O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 19
Brincadeiras de irmão e balde de água


Notas iniciais do capítulo

Heeey people lindas do meu coração



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Todos estavam felizes e o resto do jantar se resumiu à comemorações e parabenizações. Maria estava muito feliz e Jeremy também. Eles finalmente seriam pais e isso era maravilhoso, o que não era maravilhoso era o meu humor que não melhorava por nada e quando eu digo nada é nada mesmo. Nem piadas idiotas e muito menos os olhares divertidos de minha mãe estavam resolvendo e quando isso não resolve é porque a coisa é séria.

— Parece que a Mel ficou mesmo para a titia! — Jeremy observou e eu revirei os olhos. Que piadinha sem graça.

— E eu espero que ela só seja tia por um bom tempo — papai falou sério e eu suspirei.

Me levantei da mesa deixando todos comemorando a chegada do novo membro da família. Subi as escadas devagar — não tinha porquê ter pressa. Abri a porta de meu quarto e me joguei na cama novamente. Ultimamente eu tinha ficado bastante tempo deitada e isso não era nada saudável. Muito menos quando seus pensamentos são inadequados o bastante para te assustarem.

Ainda deitada fechei meus olhos e tentei cochilar. Minha mente não conseguia desligar nem por um segundo de Matt e Mike. Eles pareciam estar mandando mensagens subliminares para mim de alguma forma e aquilo estava se tornando absolutamente torturante. Querer dormir e não conseguir é sempre torturante. Minha mente pensava em como Mike e Matt poderiam fazer a mistura perfeita se fossem um só. A doçura de Mike combinada com a malicía de Matt fariam a pessoa perfeita, pois um é doce demais, tanto que ás vezes a sua doçura me enoja e outro já é tão malicioso, tão tentador, que ficar perto dele sem fazer nada é sempre um desafio.

É terrível ter noção de que sua situação é péssima e a minha era com toda certeza. Gostar de um garoto que nunca me deu bola e de repente ele passar a enxergar você é bom, mas se sentir terrivelmente atraída pelo seu inimigo não é nada bom. Se o seu inimigo é seu vizinho e você pode vê-lo a qualquer momento as coisas pioram um pouco mais. Me senti tentada a abrir a janela e tentar ver o idiota, mas me conti. Não era assim que eu conseguiria tirá-lo da cabeça. Voltei a deitar.

Peguei o meu celular e haviam diversas mensagens, a maioria de Angela que parecia desesperada para saber de minha localização. Ela me enchia o saco ás vezes, mas era melhor tê-la do meu lado do que contra mim.

Angel: Onde você está?
Por que não me respondeu?
Você está bem?
Aconteceu algo que eu não saiba?
Você e o Matt brigaram? Ele parecia triste com algo.
Soube que seu irmão está solteiro, pode me ajudar com ele?
Ah fala sério! É brincadeira cara! Me responde, não quero ser sua cunhada.
Não competirei com a sua amiguinha Vanessa, ou melhor ex amiga.

Respirei fundo. Angela parecia estar louca ou ter fumado maconha como diz Matt. Pera aí... De novo pensando no filho da puta não né? Bati com força na parede e senti uma terrível dor no braço, mas não soltei nenhum grito ou algo assim. Continuei em silêncio por algum tempo, mas um terrível dor de cabeça me pegou e eu não aguentei mais. Por que tudo isso comigo? O que eu fiz para merecer tamanha tortura? Matt poderia me responder com toda certeza. Ele provavelmente fez algum tipo de trabalho de macumba para mim, é a única explicação.

— Droga! — gritei finalmente extravasando um pouco da minha raiva misturada com tristeza. É tudo culpa do Matt no final, sempre é.

Saí do meu quarto batendo a porta com força. Caminhei rapidamente até o quarto de Cory e bati algumas vezes na porta, precisava conversar com alguém. Segundos depois o idiota apareceu com os cabelos desgrenhados usando apenas uma bermuda, não vestindo nenhuma blusa. Ele até que tinha o corpo bonito, mas não se comparava com os jogadores de vôlei. Cory nunca se interessou muito por esportes, não para jogar. E sua altura nunca o ajudou, ele mede aproximadamente 182 cm, o que não é a altura ideal para o vôlei masculino.

— O que está fazendo aqui? — ele perguntou coçando a cabeça e eu o afastei e entrei em seu quarto.

Seu quarto era estupidamente arrumado. Mais arrumado que o meu. Suas prateleiras eram perfeitamente alinhadas com os poucos livros que possuíam e sua mesa de estudos tinha o seu computador ligado em um site sobre futebol, sua grande paixão. Sua cama era parecida com a minha, a diferença era que a dele possuía desenhos de bolas de futebol ornamentando-a pelas laterais e um sutiã vermelho pendurado do lado. Presumi ser de Savanah já que ela costumava dormir aqui, mas não ultimamente. Cory jogou o sutiã embaixo da cama como se eu não tivesse visto.

— Isso é uma grande falta de privacidade! Eu não entro no seu quarto — ele reclamou e eu levantei o dedo do meio. Nunca entendi porque gostava tanto de fazer aquilo.

— Diga para a Savanah não deixar o sutiãs dela por aí... falando nisso aquele era um Victoria Secrets? — perguntei divertida enquanto olhava embaixo da cama. O sutiã ainda estava lá.

— Eu vou lá saber! — ele exclamou e pôs a mão em seu queixo. — Quem me garante que não tem nenhuma cueca do Hamilton no seu quarto? É melhor checar — ele concluiu e saiu pela porta.

Corri atrás de Cory. Eu sabia que aquilo era ridículo, mas era melhor do que o ter fuçando em minhas coisas. Pelo amor de Deus! Como eu teria uma cueca do Matt em meu quarto? Isso era algo impossível. Nós transamos sim, mas não no meu quarto. Cory entrou no meu quarto e foi logo para as minhas gavetas, bagunçando mais ainda o que não estava arrumado. Se existisse prêmio de idiota do ano, Cory ganharia com toda certeza.

— Sai daí agora! — gritei socando suas costas nuas. — Mãeeeeeee! — gritei mais uma vez.

Alguns minutos depois, quando Cory já havia desarrumado boa parte das minhas coisas, Maria apareceu na porta. Agora a minha irmã mais velha vestia uma camisola rosa escuro e tinha os cabelos presos em um coque. Dessa forma ela até que parecia ter a idade que possuía realmente. Ela parou com as mãos na cintura, parecia irritada.

— Eu estou tentando dormir. As duas criancinhas podem parar com a briguinha? Meu filho vai nascer surdo com essa gritaria toda! — ela falou divertida e em seguida caiu na gargalhada. Ela costumava fazer esse tipo de coisa sempre.

Cory ainda estava mexendo em minhas coisas, agora uma calcinha minha estava em sua cabeça. Corri e a tirei dali, aquilo era meio incestuoso. Cory ainda sorria, ele era tão idiota que devia doer nele. Minhas calcinhas agora estavam espalhadas por meu quarto, algumas em cima da cama e outras no chão.

— Por favor Maria, tire essa coisa daqui! — falou me referindo a Cory.

— Eu apenas vim checar se ela estava trazendo cuecas do Hamilton para cá — se defendeu Cory e eu senti vontade de socá-lo.

Maria pareceu chocada e eu não soube exatamente o que fazer para contornar aquela situação que Cory havia me metido. Respirei fundo mais de uma vez, então finalmente olhei para a grávida.

— Eu trago esse tipo de coisa para cá e não faço esses tipo de coisa aqui — respondi calmamente e Maria e Cory caíram na gargalhada. Se um irmão doente mental já é ruim, imagina dois.

— Claro que ela não faz esse tipo de coisa aqui! Apenas na casa da Angela — Cory implicou e minhas bochechas queimaram no mesmo instante. Ele sabia sobre a casa da Angela.

— Cala a porra da boca! — gritei expulsando Cory de meu quarto e Maria continuou em pé com a mão na cintura.

— A verdade dói não é? E transar com o Matt deve doer também! — ele exclamou e novamente as minhas bochechas queimaram.

— Pare com esses comentários homossexuais! — gritei e ele entrou em seu quarto.

Maria me olhou com um olhar confuso e eu revirei os olhos. Estava cansada e queria dormir. A minha tentativa de falar com Cory se tornou um pesadelo, pelo menos ele parecia ter superado o pé na bunda.

— Sabe que tem que tomar cuidado não sabe? — Maria começou com aquele típico assunto que eu odiava e eu suspirei.

— Sei sim, agora se me der licença preciso dormir — respondi seca e ela saiu pela porta.

Respirei aliviada e sentei novamente em minha cama. Em seguida levantei e fui até o banheiro escovar os dentes para dormir. Saí do banheiro ainda de mau humor e arrumei as minhas calcinhas no lugar, Cory iria me pagar por aquilo. Lembrando de Cory acabei por pensar em Angela e em seguida em Vanessa. Angela com toda certeza se jogaria em cima de Cory sem pensar, mas quem eu realmente queria com ele era Vanessa.

Já deitada escutei barulhos em minha janela. Pareciam pedras sendo jogadas e eu logo imaginei que era Matt querendo fazer algum tipo de brincadeira ridícula. Me levantei e caminhei até a janela. Afastei as cortinas e as abri. Quase caí para trás com a imagem que eu vi. Mike vestido com um smoking branco e uma rosa em uma mão, em outra mão havia um violão preto com listras douradas.

Eu gelei no mesmo instante. Aquilo parecia um sonho, mas ao mesmo tempo eu queria que acabasse logo, sentia vergonha e também me sentia mal. Mike jogou a rosa para mim e eu a peguei. Ela era pequena e não possuía espinho algum. Sorri involuntariamente com o gesto.

— Uma rosa para a mais linda flor do jardim — ele exclamou e eu sorri mais uma vez. — E uma música para contemplar toda a sua beleza.

Mike começou a tocar algumas notas de "Hey Jude" e eu senti o meu coração pular para fora de minha boca. Aquilo estava estrapolando os níveis de fofura existentes no mundo. Até que ele começou a cantar e dessa vez meu coração realmente saiu da boca. Lágrimas vieram aos meus olhos e eu não entendi o motivo. No lugar do Jude da música Mike cantava sempre Mel.

Ele então parou de cantar e tirou um papel de seu bolso. Foi aí que tudo aconteceu. Matt apareceu da janela de sua casa com um balde de água e derramou em Mike que pareceu surpreso. Eu não contive o riso e caí na gargalhada. Eles iriam brigar ali caso Matt não explicasse seu comportamento.

— Fumou maconha Hamilton!? — Mike perguntou molhado e eu saí de meu quarto descendo as escadas correndo.

Saí pela porta direto para o jardim. Matt ainda estava na janela com o balde vazio. Aquilo havia sido demais para mim. Me segurei para não ter outro ataque de riso ali mesmo. Mike até molhado era estupidamente lindo e Matt tinha um sorriso vitorioso em seu rosto. Eu ainda estava sem entender o motivo daquilo tudo, mas tinha a mera impressão de que tudo iria se resolver.

— Oh meu Deus! Mike é você? — Matt perguntou sínico e eu novamente segurei o riso.

— Sou eu bro, achou que fosse quem? O papai Noel? — Mike respondeu irritado. Essa era a primeira vez que o via assim.

Matt disfarçou um sorriso e ficou sério. Eu estava com medo que eles brigassem, mas pelo que conhecia de Matt sabia que ele iria criar uma desculpa que o convencesse. Mike ainda olhava o moreno que me lançou um olhar e disfarçou em seguida. Aquele olhar iria me custar uma noite de sono pois tive uma série de pensamentos inadequados sobre aqueles profundos olhos azuis me olhando enquanto eu fazia coisas inadequadas.

— Me desculpe Mike, pensei que fosse o Charles. Esse é o tipo de coisa que ele faz — Matt falou e eu fiquei confusa.

— Quem é Charles? — perguntei confusa e ganhei a atenção dos dois.

Matt me olhou com a boca entreaberta e Mike com uma expressão não muito agradável. Desviei o olhar para a grama e percebi que ela estava alta. Precisávamos cortar aquilo, mas isso era trabalho para outro dia.

— Charles é um namoradinho da minha mãe, cara insuportável — Matt respondeu olhando diretamente em meus olhos e Mike sorriu.

— Se é assim, tudo bem — Mike respondeu. — Leia isso aqui. Está meio molhado, mas dá para ler — o loiro me entregou um papel e em seguida se afastou, deixando eu e Matt sozinhos na imensidão de meu jardim.


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Notas finais do capítulo

Hey meus anjos! Não esqueçam de comentar o que acham que vai estar escrito na carta do Mike asuahsua
Gente, a fic fez um mês ontem e eu queria de presente que vocês comentassem mais e se recomendassem ficaria feliz aushausahsuahs
Kisses meus anjos