que está dizendo? Justice eu... Eu te amo. Você sabe disso, eu só não concordo de você sair do Conservatório por minha causa. Não pode fazer isso.
Balanço a cabeça.
—Olha... Não vamos falar disso agora, tudo bem?
—Alexander... - insisto.
—Não, agora não. - ele se levanta e sai da cozinha me deixando sozinha.
Franzo o cenho diante daquela situação. Por que ele me deixou sozinha? Aquela situação toda era um estresse para nós dois. Apesar de eu saber que ele me amava, ás vezes eu não entendia o porquê ele não queria que eu tomasse medidas para que nós pudéssemos assumir nosso relacionamento em público logo.
Olhei para a panqueca no meu prato e fechei a cara. Não sentia mais vontade de comer.
Levantei-me da cadeira e saí da cozinha.
Quando entro no meu quarto, vejo Alexander sentado na beira da cama, curvado com os cotovelos em cima de seus joelhos e suas mãos segurando seu rosto. Ele está olhando para o chão, mas quando me vê entrando se endireita.
—O que mais eu posso fazer para te mostrar que eu te amo?
Respiro fundo.
—Alexander, não foi isso o que eu quis dizer. Eu não quero uma prova de amor, não é isso. - cubro meu rosto com as minhas mãos me sentindo exausta. - Me desculpe, tudo bem? Não deveria ter tocado no assunto. Só quero que fique mais um pouquinho antes de você voltar para casa, se você puder ficar.
Sinto suas mãos nos meus pulsos, tirando minhas mãos do meu rosto.
—Você fala como se fosse um peso para mim ficar aqui com você.
—Não, não é isso o que eu penso e nem quero brigar. Se você tem que ir agora, tudo bem. - digo olhando para o abajur ao lado da minha cama. Se eu olhar em seus olhos castanhos quentes, é capaz de começar a chorar.
Suas mãos seguram o meu rosto e ele leva minha boca até a sua. Eu pouso minhas mãos em seus ombros e retribuo seu beijo.
—Eu te amo.
—Eu também.
—Olha, eu... Preciso mesmo ir. Eu queria ficar Jus, mas preciso resolver algumas coisas tudo bem? Mas eu te vejo amanhã.
Faço que sim tentando esconder minha decepção.
—Você pode me levar até a porta e trancar ela?
Saio do quarto antes dele e atravessou o corredor até a sala em silêncio. Destranco a porta e só então ouço seus passos atravessando o corredor depois de um tempo. Olho para os meus pés e espero ele se aproximar.
—Ei. - ele segura meu queixo e me faz olhar para seu rosto. - Eu te amo.
—Eu sei. - digo e suspiro. - Eu também te amo.
Ele me dá um selinho e sai.
—Toma cuidado. - digo quando o vejo descer as escadas.
Mas acho que falei baixo demais e ele não me ouviu.
Tranco a porta derrotada com toda aquela conversa esquisita. Decido tomar um banho e depois ir para a cama e pelo menos tentar dormir. É a única coisa que posso fazer.



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Notas finais do capítulo

Bom, por enquanto é isso. Quero agradecer imensamente o carinho de vocês e todos os comentários. Eu sempre fico muito animada com o comentário de vocês :)
Quero agradecer o apoio que vocês sempre me deram(e ainda dão)! Obrigada por acreditarem tanto nessa história e por se envolverem e a amarem tanto quanto eu!
Obrigada!
Até o próximo capítulo :)



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