A Princesa de Metal escrita por João Pedro
Notas iniciais do capítulo
Oi de novo sweets, espero que gostem do capítulo. Até os reviews, kissus de metal o/
– Você é um idiota Alberto! - Vitória se jogou na cama. Alberto e Victor estavam de pé à sua frente, com tanto medo quanto uma criança levando bronca depois de uma travessura.
– Eu fiz o que era preciso, milayde.
– Não era necessário se ajoelhar perante seu povo! Tem ideia da humilhação que passou?
A rainha estava ficando vermelha e seu corpo se esquentando, por causa do vapor que se acelerava pelo seu corpo.
– Foi um gesto de humildade Vitória, eles estavam descontrolados.
Vitória queria matá-lo.
– E dizer que tem um assassino solto por aí te deu controle sobre eles? - Ela gritou. Victor nunca ouvira Vitória gritar até aquele momento. - E Victor, como você ousou acompanhá-lo em tal ato?
Victor caminhou até a cama que ela estava e sentou ao lado da amiga.
– Me desculpe milayde, foi imprudente de minha parte deixá-lo fazer tal coisa, mas ele é meio que o meu príncipe. - Victor olhou para o teto. - Isso ficou estranho, vamos dizer que ele pode mandar me matarem.
Vitória não sorriu.
– Ele não pode te matar enquanto estiver sobre minha proteção.
– Eu não irei matá-lo, nunca. - Alberto garantiu.
– É, e nem seguir o que eu digo.
– Estou decepcionada com vocês dois. Devo lhes castigar?
Alberto fez uma expressão surpresa. - Você não pode me castigar! Eu sou tão importante quanto você nesse reino.
– Não é mais desde que se igualou à peble. Agora você é apenas importante como eles.
– Não é você que decide isso! Não tem esse poder.
– Esse reino é meu. Você nem tem sangue inglês!
Vitória se levantou e encarou o marido. Victor se colocou entre eles.
– É melhor vocês pararem com essa briga sem sentido. Alberto, você é o único que não pode sair ferido daqui, por que não esquece isso?
– Vai ficar do lado dela agora? - Alberto agora gritava, estava estressado e nervoso. - Você se curvou junto comigo, me apoiou no que eu fiz, QUE HIPOCRISIA É ESSA AGORA?
– Eu não estou sendo hipócrita, estou sendo prudente. Não tem nenhum sentido em continuar com essa briga, ela só vai nos separar e nos enfraquecer, se isso acontecer Jack não precisará fazer nada, vamos autodestruir-nos.
– Que seja. - Alberto abaixou a cabeça. - A culpa de tudo para começar é sua mesmo.
Victor imitou o gesto e o homem saiu da sala.
O medico caminhou até Vitória e pousou a mão em seu ombro.
– Você está quente. Isso é perigoso.
Vitória começou a chorar. Victor a abraçou.
– Se acalme Vicky, prometo que vou conversar com ele depois.
– Eu já disse para não me chamar assim.
– Você sempre será minha Vicky. Não importa se eu disser ou não.
Vitória se sentou na beirada da cama e apoiou a cabeça nas mãos.
– Aquela mulher, daquela vez em que me chamou assim eu estava morrendo, e nós estávamos brigando. Ela não existe mais.
– E ficamos treze anos sem nos ver. Devo dizer que não parei de pensar em desculpas para te dizer naquela hora?
– Posso ver já que você salvou minha vida, e na criança que me deu.
– Se Alberto ouvir isso, vamos ter outra briga.
– Eu não te contei, mas a gente brigava muito ao longo dos anos, desde que nos casamos.
Victor sentou se ao lado dela e olhou para o chão.
– Então é por isso. Por isso você fica mal às vezes. Infelizmente não é uma coisa que eu possa curar.
Vitória parou de chorar.
– Não se culpe. Nem sempre podemos ter o que queremos.
Victor estudou o rosto da rainha por um tempo.
– Eu não quero te ver triste. - Ele disse com uma expressão séria no rosto.
– Então me faça sorrir.
– Quer que eu conte uma piada? Sou péssimo nisso.
Ela deu um leve sorriso e tampou a boca ao fazer isso.
– Não era o que eu tinha em mente.
O médico olhou para o teto.
– Às vezes odeio o que esse maldito coração te impede de fazer.
Vitória deu lhe um tapa no rosto.
– Ai! - Exclamou. - Pra que isso?
– Adivinha. - disse com tom de ironia.
Victor ficou um pouco mais conversando com ela no quarto, até ter certeza que ela ficaria bem.
– Se qualquer coisa acontecer manda os criados me chamarem, eu virei em menos de um minuto.
Vitória se levantou.
– Acho que sei me cuidar sozinha, mamãe.
– Bobagem filha, você ainda é muito criança para ficar sozinha em casa.
– Acho que terei que mandar você para um asilo, não está enxergando direito.
Victor abriu a porta.
– Golpe baixo esse. Até breve milayde. - Ele fez uma reverência e saiu do quarto.
No corredor ele viu algo estranho. Uma criada estava no lugar errado. Ao vê-lo, mudou de direção.
Isabel... Victor não tinha certeza se ainda se lembrava do rosto, mas o corpo parecia o dela.
Victor conhecia aquele palácio como ninguém. Ele tomou uma rota diferente, pela direção oposta do caminho que ela escolhera e então virou a direita.
Havia um corredor deserto, ocupado apenas por quadros e armadura vazias. Victor apertou o passo e contou as armaduras.
" Uma, duas, três... Quatro." ao abaixar o braço onde o guerreiro oco empunhava a espada ouviu se um click e a parede se destrancou.
Era apenas alguns metros, como um túnel até o outro corredor. Dava em uma porta que sempre ficava trancada, mas a chave ficava na parte de dentro da passagem.
Assim que o médico saiu, viu se de cara com Isabel.
– Olá milayde. - Ele tirou a cartola e se curvou. - Coincidência te encontrar aqui.
– Lorde Victor. - Ela fez uma mesura.
– Por que estava me evitando?
– Mas eu não estava.
Victor estava ficando impaciente.
– Tudo bem, vamos logo com isso, o que quer aqui?
– Isso não lhe diz respeito, "padre". Se me der licença...
Ela estava continuando o caminho, Victor não a impediu, mas outra pessoa o fez.
– E quanto a mim Srt.ª? - Disse a garota parando na frente da moça.
– Princesa? Eu... - Isabel gaguejou ao ver Maria Alice, Victor se surpreendeu com a atitude, Cristine devia ser uma ótima professora.
– Alberto vem para cá quando está nervoso, mas precisamente naquela sala. - Victor fez um gesto em direção à uma porta dupla, guardada por duas armaduras vazias.
– O que quer com o meu pai? - perguntou a princesa.
– Ele... Mandou me chamar. Disse que tinha trabalho para mim.
A garota colocou o dedo indicador no lábio inferior.
– Curioso, já que ele estava no quarto com mamãe agora a pouco e veio direto para cá. Sozinho.
Isabel tremia. A presença que as duas figuras impunham era assustadora.
A criada suspirou.
– Victor Áurea está tendo encontros secretos com a rainha. Acho que o príncipe tem direito de saber.
– Em outras palavras, vai encher a cabeça do meu pai com fofocas. O porque está fazendo isso?
– Eu... Eu só não concordo com essa atitude da rainha, acho que ele também não iria concordar.
Maria Alice olhou dela para Victor.
– Isso está cheirando a ciúmes. Não sei o que vocês dois tem, só deixe meu pai fora disso, estamos entendidas?
A mulher se curvou.
– Sim milayde. - Isabel se virou e foi embora.
– Da para acreditar nisso? - Perguntou Maria Alice quando ela sumiu do corredor.
– Eu estou impressionado com o que fez.
A garota olhou séria para o médico.
– O que estava fazendo sozinho com mamãe nos aposentos dela?
– Alberto e Vitória brigaram hoje. Eu estava tentando fazer com que ela parasse de chorar.
Maria Alice percorreu com os olhos o rosto do médico, procurando indícios de mentira. Nada.
– Está dizendo a verdade.
– Claro, por que eu mentiria?
A garota suspirou.
– Eu acabei de salvar sua pele, quero algo em troca.
Victor olhou para o teto.
– O que você quer?
– Quero que nunca magoe a Srtª Cristine Von Stockmar. Pode fazer isso?
– Receio que não, princesa. Eu teria que deixá-la e não posso fazer isso.
– Você sente prazer em magoar suas garotas?
– É claro que não, mas é inevitável que uma mulher se magoe quando está comigo. Acho que você pode ver isso em qualquer lugar.
– Jessie e Anne querem falar com você. Estão esperando na sala de jantar, vem comigo?
Victor assentiu e seguiu até lá com a garota. No caminho, ela perguntou:
– Por que é assim?
– Assim como? - Disse Victor sem entender.
– Assim como você é com as garotas. Nunca termina nada...
– Ah sim. Desculpe milayde, mas um homem tem seus segredos. Algum dia eu poderei te contar essa história. - O que te impede de contar agora?
– A punição pelo que fiz.
Aquilo deixou a garota ainda mais curiosa, mas ela não disse nada, sabia esperar.
– Garota. - Victor a chamou. - Eu estou orgulhoso do que está se tornando.
– Espero que mamãe também esteja.
Eles haviam chegado nas portas do grande salão. Era magnífica a arquitetura presente naquele palácio, desde os tetos altos e frios nas salas mais importantes ao calor confortável das mais pessoais. Era um jogo gostoso de humildade e ostentação. Era impressionante como combinava com a rainha, como se fosse feito para ela, esperando pacientemente até ela chegar ao poder. Victor admirava a historia de Vitória tanto quanto a sua, era ainda melhor quando elas se misturavam.
– Vai ficar ai parado mesmo? - Perguntou a princesa abrindo as portas.
A visão da sala era estonteante, ali que iria se passar o baile real, a sala ainda não estava totalmente arrumada para a ocasião, mas haviam algumas mesas espalhadas em volta de um espaço feito especialmente para as danças da noite. Anne, Jessie e Brandon estavam sentadas em uma delas, na terceira fileira próxima a porta.
– Victor! - Exclamou Jessie. - Vem logo, tem uma coisa que quero te contar.
Victor afastou a cadeira para que Maria Alice se sentasse ao lado de Brandon sentou se ao lado dela, próximo a Anne.
– Você está me assustando. Fez algo errado?
– Ciborgues. - Disse a garota. - nós seguimos um deles hoje.
– Como assim? Não há ciborgues em Londres à treze anos.
– Não deveria haver nenhum. - A expressão de Anne estava séria.- Mas eles estão de volta. Moram em um povoado secreto nos arredores de Londres.
– O que são ciborgues?- perguntou Brandon.
– Pessoas iguais a mim. - respondeu a princesa.
– Criadas por Victor?
– Quase isso. - Victor estava assustado. - A maioria deles eu salvei, mas eles não estão assim tão agradecidos como Maria Alice.
– Eu ficaria mais agradecida se você não tivesse sugerido esse nome para mim.
– Culpe também o marido da Srt.ª Key. - Anne deu um olhar repreensivo para o médico, ela não gostava de ser chamada assim. - Podem me contar exatamente o que aconteceu?
– Eu também quero ouvir. - Disse Brandon em um alto tom.
– Tudo bem. Foi assim... - Jessie começou a contar a aventura que vivera a algumas horas, na companhia de Anne. Aquilo mudou um pouco o que a garota pensava sobre ela.
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