A Princesa de Metal escrita por João Pedro


Capítulo 11
Um dividido por dois


Notas iniciais do capítulo

Oi de novo sweets, espero que gostem do capítulo. Até os reviews, kissus de metal o/



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– Você é um idiota Alberto! - Vitória se jogou na cama. Alberto e Victor estavam de pé à sua frente, com tanto medo quanto uma criança levando bronca depois de uma travessura.
– Eu fiz o que era preciso, milayde.
– Não era necessário se ajoelhar perante seu povo! Tem ideia da humilhação que passou?
A rainha estava ficando vermelha e seu corpo se esquentando, por causa do vapor que se acelerava pelo seu corpo.
– Foi um gesto de humildade Vitória, eles estavam descontrolados.
Vitória queria matá-lo.
– E dizer que tem um assassino solto por aí te deu controle sobre eles? - Ela gritou. Victor nunca ouvira Vitória gritar até aquele momento. - E Victor, como você ousou acompanhá-lo em tal ato?
Victor caminhou até a cama que ela estava e sentou ao lado da amiga.
– Me desculpe milayde, foi imprudente de minha parte deixá-lo fazer tal coisa, mas ele é meio que o meu príncipe. - Victor olhou para o teto. - Isso ficou estranho, vamos dizer que ele pode mandar me matarem.
Vitória não sorriu.
– Ele não pode te matar enquanto estiver sobre minha proteção.
– Eu não irei matá-lo, nunca. - Alberto garantiu.
– É, e nem seguir o que eu digo.
– Estou decepcionada com vocês dois. Devo lhes castigar?
Alberto fez uma expressão surpresa. - Você não pode me castigar! Eu sou tão importante quanto você nesse reino.
– Não é mais desde que se igualou à peble. Agora você é apenas importante como eles.
– Não é você que decide isso! Não tem esse poder.
– Esse reino é meu. Você nem tem sangue inglês!
Vitória se levantou e encarou o marido. Victor se colocou entre eles.
– É melhor vocês pararem com essa briga sem sentido. Alberto, você é o único que não pode sair ferido daqui, por que não esquece isso?
– Vai ficar do lado dela agora? - Alberto agora gritava, estava estressado e nervoso. - Você se curvou junto comigo, me apoiou no que eu fiz, QUE HIPOCRISIA É ESSA AGORA?
– Eu não estou sendo hipócrita, estou sendo prudente. Não tem nenhum sentido em continuar com essa briga, ela só vai nos separar e nos enfraquecer, se isso acontecer Jack não precisará fazer nada, vamos autodestruir-nos.
– Que seja. - Alberto abaixou a cabeça. - A culpa de tudo para começar é sua mesmo.
Victor imitou o gesto e o homem saiu da sala.
O medico caminhou até Vitória e pousou a mão em seu ombro.
– Você está quente. Isso é perigoso.
Vitória começou a chorar. Victor a abraçou.
– Se acalme Vicky, prometo que vou conversar com ele depois.
– Eu já disse para não me chamar assim.
– Você sempre será minha Vicky. Não importa se eu disser ou não.
Vitória se sentou na beirada da cama e apoiou a cabeça nas mãos.
– Aquela mulher, daquela vez em que me chamou assim eu estava morrendo, e nós estávamos brigando. Ela não existe mais.
– E ficamos treze anos sem nos ver. Devo dizer que não parei de pensar em desculpas para te dizer naquela hora?
– Posso ver já que você salvou minha vida, e na criança que me deu.
– Se Alberto ouvir isso, vamos ter outra briga.
– Eu não te contei, mas a gente brigava muito ao longo dos anos, desde que nos casamos.
Victor sentou se ao lado dela e olhou para o chão.
– Então é por isso. Por isso você fica mal às vezes. Infelizmente não é uma coisa que eu possa curar.
Vitória parou de chorar.
– Não se culpe. Nem sempre podemos ter o que queremos.
Victor estudou o rosto da rainha por um tempo.
– Eu não quero te ver triste. - Ele disse com uma expressão séria no rosto.
– Então me faça sorrir.
– Quer que eu conte uma piada? Sou péssimo nisso.
Ela deu um leve sorriso e tampou a boca ao fazer isso.
– Não era o que eu tinha em mente.
O médico olhou para o teto.
– Às vezes odeio o que esse maldito coração te impede de fazer.
Vitória deu lhe um tapa no rosto.
– Ai! - Exclamou. - Pra que isso?
– Adivinha. - disse com tom de ironia.
Victor ficou um pouco mais conversando com ela no quarto, até ter certeza que ela ficaria bem.
– Se qualquer coisa acontecer manda os criados me chamarem, eu virei em menos de um minuto.
Vitória se levantou.
– Acho que sei me cuidar sozinha, mamãe.
– Bobagem filha, você ainda é muito criança para ficar sozinha em casa.
– Acho que terei que mandar você para um asilo, não está enxergando direito.
Victor abriu a porta.
– Golpe baixo esse. Até breve milayde. - Ele fez uma reverência e saiu do quarto.
No corredor ele viu algo estranho. Uma criada estava no lugar errado. Ao vê-lo, mudou de direção.
Isabel... Victor não tinha certeza se ainda se lembrava do rosto, mas o corpo parecia o dela.
Victor conhecia aquele palácio como ninguém. Ele tomou uma rota diferente, pela direção oposta do caminho que ela escolhera e então virou a direita.
Havia um corredor deserto, ocupado apenas por quadros e armadura vazias. Victor apertou o passo e contou as armaduras.
" Uma, duas, três... Quatro." ao abaixar o braço onde o guerreiro oco empunhava a espada ouviu se um click e a parede se destrancou.
Era apenas alguns metros, como um túnel até o outro corredor. Dava em uma porta que sempre ficava trancada, mas a chave ficava na parte de dentro da passagem.
Assim que o médico saiu, viu se de cara com Isabel.
– Olá milayde. - Ele tirou a cartola e se curvou. - Coincidência te encontrar aqui.
– Lorde Victor. - Ela fez uma mesura.
– Por que estava me evitando?
– Mas eu não estava.
Victor estava ficando impaciente.
– Tudo bem, vamos logo com isso, o que quer aqui?
– Isso não lhe diz respeito, "padre". Se me der licença...
Ela estava continuando o caminho, Victor não a impediu, mas outra pessoa o fez.
– E quanto a mim Srt.ª? - Disse a garota parando na frente da moça.
– Princesa? Eu... - Isabel gaguejou ao ver Maria Alice, Victor se surpreendeu com a atitude, Cristine devia ser uma ótima professora.
– Alberto vem para cá quando está nervoso, mas precisamente naquela sala. - Victor fez um gesto em direção à uma porta dupla, guardada por duas armaduras vazias.
– O que quer com o meu pai? - perguntou a princesa.
– Ele... Mandou me chamar. Disse que tinha trabalho para mim.
A garota colocou o dedo indicador no lábio inferior.
– Curioso, já que ele estava no quarto com mamãe agora a pouco e veio direto para cá. Sozinho.
Isabel tremia. A presença que as duas figuras impunham era assustadora.
A criada suspirou.
– Victor Áurea está tendo encontros secretos com a rainha. Acho que o príncipe tem direito de saber.
– Em outras palavras, vai encher a cabeça do meu pai com fofocas. O porque está fazendo isso?
– Eu... Eu só não concordo com essa atitude da rainha, acho que ele também não iria concordar.
Maria Alice olhou dela para Victor.
– Isso está cheirando a ciúmes. Não sei o que vocês dois tem, só deixe meu pai fora disso, estamos entendidas?
A mulher se curvou.
– Sim milayde. - Isabel se virou e foi embora.
– Da para acreditar nisso? - Perguntou Maria Alice quando ela sumiu do corredor.
– Eu estou impressionado com o que fez.
A garota olhou séria para o médico.
– O que estava fazendo sozinho com mamãe nos aposentos dela?
– Alberto e Vitória brigaram hoje. Eu estava tentando fazer com que ela parasse de chorar.
Maria Alice percorreu com os olhos o rosto do médico, procurando indícios de mentira. Nada.
– Está dizendo a verdade.
– Claro, por que eu mentiria?
A garota suspirou.
– Eu acabei de salvar sua pele, quero algo em troca.
Victor olhou para o teto.
– O que você quer?
– Quero que nunca magoe a Srtª Cristine Von Stockmar. Pode fazer isso?
– Receio que não, princesa. Eu teria que deixá-la e não posso fazer isso.
– Você sente prazer em magoar suas garotas?
– É claro que não, mas é inevitável que uma mulher se magoe quando está comigo. Acho que você pode ver isso em qualquer lugar.
– Jessie e Anne querem falar com você. Estão esperando na sala de jantar, vem comigo?
Victor assentiu e seguiu até lá com a garota. No caminho, ela perguntou:
– Por que é assim?
– Assim como? - Disse Victor sem entender.
– Assim como você é com as garotas. Nunca termina nada...
– Ah sim. Desculpe milayde, mas um homem tem seus segredos. Algum dia eu poderei te contar essa história. - O que te impede de contar agora?
– A punição pelo que fiz.
Aquilo deixou a garota ainda mais curiosa, mas ela não disse nada, sabia esperar.
– Garota. - Victor a chamou. - Eu estou orgulhoso do que está se tornando.
– Espero que mamãe também esteja.
Eles haviam chegado nas portas do grande salão. Era magnífica a arquitetura presente naquele palácio, desde os tetos altos e frios nas salas mais importantes ao calor confortável das mais pessoais. Era um jogo gostoso de humildade e ostentação. Era impressionante como combinava com a rainha, como se fosse feito para ela, esperando pacientemente até ela chegar ao poder. Victor admirava a historia de Vitória tanto quanto a sua, era ainda melhor quando elas se misturavam.
– Vai ficar ai parado mesmo? - Perguntou a princesa abrindo as portas.
A visão da sala era estonteante, ali que iria se passar o baile real, a sala ainda não estava totalmente arrumada para a ocasião, mas haviam algumas mesas espalhadas em volta de um espaço feito especialmente para as danças da noite. Anne, Jessie e Brandon estavam sentadas em uma delas, na terceira fileira próxima a porta.
– Victor! - Exclamou Jessie. - Vem logo, tem uma coisa que quero te contar.
Victor afastou a cadeira para que Maria Alice se sentasse ao lado de Brandon sentou se ao lado dela, próximo a Anne.
– Você está me assustando. Fez algo errado?
– Ciborgues. - Disse a garota. - nós seguimos um deles hoje.
– Como assim? Não há ciborgues em Londres à treze anos.
– Não deveria haver nenhum. - A expressão de Anne estava séria.- Mas eles estão de volta. Moram em um povoado secreto nos arredores de Londres.
– O que são ciborgues?- perguntou Brandon.
– Pessoas iguais a mim. - respondeu a princesa.
– Criadas por Victor?
– Quase isso. - Victor estava assustado. - A maioria deles eu salvei, mas eles não estão assim tão agradecidos como Maria Alice.
– Eu ficaria mais agradecida se você não tivesse sugerido esse nome para mim.
– Culpe também o marido da Srt.ª Key. - Anne deu um olhar repreensivo para o médico, ela não gostava de ser chamada assim. - Podem me contar exatamente o que aconteceu?
– Eu também quero ouvir. - Disse Brandon em um alto tom.
– Tudo bem. Foi assim... - Jessie começou a contar a aventura que vivera a algumas horas, na companhia de Anne. Aquilo mudou um pouco o que a garota pensava sobre ela.


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