O Acordo Perfeito escrita por Mila Karenina


Capítulo 18
Família


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda do meu coração! Consegui finalizar o capítulo (Uhu)
Esse capítulo é para a linda da Betahz que recomendou a história (Se sintam obrigados a recomendar) brinks gente asuahsuahs
Enfim, eu estou pulando de alegria aqui e acho que a minha alegria não contagiou a Mel...
Leitores de "O Pai da Minha Melhor Amiga" surtem, pois a Maria está aqui!
É isso meus amores,
XOXO



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Subi a escada abraçada com a minha mãe. Cory continuava deitado no sofá e sua expressão dizia que ele não estava em seu melhor dia. O amor sempre deixando almas tristes e chorosas. Cory vestia uma calça jeans preta muito apertada e uma blusa vermelha com algumas frases que não me dei o trabalho de ler e meu pai seu típico uniforme de trabalho, um terno preto com uma gravata que hoje era vermelha. Ele parecia cansado, mesmo assim falava com meu irmão gêmeo.

Papai conversava com Cory que ouvia atentamente. Hoje não era um bom dia para os gêmeos Clarckson-Guire. A namorada de um vai para outro país e o namorado de "mentirinha" da outra conta para o futuro namorado de verdade que ela aceitou fingir namorar com ele, nada legal. Mas acredito que o caso de Cory era mais difícil, já que sua namorada que ele AMAVA ia para outro país. O meu futuro namorado loiro de olhos verde-oliva ainda estava no país.

Mamãe parecia preocupada comigo, acredite, quando eu digo que não sou do tipo que chora por meninos estou dizendo a verdade. Em toda a minha vida foram poucas as vezes que derramei uma lágrima por algum menino. As duas vezes mais memoráveis foram ambas culpa de Matt. Quando eu digo que odeio esse garoto tenho motivos e eles não são meras futilidades.

Entramos em meu quarto e sentamos em minha cama. Minha mãe ás vezes me lembrava uma menininha pelo seu rosto angelical e sua pouca altura. A senhora Jade me olhava com seus olhos escuros atentos, ela queria que eu dissesse algo. Era sempre assim.

A minha mãe tinha uma tática diferente das outras mães para consolar alguém. Ela não dizia palavras bonitinhas ou que tudo iria passar. Ela só pedia que eu contasse o que aconteceu e depois me mostrava onde foi que errei para que aquilo acontecesse. Eu não contaria sobre o meu acordo com Matt e muito menos sobre Mike. Ela piraria com toda a certeza e não era essa a minha intenção.

— Mãe, eu não posso falar sobre isso — afirmei e ela assentiu parecendo decepcionada.

Ela nunca me obrigava a dizer algo e eu a admirava por isso. Ela sabia quando precisava de espaço para pensar e aquele era um desses momentos. Eu precisava pensar sobre inúmeras coisas que caso eu listasse, ficaria alguns dias acordada contando e a pessoa choraria ao ouvi-los.

— Eu ainda preferia que me contasse, mas respeito sua decisão — ela respondeu beijando a minha testa e em seguida levantando-se da cama.

Ela sorriu para mim e em seguida saiu pela porta. Ela ainda tinha outro filho para consolar e pelo que eu conheço de Cory, essa seria uma tarefa muito difícil. Consolar um chorão é sempre terrivelmente difícil, se esse chorão ainda é o Cory as coisas pioram e muito.

Uma coisa ainda mexia com a minha cabeça, o motivo de Vanessa não querer falar comigo. Eu cada vez mais tinha a impressão de que alguém havia dito algo à ela, e a minha primeira acusada seria Katherine. A loira tinha a habilidade de mexer em minhas feridas. Primeiro destruindo a minha peça e agora tirando Vanessa de mim. Não éramos do tipo melhores amigas, mesmo assim ela era a minha única amiga verdadeira.

Levantei da cama e fui direto para o banheiro. A janela de meu quarto estava fechada graças aos céus! Dessa forma seria impossível que eu vesse o idiota do Matt. A última coisa que eu precisava no dia era isto. Vê-lo seria como voltar com tudo, a humilhação, as lágrimas e a dor que havia me deixado por hora.

Eu sei que eu não deveria sequer pensar nele, mas é algo involuntário e não, eu não estou apaixonada por ele. Eu sempre sei quando estou apaixonada e dessa vez certamente não estava. Meus pensamentos sobre ele não eram como: "Nossa! Ele é gostoso". Eram mais como: "Eu odeio esse idiota". Mesmo assim pensar em uma pessoa tanto assim pode acabar transformando o ódio em amor e eu tenho ciência disso.

E eu também sei que se apaixonar por Matt seria a pior coisa da minha vida. Não quero acabar como Katherine, se bem que já posso me considerar como ela. Assim como Katherine, eu transei com Matt. Assim como Katherine, ele me humilhou. Assim como Katherine, ele me magoou. É, acho que estamos na mesma posição e ela não é das melhores.

A diferença é que eu nunca caí na de Matt, nunca entreguei meu coração e nem pretendo. Meu coração não será de Mike também, meu coração é só meu e continuará assim. Pelo menos é isso que pretendo fazer, se isso der errado que seja com Mike e não com Matt.

A água estava fria e eu não me preocupei em ajustar a temperatura. Eu tinha os olhos abertos, estava pensando sobre mil e uma coisas. A minha única certeza naquele momento era que eu precisava manter distância de Matt se quisesse continuar viva. Ele era difícil de resistir e quando não se tem muita vontade de resistir as coisas pioram mil vezes.

Eu não sentia vontade de sair do banho. A água caindo pelo meu corpo estava mais interessante do que seria sair dali e me deparar com vários problemas para resolver. Vanessa era um deles com toda certeza. Eu não conseguia entender como ela pôde parar de falar comigo tão rapidamente — sem me explicar — E com tanta atitude e decisão, decisão de não voltar atrás.

Mike era outro com toda certeza. O loiro mexia comigo de uma forma estranha, mas ao mesmo tempo me irritava com a mesma intensidade. Aquilo era estranho, da mesma forma que os meus pensamentos obsessivos com Matt eram. Eu precisava de respostas, mas só o tempo as trariam para mim e esperar seria uma tortura. Uma tortura necessária, mas não deixava de ser uma tortura.

Enrolada na toalha saí do banheiro. Me olhei no espelho e o reflexo não foi dos melhores, mas eu sabia que uma dose de maquiagem mudaria aquilo rapidamente. Por isso ainda nua peguei a minha nova maleta de maquiagem que eu havia ganhado de minha mãe e não havia lembrado da existência até aquele dia.

Passei uma grande camada de pase e pó e também corretivo. Em seguida foi a vez dos meus olhos ganharem vida, usei e abusei do lápis preto e agora eu parecia um pouco melhor. Minhas bochechas ganharam um rosado do blush e minha boca o roxo do batom. Me olhei no espelho e eu agora estava divina. Ninguém notaria que andei chorando.

Meu rosto estava praticamente perfeito, mas eu continuava nua e meu corpo não estava perfeito certamente. Abri meu armário e tirei de lá algumas peças, optei por uma calça jeans e uma blusa de mangas compridas preta, não eram roupas lindas, mas eram confortáveis e deixavam o meu corpo mais bonito.

Já vestida e descalça me joguei em minha cama, porém batidas na porta fizeram com que eu levantasse de forma rápida e desajeitada. Meus cabelos ainda estavam completamente molhados quando eu me levantei. Provavelmente seria minha mãe me chamando para jantar ou talvez Cory.

Caminhei até a porta e a abri devagar, tinha medo de quem poderia estar ali. A pessoa que estava ali era da minha altura, tinha cabelos louros e belos olhos azuis, um corpo bonito e magro e uma expressão diferente em seu rosto. Parecia feliz.

Eu conhecia muito bem aquela pessoa e foi por isso que assim que vi seu rosto, a abracei forte e pulei em seu pescoço. Ela tinha o mesmo cheiro de lavanda de anos atrás e seus cabelos estavam mais compridos agora, a minha irmã sempre foi linda e mesmo depois de anos casada isso não mudou.

Maria sorria sem parar, ela tinha um dos sorrisos mais lindos que eu já vi e ela parecia querer dizer algo. Minha irmã vestia um belo vestido rodado no mesmo tom de seus olhos azuis, este possuía um cinto e detalhes em branco. Ela calçava sapatos do mesmo tom e suas unhas tinham francesinhas, típica coisa de Maria.

— Melanie! — ela disse ainda abraçada comigo. — Você cresceu alguns centímetros! Está da minha altura — observou ainda sorrindo.

Eu suspirei. Não nos víamos tinham alguns meses e eu sentia a sua falta, mesmo sabendo que ela faria mil e uma perguntas e a primeira delas seria se eu arranjei um namorado. Não entendo o motivo das pessoas acharem que temos que necessariamente ter um namorado para ser feliz, eu era mais feliz quando não tinha um.

— Não é tão difícil ser de sua altura querida! — brinquei e ela me deu um tapinha nos ombros. Maria parecia alegre demais.

— Pare de conversa fiada e vamos jantar! O Jeremy trouxe presentes para você e para o Cory — ela falou e eu forcei um sorriso que ela percebeu ser falso.

— O que aconteceu Melzinha? — ela perguntou séria e eu ignorei.

— Vamos jantar Maria! — exclamei a puxando pelo braço.

Descemos as escadas de mãos dadas e logo chegamos à mesa que já estava arrumada. Jeremy e Cory conversavam e Cory parecia melhor agora. Papai e mamãe riam de algo que eu não entendi ao certo o que era e Maria logo se juntou a eles. Eu me sentei e continuei em silêncio, não tinha nada para falar.

Jeremy finalmente percebeu a minha presença e logo sorriu para mim. O loiro era uma graça em si e minha mãe o amava, foi até ela que os juntou, involuntariamente. Ele amava implicar comigo e me tirar do sério, principalmente falando sobre como eu ficarei para a titia e nunca arranjarei um namorado.

— Desancalhou tampinha? — Jeremy perguntou zombeteiro e eu disfarçadamente mostrei o dedo do meio.

— O que você acha? E não me chame de tampinha porque sou quase da sua altura! Babaca — respondi arrogante e meu pai arregalou os olhos castanhos.

A minha mãe e Maria caíram na gargalhada e Cory revirou os olhos, ele parecia irritado e eu no fundo achei graça, ele ficava engraçado de mau humor. Jeremy tinha uma toca em sua cabeça e vestia um casaco de moletom preto, parecia um adolescente quando na verdade já estava chegando aos quarenta anos.

— Parece que alguém está bem irritada — Jeremy observou e eu revirei os olhos.

— Ela deve ter brigado com o Matt! — Cory falou e eu não perdi a oportunidade.

Peguei as pequenas ervilhas que estavam em uma tigela e as arremessei em seu rosto, uma delas entrou em sua boca. Eu fiquei vermelha de tanto rir e ele ficou entalado com a ervilha, foi uma boa vingança.

— Isso é para você aprender a não falar demais, otário! — exclamei e todos caíram na gargalhada, exceto mamãe que ajudava Cory.

— Não seja má com seu irmão Melanie — papai me repreendeu e eu suspirei, ele sempre defendia o otário do Cory.

Maria sorriu mostrando todos os dentes novamente e eu sabia que as perguntas vergonhosas começariam. Mamãe havia conseguido tirar a ervilha da garganta de Cory e eu ainda ria da cena. Eu deveria ter gravado a cena para que eu pudesse chantageá-lo quando precisasse de algo.

— Então a Melanie finalmente está namorando o fofinho dos olhinhos azuis? — Maria perguntou e eu senti minhas bochechas queimarem.

— Se ela namora o Hamilton? E como namora! Precisa ver os beijos que eles dão na escola! — Cory novamente me faz passar vergonha e dessa vez pisei no seu pé embaixo da mesa.

Maria e Jeremy se entreolharam e caíram na gargalhada, eu não achei a mínima graça. Aquilo estava sendo vergonhoso até demais, mas até minha mãe estava achando graça das idiotices de Cory. Papai continuava sério, ele não gostava de saber que eu beijava na boca.

— Menos Cory, sua irmã está com vergonha. Não diga essas coisas na hora do jantar — papai repreendeu Cory e eu sorri.

— Toma otário — fiz o movimento das palavras com a boca, mas sem som e Cory mostrou a língua.

— Então... Eu vim aqui por um motivo — Maria começou a falar e todos prestaram atenção. — Quero contar uma coisa e queria que vocês fossem os primeiros a saber... — ela continuou e ainda prestávamos atenção.

Ela entrelaçou suas mãos as de Jeremy e sorriu em seguida. Pôs ambas as mãos em sua barriga lisa e eu entendi exatamente o que ela queria dizer. Era de se esperar, já que ela já tem trinta e cinco anos e anos de casamento.

— Eu vou ser mamãe! — ela exclamou orgulhosa e todos sorriram, inclusive eu. Um sorriso sem muito ânimo, mas mesmo assim estava feliz por ela.


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Preciso que comentem uma coisa simples... É para uma pesquisa mesmo.
Você é team Matt ou team Mike?
Desde já, agradeço!