The Boy of Mysterious Eyes escrita por Clariie


Capítulo 6
Capítulo 5. – Conte-me sobre você


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus potinhos de nutella. Como estão?
Se demorei, desculpem-me, estou com alguns problemas em casa e na escola. Porém o capítulo ficou bem grandinho, não? (um lado positivo. Ebaaa!)
Obrigada, meninas, por comentarem:
— Ally Faria
— Sweet Clary
— sunshine
— SweetViitoria
— Sleeping Beauty
— divademi22
— Isah Larano
Amei todos e amo vocês.
Agora, boa leitura e ENJOY!



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Não acredito que o mundo possa ser tão pequeno, ou melhor, Miami! Como diabos esse garoto veio parar aqui? Como eu vim parar aqui? Não estou acreditando, meu cérebro gritava. Só pode ser brincadeira. Brincadeira do destino, por sinal.

Eu fiquei um demasiado tempo encarando, pasma, o garoto cantando de olhos fechados. Não podia negar sua beleza, mas do que falia, se seu ego inflado, seu sorriso debochado sedutor e sua arrogância se superava?

E ali, naquele palco, com todas aquelas pessoas idolatrando-o por ter uma voz de se admirar e um corpo escultural, seu ego deveria está a ponto de explodir, isso sim!

Sei que pode parecer errado de minha parte – eu, uma garota que mal o conhece – estar julgando o garoto dessa forma, mas não. Eu não estou errada, pois você percebe a ignorância do louro simplesmente pelo seu modo de agir. Como Rydel disse: “Ele se conecta a música”, disso eu não posso negar, era o que ele demonstrava. Ele sentia a letra.

Saí de transe, com Rydel me chamando.

— Oi – respondi.

— Gostou? – perguntou, com malícia nos olhos. Fiquei confusa.

— De que mesmo?

Estávamos sentadas lado a lado de frente para o palco.

Rydel riu baixinho com minha pergunta, impulsiva.

— Dele – respondeu, gesticulando em direção ao palco. – Austin, meu primo.

— O quê? – perguntei baixinho, horrorizada.

Como ela poderia achar uma coisa dessas? Sinceramente, quando nos conhecemos ele havia deixado bem claro o tipo de pessoa que ele era, então, tudo o que eu posso sentir pelo mesmo não passa de antipatia.

Pigarreei, mais confiante, queria mostrar que eu não estava atraída pelo louro.

— Claro que não, Rydel – disse. – Ideia absurda essa.

Ela riu, mesmo eu não vendo motivos.

— Absurda, Ally? – disse, entre risos. – O que você queria que eu falasse? Você estava secando o garoto com os olhos, estava quase babando.

Não suportei, tive que rir. E eu achando que eu tinha a mente fértil, pensei.

— Isso é mais absurdo ainda – empurrei seu ombro, rindo. – Eu não estava babando por ele e eu não “gostei” dele, muito menos, acho ele bonito!

— Opa, opa, que quem mentiu agora foi você – disse, gesticulando os braços dramaticamente. – Não tente negar, querida, tanto as outras garotas daqui quanto você o acha bonito. Bonito não, lindo! Não minta, pois você não me engana. Vamos lá, Ally, admita, da mesma forma que eu senti uma espetada de atração pelo seu irmão gato, você se sente atraída por Austin. Então, você quer que eu o apresente “mais de pertinho” pra você?

Seu sorriso malicioso se alargou, provocando-me.

— Em primeiro lugar, eu não sou como “as outras” – disse. Ela rolou os olhos, sua boca se moveu sussurrando algo como “clichê”. – Em segundo lugar, eu não me sinto atraída pelo seu primo, loura maluca, e, por último, eu já esse desprazer de conhecê-lo!

E no momento que eu terminei de falar, Rydel surtou, eufórica.

— Garota, você é rápida – cochichou, espalmando a mão no tampo da mesa fazendo um baque grave chamando a atenção das outras pessoas que também estavam na mesa. Rydel sorriu se desculpando com o pessoal. – Como?

— No aeroporto, há dois dias – contei, dando pouco importância aos chiliques que a loura dava ao meu lado. – Hayden e Colle haviam saído para fazer o check-out e eu fiquei procurando meu celular no salão de desembarque. Eu meio que estava agachada no chão procurando dentro da mala quando o idiota do seu primo passou e tropeçou nas minhas pernas.

— Quinta-feira? – indagou, confusa. – Mas quinta-feira ele trabalha.

— Não vou te explicar isso, porque eu também não sei – defendi-me. – Mas, nós conversamos poucos minutos. Agora esses poucos minutos, lhe digo, foram capazes de me deixar furiosa com seu primo Austin.

— Tão clichê isso de se conhecer em um tropeço, hein... – disse, pensativa. Dessa vez, tive que concordar com ela. – E o que ele disse pra você ficar furiosa com ele?

E mesmo reprimindo, sabia que Rydel queria rir e estava gostando daquilo.

— Ah, Rydel – fiz pouco caso do assunto. –, tudo o que saia daquela boca era merda.

E ela riu, mais alto do que antes. E sinceramente, eu já estava ficando constrangida com os olhares sobre nós por conta de todo aquele escândalo.

— Rydel, você está bêbada? – Carrie questionou, sua voz tinha um timbre que transbordava tranquilidade e preocupação.

— Claro que não, Carrie! – respondeu Rydel, entre risos. Virou-se para mim. – Austin quando quer, é esperto, mas em compensação... em ocasiões opostas, é um completo soberbo.

Ela riu, conseguindo arrancar um riso meu.

— Conheci apenas seu lado soberbo – brinquei, com uma piscadela. – Pensei que você não falaria algo assim dele pra mim, por ser seu primo.

Ela riu outra vez, revirando os olhos.

— Mas isso não me impede de falar a verdade, ora bolas.

— Então, você concorda comigo.

— Eu não falei isso, Ally – tentou se explicar, hesitante. – Olha, Ally, Austin pode ser um babaca completo às vezes, mas isso não significa que ele não é uma pessoa boa, carinhosa, gentil. Eu amo ele do jeitinho que ele é, imperfeito. Entendeu?

— Acho que sim.

E a loira riu novamente, com serenidade. Deu-me um leve empurrão e pela primeira vez na noite, parou para assistir ao show.

Com todos atentos ao palco, aproveitei e retirei-me com cautela indo procurar pelo lavabo feminino. Entrei em um corredor ao lado do bar com duas portas em paredes opostas, adentrei uma a qual havia o símbolo de vênus rosa.

Olhei-me no espelho que havia sobre as bancadas do lavabo e fiquei observando cada traço de minha face no reflexo do espelho. Sentia uma sensação diferente, mas eu não conseguiria descreve-la. Era realmente estranho, nunca havia sentido isso. Lembram das borboletas, então, era como se elas estivessem se explodido dentro de mim. A sensação disso me lembrava ao de uma mudança interna. Mas parecia ser bom, eu só não sabia ainda.

Lavei minhas mãos, retoquei o batom e voltei para a mesa.

— Onde estava? – perguntou Hayden, quando passei por sua cadeira.

— Fui ao banheiro.

Ele revirou os olhos e tomou um gole de seu drink.

— Oi – cumprimentou-me Rydel, quando sentei na minha banqueta, ao seu lado.

— Oi – respondi, retribuindo seu sorriso.

— Vem, quero te apresentar o restante do pessoal – ela disse, puxando-me da mesa.

Caminhei, com Rydel me guiando, para um corredor atrás do palco. Lá haviam apenas duas portas – uma de aço e outra de vidro, em lados opostos do corredor que se assemelhava ao corredor dos lavabos.

— Fica aqui – pediu-me a loura e eu obedeci.

Rydel entrou pela porta de vidro em um sala, deixando-me sozinha no corredor de iluminação baixa.

O corredor era pequeno e com paredes pintadas recentemente de vermelho, tinha um cheiro forte de charuto. Esperei por mais três minutinhos quando, finalmente, a porta de vidro foi aberta novamente.

Rydel saiu acompanhada de Riker e mais outros três garotos. Riker quando me viu sorriu e veio em minha direção de braços abertos.

— Olá, Allyzinha. – cumprimentou-me com um abraço. Não consegui responder ao abraço, pois Riker prendeu-me ao seu corpo.

Que apelido ridículo era aquele?, pensei.

— Riker, larga a morena você tá esmagando ela – advertiu um rapaz que antes eu havia visto no palco, tocando guitarra.

Riker afrouxou mais o abraço e eu pude soltar o ar que até o momento não havia percebido que estava prendendo, e berrou ao garoto:

— Cala a boca, Rocky.

Rocky sorriu, caminhou até nós e empurrou Riker, ficando cara-a-cara comigo – não exatamente “cara-a-cara”, digamos que o moreno-ruivo era uns trinta centímetros mais alto que eu.

— Oi, gracinha. – ele pegou minha mão direita e baixou os lábios, beijando suas costas. Eu fiquei sem reação, apenas olhando nos olhos do garoto que não desviavam dos meus. – Como você se chama?

— Com certeza não é “gracinha” respondi, pedindo aos deuses que não me deixassem gaguejar, pois o moreno estava perto. Muito perto, mesmo –, muito menos Allyzinha. Eu me chamo Ally.

Rydel, Riker e os outros dois garotos riram alto e eu não consegui conter o menor dos sorrisos que ameaçavam escalpar. Rocky soltou uma risada amarela. Aproveitei a vaga e escapei passando sob o braço dele que estava apoiado na parede atrás de mim.

— Bom permitam-me apresenta-los – pediu Rydel. – Meninos, essa como já sabem é a Ally. E, Ally, esse são Riker, que já conhece, Ryland, o instrumentista de teclas na banda, e o Rocky, o assanhadinho que você já deve ter ciência disso e o Ratliff, o baterista-que-não-mora-aqui.

— Hmm, Ryland e Ratliff, o baterista-que-não-mora-aqui, prazer – disse, sorrindo.

— Ah, ele chegou – gritou Rydel, olhando sobre meu ombro. – Ally, gostaria de lhe apresentar Austin, meu primo.

Virei-me para trás e vi quem eu menos queria ver naquele momento, ele, o idiota do aeroporto. Sinceramente, desde o momento que Rydel me arrastou pra este corredor eu estava de dedos cruzados, pedindo para forças desconhecidas do universo que eu não o visse, mas, aparentemente, dedos cruzados não servem de nada.

Ele estava ali, à poucos metros de distância com as mãos dentro dos bolsos frontais do jeans, uma camiseta estampada caída perfeitamente em seu corpo e o sorriso que eu tanto desprezo.

Seu sorriso se alargou assim como seus olhos se demonstraram surpresos em me ver.

— Deus me dê forças – sussurrei, pensando alto.

— O que você disse, garota? – perguntou.

— Se fosse pra você ouvir, eu diria mais alto. – esbravejei, cruzando os braços no peito.

— Você está mais arrogante – disse, sorrindo. – Gosto disso.

Sorri, bufando pelo nariz.

— Pouco me importa o que você gosta ou deixa de gostar – rebati, cruzando meus braços.

Ele gargalhou, deixando-me mais irritada.

— Não sabia que você era tão bravinha – disse, provocando-me. – Acho que errei algumas coisas sobre você, Allyson.

Suspirei, frustrada. Conte até dez e depois conte mais dez vezes se for preciso, pensava, tentando manter a calma.

— Idiota – cochichei pra mim mesma.

— Desculpa, você poderia repetir, eu não ouvi.

— Idiota! – gritei, não aguentando mais sua provocação. – Entendeu agora ou quer que eu desenhe?

O louro riu, retirou umas das mãos do bolso e passou-a por seus fios albinos, deixando-os mais bagunçados do que antes. Odeio-me por ter que admitir isso, mas Austin ficava sexy fazendo aquele simples gesto.

Virei-me pronta para voltar para a mesa com Rydel e os garotos, mas quem disse que eles ainda estavam lá? Deixaram-nos sozinhos, Austin e eu.

Ótimo, pensei, sarcástica. Ela ainda me paga.

Saí do corredor pisando duro, sendo acompanhada pelo louro que ria baixinho ao meu encalço.

Cheguei à mesa, porém Rydel e Hayden não estavam lá.

— Você viu o Hayden, Dez? – perguntei ao ruivo.

— Saiu – disse.

— Saiu?

— É, s-a-i-u – disse, sorrindo.

— Pra aonde?

— Não faço a menor ideia, meu anjo – respondeu.

— E cadê a Rydel? – perguntei, já frustrada por me deixarem.

— Saiu com ele – respondeu, com um sorriso malicioso.

— Juntos?

Ele gargalhou. Notei que algumas pessoas na mesa olhava para mim, prestando atenção em nossa conversa.

— Juntinhos.

Bufei, jogando-me na banqueta vaga ao lado de Dez. Todos na mesa voltaram a conversar com ânimo sobre algo que eu não faço questão de saber no momento. Eu só queria ir pra casa, não queria ver Austin nem mais ninguém. Minha noite acabou na hora que vi seu sorriso de lado. Sorte a minha que Dez, Ratliff e Carrie puxaram assunto, perguntando coisas aleatórias sobre mim e Hayden.

Já cansada, passados trinta minutos conversando, pedi o celular de Dez emprestado já que havia esquecido o meu em casa para ligar para Hayden. Disquei os números a qual eu já sabia de cabeça e esperei. Um toque, dois toques, três toques e nada, na segunda chamada desisti.

— E aí? – o ruivo perguntou, recebendo seu celular.

— Secretária – respondi, confusa com a situação. Hayden nunca me deixaria sozinho, isto é fato, ou talvez, não tão fato quanto agora. Ah mais eu juro que se não for algo realmente sério, eu o mato!

— A Rydel deve estar com ele – disse Dez. –, tenta o celular dela.

— Ela está sem telefone – Austin, surpreendeu-me falando por trás.

Ele entornou a mesa, sentando-se na banqueta de frente a minha.

— Ninguém chamou você pra conversa – joguei, querendo evitar sua presença.

— Quando o assunto ou a pessoa me interessam, eu mesmo me convido – rebateu, com um sorriso de lado divertido. Ele tomou mais um gole de sua cerveja sem desviar os olhos dos meus e piscou, provocando-me outra vez.

Virei-me novamente para Dez, numa tentativa de ignorar o louro.

— Dez, tem como você me levar em casa?

— Claro – respondeu com entusiasmo. – Mas só tem um probleminha.

— Qual, Dez?

— Não tenho carro.

— Ah, Dez, sem probleminhas – intrometeu-se novamente. Por que diabos esse menino não procura o que fazer ao invés de ficar escutando as conversas alheias ou ficar enchendo meu saco? bufei. – Eu posso leva-la, Allyson.

Ele se ofereceu, causando-me uma gargalhada seca e curta.

— Se essa for minha única opção – disse, recostando-me no encosto da banqueta, cruzando os braços ao peito. –, eu posso esperar por Hayden.

— Não seja tão dura consigo mesma, garota – sorriu, debochado. – Agora, eu já falei como você fica incrivelmente sexy emburrada?

— Austin, qual o seu problema? – perguntei, grossa. Descruzei meus braços e os estendi sobre o tampo da mesa, inclinando-me em sua direção. – Você não percebe quando uma mulher não está interessada?

Ele se debruçou sobre o tampo da mesa, aborrecendo-me.

— E quem disse que eu tentei alguma coisa?

— Pior – rebati. – Então, você é insuportável por natureza.

Ele não respondeu, ficou apenas me encarando, sem desviar sequer os olhos dos meus.

— Empresta logo seu carro, cara – pediu Dez, com uma cara de cansaço. – Eu levo ela.

Austin não se moveu, olhando-me sem demonstrar expressão alguma. Ele retirou um molho de chaves do bolso e os jogou para o ruivo que me tocou o braço.

— Vamos, Ally.

— Claro, Dez – respondi, levantando-me da mesa, ainda encarando o loiro. – Tchau, gente, espero ver vocês depois. Boa noite.

“Tchau, Ally” e “Boa noite” foram as duas frases ditas em coro enquanto eu me distanciava vagarosamente até a porta de entrada. Dez caminhava uns dois passos a minha frente, guiando-me pelo estacionamento até o carro do louro.

Qual será o carro do debochado?, perguntava-me a mesma coisa até que vi uns faróis piscarem após Dez apertar um botão na chave. Então aquele era seu carro?

Dez entrou no Pajero negro como a noite e abriu a porta do carona para que eu pudesse entrar, sentei-me no banco de couro marrom e passei o cinto por meu tronco. O ruivo, após prender o cinto de segurança, girou a chave do carro fazendo o motor ligar na hora, saiu cuidadosamente da baliza e seguiu pela interestadual.

— E aí, onde você mora, Ally? – perguntou, sem desviar os olhos da estrada.

— Posso? – perguntei, referindo-me ao rádio.

— À vontade – ele sorriu, dando-me a liberdade. – Então?

— Terceiro bairro depois dos prédios centrais – respondi.

Dez assentiu e deixou-me procurar por um canal no rádio. Quando finalmente achei um a qual se tocava uma música decente. Fechei meus olhos, relaxando no banco, apenas absorvendo a melodia da canção. Eu estava cansada, confesso, tanto fisicamente quanto psicologicamente, cansada de tudo que já havia acontecido em minha vida. Pensei em Penny, na distância a qual me separava de Lester, nas brigas que ando tendo com Colle, na minha nova vida e agora, pra encher minha cabeça, no meu diário e relicário que estavam perdidos.

Bufei, cansada da vida.

— Você está bem, Ally? – perguntou Dez, preocupado.

— Acho que “bem” não existe mais no meu dicionário, Dez – disse, sem abrir os olhos. Para amenizar a situação, expus meu melhor sorriso amarelo.

— E como foi que essa palavra sumiu dele, Ally? – perguntou. Não pude evitar uma risada abafada.

— Talvez ela tenha percebido que não tinha lugar pra ela – disse. –, então ela resolveu ir embora.

— Para sempre?

— Gosto de pensar que um dia ela vai sentir saudades e voltar – disse. – Mas acredito que não posso ditar mais seus destinos.

Fechei os olhos novamente, atenta a música que já estava na metade. Dez não fez mais perguntas, eu me senti confortável na sua companhia. Demonstra ser um bom amigo e de fato, atencioso.

Quando dei por mim, eu estava cantarolando a música baixinho.

— É engraçado – disse, calmamente. – A forma que Austin age na sua presença é diferente.

— Não entendi – disse. – Diferente como?

— Ele age como se escondesse algo e quisesse camuflar isso.

— Sabe, Dez – disse, olhando para ele. –, não posso dizer que o conheço, não sei o que ele está escondendo, se é que está escondendo algo, e, muito menos, sei o que ao se refere, a única coisa que está me deixando confusa é o porquê de você está me contando isso.

Ele sorriu, nervoso.

— Eu não sei. Eu não faço ideia – disse, confuso.

Ele chegou ao meu endereço e parou o carro perto da calçada para que eu pudesse descer do veículo.

— OK, Dez, eu acho que entendi – depositei um beijo em sua bochecha lhe deixando rubro. – Tchau, Dez, e obrigada pela carona.

Dez partiu cantando pneu e buzinou duas vezes quando já estava à alguns metros de distância.

— Austin talvez o mate quando descobrir um recém-desgaste no pneu.

Entrei em casa, dando de cara com Alisha, a moça que passou a noite fazendo companhia para Colle, ela disse que ele ainda estava jogando videogame no quarto. Disse a ela que Hayden acertaria o pagamento depois, já que ela morava no mesmo bairro que nós, ela concordou e nos despedimos. Depois de trancar toda a casa e ir cobrir Colle, pois ele havia dormido enquanto jogava, fui finalmente para meu quarto.

Entrei no closet e joguei os sapatos e a bolsa em qualquer lugar, seguindo para o banheiro. Despi-me, prendi meus cabelos em um coque com a ajuda de um elástico e entrei debaixo do chuveiro. Em dez minutos, eu já havia terminado o banho e vestido uma calça moletom e uma camiseta de algodão.

Entrei no quarto, ainda escuro, e me joguei na cama, adentrando os edredons.

Eu poderia dizer que eu havia dormido poucos minutos depois, mas eu estaria mentindo. Fiquei até meia noite tentando pregar os olhos, mas o sono não vinha. Tudo por conta dessa noite.

Não consegui tirar as palavras do ruivo da minha cabeça. Como assim ele escondia algo e tentou camuflar isso quando falou comigo? Esse segredo, se ele existe, tem relação comigo?

Eram tantas perguntas, mas nenhuma resposta. E eu passei duas horas acordada apenas por conta dessas perguntas e da minha conversa com Dez, que insistia em permanecer em minha mente. E o pior era que eu não poderia perguntar ao louro se aquilo era verdade ou blefe. Também poderia ser algo como uma aposta, mas eu não posso imaginar Dez fazendo algo do tipo. Mas, com ou sem segredo, eu vou atrás disso nem que eu tenha que tirar minhas próprias provas.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Gostaram? Odiaram? Meio-termo? Contem-me.
Amo vocês e até o próximo.
Beijocas.