The Boy of Mysterious Eyes escrita por Clariie


Capítulo 13
Capítulo 12. – Maldito passado


Notas iniciais do capítulo

CHEGUEI, CHEGUEI, CHEGANDO TA LALALALA
Oi, oi, meus mozões ♥ Como estão?
Trouxe um capítulo quentin-quentin pra vocês. Mas primeiro, um obrigadão para:
— divademi22
— Juliana Lorena
— The Secret
Que mesmo com minha demora, continuaram acompanhando e comentaram! Obrigada mesmo, meninas. Amo vocês muitão mesmo!
E agora, o capítulo.
Boa leitura e ENJOY!



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E depois de jantarmos, contarmos uns aos outros sobre o nosso dia, e rirmos muito – como se é de costume. Com a ajuda de Colle, lavei a louça enquanto Hayden limpava a cozinha, e logo que terminei de guardar os pratos meu celular tocou sobre o balcão. Sequei minhas mãos no moletom que vestia, fitei a tela do celular e logo de cara reconheci o número de Lester, lembrei-me que Jackson já havia me avisado de que meu pai me ligaria hoje.

Debrucei-me sobre o balcão e atendi a chamada.

— Boa noite, querida! – eu podia sentir um sorriso na voz do mesmo, e isso me fez sorrir instantaneamente.

— Bom dia pra você, pai – ele sorriu alto provavelmente por eu lembrá-lo do fuso horário. – Como você está?

— Obrigado por me lembrar, filha – ele ainda mantinha uma voz divertida, o que pra mim era raro se ouvir quando se referia a Lester Dawson. – Eu estou bem, emocionalmente e fisicamente, eu acho.

Sorri.

— Espiritualmente?

— Aah, filha... vai indo, sabe.

— Hmm, sei...

Sorrimos novamente.

Sabe aquele momento que você se sente especial, uma felicidade interna imensa que dá vontade de sair correndo gritando para todos? Pois é, essa foi uma das poucas vezes que esse sentimento pode se apossar de meu ser. E era tão bom, tão agradável... talvez um pouquinho da verdadeira e mais pura felicidade. E o mais incrível e inédito era que Lester, meu pai já tão ocupado e sem tempo, foi quem provocou isso em mim. Era algo novo. Antes de "morar" com Lester durante sete meses aos meus quatorze anos, Lester e eu digamos que não tínhamos uma familiaridade saudável e total, eram poucas as vezes que conversávamos e nos víamos, as vezes em férias, quando podia, ele vinha me visitar ou simplesmente mandava algum presente para compensar a ausência, e um dos motivos era por ele estar sempre trabalhando, ocupado demais com a empresa, e eu sempre achei que pra ele, eu não existia. Sabe, por ser um homem muito rico, inteligente e cobiçado por muitas mulheres sempre achei que ele "fazia" filhos por todo o mundo e eu fosse apenas mais uma da interminável lista.

Exagero? Talvez, mas eu era jovem e foi o quadro que eu pintei a qual ele demonstrou ser, então... parcialmente, não tinha culpa. Mas então, depois de passar sete meses em um dos apartamentos luxuosos de Lester na China, estudando com professores particulares e um único amigo verdadeiro para me fazer companhia, Jackson, Lester e eu fomos nos conhecendo melhor e com isso eu até descobri que eu era sua única filha e que mesmo sendo sério, ocupado e muito formal, Lester conseguia ser amigável e divertido quando quer e quando estar mais relaxado.

Sua voz do outro lado do telefone despertou-me.

— Filha, você está aí?

— Oi, oi, pai. Eu tô aqui, sim.

— Ally, eu liguei pra avisar que daqui a três ou quatro semanas mais ou menos, nós vamos ficar em Miami por alguns dias por conta de negócios e eu queria passar aí na casa de vocês. Estamos convidados?

Estreitei os olhos mesmo sabendo que ele não poderia ver, por impulso.

— "nós" "estamos", por que o plural?

Ele tossiu, limpando a garganta como se quisesse criar coragem para falar ou simplesmente, para amenizar a tensão já formada.

Pigarreei também, depois de alguns minutos em um silêncio perturbador.

— Você tem algo mais pra me dizer, Lester? – disse. Mas o mesmo mantinha-se em silêncio, e ansiosa demais comecei a tamborilar os dedos no balcão.

— Não queria que você soubesse dela assim, Allyson, mas como você é muito impaciente, vou lhe contar – ele fez uma breve pausa. – Eu estou noivo!

Engasguei-me com minha própria saliva.

— Como é que é? Você está... noivo? – as palavras foram forçadas a sair.

Hayden e Colle pararam de arrumar a cozinha e fitaram-me, apreensivos e confusos. Mas... Como assim noivo?

— É alguma brincadeira, Lester?

— Por que eu brincaria com algo do tipo, Allyson? – ele questionou intrigado, e eu poderia imaginar o “V” que se formava entre suas sobrancelhas toda vez que as franzias. – Ou você, simplesmente, não queria que eu casasse com mais ninguém por conta de sua mãe?

Penny? Mas o que que ela tem a ver com isso, senhor... em nenhum momento cheguei a pronunciar seu nome, nem mesmo passou-se por minha cabeça a ideia de que ele não poderia fazer isso por conta de minha mãe, como ele estava insinuando, que além de ter falecido era divorciada há quinze anos do mesmo. QUINZE ANOS!

— Como ousa pensar e falar isso? – alterei-me de imediato. – O que te faz pensar que minha mãe ainda teria alguma relação com você mesmo se ainda estivesse viva? A vida é sua, você já responde por si mesmo, faça o que bem quiser dela. Eu só achei que tinha o direito de saber de seu noivado antes já que sou sua FILHA!

Eu sentia o sangue borbulhar em minha veias, como água ao fogo. Eu já estava transbordando em raiva.

— Como você ousa falar comigo dessa maneira, mocinha? – Lester cuspiu. Muito provável que meus irmãos estivessem ouvindo seus berros. – Eu sou seu pai, se é que você não percebeu ainda...

— Aaah, então agora você quer dar uma de papai, ofendido ainda mais – ri secamente. – Poupe-me de seus chiliques, Lester. Só porque você transou com minha mãe há dezessete anos, não quer dizer que eu o deva tratar como pai, ainda mais quando você não me trata como filha. Porque pai é o que cria, cuida, certo? E eu, sinceramente, não lembro de você estando ao meu lado quando eu mais precisei de você, ou até mesmo em uma reunião ou peça escolar, e, Lester, por incrível que possa parecer eu tive a infância mais conturbada do que você possa imaginar! Conviver com sua mãe, um padrasto e dois meios irmãos a faz se sentir como uma intrusa entre a família perfeita. E ter como consolo de seu pai presentes a quase todo mês para “compensar” sua ausência? Isso realmente não ajuda. Lester, você poderia ter sido um pai melhor, mas perdeu a chance. Agora não queira que eu o trate como um.

E achando que já havia falado tudo o que Lester merecia ouvir, desliguei a chamada. Inclusive o celular. E depois de passar as mãos por meus cabelos várias vezes, percebi que começara a chorar silenciosamente. As lágrimas nem sequer escorriam por meu rosto como de costume, as poucas que teimaram em se expor, pois a última coisa que eu queria naquele momento era chorar, paravam sobre meu cílios inferiores e ali pendiam, até caírem, direto para minha camiseta.

Percebi que aquelas lágrimas eram rancor, e arrependimento por uma parte.

Os buracos e rasgos que já permaneciam em meu coração antes dilaceraram-se ainda mais quando virei-me o rosto e vi os pequenos e meigos olhos de Colle marejados e Hayden sem reação. Aquilo com toda certeza foi meu arrependimento.

— Então, não fomos bons meios-irmãos? – a voz embargada e chorosa de Colle só fez com que meu coração se apertasse mais ainda.

Por que ele tinha que dar tanto ênfase aquela maldita palavrinha?

— Cuidamos tão bem de você, pois sabíamos que você se sentia mal por “não fazer totalmente parte da família”. E agora você diz que foi tudo em vão? – Colle continuou, como se apertasse meu coração entre suas próprias mãos com suas palavras que tanto o feria. - Sendo que sempre foi você a nossa família.

Colle saiu da cozinha antes que eu pudesse ver as lágrimas escorrerem por sua face.

Ao imaginar o rostinho do pequeno cheio de lágrimas, e sabendo que elas estavam ali por minha culpa, chorei como nunca havia chorado.

Entre lágrimas e lágrimas, ergui a cabeça e vi o rosto de Hayden avermelhado.

— Eu não quis dizer aquilo, Hayden – entre o choro, supliquei. – Desculpa, Hayden, eu realmente não quis ofender vocês. A última coisa nesse mundo que eu quero é magoar vocês dois. Vocês são a minha família e eu os amo muito. Por favor, me perdoa.

Hayden atravessou a cozinha e me abraçou. Por um longo tempo chorei em seus braços, enquanto sentia suas poucas lágrimas molharem meu coro cabeludo e sua mão afagar minhas costas.

— Amanhã peça desculpas ao Colle, você o magoou muito e se não se apressar com o pedido ele irá lhe ignorar por um longo período.

Solucei uma, duas vezes antes de conseguir falar algo.

— OK – soluço – Sei que Colle é bastante orgulhoso, e ele seria capaz de me tratar com frieza – outro soluço – por muitas semanas.

— Tudo bem então... agora vamos dormir.

Hayden beijou o topo de minha cabeça e me levou até o pé da escada. Desejou-me uma boa noite e voltou pra cozinha para terminar de arruma-la e depois fechar toda a casa para então ir dormir.

Subi os degraus da escada lentamente, segurando sempre o corrimão de madeira com uma mão e secando as lágrimas que insistiam em cair com outra. Adentrei meu quarto, apoie minhas costas na porta fechada e deixei minha mente vagar livremente a cada cantinho de meu mundinho particular.

Depois de quase meia hora de pé à porta, resolvi tomar um banho para ver se esfriava a cabeça por conta de toda aquela confusão, que mesmo sem querer eu já havia passado e repassado inúmeras e inúmeras vezes. Era complicado, eu estava me tornando complicada.

Depois de mais meia hora no banho e quase cochilar na banheira, vesti-me com meu pijama de flanela quentinho e caí sobre meus lençóis. Mas após vários minutos remexendo-me na cama, desisti concluindo que não iria conseguir dormir tão cedo essa noite, e se é que eu conseguiria. Para passar o tempo, peguei meu celular e vasculhei tudo na internet, atualizei redes sociais, li documentários, contos e a caixa de mensagem inteirinha, quando me veio uma ideia que se olhar por outro ponto de vista poderia parecer loucura. Chequei o relógio. 01:20. Talvez ele ainda esteja acordado, pensei.

Então digitei rapidamente e sem pensar duas vezes, enviei a mensagem:

“Acordado?”

E para minha surpresa a resposta veio em menos de cinco minutos:

“Se eu lhe contar que estou sem sono?”, lia-se.

Não contive o sorriso de lado, e rapidamente digitei mais uma mensagem.

“Lhe diria que é recíproco”

“Ocupada?”, enviou.

“Não para um passeio”, reenviei.

“Aceita um sorvete?”

“E porque não?”, respondi já sentada na cama.

Talvez seja reconfortante, conversar com Austin Moon, saboreando um sorvete de casquinha às uma e meia da madrugada em uma rua qualquer da majestosa e imensa Flórida.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Olha aí um ausllyzinho pra vocês, meus amores ♥ (PARTICULARMENTE, EU AMO ESSA TROCA DE MENSAGENS, NUM SEI PQ)
Ansiosas pro próximo capítulo? Eita que vai ter... KKKK brincadeira.
Comentem, pessoinhas, estou com saudades das minhas garotas! Quero saber se ainda estão ae acompanhando a volta de TBoy Huehue.
Uma palavrinha ou uma linhazinha não vai matar ninguém, pelo contrário. Vai trazer um sorrisão enorme pro meu rosto e meu core ♥.
Comentem, favoritem, acompanhem e recomendem, se merecer.
Beijos e até.