Sob As Luzes de Paris escrita por Letícia Matias


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!!!!! Tudo bem com vocês?
Eu já quero me adiantar pedindo desculpas pelo meu sumiço. Eu nunca fiquei tanto tempo assim sem postar. O motivo é que eu andei passando por alguns probleminhas emocionais, muito estresse... Não estava com cabeça para escrever, não estava conseguindo escrever nada. Então, fiquei muito feliz de conseguir voltar a escrever.
Me perdoem por demorar tanto para atualizar a fic :/ Isso partiu o meu coração...
Eu estou aqui para dar continuidade a história.
Espero que gostem :)



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Na manhã seguinte, acordei com os músculos pesados. Parecia que eu havia corrido uma maratona. Era incrível o que o estresse emocional podia fazer com o nosso corpo.
A cama estava vazia e a porta do banheiro tinha uma brecha aberta. Alexander estava no banho.
Sentei, me espreguiçando e vesti o suéter de Alexander jogado no pé da cama. Respirei fundo com as mangas do suéter no nariz. O cheiro dele era divino.
Levantei-me da cama e andei com os pés descalços até o banheiro que estava repleto de vapor e tudo o que se podia ouvir era a água caindo incessantemente da ducha.
Pelo box de vidro fosco, pude ver a pele café com leite de Alexander. Não pude deixar de sorrir. Abri a porta do box e sorri quando ele olhou surpreso para mim.
– Bom dia. - falei com a voz rouca porque tinha acabado de acordar.
Ele sorriu.
– Bom dia. Não esperava que fosse acordar agora.
– Se você quiser eu posso voltar pra cama. - falei rindo.
Ele balançou a cabeça rindo e depois disse:
– Já que está de pé, porque não entra aqui também?
Sorri e tirei o suéter pela cabeça. Meu corpo estava dolorido e eu esperava que a água quente aliviasse essa sensação.
Entrei debaixo do chuveiro e deixei a água molhar meus cabelos desgrenhados.
– Feliz Aniversário. - Alexander disse e me deu um beijo molhado.
Não pude deixar de sorrir enquanto ele me beijava.
–Obrigada. - eu falei depois de nos beijarmos.
Olhei dentro dos olhos castanhos levemente inchados pelo sono que fitavam os meus e não pude deixar de sorrir ainda mais.
– Quais os seus planos para hoje srta. Campbell? - ele perguntou com a voz rouca enquanto pegava uma bucha de tomar banho e colocava sabão líquido em cima dela.
Mordi o lábio com o pensamento dele massageando meu corpo com aquela bucha macia.
Corei com o pensamento e olhei para os meus pés. Suspirei e enfim respondi sua pergunta:
– Não sei. Se você não tivesse vindo, eu provavelmente estaria pegando um voo de volta para Paris. - dei de ombros e olhei para ele.
Ele sorriu suavemente e disse:
– Você quer voltar para Paris? - sua pergunta pareceu insegura.
Ri e balancei a cabeça incrédula.
– Claro que quero voltar para Paris! Que pergunta é essa?
Ele deu se ombros e virou-me para a parede. Senti ele passando a bucha suavemente em minha pele e o aroma do sabonete liquido de amêndoas e baunilha invadiu o meu nariz. Respirei fundo de olhos fechados. Que delícia!
– Pensei que estava com muita raiva para querer voltar.
Me limitei a balançar a cabeça, mas revirei os olhos para a parede de azulejos brancos que eu encarava.
– Claro que não. - falei.
Ficamos em silencio por um momento enquanto ele ensaboava as minhas costas suavemente; depois meus braços, subindo suavemente até os ombros e o pescoço.
Ele se agachou e pegou meu pé apoiando-o em seu joelho. Ri baixinho enquanto ele ensaboava meu pé e subia pela panturrilha até a parte detrás da minha coxa.
Meu coração estava batendo tão forte que eu podia ouvi-lo em meus tímpanos. Eu sentia tanto amor por Alexander que mal podia expressar em palavras. Ele era tudo pra mim naquele momento. Ele estava sendo o meu tudo por muitos meses. Ele era como uma droga pra mim; quanto mais eu experimentava, eu queria mais e acabava viciada; provavelmente não era saudável. Mas era assim que eu me sentia.
***
Depois do banho, eu estava sentada na cama, com um roupão branco de algodão respondendo a mensagem carinhosa de feliz aniversário do meu melhor amigo Christopher, enquanto Alexander se vestia para irmos tomar café da manhã em algum lugar.
"Mademouiselle, espero que tenha um dia incrível e que aproveite o prazer de ter 19 anos. Pensando em você e no quanto eu queria lhe dar um abraço agora. Prometo levar um presente de Dublin pra você. Aqui está uma nevasca sem fim. Espero que Nova York cuide bem de você.
Feliz Aniversário!
Com grande admiração,
Chris".
Sorria enquanto digitava uma resposta de gratidão para Chris. Ele era o melhor amigo do mundo.
– Pra quem está sorrindo tanto? - Alexander perguntou.
Olhei para ele e sorri ao vê-lo vestido com uma calça preta, sapatos e um suéter preto. Seu estilo habitual.
– Era Christopher me desejando feliz aniversário. Posso perguntar uma coisa?
– Pode. - ele falou me olhando.
– Onde você pensa que vai com essa roupa? Esta caindo uma nevasca lá fora, você vai congelar!
Ele revirou os olhos.
– Não sinto esse frio todo.
Arqueei as sobrancelhas e levantei da cama.
– Desculpa, me esqueci de que você é o Jacob Black e não sente frio. É um lobisomem. - falei passando em frente a ele para pegar minha mala.
Ele segurou meu braço e virei-me para olhar para olhá-lo. Seus braços prenderam-me forte ao seu corpo.
– Você esqueceu? Posso te lembrar. - ele falou num tom de voz baixo olhando nos meus olhos.
Meu coração estava na boca e eu estava olhando fixamente em seus olhos com os olhos levemente arregalados. Eu tinha me esquecido de respirar.
Ele sorriu e balançou a cabeça me soltando.
– Fazia tempo que eu não via você assim. Bom saber que ainda mecho com você.
Soltei o ar que eu estava prendendo.
– Assim como? - perguntei indo em direção a minha mala.
Coloquei-a na cama e a abri.
–Paralisada, prendendo a respiração, surpresa, nervosa. Me lembra o começo de tudo. Principalmente de quando você me via na sala de aula.
Tento reprimir um sorriso ao lembrar-me daqueles momentos. Olhei para ele, que estava de braços cruzados me olhando com um sorriso discreto nos lábios. Balancei a cabeça e disse:
– É claro que você ainda meche comigo. Sempre, toda hora. Isso nunca vai mudar.
– Vou me lembrar disso quando você falar que me odeia.
Ri e comecei a procurar uma roupa para vestir.
***
Do lado de fora do hotel, uma camada fina de neve cobria o chão e flocos brancos e finos caiam sobre nossas cabeças. Eu estava com uma touca de lã cinza na cabeça, um sobretudo vermelho com botões grandes e pretos, uma calça preta grossa o bastante para me proteger do frio e botas pretas. Olhei para Alexander para detectar algum sinal de que ele estava congelando naquela roupa que parecia não protegê-lo de maneira alguma daquele frio intenso. Mas, ele não parecia estar nem um pouco incomodado.
– Você quer andar ou prefere pegar um táxi? - ele perguntou olhando para mim.
Dei de ombros.
– Vamos andando mesmo. Não deve ser tão longe. Estamos em Nova York, tem um café em cada esquina.
De fato, era assim mesmo. Não andamos nem cinco minutos até entrarmos em uma cafeteria com um estilo parecido dos bistrôs de Paris.
Do lado de dentro, o local cheirava a café e baunilha. Era um cheiro muito agradável e tinha algo acolhedor ali. Acho que é porque me lembrava Paris, a cidade que eu já podia chamar de casa. Era bem calmo e não tinha muita gente. Apenas três amigos comendo silenciosamente o seu café da manhã e as duas atendentes atrás do balcão.
Com as mãos nas minhas costas, Alexander me conduziu até uma mesa debaixo do aquecedor. Sentei-me e ele sentou-se de frente para mim.
Uma das atendentes veio até a nossa mesa e sorriu. Ela era muito bonita. Tinha os cabelos lisos numa cor de chocolate preso num rabo de cavalo e uma franja na testa que cobria suas sobrancelhas. Seus olhos eram bolotas acinzentadas e sua maquiagem era bem leve e sutil. Ela parecia ter minha idade, ou um pouco mais nova.
– Bom dia. - ela disse. - O que posso fazer por vocês? - ela olhou para Alexander e corou no mesmo instante. - Ah meu Deus! - ela sussurrou arregalando os olhos.
Franzi o cenho e Alexander ficou olhando para ela um pouco confuso.
– Ah me desculpe. - ela falou fechando os olhos e colocando as duas mãos nas bochechas - Você é Alexander Grayson, não é? O musicista clássico?
Alexander sorriu para ela.
– Sou sim.
Ela sorriu envergonhada e disse:
– Nossa eu sou muito sua fã! Muito mesmo. Você toca violoncelo tão bem!
Ele continuou sorrindo.
– Muito obrigado, é muita gentileza da sua parte.
Ela parecia mais corada ainda.
– Você toca alguma coisa?
– Violino.
– E você pretende fazer alguma faculdade de música?
– É o meu último ano da escola então vou me candidatar para a Julliard.
– Que bom! - Alexander respondeu sorrindo. - Espero que consiga. Você parece ter talento. Você poderia me mandar um vídeo seu tocando, talvez eu possa te ajudar, se você for tão boa quanto aparenta ser.
O que estava acontecendo? Como ele podia falar que ela era boa sendo que nem tinha ouvido a menina tocar? Por que ele estava todo sorridente? E por que eu estava sendo ignorada?
Enquanto eu me fazia essas perguntas mentalmente, perdi parte do diálogo, mas vi quando Alexander começou a escrever seu e-mail no papel guardanapo.
Olhei para a menina que olhava para a mão dele e então foi examinando o braço e as costas enquanto ele escrevia no papel. Seus olhos encontraram o meu e então ela baixou os olhos e corou ainda mais quando percebeu que eu estava vendo que ela estava examinando o meu homem.
Suspirei. Não havia muito o que eu podia fazer. Alexander chamava atenção mesmo. Ele era muito atraente. Quem era eu para julgar aquela pobre menina atraída por ele? Ele causava esse efeito em todas as mulheres do planeta.
Ele entregou o guardanapo a ela e disse:
– Quando você for fazer uma audição ou quiser gravar você enquanto toca, pode me mandar. Eu adoraria ver.
Ela sorriu um sorriso branco e recém alinhado para ele e pegou o guardanapo timidamente.
– Muito obrigada, seria uma honra! Eu... Posso pedir uma coisa? - ela perguntou e pareceu desconfortável.
– O que? - Alexander perguntou.
– Você pode tirar uma foto comigo?
Ele sorriu.
– Claro! - ele disse se levantando. Ele era tão mais alto do que ela! Bom... Do que qualquer pessoa.
A menina olhou para mim e perguntou muito cautelosa:
– Será que você pode tirar a foto?
Eu estava ciente de que eu não estava com uma cara muito boa, estava enciumada - era infantilidade, eu sei - mas, mesmo assim... Eu não era nada boa em disfarçar quando algo estava me incomodando. Contudo, decidi colocar meu mal humor de lado e disse, forçando um sorriso:
– Claro!
Levantei-me da cadeira e esperei "pacientemente" a garota desajeitada e bonita que veio nos atender, desbloquear seu celular e procurar pela câmera.
Enquanto eu esperava, impaciente, Alexander olhava para mim e pude ver a sombra de um sorriso em seus lábios. Claro que ele estava adorando me ver enciumada.
A garota me entregou o smartphone e então Alexander colocou uma das mãos no ombro da garota e sorriu para a foto. Respirei fundo e olhei de cara feia para a foto que eu estava prestes a tirar. A menina deu um sorriso tímido e bonito e então, eu tirei a foto.
– Pronto. - falei e forcei um sorriso ao devolver seu celular.
Ela sorriu para mim e disse:
– Obrigada. Nossa eu adorei seu sobretudo, é lindo! Combina com os seus olhos.
Senti uma pontada de culpa por estar sendo tão ciumenta, ela não estava fazendo para provocar, mas, meu ciúme era mais forte do que o remorso.
– Obrigada. - dessa vez não tive que me esforçar tanto para sorrir.
Eu e Alexander tornamos a nos sentar e ela pegou a caderneta no avental novamente e disse depois de um suspiro:
– Agora sim, o que posso fazer por vocês?
– Vou querer uma porção de waffles e um latte com baunilha extra. - falei.
– Quero um café expresso e uma porção de waffles também. - Alexander disse.
Ela anotou freneticamente na caderneta enquanto falávamos e então olhou para nós dois e disse - Já trarei o pedido de vocês, obrigada pela paciência.
Ela se retirou então Alexander disse:
– Que legal, eu não sabia que seria reconhecido na América.
Sorri.
– Legal mesmo, não é?
Ele riu.
– Não precisa fingir que ficou feliz.
Revirei os olhos.
– Não a culpo de ter ficado toda vermelha quando te viu, nem por ficar olhando para você enquanto você dava seu e-mail para ela. - dei de ombros - Mas é um saco ver as pessoas desejando o que é seu.
Ele revirou os olhos, mas reprimiu um sorriso.








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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, vocês gostaram? Eu espero que sim!!!
Obrigada pela paciência e por continuarem acompanhando.
Amo vocês e prometo não demorar muito pra postar o outro capítulo



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