The Boy of Mysterious Eyes escrita por Clariie


Capítulo 5
Capítulo 4. – Sorria para o acaso


Notas iniciais do capítulo

Oi, demorei? Sim, eu sei. Desculpas ... 15 dias não é coisa que se faça, prometo tentar não fazer mais isso. Foi culpa da preguiça que se alinhou com a porra do bloqueio (desculpem o palavrão) E eu meio que não conseguia me forçar a escrever, porque senão sairia algo cú (desculpem pela palavra feia) e eu queria algo "cool". Só peço desculpas, meus amores!
E então, meus potinhos de nutella, como estão? Bem, fico feliz! / Não estão bem? Quero saber o motivo! Fico preocupada com vocês, minhas leitoras perfeitonas:
— Ally Faria
— divademi22
— NicoleLynch
— Danny
— Isah Larano
— Sleeping Beauty
Amo vocês, meninas! Obrigada pelos reviews inspiradores, amei todos – cada palavrinha.
Então... aqui está mais um capítulo fresquinho feito no forninho da Giovana. Espero que gostem.
Boa leitura e ENJOY!



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O estabelecimento era realmente calmo e aconchegante. Com um balcão de frente a entrada e, espalhadas pelo lugar, mesinhas redondas com quatro banquetas, cada. Também havia banquetas ao redor do balcão e a iluminação era baixa, o que tornava o clima quente e romântico, ao mesmo tempo.

Hayden, ao meu lado, tocou meu antebraço, segurando-o.

— E então? – perguntou.

— Hmm, não era bem o que eu pensava – respondi, animada.

— E isso é bom?

— Uhum. 

— Eu te disse – comentou, todo orgulhoso de si por estar certo.

Ri baixinho, dando um leve tapa em seu ombro direito. Prendi meu braço ao seu, entrelaçando-os. Hayden me guiou até uma mesa que ficava afastada do movimento central do bar e sentamo-nos. O garçom veio nos cumprimentar e perguntou se queríamos algo, Hayden pediu dois drinks sem álcool. O garçom trouxe as bebidas e se retirou.

Ficamos conversando sobre coisas banais por longos minutos, quando notei que Hayden revezava entre olhar pra mim e sobre meu ombro.

— O que você está olhando que nem presta atenção no que digo? – perguntei, desconfiada.

Girei meu quadril na cadeira e procurei por algo que chamasse a atenção de um homem.

— Achou? – perguntou baixinho, como quando alguém sussurra um segredo.

— Não – respondi, no mesmo tom.

— Olha – ele gesticulou com a cabeça, fazendo-me olhar para uma loura de pele clara vestida em um vestido listrado. – Disfarça, mulher!

Gargalhei da cena que Hayden fazia, tudo isso por uma mulher. Uma mulher bem bonita, admito. Deve ter aproximadamente minha idade se não for um ou dois anos mais velha, ela conversava e sorria junto a um grupo de garotos e garotas, todos jovens.

— Por que você não vai falar com ela? – perguntei. E como se fosse coisa planejada, a garota saiu da roda de pessoas indo ao balcão de bebidas. – Olha aí, aproveita.

— O quê? – Hayden gritou baixinho, incrédulo. – E se que alguns daqueles caras é namorado dela... Desculpa, mas não quero confusão.

— E se eu for falar com ela? – sugeri.

— Tudo bem – deu de ombros. –, mas se algo der errado eu não te conheço e você não me conhece, entendido?

— Eita amor grande esse seu, hein? – ri, levantando-me da banqueta e indo em direção ao bar.

A garota conversava com o barman animadamente. Sentei duas banquetas de distância dela.

— Com licença – ergui a mão, chamando a atenção do barman e da garota.

— Boa noite, senhorita – sorriu educadamente. Ele também era jovem e bonito. – Qual seu pedido?

Tentei pensar em alguma bebida, mas nenhuma me vinha na cabeça. Bem, eu não sou do tipo de garota que saí aos sábados à noite para um bar ou uma festa, como sabem, então eu não conheço bebidas. Pra falar a verdade, as únicas que eu conheço são cerveja e tequila. E sinceramente, eu não gosto de nenhuma.

— Um martini pra moça, Josh – disse a loura, sorrindo.

— Isso mesmo, Josh. Um martini, por favor – concordei, sorrindo e ele assentiu, quando Josh virou-se para preparar minha bebida, cochichei para garota um obrigada.

— Nada – gesticulou com as mãos, dando ênfase ao que dizia. – Você não é daqui, certo?

— Como você sabe? – perguntei, de olhos estreitos.

— Bem, só nunca vi você por aqui – respondeu, simplesmente.

Achei sua resposta estranha, mas não a contrariei. Ela parecia ser legal e era o que estava demonstrando ser ao conversar comigo.

— De onde você é? – perguntou, parecendo está interessada em minha vida.

— Los Angeles – respondi, entusiasmada por ela puxar assunto. – E você é daqui mesmo?

— Ultimamente, sim – o barman me entregou o Martini já pronto. – Você não é de beber, acertei?

— E é impressionante como você sabe coisas sobre mim – comentei, rindo. –, mas... certo!

Rimos juntas.

— Eu sou a Rydel – ela estendeu a mão em minha direção.

— Ally – apresentei-me, apertando sua mão. Ela sorriu gentilmente.

— E aí. Por que veio pra Miami?

Sorri pensando em sua pergunta. Sinceramente, nunca, ninguém mesmo, se interessou por minha vida dessa forma. Alguns diziam que minha rotina era chata, muito monótona e eu concordava com o que diziam, pois eu sei que minha vida não é interessante. Então, por que ela se interessaria em saber?

Estreitei os olhos mais uma vez.

— Você quer mesmo saber? – perguntei, meio que surpresa e ela sorriu, como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota do ano.

— Claro que eu quero, Ally – respondeu, como se aquilo fosse algo óbvio. – Você parece ser uma pessoa legal, por que eu não me interessaria?

Porque outras pessoas não se interessam, argumentei mentalmente.

— OK então...

Continuei, contei toda a história de como fomos parar em Miami e Rydel ouvia atentamente, acolhendo cada detalhe que eu mencionava. E pela primeira, contei sobre a morte de mamãe sem derramar uma lágrima, contei-lhe sobre como eu me sentia em relação a sua perda e tudo que nunca pensei em dizer a um estranho antes. Quando conclui, Rydel permaneceu calada, somente absorvendo todas as informações que eu acabara de passar e eu me senti tola por despejar esse sofrimento sobre a loura que eu mal conhecia.

Com toda certeza ela está arrependida de ter perguntado sobre mim, pensei. Tudo que eu fiz foi encher sua cabeça com meus problemas. Que idiota que eu sou!

“Prendam seus medos e rancores à sete chaves, gritam. Não precisamos saber de suas desgraças vividas e futuras! Isso é problema seu. Resolva-se.”, e eu ignorei.

— Olha, Rydel, desculpa ter enchido sua cabeça com os meus problemas – disse e levantei de minha banqueta, pronta para voltar para onde Hayden estava e pedir para irmos embora. – Desculpe-me mesmo. E se preferir, esquece o que eu te falei, tudo bem?

Rydel me fitava sem expressão, ouvindo minhas palavras. Quando falei, ela sorriu meneando a cabeça negativamente.

— Você é doida, Ally – disse e deixou escapar uma risadinha abafada. – Não precisa se desculpar. Não sei se você se lembra, mas fui eu quem perguntou sobre você. Eu estou aqui como uma amiga, OK e se alguém tiver que se desculpar, esse alguém sou eu. Entendido?

Sorri submersa em suas palavras. Poucas palavras, mas que tiveram um impacto enorme! Abracei Rydel no mesmo instante. No começo, ela se espantou com a aproximação repentina, mas depois a mesma retribuiu o abraço.

— Você não precisa se desculpar de nada, Ally – reafirmou.

— Obrigada, Rydel.

— Meus pêsames pela sua mãe, aposto que ela amava muito você – sussurrou no meu ouvido. A voz tão carinhosamente dita, me fez acreditar em sua sinceridade. – Fiquei feliz por você quando disse que estava começando a superar a perda, isso já é uma iniciativa e tanto. Outra coisa... Adorei você pela sua confiança, pelo seu jeito e pela sua autoestima.

Sorri, não acreditando que tinha dado a sorte de encontrar uma pessoa como ela.

— Espera – ela separou o abraço a qual nos envolvia e fitou meu rosto, carinhosamente. – Não, não e não. Menina, não chora, senão vai borrar sua maquiagem! E nada de maquiagens borradas porque eu quero apresentar você para meus amigos e também quero conhecer seu irmão mais de pertinho.

— O quê? – disse. – Não acredito. Você já viu o Hayden?

— Hayden... – ela, com um sorrisinho cínico, refletiu. – Belo nome, para um belo rapaz. E sim, eu já dei uma espiadinha nele. O que é, ele estava me flertando com o olhar, o que você queria que eu fizesse?

— OK então – disse. – você quer que eu o apresente mais de pertinho pra você é?

— Claro! – cochichou, como se fosse óbvio. Rydel agarrou meu antebraço e me guiou até a minha mesa.

Hayden observava cada passo da loura ao meu lado, babando. Quando Rydel e eu chegamos em frente à mesa de Hayden, ele ainda estava hipnotizado por ela. Rydel, envergonhada com o olhar de Hayden, cutucou-me de leve na costela.

De cara, entendi o recado. Pigarreei, limpando a garganta para chamar a atenção de Hayden. Ele levou um leve susto ao perceber nossa aproximação e sorriu acanhado quando percebeu ter passado demasiado tempo admirando Rydel.

Estreitei os olhos, mandando uma mensagem silenciosa para que ele falasse algo.

— Oi – disse, exibindo suas covinhas – Desculpa.

— Nada – Rydel sorriu, gesticulando as mãos como antes. – Sou a Rydel.

Ela estendeu a mão, que, Hayden segurou e depositou um beijo em suas costas.

— Prazer, Rydel – sorriu. – Sou o Hayden, meio-irmão mais velho da Ally.

Sentei-me à mesa ao lado de Hayden e indiquei a banqueta do meu lado para Rydel que se sentou.

— E aí, Rydel, conte-nos sobre você – pedi, com uma piscadela.

— Ah, não há muita coisa para se contar, Ally – declarou, passando uma mecha loura do cabelo encaracolado para trás da orelha, uma ação desnecessária, pois a santa mecha escorregou da orelha com facilidade. – Hmm, deixe-me ver. Sou filha única de uma embargadora. Nova-iorquina. Mudamo-nos para Miami há onze anos. Pois é, onze anos. Sou órfã de pai desde os três. Atualmente, reside na mesma casa: Mamãe, eu e meu primo que chegou recentemente.

— Um primo?

— Isso mesmo – confirmou. – Ele perdeu os pais, que eram policias, em um tiroteio perto do Brooklyn. O garoto não tinha familiares além de mamãe, que era irmã de sua mãe e eu. Mamãe quando soube da morte da irmã e do cunhado ficou tão abalada que quase entrou em depressão. Tia Millena era sua única irmã, então ela a amava muito, meu primo já é maior de idade, mas mamãe fez questão de cuidar dele. Disse-me uma vez que havia feito uma promessa com tia Millena quando mais jovem de que a primeira que chegasse a falecer cuidaria do filho da irmã, mesmo que não fosse mais necessário.

Hayden e eu ouvíamos atentamente a história de Rydel. Os olhos de Rydel marejavam mais e mais a cada palavra dita. Mas, a mesma não deixava uma lágrima escorrer, e assim ela continuou:

— Fico triste por ele – disse. – Eu sei o quanto ele amava seus pais.

Ela fez uma pausa apenas fitando nossos rostos. E entre essa pausa Hayden disse:

— Vocês tinham alguma intimidade?

— Claro, principalmente quando mais jovem – disse, com um sorriso cativante. – Ele sempre morou em Nova Iorque, então eu passava praticamente o dia na sua casa, com sua família. Porém, quando eu me mudei para Miami, nós nos víamos mais ou menos duas vezes por ano e cada ano que passava, que ele crescia, nós não conversávamos mais como antes. Era algo inevitável, mas ele ainda continua com seu jeito extrovertido e carinhoso, mesmo com a morte dos pais. Sinceramente, a única coisa a qual eu vejo que ele se dá bem e se sente confortável é a música. Ele canta e, por exemplo, hoje ele foi chamado para substituir o vocalista da banda que está doente.

— Essa banda vai se apresentar aqui? – perguntei, surpresa. – Agora?

— Uhum, eles se apresentam, as vezes, durante os finais de semana.

— Ele faz parte oficialmente da banda? – perguntei.

— Não – respondeu. – Os meninos da banda são nossos amigos e como precisavam de um vocalista somente esta noite, recomendamos ele.

— Recomendamos? – perguntou Hayden.

— Sim, meus amigos – disse. Ela se levantou da banqueta e nos puxou pelo braço. – Vamos, vou apresentar vocês para eles.

Ela nos guiou até duas mesas juntas em frente ao pequeno palco. Um grupo de, pouco menos, dez pessoas estavam sentados ao redor da grande mesa improvisada. Todos conversavam animados sobre algum assunto que eu julgo ser retórico.

Rydel com o braço esquerdo enlaçado ao de Hayden e o direito enlaçado ao meu, chamou a atenção de todos com um assobio.

— Ei, pessoal – gritou, todos olharam para ela. – Temos novos amigos!

Senti meu rosto esquentar com a quantidade de pares de olhos sobre mim. Especificamente, olhos masculinos. Agora contando, na roda de amigos havia três meninos e cinco meninas, todos jovens como eu. Alguns falaram um “oi” outros gritaram um “Iaí” e, por incrível que pareça, uma morena gritou: “Gatinho você, hein”, para Hayden.

Meu irmão, surpreso com a audácia da morena, agradeceu.

— Obrigado, menina bonita – disse. Todos na mesa caíram na gargalhada inclusive Rydel, que a fuzilou depois.

— É melhor você apagar esse seu fogo aí, Kira – aconselhou Rydel, levando-nos para sentarmos à mesa. – Bem, pessoal, essa aqui é a Ally e esse é o Hayden. Eles se mudaram recentemente para Miami.

Apresentou-nos, depois começou a apresentar cada pessoas que estava sentado na mesa. Tinha um loiro que se chamava Riker, duas morenas de características bem peculiares chamadas de Brooke e Kira, que já havia falado antes. Tinha duas garotas louras que se pareciam com nomes de Carrie e Piper e por fim mais dois garotos, um ruivo com apelido de Dez e um moreno, Bradley.

Sorri para cada um deles, mas alguns se mantiveram de cara fechada como a tal da Piper.

— Cadê os outros garotos? – perguntou Rydel.

— Já vão subir – disse Dez, gesticulando em direção ao palco. – Riker, você não vai?

— Estou indo – respondeu o louro, levantando-se de sua banqueta em um pulo.

No tablado de madeira, agora, além dos instrumentos que já estavam lá anteriormente, também haviam mais quatro garotos juntos ao Riker.

Um garoto com o cabelo ruivo-castanho na bateria, Riker no baixo, outro garoto com o cabelo ruivo na altura dos ombros com a guitarra do outro lado do palco, outro ruivo-castanho no teclado e, por último, tinha um garoto louro, fios em um tom entre o branco e o dourado, que estava de costas para público no centro do palco. Deduzi ser o tal vocalista, primo de Rydel. Ele também tinha uma guitarra presa por uma faixa que passava ao redor de seu pescoço, pendendo na altura do quadril.

E então, eles começaram a tocar.

Logo na introdução, conheci a música no primeiro tom que o loiro tocou em sua guitarra. O loiro virou-se de frente para o público, que agora estavam sentados nas mesas mais próximas possíveis do palco, só para ver/ouvir os garotos melhor. Ele permaneceu de cabeça baixa, apenas olhando a palheta bater nas cordas de acordo com a introdução da canção e, quando ele levantou os olhos colando a boca no microfone para cantar o primeiro verso, meus olhos se arregalaram. Não pude evitar murmurar um “só pode ser brincadeira!”, pois ali, naquele momento, era ele. O garoto de olhos misteriosos.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? odiaram? Ficou meio-termo? Eu preciso saber, meninas.
COMENTEM, FAVORITEM, ACOMPANHEM E RECOMENDEM se merecer!
Até logo e Beijocas. Amo vocês.
PS. O que acharam dos novos personagens?